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quinta-feira, 15 de abril de 2021

Memórias do Trabalho II


MEMÓRIAS TAQUIGRÁFICAS – IDAS & VINDAS - O CONCURSO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Para iniciar este capítulo, antes será necessário remontar ao tempo do curso de Taquigrafia (sistema de escrita rápida). Conheci a Taquigrafia através de minha amiga Liângela. Ela era Taquígrafa da Assembléia Legislativa, a qual muito me incentivou a estudar e a tentar fazer um concurso. Estava desempregada naquela época, pois havia me demitido do INAMPS e precisava voltar a trabalhar. Devo ter começado o curso no ano de 1983. Ela me indicou uma colega, a Iarina Hecz, professora de Taquigrafia, que dava aulas e residia na Rua Duque de Caxias, n° 830. Infelizmente, ela faleceu em 16/10/2002, em Osório RS.


A Professora de Taquigrafia Iarina Hecz


A Taquigrafia é uma escrita fonética, isto é, escreve-se o som de cada sílaba da palavra, usando-se uma escrita convencionada pelo método escolhido. O meu método era o Leite Alves, mas este modificado pela minha professora Iarina. Creio que esta adaptação diga respeito às ‘arbitrárias’, que são sinais que substituem as palavras, a fim de abreviar o tempo de escrita e também por serem comuns e repetitivas; também, creio eu, pelo uso das ‘eliminações’, uma forma de escrever eliminado-se uma sílaba que virá logo depois, através de sinais convencionados. O nosso método exigia o uso de um bloco pautado, próprio para Taquigrafia, pois havia mil-e-quinhentos detalhes acerca da posição do taquigrama com relação à linha: abaixo, cortando e acima! Aprende-se a escrever a lápis, mas, com o tempo, acabamos preferindo a caneta, que é mais deslizante... Não sou especialista na didática da matéria, pois é difícil explicar como funciona. E cada professor inventa as suas arbitrárias, e também cada aluno pode convencionar as suas. Ao final das contas, na prática, torna-se difícil ler os taquigramas de um colega, pois a tendência é se afastar cada vez mais do método padrão ou daquele que nos foi transmitido inicialmente. Finalmente, o ideal é usar a Taquigrafia no dia a dia, porque, desta forma, a escrita acaba se tornando parte de nós e, por conseguinte, escreveremos cada vez mais rápido e corretamente.

Comecei a fazer a alfabetização e, em pouco tempo, comecei a fazer os ditados, que eram transmitidos com a ajuda de um cronômetro, para controlar o número de palavras por minuto. Era engraçado, pois no começo fazíamos cópias de livros infantis para treinar a escrita. Os ditados daquela época eram na linguagem parlamentar. Depois, começamos a treinar a linguagem jurídica. No começo de 1984, quando soube que estava grávida e havia passado num concurso para Nutricionista em Santa Maria, a Iarina me incentivou a ficar em Porto Alegre, para estudar e tentar fazer os concursos que se realizariam dali a algum tempo. Assim sendo, segui estudando e só parei quando exigia de mim muito esforço subir a lomba da Rua General Bento Martins, pois morava na Rua dos Andradas. Fiz também um curso de português para concursos com o Professor Aníbal que, naquela época, morava na Rua Duque de Caixas, no Condomínio Solar Méridién.

Lembro-me de uma época em que fiquei chateada com a Iarina, porque ela nos deu o contra para tentarmos fazer o concurso da Câmara Municipal. Pensava que ela não tinha o direito de interferir na nossa vontade, mesmo que não tivéssemos condições de sermos aprovadas. Foi então que passei a fazer ditados com a Mara, uma funcionária da Câmara, que dava aulas na Associação dos Taquígrafos, situada na Galeria di Primio Beck, na Rua dos Andradas. Naquela época, estava perto de ganhar a minha filha. Depois que esta nasceu, voltei a estudar com a Iarina. Na medida do possível, fui retomando os meus exercícios. Lembro-me que chegava a amamentar em frente a uma mesinha, ouvindo a fita gravada dos ditados e os taquigrafando. Era essencial continuar o treino de velocidade. Este treino tinha que ser feito todos os dias. Do começo do curso até começar os exames médicos de ingresso no Tribunal de Justiça, passaram-se mais ou menos dois anos. Foram dois anos de perseverança e de sacrifícios, mas tinha a intuição de que aquele era o meu caminho. Sem dúvida, foi uma longa espera cheia de incertezas...


O dia a dia da Taquigrafia em imagens de alguns anos atrás...


O concurso durou alguns meses. Havia um intervalo de mais ou menos um mês entre as provas. Era tudo muito devagar. Foram provas de português, datilografia, Taquigrafia, legislação e uma língua estrangeira. Não lembro onde elas foram feitas. Somente me lembro da prova de datilografia, em que aluguei uma máquina portátil e o pai me ajudou a carregá-la até o Tribunal. Lembro-me que ficamos esperando no sofá do saguão de um dos andares. A prova de datilografia foi medonha. Aquela barulhada das máquinas, com todo mundo batendo depressa... Parecia que só eu batia devagar. É uma das piores provas do ponto de vista psicológico. Lembro-me que, no dia da prova de Taquigrafia, calcei luvas de lã, porque fazia muito frio. As mãos ficavam sem movimento, e isso era terrível. Algumas colegas da aula da Iarina também passaram no concurso, como a Clarice, a Saleti, a Cristina e a Ana Maria. Não lembro se havia mais alguém...

Depois de tanto esperar, depois dos exames médicos e a apresentação dos documentos, chegou o dia da nomeação, em 27/05/1986, quando prestei compromisso, tomei posse e entrei para o exercício do cargo, saindo publicada no Boletim n° 3.343. O nosso prédio inicialmente era o do Palácio da Justiça, aquele da Praça da Matriz. A Taquigrafia ficava no 6° andar. Quando entramos, lembro-me que o pessoal antigo manteve no começo uma certa reserva com relação à nossa chegada. Esse tipo de coisa é estranho, porque, quanto mais gente, mais fácil fica o trabalho...

Lembro-me das colegas que mais cedo se aposentaram: Gilca, Beatriz, Aurora, Natália, Elear, Argélia, Nilda, Madeleine, Maria Estela, Hebe, Maria Helena (falecida), Nara, Rosane, Jane Maria, Maria Ignez, Sílvia Beatriz, Márcia e a Zóia. Depois de um tempo, foram para a Assembléia Legislativa a Nina Rosa, a Carmen e a Ana Maria Torres Demeneghi (falecida em 26/08/2013). Lembro-me daquelas que foram para o TRF, como a Clarice, Ivana, Mônica e a Sílvia, e das que ficaram para serem minhas colegas dos meus primeiros tempos da Taquigrafia, como a Cristina, Anelise, Saleti, Neide, Maria Inês, Renato, Maria Terezina, Rosaura, Ester, Guacira, Liane, Ilana, Inês, Marcya, Carmen e Eduardo. Havia ainda a Mary, que foi chefe por uns tempos, mas depois foi trabalhar em outro setor. Era um grupo bem heterogêneo. As profissões de cada um eram as mais diversas.


Depois da luta, vem a vitória: festa de final de ano da Taquigrafia em 1986


Esta minha 1ª fase foi bem estressante. Havia sempre muito trabalho. Usávamos as antigas máquinas de escrever. Pegávamos até os processos que eram ‘de acordo’, e datilografávamos até o nome das partes. A única coisa boa é que a escala de trabalho era bem maior do que nos meus últimos tempos no setor. Naquela época, os turnos eram revisados à mão e, depois, passados a limpo pelos datilógrafos: o Luiz (aposentado), a Carmem (que ficou uma temporada conosco e depois se aposentou, indo morar no Rio de Janeiro) e pela Marisa (aposentada). Havia também a Verinha, que desempenhava os trabalhos burocráticos, e a Dona Eva, que fazia o nosso cafezinho, todas já aposentadas.

Na sessão de julgamento, ficávamos em dupla. Quem acabava o turno chamava a próxima. Odiava ficar na sala em que a nossa mesa ficava no centro, com a assistência por trás e os julgadores à nossa frente e à nossa volta. Preferiria estar num local mais discreto. No nosso andar, tínhamos três salas de julgamento para atender, mais o salão do Tribunal Pleno. No final desta fase, atendíamos no 3° andar, se não me engano, ficamos distribuídos em duas salas. Sem os computadores, o serviço era muito mais pesado. Acho que foi pelo estresse que acabei, com o tempo, sentindo certas fobias de entrar em sessão, principalmente quando a sala ficava cheia de gente. Às vezes, a imprensa aparecia, o que me causava mal-estar. Um fato que marcou neste sentido, depois de haver comprado naquela época o pequeno apartamento de Petrópolis, foi o de perceber que o reajuste das prestações, que eram pela OTN, inviabilizaria os meus pagamentos. Havia um sério risco de perder o negócio e o dinheiro investido. Este problema foi resolvido depois com um aditivo ao contrato. Este meu quase-desespero me abalou muito e, a partir daí, comecei a sentir as ditas fobias. Houve um tempo em que fiz terapia com um médico indicado por uma amiga, mas não deu muito certo. Depois, consultei com outro, que era médico de uma colega. O médico me disse que tinha a famigerada síndrome do pânico. Fui até medicada, mas o remédio me incomodava muito com os seus efeitos colaterais. Para mim, a terapia em si foi decepcionante e acabei abandoando-a.

O que mais me levou a aceitar ir trabalhar no Sindicato e, depois, na nossa associação, o CEJUS, foi a oportunidade de fugir destes problemas fóbicos. Naquela época, em 1988, fiz parte da Diretoria do Sindicato, o Sindjus, ocupando o cargo de 1ª Secretária no primeiro mandato e, depois, em 1991, o de 3ª Tesoureira. Era também 1ª Secretária do CEJUS, a nossa Associação, sendo que neste entrei na gestão da Adélia, meio no sem querer. Assim sendo, em 12/08/1991, obtive a minha licença para ir trabalhar no Sindicato, na presidência do Paulo Olympio. Naquela época, o Presidente do Tribunal de Justiça era o Des. Nélson Luiz Púperi. Mais tarde, em 24/12/1991, fui exercer o meu mandato no Cejus. Estes locais de trabalho serão descritos mais adiante.
 
A Aurora era Diretora da Taquigrafia e só ficou sabendo do fato quando o referido ato foi publicado no Diário da Justiça. Ficou sentida comigo. Achava que deveria ter lhe dado satisfação, o que seria de certa forma o mais correto, mas achava que ela poderia tentar fazer com que o meu plano fracassasse, se é que isto era possível, já que a dispensa não dependia de autorização da chefia imediata, sendo prevista em lei. Houve uma colega que ficou com raiva de mim, que seria a substituta da Diretora, que já estava se aposentando. Pensava que tinha alguma coisa contra ela, e que eu não queria ficar na Taquigrafia por causa dela. Nada disto era verdade. Não era nada pessoal. Apenas não me sentia bem naquele setor. Durante esta fase, fui promovida em 14/01/1987 da letra “P” para a letra “Q”.


MANDATO NO SINDICATO DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA DO ESTADO DO RS – SINDJUS

O nosso Sindicato foi fundado em 08/11/1988. Fiz parte, juntamente com outros colegas de diversos locais do Judiciário, da 1ª Diretoria, ou seja, fomos os sócio-fundadores do SINDJUS. Todas as dificuldades de constituição, aluguel de sede, a compra de materiais e mobiliário, contratação de pessoal administrativo, etc. foram enfrentadas pela nossa Diretoria. O Sindicato pediu a minha dispensa em 23/05/1991, sendo a mesma atendida e publicada em 12/08/1991, no Boletim nº 4.953. No começo, fazia parte do Conselho Deliberativo, depois passei a ser a 3ª Tesoureira, na Diretoria Executiva, no lugar de uma colega que havia saído. Porém, fazia as funções de Secretária-Geral, e tinha que participar das reuniões à noite, depois do trabalho, e redigir as atas. Foi uma fase muito cansativa. As assembléias eram tumultuadas, e eram costumeiros os desaforos ouvidos por telefone por parte dos sindicalizados. Havia muitos deles que eram da ala de esquerda, os PT’s da vida, que ansiavam por tomar o nosso lugar e fazer do Sindicato a sua plataforma política. A nossa Diretoria sempre foi apartidária, o que não era bem entendido por certos colegas do Judiciário. 


Solenidade realizada na atual sede sindical pelos 30 Anos do SINDJUS, com a inauguração da galeria dos Coordenadores desde a sua fundação, pelo 1º Diretor da entidade, Paulo Olympio, e o Diretor da época – 08/11/2018 – Foto: Facebook


Durante este período, fiz inúmeras atas, e gostavam muito do meu trabalho. Quando pediram para ser finalmente cedida ao SINDJUS, a nossa Diretoria estava no seu último mandato, ou seja, a minha dispensa durou pouco tempo. Parece-me que houve a prorrogação de um ano, além dos dois anos normais de mandato. Não me lembro. Lembro-me da sede da Avenida Sen. Salgado Filho, esquina com a Rua Dr. Flores. Lembro-me, com carinho, das gurias que lá trabalharam, especialmente, da Maria José. Do pessoal da Diretoria, ficaram as lembranças do Paulo Olympio, do Luiz Fernando, do Aguinaldo, da Adélia, entre outros mais, que fizeram parte da história da luta dos servidores do Judiciário. Mas chegou o tempo das eleições que foram ganhas pelo pessoal da esquerda: debochados, mal-educados, com poucas condições para representar os colegas do Judiciário. A passagem desta primeira Diretoria da ala de esquerda foi deprimente. As posteriores Diretorias foram ficando mais amenas. 

Hoje tenho as minhas reservas quanto a abraçar este tipo de causa. Acho que não vale à pena. Só de pensar que chegamos a fazer passeata em frente ao Palácio do Governo, ou naquela vez em que o saguão do Tribunal ficou lotado pelos funcionários, na primeira assembléia extra-oficial da categoria, isso me dá certo temor, porque foram situações instáveis que poderiam resultar em conseqüências desastrosas. Acho louvável o empenho do pessoal que era da nossa Diretoria, especialmente do Paulo Olympio, eterno Presidente da nossa outra Associação, a ASJ. Ele realmente vive o seu papel, e acredita realmente na causa da defesa dos nossos direitos. Ele doa o seu tempo, deixando em segundo plano até mesmo a sua família. Aqui vai o meu voto de louvor. Depois de sair do Sindicato, foi pedida a minha dispensa para o CEJUS. Tirei dois meses de licença-prêmio a partir de 08/11/1991, e, após, tirei férias. A publicação da minha dispensa foi feita em 24/12/1991. Encerra-se aqui esta parte da minha vida funcional. 


MANDATO NO CENTRO DOS FUNCIONÁRIOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS E CRECHE CEJUQUINHA – CEJUS

Passei por diversos mandatos no CEJUS. No início, era a 1ª Secretária da Diretoria Executiva, mas somente fui cedida para o CEJUS a partir de 24/12/1991, publicado no Boletim nº 5.143. Em certo momento, surgiu a oportunidade de assumir a 2ª tesouraria, que cuidava das contas relativas à Creche Cejuquinha. Em 1992, havia ingressado no curso de Ciências Contábeis, e a proposta pareceu-me tentadora. Uma colega que iria ficar neste cargo desistiu da vaga. Assim, assumi a tesouraria a partir de 21/09/1992

O CEJUS, no início, funcionava no prédio conhecido como Forte Apache, na esquina da Rua Jerônimo Coelho, nas imediações da Praça da Matriz. Hoje, foi reformado e pertence ao Ministério Público, provando que, com dinheiro e talento, tudo é possível. O prédio era muito mal conservado. Trabalhar lá era uma espécie de carma. Havia ratos que passeavam pelos corredores no final da tarde, algo que dava certa agonia e medo. Fazia o meu trabalho com relação à Creche por ali mesmo, indo até a sua sede uma vez por semana, quando muito. Depois, mudamos para a Rua dos Andradas, esquina com a Rua General Câmara. Era um lugar melhor, mas o prédio era famoso pelos assaltos. Já nesta época acumulava as tarefas de tesouraria com as tarefas do CEJUS, o que me deixava mal-humorada frequentemente. Depois, mudamos para a Rua Jerônimo Coelho, n° 44, onde permanece até hoje. Os colegas daquela época eram a Vanilde, o Felipe e a Valeska.


O prédio do Palácio do Ministério Público na atualidade, junto à Praça da Matriz, apelidado de Forte Apache – Fonte: Wikipedia


A Ana Maria era a Diretora da Creche Cejuquinha. Pelas dificuldades que lá enfrentava no recebimento, pagamento e outras tarefas, além de suas funções normais, pediu à Administração para que eu fosse trabalhar na creche. No período de 01/07/1993 a 30/07/1993, cheguei a substituir a Ana em suas férias como Administradora Escolar.


A Creche Cejuquinha na comemoração dos 28 anos de sua existência – 2012 – Fonte: Internet


Fiquei instalada numa sala de berçário que não era usada nos primeiros tempos. Fazia ali o meu trabalho. No início, fazia as planilhas à mão. Depois passei a fazê-las no Excel, que aprendi por livre iniciativa. No entanto, o computador que lá existia não comportava a instalação do Windows, então, eu usava o da minha filha em casa. Foi uma época até bem legal. Quando dava tempo, desenhava, escrevia e estudava. Naquela época, eu não tinha que ajudar na Secretaria, como aconteceu depois da demissão de uma funcionária nossa.  Depois de um tempo, a sala para foi usada para comportar uma turma de berçário. Fui parar lá no último andar da Creche, no nosso almoxarifado. Além dos inúmeros lances de escada que tinha que subir e descer constantemente, fazia um calor insuportável no verão. Às vezes, sentia-me mal. Era tão forte o calor que uma vez, quando lá não estava, aconteceu que uma quantidade considerável de latas de refrigerantes ali estocadas estourassem, fazendo uma enorme sujeira... 


Na antiga sala de berçário da Creche Cejuquinha – 1995 – Foto: Ana Maria


Neste período, fui promovida da letra “Q” para a letra “R” em 18/05/1994. O tempo foi passando. No ano de 1999, comecei a organizar as coisas de trabalho para ir embora. Era tanta coisa para ser transmitida, que montei uma pasta com vários roteiros com a rotina do trabalho da Tesouraria. Foi algo imprescindível. Voltei, então, para a Taquigrafia, quando o meu mandato acabou em 17/04/2000. A Creche traz-me lembranças boas e outras nem tanto, mas as boas foram em maior número. No CEJUS e na Creche, o pessoal foi mudando com o decorrer do tempo. Foi bom conhecer a Ana Maria, com conhecimentos profundos acerca do seu trabalho, sendo capaz de arregaçar as mangas e encontrar a solução para qualquer problema, com um imenso amor às crianças, possuindo a capacidade de acreditar no seu trabalho, procurando desenvolvê-lo da melhor maneira possível. Foi bom conhecer também a Mariela, a Supervisora Pedagógica, a Rosaura, Supervisora Pedagógica principal, a Edith, Psicóloga, a Eliana, Nutricionista, a Beatriz, Assistente Social, e todas as outras funcionárias ou colegas do Judiciário. Tenho saudades da Lenira, que teve a sua demissão por motivos de economia. Lembro das nossas conversas tão boas, da sua visão muito clara e objetiva das coisas, das suas informações a respeito dos direitos de pessoal, que a gente nunca lembrava direito. Durante o período em que trabalhei na Creche, aprendi muitas coisas que só a prática ensina, como a capacidade de resolver problemas, de usar a criatividade na solução destes, a usar melhor o Excel e a trabalhar com a Contabilidade. Gosto de pensar nos tempos mais tranquilos quando estava lá, de quando a minha mãe ainda era viva, de quando havia um clima de otimismo e de esperança, apesar das dificuldades... Hoje, só restaram estes fragmentos de lembranças da Cejuquinha... 


Colegas da Creche Cejuquinha - Churrasco em Ipanema – Foto: Ana Maria


Colegas da Creche Cejuquinha - Churrasco em Ipanema – Foto: Ana Maria


Homenagens dos alunos, que recebi no meu adeus à Cejuquinha, representados pelos coleguinhas Pedro Eduardo, Muriel e Mariana – 14/04/2000


Saudades dos aluninhos da Cejuquinha


RETORNO AO DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA DO TJRS

Passados alguns anos no CEJUS, decidi não concorrer à última eleição, por isso apresentei o meu requerimento ao Presidente do Tribunal de Justiça, na época o Des. Luiz Felipe V. de Magalhães, pedindo o meu retorno ao Departamento de Taquigrafia e Estenotipia em 17/04/2000. No mesmo documento, pedi um mês de licença-prêmio, o que foi pouco, porque o tempo passou voando. A Diretora, não se opôs, é claro. A minha volta ao antigo setor de trabalho não foi nada fácil. Tive que reaprender toda a rotina que era bem diferente da primeira fase na Taquigrafia. Os julgadores eram em número maior e, para cada um deles, tínhamos uma orientação. O equipamento era completamente diferente, assim como usavam o Word, e eu não tinha muita prática naquela época. 


Colegas da Taquigrafia – 2002 – Crédito: divulgação do Tribunal de Justiça RS


Logo de início, deu para perceber a diferença: o barulho e o movimento, o sinótico (painel de chamada para o taquígrafo) chamando toda hora para subir até as salas de sessões, o corre-corre das sessões, a pouca gente nas escalas de quartas e quintas-feiras, os plantões na base da roleta-russa, se a gente ficava ou não de plantão, o ponto eletrônico... Havia tanta tensão naqueles tempos iniciais, que chegava a rezar para aguentar o trabalho. Tive que me adaptar, porque não havia outro jeito. As colegas desta segunda fase foram: Saleti, Cristina, Anelise, Eduardo, Renato, Luiz Carlos, Ilana, Neide, Rosa, Elisa, Lisiane, Sílvia Regina, Clóris, Carmen, Gianne, Virgínia, Rose, Maria Terezina, Marcya, Maria Inês, Inês, Cristiane, Rosaura, Helena, Ana Paula, Liane, Guacira, Maria Tereza, Maria da Graça, Lúcia, Sandra, Valéria, Ester, além da Vera Lúcia e do Valdir que eram do apoio; o Denis (falecido em 26/04/2011) e a Simone da sonorização. Existiam os colegas da Estenotipia, uma novidade para mim, que não guardei os nomes. Fiquei na Taquigrafia por mais alguns anos, até que, em 01/10/2004, fui cedida à Associação dos Servidores da Justiça – ASJ, que ficará em outro capítulo. 


A sala dos taquígrafos, com o painel sinótico ao fundo; da esq. p/dir.: Marcya, Rose, Ana Paula, Helena, Cristiane, Lisete e Luiz Carlos – 11/11/2003 – Foto: Maria da Graça


MANDATO NA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA - ASJ

No ano de 2004, fui convidada pela Diretoria da Associação dos Servidores da Justiça - ASJ, para concorrer às eleições daquele ano para o cargo de Tesoureira-Geral, para o biênio 2004-2006. Não havendo outra chapa concorrente, a nossa foi declarada vencedora por aclamação, tendo o Paulo Olympio como Presidente. Lembro-me que estava na praia em licença-prêmio e tive que voltar para estar presente à Assembléia que foi na sede campestre, localizada na Av. Juca Batista. A minha dispensa para exercer este mandato classista foi publicada no Boletim nº 17.958, em 16/12/2004. Fui, então, exercer as minhas funções como Tesoureira na sede da ASJ, na Rua José Ignácio nº 630, em Porto Alegre. Por motivos de ordem pessoal, deixei a Diretoria, e requeri ao Tribunal de Justiça a revogação da minha dispensa em 14/11/2005, a qual foi aceita. Lembro com carinho das colegas da ASJ, em especial a Wania, a Jô, a Scheila e a Clarice. 


Na ordem: a Assembléia de aclamação da nova Diretoria da ASJ – 25/09/2004; apresentação da nova Diretoria à Administração do TJRS, na época presidida pelo Des. Stefanello – 28/10/2004; Audiência no Palácio do Governo – 2005


Colegas da ASJ – Porto Alegre - 2008


RETORNO AO DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA – RELOTAÇÃO NO DEPARTAMENTO DE ORÇAMENTO E FINANÇAS

Como já dito, depois de haver permanecido por cerca de um ano, por motivos pessoais, pedi a revogação de minha dispensa à Associação dos Servidores da Justiça, na data de 14/11/2005. Mas a tranquilidade da minha volta ao Departamento de Taquigrafia teve curta duração. Por determinação da Administração do TJ, em 29/03/2006, foi expedido um ofício para que eu e uma colega em estágio probatório fôssemos relotadas no antigo Departamento de Orçamento e Finanças. Foi um período de difícil adaptação que, pelo menos para mim, durou pouco mais de um ano. O impacto da medida repentina foi tamanho que caí em depressão, acordando sempre no meio da noite, na esperança de acordar e perceber que tudo não passava de um pesadelo. Deixei para trás a comodidade do nosso setor, a rotina já consolidada do dia a dia, para trabalhar longe de casa, num galpão onde ficávamos amontoados, dado que o DOF estava instalado provisoriamente neste galpão existente na Rua Santana, até que as novas instalações fossem concluídas no Palácio da Justiça. Recebia ordens a contragosto, executava tarefas, daquelas do tipo que ninguém gosta de pegar. Na verdade, fui escolhida por possuir diploma em Contabilidade e por não possuir função gratificada, isto é, era uma funcionária comum. Depois de quase um ano sem uma aparente solução, num momento propício, contei com os serviços de um bom advogado, que preparou o meu requerimento de retorno ao Departamento de Taquigrafia, que era o meu órgão de origem, alegando desvio de função, devidamente fundamentado. Não havendo razões para negar o pedido, o DOF ainda colocou mais uma imposição, que era a de preparar um manual para o meu substituto, além de treiná-lo. Lembro-me que, quando fui trabalhar lá, tive que aprender o meu trabalho que me foi passado oralmente. Eu fazia as minhas próprias anotações... Deixei tudo em dia e organizado e saí de lá, finalmente, em 03/04/2007.


O meu cantinho na Diretoria de Orçamento e Finanças do TJRS


Festa de final de ano da Taquigrafia – 2006


Festa de final de ano da Taquigrafia – 2006


Festa de homenagem à nossa colega Verinha – 11/07/2007


Festa de homenagem à nossa colega Verinha – 11/07/2007


Festa de final de ano da Taquigrafia - 2007


A APOSENTADORIA

De volta à Taquigrafia, depois de nova adaptação, na data de 26/11/2008, requeri o abono permanência, pois já tinha condições de me aposentar proporcionalmente, conforme a legislação aplicável ao meu caso. No dia 25/05/2009, requeri a aposentadoria integral, pois havia preenchido os requisitos necessários para a mesma. Após o tempo normal de tramitação, em 09/06/2009, a aposentadoria foi incluída no Boletim nº 24.270 e publicada no Diário da Justiça nº 4.115, de 19/06/2009. A publicação, entretanto, somente seria considerada em 22/06/2009, que é a data oficial. Após pouco mais de 32 anos de serviço, chegava a data tão almejada aos 53 anos de idade. Assim, encerrava-se o último capítulo da minha história laborativa que começou lá nos idos de 1977, aos 21 anos de idade. Na data de 25/11/2010, tive a honra de receber a placa de jubilamento, junto a outros colegas, em cerimônia realizada no auditório do Tribunal de Justiça, na Presidência do Desembargador Leo Lima.


Momentos da cerimônia de jubilamento no Tribunal de Justiça do RS – 25/11/2010


Recebendo a placa de homenagem pelas mãos da Desembargadora Liselena Schifino Robles Ribeiro – 25/11/2010


Reencontros com colegas da Taquigrafia:


Chá com as colegas aposentadas – 26/07/2012


Chá com as colegas aposentadas no Bistrô do Teatro São Pedro – 05/06/2013


Colegas que trabalhavam na taquigrafia no ano de 2013


Confraternização de final de ano da Taquigrafia - 28/11/2015


Confraternização de final de ano da Taquigrafia – 28/11/2015


Confraternização de colegas no ano de 2016


Confraternização de final de ano das colegas da Taquigrafia – 04/12/2018


Como aposentada, com grata satisfação, passei a integrar o Grupo de Servidores Aposentados do Foro e Tribunal de Justiça – SAFTJ, fundado e presidido pela prima Danila Berlitz, em 29/05/2014.


No habitual churrasco de confraternização do SAFTJ, a homenagem aos novos membros – Porto Alegre - 29/05/2014  


O nosso grupo de aposentados – Porto Alegre - 29/05/2014


O grupo de aposentados do SFTJ na última comemoração antes da pandemia – Porto Alegre – 29/05/2019