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Os artigos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: GÖLLER, Lisete. [inclua o título da postagem], in Memorial do Tempo (https://memorialdotempo.blogspot.com), nos termos da Lei n.º 9.610/98.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Família Schmitz (Philipp) - Lotes Coloniais


Fontes:
1-Mapas de Colônias Alemãs e Italianas no Rio Grande do Sul – Otávio Boni Licht e Colaboradores, Instituto de Informática da UFRGS.
2-Informações de Blasio Alberto Bervian de Picada Feijão, Ivoti RS.
3-Google Maps


Obs.: clicar nos mapas para obter uma melhor visualização.



A família Schmitz residiu entre os anos de 1840 a 1850, na localidade de Bohnental, chamada posteriormente de Picada Feijão, que pertencia à antiga Linha ou Picada Café. Muito tempo depois, ela passou a fazer parte do município de Ivoti. Os Schmitz residiam no Lote nº 2, da Ala Leste daquela Picada. 


Mathias Schmitz, na data de 21/07/1853, vendeu parte de suas terras na parte norte a Carlos Biehl, por 400 mil réis. Na data de 15/04/1861, comprou outra fração na parte sul deste lote de Anton Junges, casado com Catharina Junges e de Carlos Schmitz, seu irmão, pelo preço de 600 mil réis. Na data de 18/01/1868, comprou mais uma fração na parte sul de Pedro Dorscheid, casado com Margarida Dorscheid, por 400 mil réis. O total final de sua propriedade correspondia a 98.963 braças quadradas, na parte sul ou A do lote. Outra parte do mesmo lote pertenceu à irmã Ignês e ao seu cunhado José Schmitz (filho de Philipp Schmitz, o Grande), sendo que estes a venderam na data de 06/06/1864 a Carlos Biehl, pelo preço de 300 mil réis. Ao final, Carlos Biehl possuía 62.963 braças quadradas na parte norte ou B do lote (Códice 389, Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul). Mathias permaneceu em Picada Feijão, assim como Margaretha Schmitz, que se casara com Johann Göller. O restante da família Schmitz foi residir em Bom Princípio RS.


Mathias também foi proprietário do Lote nº 3, Ala Leste, parte sul ou A, com 62 mil braças quadradas, que foi vendido a Felippe Weber por escritura lavrada em 01/10/1860 (Códice C-389, Arquivo Histórico do RS).


O Lote nº 2 A de Mathias Schmitz, cuja frente estava localizada na atual Rua São João e o Lote nº 3 A, que foi vendido a Felippe Weber


O lote de Mathias era vizinho ao de Johann Göller, seu cunhado, casado com a irmã Margarida Schmitz. O Lote nº 2 B de Johann Göller ficava na Ala Oeste. O sogro Ernst Schmaedecke era proprietário dos Lotes nº 2 C e nº 3, também na Ala Oeste. A Rua Avante atualmente separa estas duas últimas áreas dos antigos lotes. 



Localização dos lotes do cunhado Johann Göller e do sogro Ernst Schmaedecke na Ala Oeste da Picada Feijão






segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Família Mossmann - Periódicos


Fonte: Fundação Biblioteca Nacional – Hemeroteca Digital


NOMEAÇÃO DE JUIZ DISTRITAL



Jornal A Federação 09/03/1910


Nomeado Juiz Distrital de Taquara o Capitão João Mossmann, e 3º Suplente do 3º Distrito de Taquara João Mossmann Filho.




CONSTRUÇÃO DE UMA CAPELA EM PAROBÉ



Jornal A Federação 24/06/1911


Nota publicada: “Trata-se de erigir, em Parobé, uma bonita capela, para o que, já existe no local, gentilmente doado pelo nosso capitão João Mossmann, membro do Conselho do Município, grande quantidade de pedras para os alicerces, que já estão recebendo a necessária mão de obra. Para este empreendimento o povo tanto do local, como de fora, nas imediações, não poupa esforços, querendo impor a pedra fundamental no dia 24 do corrente”.




ALMANAK LAEMMERT 1926 – ANUÁRIO COMERCIAL, INDUSTRIAL, AGRÍCOLA, PROFISSIONAL E ADMINISTRATIVO – 4º VOLUME – ESTADOS DO SUL



Capa do Almanak Laemmert de 1926



No Almanaque constam, relativamente ao município de Taquara, na Administração Municipal, o nome de Moyses S. Pires Mossmann, 3º Subintendente da Intendência Municipal; na Administração Jucidiária, o nome de João Mossmann, Juiz Distrital do 3º Distrito e, na seção de comércio, indústria e profissões, na categoria de automóveis o nome de Manoel Mossmann Sobrinho.




OS COLONOS ALEMÃES DA COVA DA ONÇA – A SAGA DA FAMÍLIA MOSSMANN NO BRASIL



Jornal do Brasil 12/01/1958


Jornal do Brasil 12/01/1958



Obs.: as imagens dentro do texto são meramente ilustrativas. Fonte: Internet.


O artigo intitulado Os Colonos Alemães da Cova da Onça, de autoria de Guilherme Auler, publicado no Jornal do Brasil, relata as origens da Colônia de Santa Amélia, criada em Pernambuco no ano de 1829, por determinação de D. Pedro I. Depois de discorrer sobre o assunto que apresenta controvérsias entre testemunhos e documentos, o autor conclui que o documento que esclarece definitivamente qualquer dúvida é o próprio Aviso Imperial que deu origem à Colônia, que faz parte do acervo do Arquivo Histórico do Itamarati.



"Um feliz acaso leva-nos a esclarecer as origens da Colônia Alemã em Pernambuco, criada em 1829, por determinação de D. Pedro I. Quando examinávamos a correspondência dos Presidentes da Província de Pernambuco com o Ministro do Império, os códices do Arquivo Nacional, encontramos o fio da meada, que completa, historicamente, o capítulo de um tema, ainda, com tantas pesquisas a realizar. O Aviso Imperial de 28 de setembro de 1829 ordena ao Presidente da Província que se estabeleça, em local conveniente, uma Colônia, com os alemães vindos de Amsterdã, no brigue holandês “Ativo”. E como medidas concretas, o Imperador estabelece três providências: distribuição de terras aos Colonos para o trabalho agrícola; construções de casas para os mesmos; e subsídio de 160 réis aos adultos e de 120 réis aos menores.



O antigo porto de Amsterdã




A autoridade provincial cumprindo as instruções do Aviso, a 14 de dezembro, informa ao Ministro José Clemente Pereira que, para local da Colônia escolhe a Cova da Onça, vulgarmente chamada de Catucá, distante 7 léguas do Recife, pela necessidade de povoar a região situada entre matas virgens. Antigos quilombos agora servem de esconderijo a ladrões e assassinos. Apresentam-se 103 pessoas, homens mulheres e crianças, que no dia 1º de dezembro, seguem para a Cova da Onça, sob a direção do Sargento Mor Engenheiro João Bloem, escolhido pelo seu conhecimento da língua alemã. 



Mapa que evidencia o Vale do Catucá (ao norte de Recife)


A notícia da criação da Colônia e a esperança no seu progresso agrícola provocam pedidos de soldados alemães do Batalhão Segundo de Granadeiros, destacados no Recife, que se candidatam a futuros integrantes da nova comunidade, logo que termine o serviço militar. Surge, pois, dúvidas quanto à aceitação desses elementos, originando-se assim uma consulta presidencial ao Ministro do Império. 



O documento mais importante, a nosso ver, temos no pedido dos Colonos, contendo as suas assinaturas, para homenagear a Imperatriz Dona Amélia, e que transcrevemos abaixo:



“Senhor – Os Colonos estabelecidos por ordem de Vossa Majestade Imperial, nas matas do Catucá da Província de Pernambuco, animados dos puros sentimentos de gratidão pelos inumeráveis benefícios recebidos do liberal coração de Vossa Majestade Imperial, no sempre memorável ano de 1829, ano do felicíssimo consórcio e venturoso ingresso de Sua Majestade a Imperatriz Dona Amélia de Leuchtemberg, e cheios da maior submissão ousam dirigir-se ante o Augusto Trono de Vossa Majestade Imperial a rogar a graça de ser denominada a dita Colônia, novamente criada, com o glorioso título de COLÔNIA DE SANTA AMÉLIA, a fim de que os suplicantes que têm a fortuna de se acharem ligados à sorte dos brasileiros, possam também em seu seio ouvir constantemente o augusto nome da sua virtuosa Imperatriz, a quem tomam por protetora, recebendo Vossa Majestade Imperial os sinceros desejos dos suplicantes como autêntico testemunho de sua adesão e fidelidade E. R. mercê. (Assinados) Nicolaus Meyer – Jacob Mossmann – Johannes Christiani – Johann Kraemer Júnior – Joseph Welter – Johannes Engeroff – Mathias Schmitz – Johannes Scherer – Peter Mohr – Johann Kneip – Jacob Kasper – Anton Sauer – Pedro Steffens – Heinrich Meyer – Adam Morschheiser  - Johann Muntruck – Joseph Mohr – Mathias Kraemer – Nicolaus Seiber – Johannes Welter – Jeremias Kneip – Johann Christiani – Johann Klein – Nicolaus Mohr – Johann Cardel – Johannes Woll”.



Vemos, assim, que estes 26 alemães representam igual número de famílias, totalizando as 103 pessoas, homens, mulheres e crianças, citadas pelo Presidente da Província, os fundadores da Colônia, a 1º de setembro de 1829.



 A Imperatriz Amélia de Leuchtenberg


No ano seguinte, isto é, em 1830, termina o pagamento das diárias de 160 e 120 réis, concedidas por especial favor aos Colonos, segundo determinações imperiais do aviso de 28 de setembro.



Dirigem, então, ao Diretor, ao já Major João Bloem, um requerimento assinado por 12 deles e do seguinte teor:



“Dizem os Colonos da Colônia de Catucá que, eles, vendo a impossibilidade de se poderem se sustentar sem o subsídio diário que acaba em 1º de dezembro deste ano, pelo motivo de não querer queimar as matas derrubadas, por ter o inverno continuado até o presente e indeciso de inda continuar; vê-se bem claro que a mandioca plantada de agora em diante não pode estar boa para se desmanchar até dezembro; pedem, portanto, a V. S. faça subir esta petição a Sua Excelência o Presidente desta Província, para o mesmo Excelentíssimo Senhor atender-nos e nos mandar abonar mais 4 meses de subsídio, como ora percebemos, que depois deste tempo julgamos ter suficiente mantimento para nosso sustento. Certos nas boas e pias intenções de Sua Excelência o Senhor Presidente,  esperamos que nos atenda, em uma precisão tão justa e razoável. Para Vossa Senhoria se digne levar à presença de Sua Excelência o Senhor Presidente a nossa súplica, acompanhada de sua informação. E. R. mercê. (Assinados) Nicolaus Meyer - Jacob Mossmann - Johannes Christiani - Johann Kraemer Júnior - Joseph Welter - Johannes Engeroff - Matias Schmitz - Johannes Scherer - Peter Mohr - Johann Kneip - Jacob Kasper - Anton Sauer”.



O Major Bloem informa o requerimento, a 10 de setembro, favoravelmente, dando ainda alguns esclarecimentos históricos do aglomerado humano. A data da fundação da Colônia fixa-se a 1º de dezembro de 1829, quando se dá início à derrubada das árvores em plena mata virgem. Em fevereiro de 1830, planta-se milho, feijão e arroz. A situação dos Colonos não é de otimismo, e uma família receando a fome, abandona as terras e se retira da Cova da Onça.



Por sua vez, o Presidente da Província, a 16 do mesmo mês, encaminha os dois documentos, o requerimento dos Colonos e a informação do major Bloem, ao Ministro do Império, prestando também o seu depoimento sobre o assunto. Manifesta-se favorável ao pedido de 4 meses de pagamento de diárias, pois a colheita acha-se próxima, havendo grandes plantações de mandioca, feijão e legumes. A população baixa para 96 pessoas e se realizam alguns casamentos. Iniciam-se pomares e parreiras. As casas dos Colonos, anteriormente cobertas de palha, passam por um grande melhoramento, a substituição da cobertura por telhas. Provavelmente atendem-se todos os pedidos, e a Colônia vive satisfatoriamente, procurando o governo imperial aumentar a sua população, como se lê noutro ofício do Presidente da Província.



A 12 de abril de 1831, quando D. Pedro I já abdicou e segue viagem para o estrangeiro, informa-se que cumprindo uma ordem imperial de 2 de março, desembarcam no Recife 54 alemães, vindos pelo brigue “Marquês de Viana”, logo encaminhados à Colônia Dona Amélia, aos cuidados do seu diretor o Major Bloem. Indaga, entretanto, o Presidente da Província se os novos Colonos gozam das mesmas vantagens dos primeiros chegados em 1829, isto é: distribuição de terras, construção de casas, e diárias de 160 réis por um ano.



D. Pedro I



Infelizmente, nenhum outro manuscrito sobre os Colonos Alemães da Cova da Onça encontra-se nessa fonte de pesquisa. Sabemos, entretanto, por informação do historiador José Antônio Gonçalves de Melo Neto, que no Recife há abundante material inédito no Arquivo Público, na Biblioteca Pública e no Instituto Arqueológico. Sugerimos-lhe, então, que ele escrevesse um estudo sobre o tema tão simpático e oportuno, e logo que lhe presenteamos cópia do nosso achado no Arquivo Público.



Como já decorreram quatro anos e hoje o historiador José Antônio encontra-se na Holanda, reunindo material nos arquivos, parece-nos que devemos precipitar a divulgação do documentário, que certamente interessará a estudiosos e especialistas destes temas, salientando a grande contribuição dos nomes dos Colonos.




Atendemos, assim, curiosidade de muitos e abrimos caminho a outros pesquisadores da nossa província. Por exemplo, quais as revelações de registros de casamentos, nascimentos e óbitos, referentes às 26 famílias alemãs, cujos chefes assinam o requerimento, solicitando o patrocínio de Dona Amélia? De uma delas, segundo ouvimos do Professor Gilberto Freyre, descende o historiador Alfredo de Carvalho, figura da maior grandeza e glória das letras pernambucanas.




O Engenheiro Militar João Bloem, certamente inclui-se entre os contratados Georg Anton Schaeffer, para o nascente Império Brasileiro. Em 1825, já se encontra em Pernambuco, e a 23 de dezembro chega a Fernanda de Noronha, com a missão especial de examinar as fortificações ali existentes. 



No ano seguinte, em agosto, é nomeado Comandante da Ilha, a fim de executar um vasto plano de reformas e melhorias nas fortalezas, trabalho realizado em três anos. Passa o comando de Fernando de Noronha, a 20 de setembro, regressando após ao Recife, e a 1º de dezembro dirige os Colonos da Cova da Onça.




Devemos, entretanto, ao Professor Gilberto Freyre excelente contribuição, no justíssimo capítulo do seu livro “Um engenheiro francês no Brasil”, dedicado a Bloem com o título de “Um Engenheiro alemão”. Recorda-nos o Autor que, a agosto de 1830, A Câmara Municipal do Recife nomeia-se “Encarregado da Arquitetura da Cidade”, cargo exercido com o maior entusiasmo quase sem vantagens financeiras. 



Orienta Bloem todo um plano urbanístico de crescimento da capital pernambucana com o traçado de ruas, alinhamento de casas e suas dimensões, estabelecendo gabaritos, quantidade de janelas, etc, numa censura estética precursora, pioneira.




Em março de 1888, Antônio Vitor de Sá recolhe o depoimento de uma antiga habitante da Colônia, Ana Margarida Fiedel, viúva, com 83 anos de idade, neta do mestre-escola, divulgando-o nas páginas da Revista do Instituto Arqueológico Pernambucano, nº 56 (março de 1902). Nesta fonte quase todos têm se apoiado, transcrevendo períodos inteiros, como Sebastião Galvão, no seu “Dicionário Corográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco”, volume I.




Mas, como sempre acontece no relato oral, há confusões e inexatidões. Por exemplo, o Major Bloem aparece crismado de Pluim ou de Blumm. O ano da fundação da colônia atrasa-se para 1828. E as informações de Ana Margarida Fiedel, cujo nome da família não consta nos dois manuscritos que têm assinaturas de Colonos sobre o destino e o que ocorre na viagem, chocam-se com a verdade dos documentos.





Segundo ela, por falta de mantimentos, o navio abandona os passageiros na costa do Rio Grande do Norte, e desse local se transportam para o Recife, havendo após a criação da Colônia. Assim, em vez de Santa Catarina, localizam-se em Pernambuco, numa espécie de antecipação ao episódio do “Justine”, que em 1837 larga no Rio de Janeiro os alemães destinados à Austrália, e no ano seguinte fixados no Itamarati, sob a direção do Major Júlio Frederico Koeler.




Graças à gentileza do historiador José Antônio Soares de Souza, conseguimos cópias de dois documentos do Arquivo Histórico do Itamarati, que se opõem inteiramente à narrativa divulgada na “Revista do Instituto Arqueológico”. Um deles é um ofício do Presidente da Província de Pernambuco ao Ministro Brasileiro em Paris, e informa que os Colonos alemães dirigem-se para o Rio de Janeiro, quando o navio naufraga nas costas do Rio Grande do Norte. Vêm eles engajados pelo Cônsul brasileiro em Hamburgo, viajando por conta própria, e no Recife encontram-se em grandes dificuldades, sem meio para seguir destino, quando sabendo da situação, o Imperador expede o Aviso de 28 de setembro.




O segundo documento do Arquivo Histórico do Itamarati esclarece em definitivo qualquer dúvida, pois é o próprio Aviso Imperial que dá nascimento à Colônia. Declara que, em abril de 1829, partem de Amsterdã no brigue holandês “Ativo”, mais de 140 homens, mulheres e crianças, com destino do Brasil. Padecem todos de uma péssima viagem, e somente em agosto alcançam a Ilha de São Gonçalo, já havendo 18 mortos em alto mar. Desse ponto, dirigem-se a Pernambuco, “onde se acham sofrendo a maior miséria”. Resolve, pois, D. Pedro I acudi-los, criando a Colônia, e determinando a distribuição de terras, construção de casas e pagamento de diárias durante um ano.



Parece-nos que o documentário do Arquivo Nacional e o do Itamarati completam o estudo histórico dos Colonos Alemães da Cova da Onça, cujos nomes agora até podemos citar."









quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Família Schmitz (Johann Peter) - Lotes Coloniais


Fonte: Mapas de Colônias Alemãs e Italianas no Rio Grande do Sul – Otávio Boni Licht e Colaboradores, Instituto de Informática da UFRGS.

Obs.: clicar nos mapas para melhor visualização.


JOHANN PETER SCHMITZ


A família Schmitz residia na antiga Linha Dois Irmãos, na localidade de Morro dos Bugres, que hoje faz parte do Município de Santa Maria do Herval, na área do Lote nº 66 B, na Ala Leste (Códice C 363, Livro nº 2, fl. 4, Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e Bucherberg ou Bugerberg um Novo Mundo!!!, fl. 22).

Obs.: o Lote nº 66 A pertencia ao colono João Wingert.



Localização do Lote nº 66 B de Johann Peter Schmitz. No alto, no círculo em vermelho, a localização da Capela de São Francisco Xavier da localidade de Morro dos Bugres (representação aproximada). À direita do mapa, vemos o centro de Santa Maria do Herval RS



Vista por satélite da Capela de São Francisco Xavier, ao lado do Salão Paroquial (à esquerda) e, na frente deste, o Cemitério Católico de Morro dos Bugres (à direita)



ELISABETHA SCHMITZ


Elisabetha Schmitz, casada com Peter Hartmann, residia com a família inicialmente na Colônia nº 59, Oeste, da antiga Linha Dois Irmãos, conforme recenseamento realizado entre os anos de 1847 a 1849.



Localização do Lote nº 59, Oeste, de Peter Hartmann e Elisabetha Schmitz na localidade de Morro dos Bugres. À esquerda, esta a localização do Cemitério Católico de Morro Reuter



NICOLAU SCHMITZ


Nicolau, casado com Anna Maria Schmitz, possuía até 04 de maio de 1867, 80 mil braças quadradas do Lote nº 84, Oeste, da Linha Dois Irmãos que correspondia à metade deste lote. A outra metade pertencia a José Ritter. Nesta data, Nicolau vendeu as referidas terras a Mathias José Hansen, por 700 mil réis (Códice 389 – Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul). Nicolau possuía também o Lote nº 113, Leste, da Linha Dois Irmãos, alguns km depois do Arroio Tapera (corresponde provavelmente às terras da atual cidade de Nova Petrópolis, na localidade de Pinhal Alto), vendendo, em 23 de janeiro de 1868, metade das terras, ou seja, 80.000 braças quadradas, a Guilherme Blauth, pela quantia de 300 mil réis. A outra metade, com 80.000 braças quadradas, foi vendida, na mesma data, a Pedro José Wickert, pela quantia de 250 mil réis (Códice 389 – Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul). Este último faleceu na Picada Windhof. Por esta razão acredita-se que o lote em que vivia situava-se provavelmente nesta antiga localidade.



Localização da metade do Lote nº 84, Oeste (em vermelho), de Nicolau Schmitz, na antiga Linha Dois Irmãos, atualmente situado na área de Jammerthal no Município de Picada Café RS (representação aproximada)



Vista por satélite: detalhe da área do Lote nº 84, Oeste, de Nicolau Schmitz 



Área do Lote nº 113, Leste, de Nicolau Schmitz, provavelmente dentro da área do atual Município de Nova Petrópolis (Pinhal Alto)



Vista por satélite: detalhe da atual área urbana existente na antiga área do Lote nº 113, Leste 



ANNA MARIA SCHMITZ


Anna Maria Schmitz era casada com Mathias Meinerz. Este comprou de José Ritter metade do Lote nº 84, Oeste, da Linha Dois Irmãos, com 80.000 braças quadradas em 17 de março de 1856, por 300 mil réis. A outra metade deste lote pertencia na época ao cunhado Nicolau Schmitz. Comprou, mais tarde, ¼ do Lote nº 85 Oeste da mesma Linha, que estava incluso no Lote nº 84, com 39.905 braças quadradas em 05 de agosto de 1858 do cunhado Johann Peter Bender, pela quantia de 375 mil réis (Códice C383 e Códice 389 – Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul).

Obs.1: as áreas relativas aos Lotes nºs 85 e 84, Oeste, da antiga Linha Dois Irmãos faz parte atualmente da localidade de Jammerthal, que pertence ao Município de Picada Café. Os lotes da ala oeste que vieram a integrar o atual Município de Picada Café são os de nº 76 ao nº 85.

Obs.2: os lotes faziam divisa ao norte com o Lote nº 85 B, que pertencia na época a Adam Braun. Este lote era considerado como ¾ do Lote nº 85.



Em amarelo, a localização da metade do Lote nº 84, Oeste, (centro) e do Lote nº 85  A, Oeste (à esquerda, que era 1/4 da área total do lote, cujo complemento situava-se no Lote nº 85 B acima destes), que pertenceram a Mathias Meinerz e a Anna Maria Schmitz. A área atual corresponde à localidade de Jammerthal no Município de Picada Café RS



GERTRUDES SCHMITZ


Gertrudes Schmitz, casada com Johann Peter Bender, foram proprietários do Lote nº 72, Oeste, da antiga Linha Dois Irmãos, possuindo também o Lote nº 85, Oeste, da mesma Linha. Depois, venderam ¼ das terras deste lote a Mathias Meinerz, cunhado de Gertrudes, em 05 de agosto de 1858.



Localização do Lote nº 72, Oeste, pertencente a Johann Peter Bender e Gertrudes Schmitz. À esquerda, a localização do Cemitério Católico de Morro Reuter







terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Viagens - Dois Irmãos RS



Recanto da Praça dos Imigrantes - Dois Irmãos RS


Situada na encosta do Planalto Meridional, Dois Irmãos situa-se a 50 km de Porto Alegre, possuindo uma população de 28 mil habitantes. O nome da cidade vem dos morros gêmeos, que podemos observar na parte sul do Município. A história da colonização alemã deixou em Dois Irmãos marcas indeléveis no tempo, observadas na arquitetura, nos usos e costumes e na gastronomia. O turismo é uma das apostas da cidade, quando passou a integrar a chamada Rota Romântica juntamente com outros municípios, que compõem o segmento turístico para a serra gaúcha.



Vista parcial da cidade de Dois Irmãos RS


A região de Dois Irmãos foi colonizada por imigrantes alemães a partir do ano de 1825. Com a denominação lusa de Picada ou Linha Dois Irmãos, o seu território pertenceu à antiga Colônia de São Leopoldo, englobando vários municípios hoje emancipados, como Ivoti, Morro Reuter e Santa Maria do Herval, entre outros. Mais tarde, recebeu o nome de Picada Baumschneis, referência feita ao imigrante Pedro Baum, que foi um dos primeiros colonizadores da região. No ano de 1829, com a chegada dos imigrantes náufragos do navio Cäcilie ou Cecília, a Picada ganhou um novo impulso, que veio culminar na sua posição como município independente.



Esculturas representando uma família de imigrantes alemães na Praça dos Imigrantes


A Linha ou Picada Dois Irmãos era constituída originalmente por 249 lotes, sendo que os primeiros a serem ocupados situavam-se no atual centro da cidade. Naquela época, o contato entre esta e as outras colônias era feito através de uma estrada, que veio a ser conhecida como Travessão Rübenich. O Travessão era dividido em 16 lotes de terras, dedicados à agricultura e à pecuária. No Travessão (que também foi chamado de Schwabenschneis ou Picada dos Suábios) desenvolveu-se favoravelmente o comércio, contando a localidade com armazéns, alambiques, moinhos, serrarias, além de uma escola.


A linha amarela delimita a antiga área da Linha ou Picada Dois Irmãos


A Ponte de Pedra, construída em 1855 sobre o Arroio Feitoria, fazia a comunicação entre o centro da Picada e o Travessão, na estrada que ligava São Leopoldo à serra gaúcha.



A Ponte de Pedra sobre o Arroio Feitoria


No Lote nº 3 do Travessão de Dois Irmãos, viveram os integrantes da família Schuster, dentre os quais os meus tararavós Andreas Schuster e Maria Anna Kossmann Schuster. Visitar a cidade e a localidade de Travessão foi uma oportunidade de conhecer de perto o lugar onde eles viveram, além de compreender melhor o contexto histórico daquela época, que apenas conhecia das informações contidas nos livros.



Os lotes do Travessão de Dois Irmãos: o Lote nº 3 pertencia à Família Schuster


Ao fundo, a localização aproximada do Lote nº 3 (linha perpendicular ao espectador)


No Travessão Rübenich, encontramos o Centro Comunitário Jacob Feiten, local da antiga residência do professor da Escola do Travessão. Neste espaço, a comunidade realiza festas e eventos como cursos e palestras.



O Centro Comunitário Jacob Feiten


A Casa Rübenich foi construída com a técnica enxaimel, sendo que a cozinha foi edificada separadamente, como era costume na época para prevenir incêndios. Foi construída por Johann Jacob Dienstmann entre os anos de 1850 e 1860. No ano de 1910, foi comprada por Alberto Rübenich, onde passou a funcionar um armazém. Atualmente, faz parte da Associação da Rota Cultural Baumschneis.



A Casa Rübenich


O Cemitério Evangélico, que existe desde 1852, situa-se onde foi demarcada a área do Lote nº 16 do Travessão. Nele encontramos túmulos no estilo gótico, decorados com símbolos antigos.



O Cemitério Evangélico


No Centro de Dois Irmãos, encontramos a antiga Igreja Matriz de São Miguel, que foi edificada em 1868. Após o seu tombamento e restauro, ela passou a funcionar como centro de eventos culturais. A nova Igreja Matriz está localizada aos fundos da igreja antiga.



A antiga Igreja Matriz de Dois Irmãos


A atual Igreja Matriz de São Miguel de Dois Irmãos


O Museu Histórico, ou Casa Kieling (uma das famílias proprietárias), foi construído por um integrante da família Weinmann de São Leopoldo, na metade do século XIX. Num anexo da casa, funcionava um armazém e uma padaria. Posteriormente, a casa foi sendo sucessivamente vendida a diversas famílias, mas passou a ser utilizada apenas como residência. O imóvel foi construídao com a técnica enxaimel e, após ser adquirida pela Prefeitura, a casa foi restaurada e transformada em sede do Museu Histórico Municipal, que está localizado na Avenida São Miguel.



O Museu Histórico Municipal resgata a história dos imigrantes


Um antigo armazém reproduzido no Museu


A cozinha dos nossos imigrantes


No porão da casa


A gosto pela música é uma das heranças deixadas pelos imigrantes



Da última vez que estive em Dois Irmãos, com a intenção de visitar também Santa Maria do Herval, hospedei-me no Hotel Di Fratelli, cujo estilo lembra o enxaimel, com detalhes que lembram as origens alemãs da cidade. Uma ótima opção para os viajantes que buscam as suas origens.



O Hotel Di Fratelli


Detalhe do jardim interno do hotel




Texto e fotos do ano de 2009.