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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Memórias de Lugares Onde Morei II


Em algumas fases da vida, temos a oportunidade de iniciar uma história, vivê-la e, finalmente, encerrá-la. Há certa beleza triste neste lapso temporal repleto de emoções, que passaram pelas nuances da expectativa, do encantamento, das esperanças e alegrias, dando ensejo também ao prenúncio da saudade e ao pesar da despedida... É como ser o senhor do próprio destino, mas como um deus que se curva, vencido por forças de um universo incompreensível. Este post é dedicado aos saudosistas da praia de Capão Novo RS, nos seus áureos tempos.


Imagens de cartões postais dos Anos 1990 de Capão Novo: (esq.) Calçadão das Cabanas; (dir. na ordem) Rua do Amor-Perfeito e Calçadão; Vista Aérea de Capão Novo; Vista de Capão Novo com Anfiteatro e Ringue de Patinação, Cabanas: Turismo, Fliperama, Tudo por 1,99, Rádio da Praia, Sorveteria, Bares (cabanas à esq.); Play-Ground Forte-Apache e Ferrovia Norte-Sul; (frente) Canchas de Bocha Coberta e Bocha’s Bar, entre outras atrações...


A primeira vez que fomos a Capão Novo, um distrito litorâneo do município de Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul, foi no ano de 1988, quando passamos um final de semana na única pousada existente naquela época, a qual ficava longe da beira da praia. Creio que se situava nas proximidades da Avenida das Garças. Somente em janeiro de 1989, alugamos um apartamento JK no Edifício Hawaii, pertencente a um colega de meu irmão. Como ficava a uma quadra da praia, era bem prático caminharmos até lá. A vista da sacada em frente ao mar foi a melhor lembrança que restou daquele tempo. Foi uma estadia de poucos dias, proporcionada pelas férias de trabalho. A minha filha estava com 4 anos de idade naquela época. O irmão e a cunhada estiveram por lá num final de semana.


Vista da Avenida das Garças, tendo ao lado (esq.) o Condomínio Hawaii na década de 2000


A filha no parque infantil ‘Forte Apache’ – Verão de 1989 

Noutro veraneio, aluguei um apartamento térreo situado na Rua das Camélias, sendo que o condomínio se chamava Morada das Camélias. Naquele verão de janeiro de 1990, fez frio e choveu muito. Por esta razão, acabamos voltando antes do previsto para Porto Alegre. Uma lembrança engraçada foi a de que descobrimos um sapinho dentro do apartamento, que ficou lá até que passasse a noite e o zelador viesse retirá-lo. Lembrei agora que, naqueles dias, este mesmo zelador perdeu um filho num acidente. Foi comovente ver a sua profunda tristeza...


Na Morada das Camélias – Verão de 1990


Cabe agora uma explanação sobre as ruas de Capão Novo. As ruas paralelas à orla da praia, ou seja, paralelas ao calçadão, receberam nomes de flores, como por exemplo, Av. das Dálias, Rua do Amor-Perfeito, Rua das Rosas, Rua do Jasmim, Rua dos Crisântemos, Rua das Papoulas, entre outras. As ruas que são transversais a estas receberam o nome de pássaros, como a Av. das Gaivotas e a Av. das Garças. Além dessas, há mais 4 vias: Rua do Quero-Quero, Rua da Andorinha, Rua do Beija-Flor e Rua do Bem-Te-Vi. A avenida principal é a Av. Paraguaçu, que vem desde Capão da Canoa, atravessando outros balneários, e seguindo e a rota das praias mundo afora. Nos dias de hoje, não sei se houve alguma alteração importante.


Mapa dos Anos 1990 das ruas e avenidas de Capão Novo

Mapa numerado dos prédios e estabelecimentos de Capão Novo nos Anos 1990


Capão Novo era uma praia que estava ‘bombando’ naquela época. Nos Anos 1980, o fundador e Presidente do Grupo Capão Novo, Elmar Ricardo Wagner, falecido em 11/02/2022, foi o responsável pela idealização e urbanização de Capão Novo, além de introduzir a TV a Cabo, esta com sede em Capão da Canoa, algo que não existia no Litoral Norte. O empresário participou da construção de onze projetos no litoral, tendo tudo começado no ano de 1981, quando se iniciou a construção de mais de 5 mil casas no balneário planejado. Em frente ao mar, foi desenvolvido um grande parque, que oferecia uma estrutura de lazer para os veranistas, incluindo quadras esportivas, palco para shows e clube social. A valorização do empreendimento ultrapassou os 1.000% em poucos anos. Elmar foi considerado o pai dos condomínios do Litoral Norte, tendo sido também o proprietário da Rádio Horizonte, a qual ficou a cargo do filho Ricardo, antes de passar para o Grupo Murliki de Comunicações. Ele também foi o precursor dos condomínios fechados na praia de Xangri-Lá. As fotos a seguir relembram a praia naquela época, quando as crianças curtiam demais as atrações.


O play ground Forte Apache era uma novidade que as crianças souberam aproveitar - 1989


A filha cruzando a ponte sobre o ‘rio’ de areia - 1989


Vista do mar desde o Forte Apache - 1991


Mais um recanto do Forte Apache - 1991


Chegada à Viação Férrea Norte-Sul - 1989


O trenzinho partindo para a grande aventura - 1990


Passar pelo túnel e ouvir alguns gritinhos de medo fazia parte! - 1990


Talvez o personagem mais lembrado daquela época fosse o Franguinho do Minu, que fazia a sua ‘performance’ durante as atividades culturais, que aconteciam no Palcão. Fazia sucesso entre as crianças. Parece-me que havia também distribuição de brindes de salsichas da marca. No Palcão, aconteceram inúmeros espetáculos durante os anos de veraneios: de música, teatro, dança... Lembro-me especialmente de uma apresentação de ballet, que aconteceu numa das tardes descompromissadas de verão, de que gostei muito! Pena não ter fotografado... A gente pensa que sempre haverá outra oportunidade, mas o tempo não volta atrás! E a música que tocava antes dos eventos? Quem lembra? Era o tema de Capão Novo!


O Franguinho da Minu na frente do Palcão - 1990


O Palcão e os ‘bancos’ de madeira passaram por algumas reformas ao longo dos anos, pois a maresia não perdoa nem as lembranças - 2007


No Anfiteatro e Ringue da Patinação - chamado de Redondão - eram dadas as aulas de patinação aos interessados e eram feitas algumas apresentações. Era diversão certa! Dar voltas e mais voltas; às vezes, levando alguns tombos...


A filha andando de bicicleta, tendo ao fundo o Redondão, passando antes pelo quiosque de crepes suíços; à esquerda, no fundo, situava-se o Calçadão das Cabanas - 1993


O Redondão numa fase, digamos, menos colorida - 2007


Havia outras atrações, que ainda recordo. Numa época, houve uma atividade de educação para o trânsito, com karts à disposição para a gurizada, que funcionou uma ou duas temporadas. Havia as canchas de bocha, o campo de futebol, as aulas de ginástica na frente da praia, o clube... O Capão Novo Praia Clube proporcionava uma série de atividades, tanto para os sócios, quanto para os não sócios. Havia cursos de artesanato, culinária, etc. Sediava os bailes de Carnaval, infantil e adulto, enfim, era o centro das atividades de lazer da praia. Lembro-me especialmente de uma peça de teatro que fui assistir com minha filha, numa das salas do clube. Parece-me que se chamava Lili Inventa o Mundo, se não estou enganada, pois é o título do livro infantil de Mário Quintana. O tema era a Lili e a sua visão inusitada do mundo, cujas falas me emocionaram profundamente. Quisera lembrar-me de algum dos trechos. Mas hoje, tendo o livro, posso voar nas asas da fantasia! 


Vista do calçadão, tendo à direita as canchas de bocha cobertas e o Bocha’s Bar - 2007


Detalhe do campo de futebol em frente à praia - 2007


Capão Novo Praia Clube - 2007


As piscinas do Capão Novo Praia Clube - 2007


Canchas de tênis do clube - 2007


Foi durante estas idas e vindas nos primeiros anos de veraneio é que começou a construção do Edifício Residencial Mont Blanc, na Av. Paraguaçu, n° 4.260.  Recordo-me que havia apenas a demarcação do terreno, quando fui obter informações na Habitamar sobre o empreendimento. Acho que me decidi mesmo pela aquisição foi quando apareceu um anúncio no jornal, em que eram detalhadas as condições de venda. Fiz contato com o Grupo Capão Novo e lá fui eu entrar numa nova aventura! Depois de acertar a compra do apartamento ainda na planta, só fui conhecê-lo quando me foram entregues as chaves. O contrato com o grupo Capão Novo Empreendimentos Imobiliários foi feito em 30/10/1990. Naquela época, o prédio nem possuía número, mas apenas o numero da quadra. Quanto ao número do apartamento, não há necessidade de comentar, mas digo apenas que ficava no 4º andar. Fiz um cálculo de numerologia antes, para que desse um resultado mais ‘auspicioso’. A escolha, entretanto, foi em função de poder ver da sacada do apartamento as piscinas do condomínio, porque me preocupava a segurança de minha filha. Queria ficar de olho no que acontecia lá embaixo. Esta foi uma decisão desastrosa, porque ela acabou crescendo, depois tive que aturar noite e dia aquela gritaria costumeira da gurizada na parte interna do Condomínio. Lamentei não escolher um apartamento que fosse localizado para o lado da Av. das Gaivotas, onde há muito verde em volta, além de possuir uma vista melhor para o mar e para os morros, que ficavam no lado oposto à praia. Além do apartamento, quase ia me esquecendo de dizer, havia o box de estacionamento, que acabava sempre sendo usado sem licença pelos condôminos ou seus parentes. O financiamento foi feito pela Caixa Federal, sendo o contrato assinado em 1991. Tudo foi realizado com muito sacrifício, com a esperança de que, ao final, o esforço valesse à pena. Fui mobiliando com as coisas necessárias, para tornar o lugar mais acolhedor. Ter um telefone e uma TV a cabo lá foi o máximo!


Recordações do Condomínio Edifício Mont Blanc


Mas Capão Novo, após o boom de lançamento, começou a declinar na primeira década de 2000. Nada era mais como antes. A programação cultural que havia no Palcão, até mesmo a do Clube, os eventos realizados no Redondão, as casinhas do calçadão ocupadas por lojas e bares viraram recordação dos ‘verões passados’. Nem a pracinha do Forte Apache se salvou: aquela do trenzinho que levava as crianças para passear e que entrava no túnel quase ‘mal-assombrado’. O frango do Minu sumiu do mapa da mina, o antigo Supermercado Capão Novo fechou as portas, o ônibus Mico Preto, um ônibus preto que fazia a rota Porto Alegre-Capão Novo-Porto Alegre, também saiu de cena, o ‘Lilico’, uma espécie de jardineira puxada por um jeep, que conhecia lá de Tramandaí por ‘dindinho’, parece que se aposentou... Quem lembra das ‘quedas de luz’, explicadas pelo grande número de pessoas durante os veraneios? De repente, a luz ficava bem fraquinha... Isto foi resolvido depois de alguns anos, sendo uma das coisas que melhoraram com o tempo em Capão Novo. 

Ficaram as lembranças das caminhadas à beira da praia ouvindo músicas no walkmann, dos passeios entrando e saindo das ruas em zigue-zague, de pegar um DVD na locadora Replay Film’s, dos almoços no Restaurante Trespach em frente ao condomínio (atualmente mudou-se para depois da Av. das Garças), das sorveterias, das idas à loja de artesanato Ferrari depois do almoço, que vendia ‘de tudo um pouco’, de dar uma olhada nas casas de revistas e outras mercadorias, como a Miscelânea, da pequena galeria em que funcionou numa época uma loja de bijuterias e acessórios, a Confraria da Vaidade da Zazá, onde hoje há uma imobiliária, além de dar uma olhada em outras lojinhas que funcionavam nas temporadas, de passar pelo Posto de Saúde, que nunca precisei, pelas farmácias, pelo Posto Policial que antigamente era outra construção, coberta por uma cúpula esférica, pelas imobiliárias que ainda ocupam boa parte da Av. Paraguaçu, pelo comércio de serviços diversos que às vezes precisava, como lavanderia e costureira. Tudo o que era de mais importante ficava nesta avenida. Lembro, ainda, da Floricultura Raízes, no começo da área residencial de Capão Novo, que me inspirou e me alegrou muitas vezes com suas flores e materiais de jardinagem, a nossa rodoviária, um pequeno posto com horários restritos, que marcava o compasso do tempo da alegria das chegadas e o da tristeza das despedidas. 

A lembrança de que me arrependo de não ter feito fotos, foi a da única visita que a minha mãe fez ao apartamento. A gente acha que vai ter todo o tempo do mundo, para repetir a experiência, mas infelizmente não é assim. Como ela ficou muito tempo cuidando de meu pai e não podia viajar, passaram-se vários anos sem que conhecesse a nossa praia. Depois que ele faleceu, ela se animou a ir conosco. Foi quando um pequeno acidente aconteceu, na esquina do condomínio, quando ela tropeçou e caiu na calçada. Ela achou aquilo tudo muito engraçado, tanto que começou a rir. Coisas que são imprevisíveis e, de certa forma, cômicas! Algum tempo se passou, e ela também nos deixou...

Lembro da rotina de ir à praia pela manhã, voltar para o almoço, depois fazer compras no supermercado da esquina, à tarde ler algum livro, fazer exercícios de francês, assistir um filme alugado da locadora, preparar alguma receita... Na estante da sala havia poucos livros para ler, muitas vezes comprados em Capão Novo mesmo. Lembro-me que garimpei um deles, da autoria de Neide Archanjo, do qual me restaram apenas estes versos, que os reproduzo, enviando-lhe a minha cordial saudação:


“Abre os olhos
cor do Nilo
imprevisivelmente verde
em certas horas da tarde
entre Luxor e Karnac
quando as hastes de papiro
balançam silenciosas
nas egípcias margens
e
me olha”.

 

Série Animais de Capão Novo: (acima) um garboso cavalo na Av. das Gaivotas; um grupo de garças na orla do mar; (abaixo) um pequeno bando de gaivotas-alegres atravessando o céu azul e gato passeando pelas ruas de Capão Novo


Capão Novo, com o passar do tempo, entrou numa fase mais acomodada. Apareceram novos condomínios e foram sendo construídas novas casas, até mesmo mais bonitas do que aquelas dos verdes anos. Começou a funcionar a Faculdade do Campus Avançado da Universidade de Santa Cruz do Sul, entrou em serviço a lotação Capão Novo-Capão da Canoa, que também passava na faculdade, o Clube foi remodelado, houve tantas mudanças... Cheguei até a pensar que, se fosse poderosa e tivesse muito dinheiro, faria algo por Capão Novo. Não para virar uma ‘Capão da Canoa’, da qual não gosto, mas para voltar à sua concepção original, a fim de que não perdesse a sua característica primordial de balneário ligado ao lazer, à tranquilidade e à segurança. Mas este dia nunca chegou. Vamos voltar à realidade! 

Há um bom tempo vinha me acostumando com a ideia de despedir-me do apartamento da praia. Apesar de haver conseguido um acordo favorável com o banco credor, havia a necessidade de recursos para a montagem do novo apartamento em Porto Alegre. Cada vez que ia lá, pensava que era uma pré-despedida, até que viesse o final fatídico. Havia feito uma lista de coisas que me desagradavam em Capão Novo, no condomínio e no apartamento em si. Colocava tudo numa balança, talvez mais para me convencer de que era a coisa certa a fazer. Havia a infiltração no teto da sala, advinda do telhado que nunca fora sanada pela Administração do Condomínio, a gritaria da vizinhança, sobretudo na época de veraneio, mais ainda nas horas da madrugada, o uso do meu box sem autorização por pessoas desagradáveis, como o mal-educado vizinho peruano que teve a petulância de afrontar a minha filha, quando esta lhe pediu para tirar o carro dele do meu box, as despesas de manutenção, a necessidade de limpeza e conservação que acabava assumindo sozinha, além dos problemas com os carunchos, que vieram de brinde nas portas e janelas desde a entrega do bem, as infindáveis escadas até o 4º andar, as infiltrações do meu banheiro no apartamento de baixo e, finalmente, a faltava a colaboração, que nunca conhecera, para suportar tudo isto sozinha! 


Série Flores & Plantas de Capão Novo: (acima) hortências azuis, flores vermelhas de Calistemo, flores fucsia do chorão-das-praias (Carpobrotus edulis) e tuias; (centro) girassol; (esq.) flor de hibisco vermelha, flores brancas do jasmim-estrela; (dir.) flores fúcsia de bougainvillea (primavera) e alamandas amarelas; (abaixo) iuca-gigante, flores azuis da bela-emília, flores amarelas da margarida-das-dunas (foto tirada na primavera) e eucaliptos na Av. das Gaivotas


A necessidade de recursos financeiros, entretanto, falou bem mais alto. Na contrapartida, ficaram as boas lembranças durante o período de tempo de aproximadamente 19 anos em que fui a proprietária deste sonho construído sobre a areia. Ficaram as fotos, os derradeiros filmes, as memórias do ontem, do hoje e as incertezas que despertaram invariavelmente o amanhã. Durante estes anos todos, a vida seguiu o seu curso, a filha cresceu, a minha fase laborativa seguiu adiante e se findou, sobreveio a doença e a despedida do meu pai e, depois, a de minha mãe: havia se fechado um grande ciclo. Eu o havia começado sozinha - com a cara e a coragem - e o terminara sozinha. Nada mais justo: eu devia apagar a luz! Na vida temos poucas oportunidades de ver como uma história que começamos seja realmente terminada. Escrever o primeiro e o último capítulo, fechar o livro, dar por finalizada a leitura. Nada mais terrível, por exemplo, para um compositor não conseguir acabar a sua sinfonia, um escritor deixar de escrever os últimos capítulos de seu livro, ou um cineasta não filmar as últimas cenas de seu adorado filme. Talvez esteja aí o sentido das coisas: mais triste é não ver como as coisas acabam! 

Mas o final foi rápido e o menos doloroso possível. Mal coloquei à venda na Imobiliária, só pela movimentação do corretor no prédio, apareceu o comprador que já estava de olho no apartamento fazia tempos. Vou declinar de seu nome por vários motivos. A incerteza de quando e quantas seriam as minhas despesas finais com relação ao novo apartamento não me deixaram escolha. Mesmo barganhando, acabei aceitando o preço de venda, digamos, meio vil. A partir daí, foram idas à praia para trazer coisas do apartamento de que gostava - não muitas -, ver aos poucos o novo dono trazendo outros móveis e se desfazendo dos meus que estavam lá comigo há anos, tudo por minha gentileza, porque, àquelas alturas, não fazia a menor diferença.


Série Céu, Areia & Mar: imagens que resgatam o céu, o caminhar solitário pela areia molhada, as cenas de banhistas e de pescadores na beira da praia, a vegetação que se impõe ao vento, as flores que embelezam as dunas, o pote com conchas sobre a areia da praia guardado há anos e as ondas do mar cintilando ao sol! 


O dia da despedida foi o de 28/11/2010, para a entrega das demais cópias das chaves. Um último passeio pelas ruas de Capão Novo, pelo calçadão da praia, pela avenida que ia dar no prédio. Sabia que sentiria falta de andar pelas ruazinhas com nomes de pássaros e flores, com os seus condomínios e suas casas com belos jardins, algumas destas dignas de filmes de cinema... Ao Mar reservei uma despedida (às vezes, o chamava de ‘Pai Oceano’), aquele que sempre se renova: todo dia é diferente. O Mar é teu espelho, onde contemplas a tua alma, como escreveu o poeta Baudelaire.

Na volta para o apartamento, um incidente me fez parar no caminho. Um cavalo exausto estava deitado na grama do campo de futebol, perto da praia. Havia gente em volta daquele pobre animal, talvez já agonizante, o que me deu uma profunda tristeza. Um ser nobre por excelência naquela posição de submissão, de desamparo... Lembrei-me de um cavalo que fotografei ali perto, foto que faz parte do meu álbum de recordações. O tempo do ontem e o de hoje havia se interseccionado... Estava diante de uma encruzilhada. Segui adiante, até chegar ao destino e começar a filmar a vista, que me proporcionava a sacada do apartamento. Naquela oportunidade, o prédio estava quase todo vazio. Reinava o silêncio: como deve haver nos momentos solenes! Depois, só restava ir embora, mas deveria ser um ‘sem olhar para trás’... 


Série Ruas, Prédios & Recantos de Capão Novo


Para terminar, apresento esta receita que fazia nas tardes de Capão Novo: um pão integral para ser ‘assado’ no micro-ondas. Simples e pouco demorado, para um descompromissado chá de final da tarde! Clicar no link abaixo da foto. 







domingo, 12 de fevereiro de 2023

Família Basile - Estudos de Genealogia & História

 

Os imigrantes Domenico (Domingos) Antonio Basile e Maria Teresa Pinto Basile, com as filhas Carmen (esq.) e Maria Theresinha (dir.)

O presente estudo de Genealogia e História da Família Basile surgiu da curiosidade e do desejo de divulgar os ancestrais e demais parentes da 4ª esposa de meu bisavô, Nicola Abarno, chamada Rosa Basile. Apesar dos poucos dados iniciais, pois as pessoas que poderiam me orientar não mais existiam, incluindo minha mãe, que de certa forma foi sua neta, aos poucos o estudo foi tomando forma e conteúdo, graças às minhas pesquisas e informações de outros pesquisadores.

Através de uma rápida pesquisa na Internet, verifiquei que Basile é um dos 50 sobrenomes mais difundidos na Itália, principalmente no sul, onde teria surgido. O sobrenome vem do nome Basile (um patronímico), que foi sendo transmitido aos seus descendentes ao longo do tempo. Origina-se do grego Basileios, latinizado como Basilius, isto é, transformou-se no título que ostentavam os imperadores bizantinos. A etimologia da palavra é desconhecida, talvez vinda do vocabulário de algum povo da Ásia-Menor, mas alguns pensam que a combinação de palavras gregas como ‘base, fundamento e povo’ seja a chave de seu significado.


A IMIGRAÇÃO VIA RIO DA PRATA

Apesar de todos os esforços para encontrar os dados de imigração no Brasil, como navios e portos de embarque e desembarque, dadas as dificuldades de encontrar as listagens, tanto na Argentina, quanto no Uruguai, a viagem seguiu a lógica dos imigrantes que escolhiam a rota via Rio da Prata, para adentrar na América do Sul. Posteriormente, alguns membros da Família Basile foram residir no Uruguai, o que dificultou ainda mais a pesquisa, dado que os registros civis deste país estão bloqueados para pesquisa no site do Familysearch. Por isso, alguns dados estão incompletos ou faltantes.


ANTEPASSADOS BASILE NA ITÁLIA

1-Vincenzo Basile (*Itália/+23/07/1806 Barile, Potenza, Itália) casou-se com Maddalena Rosa Panaro (*Itália/+Itália). Tiveram pelo menos um filho:

1.1-Giuseppe Basile (*1784/1785 Barile, Potenza, Itália/+18/09/1834 Barile, Potenza, Itália), referido como Don Giuseppe, tinha como profissão Speziale di Medicina (Boticário), mais tarde denominado Farmacista (Farmacêutico), casou-se com Caterina Paradiso (*1786/1787 Barile, Potenza, Itália/+23/02/1859 Barile, Potenza, Itália), filha de Nicola Paradiso e Anna Maria Calabrese, por volta de 1804, em Barile. Residentes na Strada La Piazza e, mais tarde, na Strada Palazzo. O casal teve 8 filhos:

1.1.1-Vincenzo Basile (*1804/1805 Barile, Potenza, Itália/+09/11/1831 Barile, Potenza, Itália), Pratico Notariale (Notário, Tabelião), casou-se em 29/04/1827, em Barile, com Antonia Maria Marchese (*1806/1807 Rapolla, Potenza, Itália/+10/03/1874 Rapolla, Potenza, Itália), filha de Raffaele Marchese e Raffaela Lopes. Residentes na Strada La Piazza e, após, na Strada Castello, em Barile, tendo a esposa de Vincenzo falecido no Largo Brescia, em Rapolla. O casal teve dois filhos:

1.1.1.1-Achille Basile (*01/06/1828 Barile, Potenza, Itália/+23/02/1829 Barile, Potenza, Itália);

1.1.1.2-Achille Giuseppe Nicola Basile (*31/08/1829 Rapolla, Potenza, Itália/+23/11/1894 Rapolla, Potenza, Itália), Vice Segretario Comunale, casou-se com Grazia Maria Belluscio (*22/04/1839 Rapolla, Potenza, Itália/+08/06/1920 Rapolla, Potenza, Itália), filha de Raffaele Belluscio e Carmela Carbonara, na data de 22/06/1886, em Rapolla. Residiram na Via Arco De Menfis e na Via Largo Brescia, em Rapolla. Tiveram os filhos: Giuseppe, Antonio, Carolina, Francesco, Rosina Anna Raffaela e Vincenzo Nicola.

1.1.2-Lucia Basile (*19/09/1811 Barile, Potenza, Itália);

1.1.3-Michele Basile I (*04/03/1813 Barile, Potenza, Itália/+25/12/1835 Barile, Potenza, Itália);

1.1.4-Nicola Basile (*17/05/1815 Barile, Potenza, Itália/+18/04/1895 Barile, Potenza Itália) exerceu profissões como Pizzicagnolo (fabricante e vendedor de queijos e salames) e Guardiano (guarda), casou-se com Maria Teresa Traversi (*01/05/1817 Barile, Potenza, Itália/+07/04/1900 Barile, Potenza, Itália), filha de Nicola Traversi e Maria Raffaela Peschi, na data de 25/10/1835, em Barile. O casal teve 8 filhos, que serão descritos posteriormente; 

1.1.5-Rosa Maria Basile (*08/03/1818 Barile, Potenza, Itália/+09/03/1846 Barile, Potenza, Itália) casou-se com Pasquale Maria Morante (*25/01/1810 Melfi, Potenza, Itália), Guardabosco (guarda florestal), filho de Michele Morante e Maria Giuseppa Corsi, na data de 15/02/1842, em Barile. Residentes na Strada Palazzo, em Barile. Tiveram 3 filhos: Giuseppe, Michele Arcangelo e Maria Raffaela;

1.1.6-Teresa Basile (*24/11/1820 Barile, Potenza, Itália/+05/07/1825 Barile, Potenza, Itália);

1.1.7-Domenico Basile (*04/04/1824 Barile, Potenza, Itália/+27/07/1824 Barile, Potenza, Itália;

1.1.8-Michele Basile II (*26/08/1827 Barile, Potenza, Itália).


O RAMO DOS IMIGRANTES BASILE

1.1.4-Nicola Basile (*17/05/1815 Barile, Potenza, Itália/+18/04/1895 Barile, Potenza Itália), filho de Giuseppe Basile e Caterina Paradiso, exerceu profissões como Pizzicagnolo (fabricante e vendedor de queijos e salames) e Guardiano (guardião, capataz), casou-se com Maria Teresa Traversi (*01/05/1817 Barile, Potenza, Itália/+07/04/1900 Barile, Potenza, Itália), filha de Nicola Traversi e Maria Raffaela Peschi, na data de 25/10/1835, em Barile. Residiram na Strada La SS. Annunziata (1836; 1837); Strada Carceri (1840); Strada Piazza (1835; 1858) e Via Annunziata (1895). O casal não imigrou na América. Tiveram 8 filhos:

1.1.4.1-Giuseppe Maria Emidio Basile (*29/12/1836 Barile, Potenza, Itália/+08/01/1837 Barile, Potenza, Itália);

1.1.4.2-Enrichetta Basile (*09/11/1840 Barile, Potenza, Itália). Sem notícias.

1.1.4.3-Giuseppe Antonio Basile (*09/09/1844 Barile, Potenza, Itália), Professore di Ginnastica, casou-se com Maria Rosa Marchiselli (*12/06/1855 Viggiano, Potenza, Itália), Insegnante (professora), filha de Vincenzo Marchiselli e Maria Lusasso, na data de 01/09/1882, em Viggiano. Residentes na Contrada Menotti, s/nº (1883 a 1890). Residentes na Contrada Sotto gli Orti, s/nº (1890), na Via Santa Maria, nº 7 (1891 e 1894); idem nº 5 (1895 a 1898) em Viggiano; residiram também na Strada Piazza, nº 23, em Barile (1906). Tiveram 10 filhos: Vincenzo Nicola, Maria Teresa Caterina Olga, Ernesta, Oreste I, Pilade (masc.), Oreste II, Oreste III, Umberto e Francesco Emilio, todos nascidos em Viggiano;

1.1.4.4-Vincenzo Basile (*13/04/1849 Barile, Potenza, Itália). Sem notícias.

1.1.4.5-Rosa Basile (*1853 Albânia/+27/09/1940 Alegrete, RS, Brasil) casou-se com Nicola Abarno (*19/02/1842 San Fele, Potenza, Itália/+15/05/1918 Alegrete, RS, Brasil), filho de Francesco Maria Abarno e Angela Maria Crisonino, na data de 11/05/1903, em Alegrete. O casal não teve filhos.

1.1.4.6-Domenico Antonio Basile (*03/04/1854 Barile, Potenza, Itália/+16/05/1918 Montevidéu, Uruguai), Sarto (alfaiate), conhecido como Domingos Basile, casou-se com Maria Teresa Pinto (*12/10/1860 Viggiano, Potenza, Itália/+Após 1921 RS, Brasil), filha de Antonio Vincenzo Battista Raffaele Pinto e Maria Giuseppa Messina, na data de 07/07/1879, em Viggiano. O casal teve 10 filhos, que serão descritos posteriormente;

1.1.4.7-Filomena Basile (*23/04/1856 Barile, Potenza, Itália/+27/06/1920 Alegrete, RS, Brasil). Solteira e sem filhos;

1.1.4.8-Raffaele Basile (*28/04/1858 Barile, Potenza, Itália/+07/11/1858 Barile, Potenza, Itália).


DOMENICO ANTONIO BASILE OU DOMINGOS BASILE


Domenico (Domingos) Antonio Basile


Domenico Antonio Basile, filho de Nicola Basile e Maria Teresa Traversi, nasceu em 03/04/1854 em Barile, Potenza, Itália. Casou-se com Maria Teresa Pinto, nascida em 12/10/1860 em Viggiano, Potenza, Itália, filha de Antonio Vincenzo Battista Raffaele Pinto e Maria Giuseppa Messina, na data de 07/07/1879, nesta mesma cidade, tendo o casal tido 10 filhos.


Maria Teresa Pinto Basile


Quando já haviam nascido os três primeiros filhos, Enrico, Francesco e Maria Henriqueta, no ano de 1883, Domingos e sua família residiam em Viggiano, na Contrada Magento, nº 15. Supõe-se que tenham emigrado para a América entre os anos de 1884 e 1885, dado que a filha Nicolina nasceu em Quaraí RS neste último ano. Os Basile imigraram através da conhecida rota do Rio da Prata, um tipo particular de imigração, que poderíamos chamar de imigração urbana, composta por pessoas que exerciam profissões não relacionadas à agricultura. Além disso, os trâmites de entrada na América por via das fronteiras da Argentina, do Uruguai e do Brasil era menos onerosos e burocráticos. 

Nos registros italianos, Domingos é mencionado como Possidente, isto é, uma pessoa possuidora de bens imóveis, um proprietário, que vivia ou não de aluguéis. Na América, exerceu a profissão de Sarto ou Alfaiate. No livro O Município de Alegrete, do ano de 1908 (fl. 204), constou que “a alfaiataria era bem representada pelo profissional Domingos Basile.” A alfaiataria em Alegrete chamava-se ‘A Moderna’.  Segundo relato da filha Maria Theresinha, transmitido aos seus descendentes, Domingos veio para o Brasil com uma carta de recomendação do Rei Vittorio Emanuele, elogiando seus excelentes serviços de alfaiataria.

O percurso dos Basile foi de certa forma similar ao da família Abarno, ancestrais desta pesquisadora. Pela região de La Plata, passando possivelmente por Salto, Uruguai, os Basile chegaram até a cidade brasileira de Quaraí no RS. A filha Nicolina, nascida em 1885, foi batizada somente aos 7 anos de idade, no ano de 1892, na Igreja Matriz, tendo como padrinhos Vito Abarno e a esposa Manoela Barbito. Estes tinham domicílio em Quaraí, onde Vito era comerciante, mantendo residência fixa na cidade de Salto, Uruguai.  A família Basile lá permaneceu desde os anos de 1884 ou 1885, até por volta do ano de 1892, quando veio a fixar residência em Alegrete RS.

A presença da família em Alegrete, após 1890, é corroborada pelo fato de que o nome de Domenico Basile não constava nos "Assentamentos dos Recusados Estrangeiros que não aceitaram a naturalização" em 24/02/1890, na forma do Decreto de 14/12/1889, da Secretaria da Câmara da Intendência Municipal de Alegrete. Esta declaração de não naturalização era obrigatória por força de lei. 

A proximidade de Quaraí com a cidade uruguaia de Artigas pode ter incentivado a família a residir nesta última durante algum tempo. Fato similar aconteceu com a família de Angela Maria de Vico Abarno, seus filhos Maria Antonia Abarno Benedetto e Francisco Antonio Abarno, que também mantinham residência em Quaraí e/ou Artigas.

No ano de 1894, o filho José Basile foi registrado na cidade de Artigas, Uruguai, esta separada de Quaraí pelo rio de mesmo nome. Naquela época, não existia a Ponte Internacional da Concórdia, que foi construída somente em 1968. Provavelmente, a última filha, Carmen, tenha sido registrada por volta de 1900 em Artigas, posto que as pesquisas revelassem que esta era uruguaia. 

A passagem por Alegrete RS foi fundamentada através dos registros civis e religiosos lá existentes. O casamento civil da irmã Rosa Basile com o bisavô da pesquisadora, Nicola Abarno, em 11/05/1903, foi realizado na casa de Domingos Basile. Na data de 16/07/1904, o casamento civil da filha Maria Henriqueta e Angelo Dalla Nora foi realizado no mesmo local. Domingos foi padrinho de batismo em 15/10/1905 da neta Maria Carmem Basile Dalla Nora. No ano de 1908, como já descrito, Domingos foi citado no livro da cidade de Alegrete. Em 1909, casava-se a filha Italia Basile, na casa de residência dos pais. Os filhos ainda solteiros, Carmen e José, foram padrinhos de batismo de uma menina de nome Maria Natália na data de 19/11/1911. Nesta mesma década, Domingos Basile e a esposa Teresa Pinto deixaram Alegrete, possivelmente para viver por algum tempo no Uruguai.

O próximo evento revela que o casal Domingos e Maria Teresa viajou no 'Vapor Servolo Dourado' procedente de Santos SP, com destino ao porto de Montevidéu, chegando até este na data de 14/03/1918. No documento, constou o endereço residencial em Montevidéu: Calle 18 Julio, nº 1136 (atualmente neste endereço existe o Edificio Torre Libertad). Estavam com eles, Carmen (casada, 18 anos), Teresa (solteira, 17 anos, Maria Theresinha), Emma (casada, 29 anos, esta esposa de Saturno Basile) e Garibaldi (casado, 29 anos, uruguaio, este esposo de Carmen). O vapor fez paradas nos portos de Paranaguá PR, Itajaí SC e Rio Grande RS. Domingos estava com 64 anos naquela época. Carmen havia se casado com o uruguaio Garibaldi Rossello, nascido em Montevidéu. Possivelmente, o endereço citado fosse deste casal.


Listagem do Vapor Sérvulo Dourado de propriedade da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro – Porto de Saída: Santos SP Brasil – Porto de chegada: Montevidéu Uruguai


A última informação obtida revela que Domingos e Teresa residiriam por volta de 1920 em Santana do Livramento, conforme o constante no registro de nascimento da neta Maria Tereza Dalla Nora, na cidade de Seberi RS. Depois, a informação que se tem, colhida no registro de nascimento do neto Adolpho Waldomiro Hoffmann, é a de que Domingos já seria falecido no ano de 1921, mas a sua esposa Teresa ainda vivia. Constatou-se que Maria Teresa Pinto falecera antes do casamento religioso do filho Saturno em Rivera, realizado em 1928. Foram feitas buscas no Cartório de Santana do Livramento e também nos livros de cemitério de Uruguaiana, além de outras prováveis cidades, mas nada foi encontrado sobre Maria Teresa. Domingos Basile faleceu em 16/05/1918 em Montevidéu, Uruguai, em decorrência de câncer de pâncreas, em seu domicílio, na Calle Rivera, nº 410 (atual Av. General Rivera). 


1.1. Enrico Basile (*15/05/1880 Viggiano, Potenza, Itália). Sem notícias;

1.2. Francesco Basile (*08/07/1881 Viggiano, Potenza, Itália/+08/06/1883 Viggiano, Potenza, Itália);

1.3. Maria Henriquetta ou Enrichetta Basile (*1882 Viggiano, Potenza, Itália/+27/10/1932 Seberi RS), casou-se com Angelo Dalla Nora (*15/01/1880 Motta Di Livenza, Treviso, Itália/+24/05/1962 Seberi RS), que exerceu as profissões de artista, agricultor, ferreiro e mecânico, filho de Giuseppe Dalla Nora e Antonia Cavarzan, na data de 16/07/1904 (civil e religioso). O casamento civil foi realizado na casa dos pais da noiva. A cerimônia foi realizada na Igreja Matriz de Alegrete RS. Na época do casamento, residiam nesta cidade. Angelo Dalla Nora foi sepultado no Cemitério de Osvaldo Cruz (Taquaruçu RS). O casal teve 10 filhos: 


O casal Enrichetta Basile Dalla Nora e Angelo Dalla Nora, com os filhos: Maria Carmen ou Carmelita (atrás, de pé), José Adrião (esq.), Antonio (no colo) e Angelo (dir.) – Seberi - 1909


Nota 1: em vários registros é dito que Maria Henriqueta era italiana. A data de nascimento em Viggiano não foi possível obter, porque faltam os livros de registros de nascimentos dos anos 1881 e 1882.


1.3.1. Maria Carmen Basile Dalla Nora (Carmelita) (*25/07/1905 Alegrete RS/+17/07/1991 Vicente Dutra RS) casou-se em primeiras núpcias com Lourenço Pereira Soares (*RS/+01/11/1923 Palmeira das Missões RS), na data de 01/01/1921, em Palmeira das Missões RS (consta no site do Familysearch, mas não foi encontrado em cartório). Carmen foi sepultada no Cemitério Católico de Nossa Senhora dos Navegantes em Vicente Dutra RS. Tiveram uma filha chamada Italia. 

1.3.1.1. Italia Dalla Nora Soares (*16/04/1922 Palmeira das Missões RS/+11/11/2005 Cachoeirinha RS) casada com Homero Dias da Rocha (*14/07/1915 Soledade RS/+21/02/1956 Vicente Dutra RS), Funcionário Público Municipal, filho de João Antônio da Rocha e Bibiana Cândida Dias, na data de 11/05/1938, em Vicente Dutra RS. Tiveram 5 filhos: Maria Celene, Belvoir Antônio, Maria Marlene, Vera Teresinha e Tarso José. 

Maria Carmen casou-se em segundas núpcias com Carlos José Uberti (*07/05/1902 Jaguari RS/+28/11/1998 Vicente Dutra RS), agricultor, filho de Antonio Uberti e Vittoria Maria Sala, na data de 31/12/1927, em Seberi RS. Carlos foi sepultado no Cemitério Católico de Nossa Senhora dos Navegantes em Vicente Dutra RS. Tiveram 8 filhos: Soeli, José Garibaldi, Leonor, Dileta, Henriqueta, Adroaldo, Jonas e Leonete. 

1.3.1.2. José Adrião Dalla Nora (*01/03/1907 Seberi RS/+25/07/1979 Seberi RS), agricultor, casou-se com Romilda Johann (*13/06/1908 Montenegro RS/+09/01/2004 Frederico Westphalen RS), filha de Luiz Johann e Emilia Plentz, na data de 15/07/1948, em Frederico Westphalen RS. Romilda era neta de Barbara Strasser, irmã do trisavô da pesquisadora, Georg Strasser. Barbara foi casada com Johann Georg Johann. José Adrião foi sepultado no Cemitério de Oswaldo Cruz RS. Romilda foi sepultada no Cemitério Municipal de Seberi RS. Tiveram 11 filhos: Manoel Julio, Maria Anair, Alfredo, Henrique, Victor, Pedro, Lourdes, Paulo, Antonio, Lucia e Edelweiss;

1.3.1.3. Angelo Dalla Nora Filho (*21/03/1908 Alegrete RS/+04/03/1976 Osvaldo Cruz, Frederico Westphalen RS), agricultor, casado com Marta Trezzi (*29/07/1908 Seberi RS/+05/01/1989 Seberi RS), filha de Agostinho Trezzi e Josefina Martinatto, na data de 04/03/1937, em Seberi RS. O casal foi sepultado no Cemitério de Osvaldo Cruz (Taquaruçu RS). Tiveram 12 filhos: Odila, Paulo, Iria Maria, Ivo, Enriqueta, Lucila, Felipe, Vicente, Arnaldo, Maria de Lourdes, João e Ninfa;

1.3.1.4. Antonio Basile Dalla Nora (*RS/+RS), tinha o apelido de Antoninho. Sem notícias;

1.3.1.5. Carmelito Justo Dalla Nora (*19/07/1912 Alegrete RS/+27/06/2005 Seberi RS), agricultor, casou-se com Olivia Trezzi (*27/02/1920 Frederico Westphalen RS/+11/03/1997 Seberi RS), filha de Domingos Trezzi e Carlota Pasuc, na data de 08/07/1944, em Frederico Westphalen. Carmelito foi sepultado no Cemitério de São João Baptista em Seberi RS e Olivia no Cemitério de Osvaldo Cruz (Taquaruçu RS). O casal teve 11 filhos: Elita, Justo, Terezinha, Delezia, Adiles, Cecília, Angelina, Primo, Afonso, Izabel e Gilberto;

1.3.1.6. Domingos Dalla Nora I (*11/04/1915 Alegrete RS/+Antes 1918 RS);

1.3.1.7. Nicolino Dalla Nora (*RS/+30/03/2001 Frederico Westphalen RS), casado, teve pelo menos um filho: Nicolino Dalla Nora Júnior;

1.3.1.8. Domingos Dalla Nora II (*20/10/1918 Tapera RS/+03/07/2001 Seberi RS), registrado em Não-Me-Toque RS, agricultor, casou-se com Amelia Pertille (*22/01/1922 Não-Me-Toque RS/+12/05/2002 Frederico Westphalen RS). Domingos foi sepultado no Cemitério São João Baptista em Seberi RS e Amelia no Cemitério Municipal de Frederico Westphalen RS. Não deixaram filhos.

1.3.1.9. Maria Tereza Dalla Nora (*22/03/1922 Seberi RS/+18/03/1943 Seberi RS) casou-se com Alfredo Batista Esteves (*06/08/1919 Montenegro RS/+RS), agricultor, filho de José Batista Esteves e Joanna. Fonte da data de óbito de Maria Tereza: anotação no seu registro de casamento.

1.3.1.10. Agostinho Dalla Nora (*27/10/1924 Seberi RS/+19/04/2016 Seberi RS), agricultor, casou-se com Angela Canzzi (*03/04/1923 Guaporé RS/+RS), filha de Henrique Canzzi e Catarina Fontana. Tiveram pelo menos uma filha: Henriqueta Dalla Nora.



1.4. Nicolina Basile (*05/07/1885 Quaraí RS/+08/06/1916 Alegrete RS) faleceu aos 30 anos de febre tifóide. Solteira, sem filhos;


1.5. Saturno Jonathas Basile (*29/11/1886 Quaraí RS/+18/06/1964 São Leopoldo RS) batizado como Saturnino, alfaiate, casou-se no religioso na data de 28/04/1928, na Igreja da Imaculada Conceição em Rivera, Uruguai, com Emma Walser Gugelmeyer (*1888/1889 Nueva Helvecia, Colonia, Uruguai/+03/04/1981 São Leopoldo RS), filha de Guilherme Gugelmeyer, da Alemanha, e Rosa Walser, da Suíça. Não foi localizado o casamento civil. 


Saturno Basile com os filhos Nicolina (dir.) e Domingos (ao colo) – Santana do Livramento RS – 1922

Nueva Helvecia é uma cidade do Uruguai, localizada no Departamento de Colonia, sendo fundada em 1862 por imigrantes suíços. A família de Emma migrou da Suíça para o Uruguai, indo residir nesta cidade. Segundo um descendente, ela pode ter conhecido Saturno nesta mesma cidade. Já casados, foram para Alegrete, Livramento e, depois, para São Leopoldo, depois de 1943. O casal foi sepultado no Cemitério Municipal de São Leopoldo RS. Tiveram 7 filhos.


Saturno Basile e Emma Gugelmeyer Basile


1.5.1. Nicolina Gugelmeyer Basile (*03/12/1918 Colonia, Uruguai/+1993 São Leopoldo RS) casou-se com Ruben de Vargas (*RS/+São Leopoldo RS), tendo os filhos: Ivan José, Osvaldo, Danilo e Ruben;

1.5.2. Domigos Gugelmeyer Basile (*11/08/1921 Santana do Livramento RS/+19/02/1981 Camaquã RS), cirurgião-dentista, casou-se com Maria Heloisa Adornetti Castro (*04/05/1923 Camaquã RS/+20/02/1977 Camaquã RS), tendo os filhos: Beatriz, Bruno, Berenice e Luziane;

1.5.3. Itala Irene Gugelmeyer Basile (*1824/1825 RS) arqueóloga;

1.5.4. Carmen Gugelmeyer Basile (1826/1827 RS/+2001 RS), médica;

1.5.5. Brenno Gugelmeyer Basile (1928/1929 RS/+25/10/2019 São Leopoldo RS) médico, casou-se com Maria Irene dos Santos, tendo o filho Brenno dos Santos Basile;

1.5.6. Guilherme Gugelmeyer Basile (*25/06/1931 RS/+12/01/2020 Porto Alegre RS), médico veterinário, casou-se com Wilma Alvim (*RS/+11/09/2021 São Leopoldo RS), tiveram os filhos Suzana e Guilherme;

1.5.7. Rosa Teresinha Gugelmeyer Basile (*1934 RS/+RS).


1.6. Italia Pinto Basile (*22/12/1887 Quaraí RS/+04/07/1979 Porto Alegre RS) casou-se com Ricardo Guilherme Hoffmann Filho (*1878/1879 Leipzig, Saxônia, Alemanha/+06/07/1943 Alegrete RS), marceneiro, filho de Ricardo Guilherme Hoffmann e Selma Reise, na data de 03/06/1909, em Alegrete RS. O casamento civil foi realizado na casa dos pais de Italia. Foi sepultada no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre RS e Guilherme no Cemitério Municipal de Alegrete RS. Foi amiga da mãe da pesquisadora, residindo na Rua João Alfredo, no Bairro Cidade Baixa em Porto Alegre. Tiveram 4 filhos:


Italia Basile Hoffmann e Ricardo Guilherme Hoffmann - Alegrete RS - Década de 1910


Italia Basile Hoffmann


Lápide do jazigo de Italia Basile Hoffmann e de seu filho Adolpho Waldomiro, no Cemitério da Irmandade de São Miguel e Almas – Porto Alegre RS. Obs.: a data de nascimento contraria a informação constante no registro de batismo



1.6.1. Nilo Hoffmann (*09/03/1910 Alegrete RS/+20/02/1992 Uruguaiana RS) casou-se com Balbina Saldanha. Tiveram a filha Iracy;


1.6.2. Nathalio Alcides Hoffmann (*26/12/1911 Alegrete RS/+08/06/1939 Alegrete RS) casou-se com Aristotima (Totima) Marques, filha de Maurílio Marques e Cecilia Fabres, em Alegrete RS. Tiveram os filhos: Italia, Alcides e Milton;


Encontro na casa do primo-irmão da pesquisadora, Walter Giuseppe: (dir./esq.) Alcides Marques Hoffmann, a esposa Belmira Almeida, a filha Ariane Almeida Hoffmann (ao colo), Terezinha Marques Giuseppe (tia de Alcides), Walter Giuseppe (tio), Cláudia Marques Giuseppe (à frente, prima) – Alegrete RS - Anos 1960


1.6.3. Adolpho Waldomiro Hoffmann (*30/12/1921 Alegrete RS/+31/07/1983 Porto Alegre RS) casou-se com Alda Cantarelli (*1921 RS/+2023 Porto Alegre RS), filha de Celeste Cantarelli e Josefina Sbicigo, em Cachoeira do Sul RS. Tiveram os filhos: Antonio Ricardo, Guilherme Celeste, Nilo Roberto, Paulo Rogério e Ana Paula;


Adolpho Waldomiro Hoffmann


1.6.4. Selma Yolanda Hoffmann (*11/06/1928 Alegrete RS/+18/03/2017 Porto Alegre RS) casou-se com Zbislao Hubba (*23/04/1932 Santa Rosa RS/+11/03/2006 Porto Alegre RS). Tiveram os filhos Antônio Paulo e Ricardo Adolfo.


Aniversário de 1 ano de Antonio Paulo Hoffmann Hubba: (esq./dir.) Antonio Ricardo Cantarelli Hoffmann, Zbislao Hubba, Italia Basile Hoffmann, Antonio Paulo Hoffmann Hubba (ao colo), Selma Yolanda Hoffmann, Guilherme Celeste Cantarelli Hoffmann; (à frente esq.) Nilo Roberto Cantarelli Hoffmann, (à frente dir.) Paulo Rogerio Cantarelli Hoffmann – Santa Rosa RS – 25/08/1960


1.7. Elisabetta Carmen Roma Intangibile Basile (*08/07/1891 Quaraí RS/+RS). Sem notícias;


1.8. Maria Theresinha Basile (*22/09/1892 Quaraí RS/+17/12/1985 Porto Alegre RS) casou-se com Christóvão Tentardini (*11/03/1890 Santana do Livramento RS/+03/09/1927 Santana do Livramento RS), barbeiro, filho de Giovanni Geronimo Tentardini e Honorata Franco, na data de 21/03/1923, em Santana do Livramento RS. Maria Theresinha foi sepultada no Cemitério da Santa Casa em Porto Alegre RS. Tiveram 3 filhos:


Os noivos Maria Theresinha Basile Tentardini e Christóvão Tentardini – Santana do Livramento RS – 21/03/1923


1.8.1. Maria Celina Basile Tentardini (*18/12/1923 Santana do Livramento RS/+03/06/2010 Porto Alegre RS), freira;

1.8.2. Luiz Rotschild Basile Tentardini (*26/01/1925 Santana do Livramento RS/+17/03/1968 Porto Alegre RS), comerciário, casou-se com Catarina Dalvit, por volta de 1961. Tiveram 2 filhos: Helena e Renato;


Casamento de Luiz Rotschild Basile Tentardini e Catarina Dalvit – (esq. p/ dir.) Maria Theresinha Basile Tentardini, Paulo Basile Tentardini, Regina Tibolla Tentardini, Glória Dalvit Tentardini (noiva), Luiz Rothschild Tentardini (noivo), Saturno Jonathas Basile e Emma Gugelmeyer Basile – Porto Alegre RS – cerca 1961


1.8.3. Paulo Basile Tentardini (*07/01/1926 Santana do Livramento RS/+20/01/2016 Porto Alegre RS), comerciário, casou-se com Regina Tibola (*18/01/1935 Casca RS/+29/11/1993 Porto Alegre RS), filha de Evaristo Tibola e Carolina Variani. Paulo e Regina foram sepultados no Cemitério da Santa Casa em Porto Alegre RS. O casal teve 7 filhos: Vera Maria, Tarcisio, Ana Maria, Tania Maria, Marta, Fernanda e Fabiana;


Festa de formatura de Vera Maria Tibolla Tentardini (esq. p/ dir.) Maria Celina Basile Tentardini, Renato Tibolla Tentardini, Paulo Basile Tentardini (pai), Vera Maria Tibolla Tentardini, Regina Tibolla Tentardini (mãe) – 1976


1.8.4. Antonio Basile Tentardini 


1.9. José Basile (*03/08/1894 Artigas, Uruguai) casou-se com Ubaldeza Lannes (*Uruguai), por volta de 1930, em Rivera, Uruguai. Tiveram pelo menos 4 filhos: Nelson, Neiva, Sonia e Olga;


José Basile


1.10. Carmen Basile (*1899/1900 Artigas, Uruguai/+Montevidéu, Uruguai) casou-se com Garibaldi Rossello (*16/02/1892 Montevidéu, Uruguai/+Montevidéu, Uruguai), filho de José Rossello e Mariana Demaestre. Tiveram pelo menos uma filha:


Carmen Basile Rossello


1.10.1. Marina (Marinita) Teodora Nicolina Rossello (*11/09/1919 Rivera, Uruguai) casou-se com José Ramón Daros, em 27/04/1940, em Rivera, Uruguai.


Carmen, a filha Marinita e o irmão José Basile



ROSA BASILE

Rosa Basile, filha de Nicola Basile e Maria Teresa Traversi, nasceu em 1853 na Albânia, embora se tenha divulgado informalmente que seria italiana. O local de nascimento foi transmitido pela mãe desta pesquisadora, há anos atrás, enquanto ainda vivia. Chamava-a de ‘vovó Rosa’, porque era a esposa de seu avô Nicola Abarno, já que a sua avó de sangue falecera precocemente. Rosa foi a 4ª esposa de Nicola, posto que as demais houvessem falecido. A 3ª esposa, Maria Eugênia Belhomet, deixou duas filhas menores, que seriam criadas por Rosa, pois esta não teve filhos. Nicola teve 12 filhos de seus casamentos, mas apenas 8 chegaram à idade adulta.


Rosa Basile Abarno – Alegrete RS - 1925


Esta pesquisadora tentou encontrar o registro de nascimento de Rosa na Itália, pois seria possível que o mesmo tenha sido feito posteriormente ao seu nascimento. Foram pesquisados os livros de Corato, em Bari e Barile, Rapolla e Viggiano em Potenza, cidades que tiveram alguma referência durante as pesquisas. Mas nada foi encontrado. Ao que parece, no começo da década de 1850 a família teria viajado para a Albânia por algum motivo, talvez por ter parentes por lá ou acontecer de o pai Nicola Basile ter encontrado uma oportunidade de trabalho. A Albânia era um país do qual vieram muitos cidadãos para viver na Itália, o que é uma realidade histórica se formos aprofundar o estudo. O ano de nascimento de Rosa foi calculado a partir da informação de seu próprio casamento, que seria a informação mais fidedigna, depois do próprio batismo ou nascimento, os quais não foram possíveis encontrar. 

Rosa deve ter acompanhado o irmão Domingos, a cunhada Maria Teresa e seus filhos, além da irmã Filomena, na viagem que os Basile fizeram para a América. Rosa morou com Filomena, que era solteira e sem filhos, em Alegrete, até o falecimento desta, em 27/06/1920, devido a uma nefrite.  

No tempo de permanência da família em Alegrete, Rosa conheceu e se casou aos 50 anos com o viúvo Nicola Abarno (*19/02/1842 San Fele, Potenza, Itália/+15/05/1918 Alegrete RS), filho de Francesco Maria Abarno e Angela Maria Crisonino, na data de 11/05/1903, na cidade de Alegrete RS, cujo casamento civil foi realizado na casa do irmão de Rosa, Domingos Basile. O casal não teve filhos.

A família formada por Rosa, Nicola e as enteadas Carmen e Lizena, sendo estas as únicas filhas menores do esposo, vivia numa casa situada na Rua Mal. Floriano nº 21, esquina com a Rua Bento Manoel, em Alegrete, onde Nicola mantinha a sua casa comercial de secos e molhados. Na atualidade, uma parte da Rua Marechal Floriano passou a ser chamada de Rua Daltro Filho, que é a que hoje faz cruzamento com a Rua Bento Manoel.  A casa hoje em dia ainda existe, mas sofreu alterações com o passar dos anos. Nela funciona uma padaria.


Rosa Basile e Abarno entre as suas duas enteadas: Carmen Abarno (dir.) e Lizena Abarno (esq.) 


O casamento de Rosa com Nicola durou 15 anos, até o falecimento deste devido ao câncer em 15/05/1918. Em seguida, casava-se a enteada Lizena Abarno (*22/02/1902 Alegrete RS/+20/08/1931 Alegrete RS), com Euclides Rodrigues da Silva (*25/08/1897 Alegrete RS/+01/10/1939 Alegrete RS), marceneiro, filho de Pedro Pires da Silva e Maria Luiza Rodrigues, na data de 05/09/1918 na mesma cidade. Este casal não teve filhos e permaneceram em Alegrete até o final de suas vidas. 

No ano seguinte, casava-se a enteada Carmen Abarno (*17/04/1899 Alegrete RS/+07/01/1982 Bagé RS), com o uruguaio, artista pintor, comerciante e alfaiate, Gil Ouriques Ribeiro (*01/09/1891 Uruguai/+13/07/1971 Bagé RS), filho de José Gabriel Ribeiro e Rosalina Ouriques, na data de 30/07/1919, em Alegrete RS. O casamento civil foi realizado na casa de Rosa Basile Abarno, tendo como uma das testemunhas Italia Basile Hoffmann. O casal teve 8 filhos. Ao final dos anos 1920 e começo dos anos 1930, Carmen e sua família foram morar na cidade de Bagé RS, permanecendo o contato com Rosa através de visitas à sua casa em Alegrete.

Rosa Basile Abarno faleceu aos 87 anos de idade, de câncer, na data de 27/09/1940, no Hospital da Santa Casa de Caridade de Alegrete. Conforme constou em seu necrológio, as cerimônias fúnebres foram realizadas com grande acompanhamento. Na atualidade, encontra-se sepultada no jazigo da família Abarno, na cidade de Alegrete.


Jazigo da Família Abarno no Cemitério Municipal de Alegrete RS


Lápide de Rosa Basile Abarno no jazigo da Família Abarno – Cemitério Municipal de Alegrete RS



Fontes de Pesquisa:

Documentos e fotos pessoais;
Relatos de descendentes;
Site Antenati.cultura.gov.it
Site Familysearch.org
Site Myheritage.com
Site Origine dei Cognomi Italiani – cognomix.it.