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quarta-feira, 27 de março de 2013

Família Machado 1ª Parte - Ancestrais e Descendentes











A ORIGEM DO SOBRENOME MACHADO

Segundo um artigo da Wikipédia, o primeiro a portar o sobrenome ‘Machado’ foi Martim Pires Machado (*1200/+?), o qual prestou uma homenagem à memória de seu avô Mem (ou Mendo) Moniz de Gandarei (ou de Candarei), 1º Senhor da Quinta e Honra de Gandarei, que rompeu com golpes de machado as Portas da cidade medieval de Santarém, que estava em poder dos mouros. A cidade foi conquistada pelo rei D. Afonso Henriques, na data de 15/03/1147. Mem Moniz é considerado um herói da história de Portugal, sendo filho de Moninho Viegas e Valida Trocozendas, tendo se casado com Cristina, com a qual teve os filhos: Moninho Mendes, Pedro Mendes de Gandarei, Nuno Mendes de Gandarei, Egas Mendes e Mor Mendes de Gandarei. O filho Pedro casou-se com Elvira Martins de Riba de Vizela, sendo estes os pais de Martim Pires Machado, alcaide e nobre medieval do Reino de Portugal.


Tomada de Santarém – Roque Gameiro, Quadros da História de Portugal, 1917 – Fonte: Wikipédia

Segundo relato de Rodrigo Trespach, existem famílias sem ligação com estes nobres lusitanos: “Nos Açores, viveu Mécia de Andrade Machado, filha de João de Lisboa Machado da família do concelho de Lanhoso, em Portugal. Do casamento de Mécia com Gonçalo Annes, descende Gaspar Dutra Machado, nascido na Ilha Terceira em 1597 e que, migrando para o Rio de Janeiro, deixou descendentes. Dos Açores, muitos Machado emigraram mais tarde para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, especialmente no século 18. No Rio de Janeiro, pelo menos 39 famílias Machado foram registradas entre séculos 16 e 18. O sobrenome também foi adotado por africanos e descendentes escravizados, entre os quais o capixaba Vicente Pereira Machado, que recebeu o sobrenome do dono da propriedade onde vivia”. Fonte do Site: sobrenomes.genera.com.br


O BRASÃO DO SOBRENOME MACHADO




Fonte: Heraldrysinstitute


OS MACHADO EM ALEGRETE RS 

A Família Machado, à qual pertence a ancestral Maria do Carmo Machado, minha bisavó, no presente estudo está apenas relacionada com a cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, Brasil. Maria do Carmo teve uma união estável com o imigrante italiano Nicola Abarno, meu bisavô.


A CIDADE DE ALEGRETE



Fonte: Wikipedia - Raphael Lorenzeto de Abreu


Parque Rui Ramos - Fonte: Site Turismo Alegrete


MARIA DO CARMO MACHADO

Maria do Carmo Benites Machado, minha bisavó, nasceu entre os anos de 1857 e 1858, na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, Brasil. Ela teve uma irmã chamada Carmen Machado, madrinha de casamento da filha Alfonsina, e outra irmã chamada Maria Antonia Machado (*1870/1871 Alegrete RS/+21/07/1896 Alegrete RS). Não foi possível descobrir os nomes dos pais das três irmãs.



A UNIÃO COM NICOLA ABARNO

Maria do Carmo Machado teve uma união estável com Nicola Abarno (*19/02/1842 San Fele, Província de Potenza, Itália/+15/05/1918 Alegrete RS, Brasil), meu bisavô, não este tendo se casado e nem vivido com ela, talvez por estar ainda legalmente casado com Angela Maria De Vigo, a qual veio a falecer no ano de 1897. Tiveram 5 filhos. Sabe-se muito pouco sobre Maria do Carmo, além da informação de que esta teria uma ascendência indígena, provavelmente Charrua, mesclada com ancestrais portugueses. Maria do Carmo, em certa ocasião, pediu ao Juiz que Nicola Abarno assumisse a criação de seus filhos Conrado e Manoel Victor, tendo voltado atrás e recuperado a guarda dos mesmos. Porém, no ano de 1888, requereu ao Juiz que seus filhos fossem entregues novamente ao pai Nicola Abarno. Este respondeu à intimação e, na data de 04/04/1888, pediu ao Juiz a tutela dos filhos menores, tendo em vista a impossibilidade material e moral da mãe de mantê-los junto a si. O Curador Geral não se opôs à solicitação. Assim sendo, Nicola Abarno foi nomeado tutor de Conrado e Manoel Victor (Arquivo Público do RS, Alegrete, Tutela, Órfãos e Ausentes, Nº 1.198, Maço 60, Estante 65, Ano 1888. Tutelados: Conrado e Vitor Manuel (consta Emanuel). Tutor: Nicola Abarno).


O casal teve ainda o filho Euclydes Abarno e mais duas filhas, minha avó Alfonsina e Clothilde Abarno, que faleceu na infância. Nicola e Maria do Carmo tiveram, portanto, cinco filhos na constância desta união. Constou no inventário de Nicola Abarno, em 1918: “VI – Que o de cujos, durante o seu primeiro estado de viuvez, houve com D. Maria do Carmo, mulher solteira, com quem não tinha impedimento para casar, os seguintes filhos naturais: Conrado Abarno, Victor Manoel e Alfonsina Abarno, atualmente casada com Roque Di Giuseppe, os quais estão legalmente reconhecidos.” Segue: “Filhos naturais reconhecidos: Conrado Abarno, solteiro, maior; Manoel Victor Abarno, casado, maior, Alfonsina Abarno Di Giuseppe, casada com Roque Di Giuseppe. VII - Que, ainda, todos os herdeiros residem nesta cidade, com exceção de Conrado Abarno, que é domiciliado em São Luiz Gonzaga e Manoel Victor Abarno na Colônia Erechim, neste Estado”. O filho Euclydes não é mencionado no documento, pois havia deixado a cidade natal para trás, não havendo mais notícias sobre o seu paradeiro. 


OS FILHOS (VER FAMÍLIA ABARNO)

I-Conrado Abarno (*19/03/1883 Alegrete RS; CRCPN Alegrete, Livro A–4, fl. 69 verso, nº 286/+05/05/1955 Porto Alegre RS) casou-se em primeiras núpcias com Honorina Ribeiro (*1890 RS/+21/04/1923 RS), filha de Domingos Ribeiro e Maria do Carmo Pinto, na data de 05/11/1906, na cidade de São Luiz Gonzaga RS (CRCPN São Luiz Gonzaga, Livro B–5, fl. 36/37, nº 37), tendo o casal três filhos: Antônio Ribeiro Abarno, Armando Ribeiro Abarno e Matilde Ribeiro Abarno. Casou-se em segundas núpcias com a viúva Ursulina Soares Trindade (Lica) (*03/04/1904 RS/+26/02/1983 Porto Alegre RS), filha de João Soares de Lima e de Ritta Soares da Trindade, na data de 25/11/1925, em Porto Alegre (CRCPN Porto Alegre, 1ª Zona, Livro B–62, fl. 155 verso, nº 717), tendo o casal dois filhos: Tupy Soares Abarno e Giovanni Soares Abarno. Conrado era Capitão do 28º Corpo Auxiliar da Brigada Militar, segundo informação de Alfonsina Juliani Giuseppe, servindo na cidade de São Luiz Gonzaga RS. Conrado faleceu aos 82 anos de idade (CRCPN Porto Alegre, 4ª Zona, Livro C–96, fl. 224, nº 74.070) e foi sepultado no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre, local onde também foi sepultada Ursulina (Setor B-3, nº 6.907).




Conrado Abarno


II-Manoel Victor Abarno (Victor Manoel Abarno - Nezinho) (*15/04/1885 Alegrete RS/+19/04/1966 Porto Alegre RS). O nome de batismo era Victor Manoel Abarno. No registro de batismo, consta que nasceu na data de 03/04/1886: "No dia vinte e quatro de junho de mil oitocentos e oitenta e seis, batizei solenemente a Victor Manoel, filho natural de Maria do Carmo, nasceu no dia três de abril de mil oitocentos e oitenta e seis; foram padrinhos Luiz (...) e Coralina da Conceição e para constar lavrei este termo que assinei. O Vigário Frederico Catani (Cúria de Uruguaiana, Livro Batismos Alegrete n. 18, fl. 10 v)”. Por ter sido registrado anos mais tarde, o pai Nicola Abarno cometeu um erro, quando forneceu ao Cartório a data de 15/04/1885 como sendo a de seu nascimento. Casou-se com Doralina Pietro (Chininha) (*20/05/1891 Alegrete RS/+30/10/1964 Porto Alegre RS), filha de Rosalino Pietro e de Rita Joaquina Barbosa, na data de 20/02/1908, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição Aparecida do Alegrete (Cúria de Uruguaiana, Livro Casamentos Alegrete 1880-1911, Livro 12, fl. 81). Casaram-se no civil na mesma data. (CRCPN Alegrete, Livro B - 3; fl. 159, n. 14). Na época do casamento, Manoel Victor era militar. O casal teve um único filho chamado Victor Pietro Abarno. Manoel Victor era portuário aposentado, tendo ficado cego. Veio morar com a família em Porto Alegre antes do ano de 1949, residindo no Bairro Tristeza, na Rua Gen. Rondon n. 1.037. Faleceu por insuficiência cardíaca e arteriosclerose (CRCPN Porto Alegre, 5a. Zona, Livro C-13, fl. 42, n. 7.164), e foi sepultado no Cemitério da Vila Nova em Porto Alegre.



Victor Pietro Abarno



III-Euclydes Abarno (*10/10/1888 Alegrete RS/+17/05/1972 São Borja RS), sapateiro de profissão, era casado com Placidina Lannes Souto (*1893/1894 Rosário do Sul RS/+17/02/1950 Carazinho RS). Viveram em Rosário do Sul RS e Carazinho RS, tendo, ao final, Euclydes se radicado em Bagé RS. Tiveram sete filhos: Ruy, Oreosil, Iriocy, Victor, Nelson, Donozor e Geovani.


IV-Alfonsina Abarno (*01/01/1890 Alegrete RS/+13/12/1953 Porto Alegre RS), minha avó, casou-se com o italiano Rocco Di Giuseppe (*23/03/1876 Anzi, Província de Potenza, Itália/+31/08/1949 Alegrete RS), meu avô, filho de Francesco Di Giuseppe e de Filomena De Fina, na data de 18/03/1905 em Alegrete RS. O casal teve dois filhos: Francisco Abarno Giuseppe e Alfonsina Abarno Giuseppe.



Alfonsina Abarno


V-Clothilde Abarno (*1892 Alegrete RS/+06/10/1897), conforme o registro de óbito no Livro da Igreja, Mathilde faleceu de tuberculose pulmonar aos 4 anos de idade, sendo sepultada no dia seguinte no Cemitério Municipal de Alegrete (Cúria de Uruguaiana, Livro Óbitos Alegrete n. 7, fl. 50 v). No registro civil de óbito consta que o mesmo foi declarado por José de Lima e atestado pelo Dr. Honorino de Oliveira (CRCPN Alegrete, Livro C - 4; fl. 13 v, n. 90);



O FALECIMENTO DE MARIA DO CARMO MACHADO
 
Maria do Carmo faleceu os 38 anos de idade, na data de 21/07/1896 (CRCPN Alegrete, Livro C - 3; fl. 193, n. 56), na cidade de Alegrete, sendo sepultada no dia seguinte no Cemitério Municipal de Alegrete. O registro do Livro de Óbitos da Igreja refere que Maria do Carmo era de tez indiática, não menciona o estado civil, nem o nome dos pais, por serem provavelmente falecidos à época. Segundo contava a filha Alfonsina, minha avó, a sua mãe havia morrido de tuberculose quando era ainda criança. Alfonsina teria ajudado a mãe durante a doença, sendo que as pessoas comentavam sobre o perigo de que a menina pudesse vir a contrair a doença (Cúria de Uruguaiana, Livro Óbitos Alegrete nº 7, fl. 47 v).



Registro de Maria do Carmo no Livro de Óbitos da Igreja de Alegrete

Ver a continuação: Família Machado 2ª Parte - Genealogia