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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Família Schmitz (Johann Peter) - Histórias


 A CAPELA DE BUCHERBERG


A Igreja de Bucherberg, em Morro dos Bugres, Santa Maria do Herval RS, foi fundada em 1849. O ano da foto provavelmente é o de 1910. No ano de 1914, a Igreja foi substituída por outra, na técnica enxaimel, mas rebocada, a qual existe até hoje – Foto: Acervo de Lisete Göller - Reprodução e Colorização 


Tradução e observações: Ovídio Hillebrand

Título Original: Bugerberg – Morro dos Bugres

Publicação: Facebook

Fotos: Autorias indicadas nas legendas


Estou traduzindo aleatoriamente os capítulos do livro do Pe. Max Von Lassberg S.J., “Allerlei aus meinem Leben”, Recordações da minha vida. Mesmo assim, encontro surpresas muito tocantes para nossa história. Além do tocante religioso, estão registrados fatos geográficos e sociais, como a região de Dois Irmãos e Novo Hamburgo, floresta nativa daquele tempo e, hoje, cidade com prédios “arranha céu”. Interessante que ele menciona seu primeiro sermão em 1887. Sabemos que o Pe. Amstad chegou em 1885. Os dois, a serviço, cavalgando por toda esta região, observando, anotando, comentando e escrevendo. O que temos destes registros hoje?! Estou feliz em poder traduzir e publicar alguma coisa pelo Facebook. Obrigado aos que leem e comentam!


Imagem original no livro do Pe. Max Von Lassberg S. J., da antiga Capela de São Xavier em Morro dos Bugres RS – Fonte: Ovídio Hillebrand


“Nos primeiros dias de janeiro de 1887, cavalguei para a Capela São Xavier no “Bucherberg”, Morro dos Bugres, onde um Padre estava oficiando a primeira comunhão solene, mesmo só com 4 crianças. Naquele tempo, isto me agradou, e, mais tarde, não. Para o extensivo trabalho religioso, os sacerdotes podem e precisam, com toda energia e direito, exigir que a comunhão das crianças, com sua preparação, não seja feita em cada pequena capela, mas em alguns lugares apropriados, ou também, como acontece em muitos lugares, só na Igreja Paroquial, e os pais devem e podem ceder à exigência e fazer os sacrifícios necessários. Alguém já me falou: assim a solenidade também é muito mais bonita e edificante. 

A Capela de “Bucherberg” representou a imagem para quase todas as Capelas da Paróquia de Dois Irmãos RS, daquele tempo. Nenhuma possuía uma sacristia. Mesmo a Paróquia recebeu apenas uma há pouco. A construção toda da Capela parecia ser calculada para uma demolição eminente e construída provisoriamente. Mal dividida, apertada, estreita, com baixo forro, poucas e pequenas janelas, e somente uma única porta; no verão, com muita gente, o calor seria insuportável. 

Só 6 ou 7 anos após, começou-se naquela Paróquia, em parte, a construir melhores e bem bonitas capelas. Hoje em dia, aquelas “velhas caixas”, em parte já todas estão caídas. Mesmo assim, não faz mal mantê-las em lembrança. Afinal eram santos monumentos; santificados através de muita oração e santos sacrifícios. Nesta Capela, naquele tempo, no primeiro domingo do ano de 1887, eu fiz o meu primeiro sermão público da minha vida na festa do Santo Nome de Jesus. Logo em seguida, na Igreja Paroquial, fiz meu segundo sermão, sobre o Santíssimo Coração de Jesus. Milhares de sermões se seguiram depois, em inúmeras igrejas, capelas, escolas, casas, em lugares abertos, debaixo das árvores da floresta nativa, em diversos idiomas; mas me alegra que minha trilha de sermões tenha iniciado com o nome e o coração de Jesus. Por isso, a pobrezinha Velha Capela de São Francisco Xavier no Bucherberg, Morro dos Bugres, me fica inesquecível.”


Segundo Solange Hamester Johann, a porta, com a chave da mesma, além do sino e da cruz da torre, estão em uso na Igreja atual.


Chave da porta da antiga capela, ainda em uso na atualidade – Foto: Diego Ricieri Carraro


No alto da torre da Igreja de São Xavier, vê-se o sino e a cruz que ainda permacem atualmente – 2009 – Morro dos Bugres RS – Foto: Acervo de Lisete Göller


A colonização de Santa Maria do Herval, entre 1835 e 1838, iniciou-se pela localidade de Morro dos Bugres, que, na época, fazia parte da grande São Leopoldo, integrando o distrito de Dois Irmãos. Hoje, permanece sendo uma localidade de Santa Maria do Herval. Dedicavam-se os colonos ao cultivo da terra, desbravando as matas e abrindo roçadas, onde plantavam cevada, trigo, centeio, fumo, milho e feijão. Estes primeiros colonos passaram por muitas dificuldades, pois o terreno era montanhoso, tiveram que lutar contra animais ferozes que habitavam a região e isolados do restante, a maioria das vezes sem nenhuma assistência disponível. 

Os primeiros imigrantes vieram da cidade de Buch, na Alemanha, e denominaram o morro onde se estabeleceram, do então Bucherberg  (Berg: morro, o morro dos imigrantes de Buch), sendo este o primeiro nome, em alemão e, mais tarde, em  português, como Morro dos Bugres. Vieram também outros imigrantes alemães como os Dapper, Naumann, Kaefer, Mallmann, Kasper, Weber, Schneider, Bender, Knorst, Wiest, Hartmann, Müsnich, entre outros. Os nossos imigrantes Schmitz, Johann Peter e Elisabetha Dapper, com seus filhos, vieram de Mastershausen, e permaneceram em Morro dos Bugres até a década de 1860.

Em 1849, em Morro dos Bugres, foi construída a primeira capela, escola e cemitério de Santa Maria do Herval. Esta capela servia a três comunidades: Jammerthal (Picada Café), Walachai (Morro Reuter) e Bucherberg (Morro dos Bugres, Santa Maria do Herval). Foram 40 famílias que iniciaram esta construção. Foi Nicolau Weber e sua esposa que doaram 50 braças de suas terras para a construção da capela, escola e cemitério.


O interior da Igreja de São Francisco Xavier – Morro dos Bugres RS – Foto: Acervo de Lisete Göller


Vista parcial do atual cemitério, vendo-se ao fundo a Igreja de São Francisco Xavier – Foto: Acervo de Lisete Göller


Memorial dos primeiros Associados da Capela de São Francisco Xavier – 1849 – 2009 – Foto: Acervo de Lisete Göller


Celebração da Missa efetuada no lado externo da Igreja, por ocasião da Festa de 160 Anos da Igreja de São Francisco Xavier – Foto: Acervo de Lisete Göller



Site do Município de Santa Maria do Herval RS:


Família Schmitz (Johann Peter) - Histórias

 

A FOTO DE PEDRO JOÃO SPOHR, MARIA CATHARINA HARTMANN E OS FILHOS NA REVISTA SANKT PAULUSBLATT (ANOS 1950)

Tradução e comentários: Ovídio Hillebrandt

Fonte: Revista Sankt Paulusblatt




“Valor histórico da foto: o título bem acima: “Relatório, ou Notícia da Família Associação Popular”. Esta associação ou “família”, é um povo unido social, econômica e religiosamente, desde os anos de 1890. Está mais fortemente unida desde 1898, com a fundação da Associação dos Professores em Harmonia-RS, e com os grandes congressos católicos, ”Katholikentage”. Esta família Spohr, migrou para Serro Azul - Cerro Largo, que justamente foi a grande Colônia agrícola fundada por esta grande FAMÍLIA POPULAR UNIDA. A região era de floresta nativa originada das Missões Jesuíticas, quase 200 anos antes. O Pe. Max Von Lassberg S.J. e outros líderes sociais seguiram para aquela região, onde se formaram famílias como esta da foto. Três freiras e um Irmão de La Salle eram comuns na época. Estas Ordens Religiosas cresciam e fundavam colégios de escolas primárias, secundárias e, mais tarde, universidades. Isto deu um impulso em todas as atividades culturais, industriais, comerciais, etc. A vestimenta, ou hábito que usavam, desde séculos, não usam mais, e o número de jovens que se associam a estas Ordens é muito reduzido. A nós, hoje, compete conhecer, entender, admirar ou não (...), o resultado deste tipo de vida. O resultado de vida que desfrutamos hoje, herdamos deles.

O pai Peter Johann Spohr, nascido em Salvador Velho (hoje Tupandi RS), mãe Maria Katharina Hartmann (neta da Elisabeth Schmitz), de Bom Princípio, casaram em 30 de julho de 1901 em Salvador Velho. Em 10 de maio de 1908, o casal migrou para Serro Azul, hoje Cerro Largo, quando esta havia sido fundada em 1902. Doze crianças são a alegria do casal: 8 filhos estão casados e 4 escolheram uma vida na Ordem Religiosa. Os 47 netos e 4 bisnetos alegram o amor dos avós e bisavós.

Na foto acima saúdam a todos os leitores da Sankt Paulusblatt: o pai Peter Spohr e a mãe Katharina Hartmann. O filho Nicolau Ernesto, estava ausente. A seguir, Reinaldo, Olydia Guilhermina (Irmã Teolinda), Felippe Eduardo, Idalina Eleonora, Maria Sybilla (Irmã Bertila), Maria Emilia (Irmã Ismênia), Aloisio Ermindo, Bernardo Ottmar, Anna Bertha, Norberto Alberto (Irmão Geraldo Henrique) e Silverio Edwino”.


O Irmão Norberto Spohr com os pais Maria Catharina e Pedro João Spohr – Foto: Beato Ames



Nota 1: Maria Catharina Hartmann era filha de Felippe Hartmann e Margarida Schaedler, neta dos imigrantes Peter Hartmann e Elisabetha Schmitz, bisneta de Johann Peter Schmitz e Elisabetha Dapper.

Nota 2: A Revista Sankt Paulusblatt, escrita em alemão, foi criada em 1912, com redação em Porto Alegre RS, como forma de comunicação entre os associados da Sociedade União Popular.





domingo, 24 de junho de 2018

Família Schmitz (Johann Peter) - Histórias


AS BODAS DE OURO DO CASAL JACOB FÜHR E MARIA REICHERT


Jacob Führ casou-se com Maria Reichert, filha de Nicolau Reichert e Margarida Klein, na data de 01/08/1911 em Poço das Antas RS, onde fixaram residência. Em 01/08/1961, o casal comemorou 50 anos de casados em São José do Inhacorá, que pertencia na época ao município de Três de Maio RS, tendo se emancipado em 1992. A foto foi publicada no Jornal do Dia, de Porto Alegre, no suplemento em língua alemã, chamado St. Michaelsblatt. Naquela data, Jacob e Maria tinham 13 filhos, 82 netos, sendo 13 falecidos, e um bisneto.




Jacob Führ, nascido em 23/08/1887 na Linha Bonita, atual São José do Sul RS, era filho de Pedro José Führ e Anna Maria Meinerz, neto dos imigrantes Anna Maria Schmitz e Mathias Meinerz, bisneto dos genearcas Johann Peter Schmitz e Elisabetha Dapper. Teve os filhos: Advino, Ervino, Aloísio, Osvino, Pedro Otto, Arlindo, Vilma, Irma, Olívia, Cecília, Terezinha, Melita e Amélia. Viúvo, faleceu aos 90 anos de idade, na data de 09/04/1978, em São José do Inhacorá RS.


AS QUATRO GERAÇÕES




Na data das Bodas de Ouro, foi realizado o registro fotográfico de quatro gerações da família (da direita p/ esquerda): Jacob Führ, 74 anos, Advino Führ, 49 anos, Armando Führ, 22 anos e Antônio com 8 meses de idade. 


Fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional, Jornal do Dia (Porto Alegre RS), Suplemento St. Michaelsblatt, Edição de 24/01/1962. Fotos: W. Meurer.


quinta-feira, 31 de maio de 2018

Família Schmitz (Johann Peter) - Histórias


ONZE IRMÃOS COLLING

Texto de Renato Klein

Júlio José Colling, que era irmão do arcebispo Dom Cláudio Colling, foi proprietário de uma ferraria na localidade de Várzea do Pareci, no Pareci Novo. Casado com Regina Otília Marx, ele foi pai de 17 filhos, dos quais onze eram homens. A diferença de idade entre o filho mais velho e o mais novo era de quase 30 anos. Como era comum naquela época, boa parte dos rapazes deixaram a sua terra natal buscando melhores oportunidades na vida.


O pai treinador Júlio José Colling ao lado dos 11 filhos atletas – Foto: Blog Histórias do Vale do Caí

Em ocasiões especiais, eles voltavam ao Pareci para visitar os pais e, por iniciativa do pai, formaram um time de futebol do qual seu Júlio era o treinador. O time ficou conhecido como 11 Irmãos Colling. Na foto acima, estão de pé o treinador Júlio e os atletas Egídio, Donato, Canísio, Círio, Edgar e Roque. Agachados: Atanásio, Ignácio, Anselmo, Lauro e Affonso.

O time ficou famoso, merecendo reportagens em jornais e revistas do pais e até do exterior. O pai do time, Júlio José Colling foi um líder comunitário que, já pela década de 1940 defendia o asfaltamento da estrada entre Montenegro e o Caí (sonho que só veio a concretizar-se em 2010. Curiosamente, no dia do seu falecimento, 23 de agosto de 1960, Júlio José Colling teve a honra do comparecimento do vice-presidente da república João Goulart ao seu velório. Jango que era, então, vice-presidente no governo de Jucelino Kubichek, passava pela estrada de Montenegro ao Caí, em campanha pela sua reeleição, e parou para reverenciar o líder local.

Roque Colling, um dos 11 irmãos, teve importante participação na campanha pelo asfaltamento da estrada. Trabalhou para isso por mais de uma década e viu o seu sonho (e do seu pai) realizado no ano de 2010. Rafael Colling, filho de Roque, chegou a jogar no time da família. Foi ótimo jogador. Formado em jornalismo, ele trabalha na Rádio Gaúcha, sendo apresentador do Correspondente Ipiranga.

Fonte: Blog Histórias do Vale do Caí


Nota da pesquisadora: Julio José Colling (*28/07/1896 Tupandi RS/+23/08/1960 Pareci Novo RS) era filho de João Colling e Maria Hartmann, neto de João Hartmann II e Barbara Junges, bisneto dos imigrantes Peter Hartmann e Elisabetha Schmitz, esta filha dos imigrantes Johann Peter Schmitz e Elisabetha Dapper. Além dos onze filhos descritos na postagem, Julio José teve ainda as filhas Lucia Josefina, Maria Imelda, Sibilla Ottilia e Therezinha e os filhos Mário e Protásio, estes falecidos na infância.