Mensagem

Os artigos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: GÖLLER, Lisete. [inclua o título da postagem], in Memorial do Tempo (https://memorialdotempo.blogspot.com), nos termos da Lei n.º 9.610/98.

Mostrando postagens com marcador Café Esquina do Tempo - Caderno de Imagens. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Café Esquina do Tempo - Caderno de Imagens. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Café Esquina do Tempo - Caderno de Imagens















“As únicas coisas eternas são as nuvens...”.

Mário Quintana (1906-1994), in Sapato Florido, 1948


Sobrevoando Roma - 2008 - Foto: Arquivo Pessoal


LE NUVOLE

Autor: Fabrizio De Andrè

Vanno
vengono
ogni tanto si fermano 
e quando si fermano 
sono nere come il corvo 
sembra che ti guardano con malocchio 

Certe volte sono bianche 
e corrono 
e prendono la forma dell'airone 
o della pecora 
o di qualche altra bestia 
ma questo lo vedono meglio i bambini 
che giocano a corrergli dietro per tanti metri 

Certe volte ti avvisano con rumore 
prima di arrivare 
e la terra si trema 
e gli animali si stanno zitti 
certe volte ti avvisano con rumore 

Vanno 
vengono 
ritornano 
e magari si fermano tanti giorni 
che non vedi più il sole e le stelle 
e ti sembra di non conoscere più 
il posto dove stai 

Vanno 
vengono 
per una vera 
mille sono finte 
e si mettono li tra noi e il cielo 
per lasciarci soltanto una voglia di pioggia. 


(Tradução Livre)

As Nuvens
Vão
Vêm
De vez em quando param
E quando param
São negras como o corvo
Parece que te olham com maus olhos

Certas vezes são brancas
E correm
E tomam a forma da garça
Ou da ovelha
Ou de alguma outra besta
Mas estas veem melhor as crianças
Que brincam de correr atrás delas por tantos metros

Certas vezes te avisam com ruído
Antes de chegar
E a terra treme
E os animais ficam em silêncio
Certas vezes te avisam com ruído

Vão
Vêm
Retornam
E até mesmo param por tantos dias
Que não vês mais o sol e as estrelas
E te parece não conhecer mais
O lugar onde estás

Vão
Vêm
Para uma verdadeira
Mil são falsas
E se colocam ali entre nós e o céu
Para deixar somente um desejo de chuva.








Café Esquina do Tempo - Caderno de Imagens















“Pendura a alma no varal e deixe que as coisas ruins evaporem.”

Clarice Lispector (1920-1977)




POEMA DE VARAL

Autora: Carolina Morais

Por muito tempo desejei eu
fazer um poema de corda de varal
Para estender as palavras ao vento
e para que elas secassem embaixo do sol do meu quintal.

Mas minhas palavras não podem ser lavadas
Não secam facilmente e nunca estão dependuradas.
Minhas palavras são, assim, solteiras, independentes
ganham vida por muitos outros dentes
Ganham tino cada vez que lidas pelos olhos curiosos de poetas
(contentes)

Um dia quis fazer um poema de varal
Mas eu não tinha mais corda
Eu não tinha mais rima...

Nada me amarrava
e nada segurava as palavras que fervilhavam
sozinhas  e doidas em minha vida.
Vagavam nos olhos da escritora cega.

Minhas palavras têm asas.
Minhas asas são textos complexos.
Sou poesia lavada dentro da miséria humana
Cheirando ao sal do sol
Embebida em amor e vinho.


Publicado em 29/04/2011 no blog: http://desmondier.blogspot.com.br/





Fotos: Internet



terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Café Esquina do Tempo - Caderno de Imagens







SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS

Mário Quintana (1906-1994)


A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil
das horas.

In: Esconderijos do Tempo


Nota: Este poema é o autêntico, verdadeiramente escrito por Mário Quintana. Na Internet encontramos versos adulterados e acréscimos feitos por pessoas com caráter duvidoso. Isto acontece com vários autores.

Foto: Internet 



sábado, 20 de dezembro de 2014

Café Esquina do Tempo - Caderno de Imagens















(Autor desconhecido)


Os filhos são como as pipas;
Tu
Ensinarás a voar, mas não voarão o teu voo.
Ensinarás a sonhar, mas não sonharão o teu sonho.
Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida.

Porém em cada voo, em cada sonho e em cada período de suas vidas permanecerão para sempre os rastros de teus ensinamentos.







sábado, 6 de setembro de 2014

Café Esquina do Tempo - Caderno de Imagens
















Esta imagem faz-me lembrar de um quadro que havia no nosso apartamento da Rua da Praia há muitos anos atrás: o rio, o moinho d’água, as casas de madeira, a brincadeira dos meninos... Poderia ilustrar aquele poema de Quintana, em cujos versos ele sugere que a vida é feita de eternos recomeços: “... Nunca dês um nome a um rio: sempre é outro rio a passar. Nada jamais continua, tudo vai recomeçar!...”.






CANÇÃO DO DIA DE SEMPRE

Mário Quintana (1906-1994).


Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Café Esquina do Tempo - Caderno de Imagens




















Autora: Janaína Cavallin


“A gente podia poder costurar o tempo, bordando em cima dos erros, para que eles sumissem. Costurar as pessoas que gostamos pertinho, costurar os domingos um mais perto do outro. Costurar o amor verdadeiro no peito de quem a gente ama. Costurar a verdade na boca dos seres. Costurar a saudade no fundo de um baú, para ela não fugir. Costurar a autoestima lá em cima, para nunca cair. Costurar o perdão na alma e a bondade na mão. Costurar o bem no bem, e o bem sobre o mal, costurar a saúde na enfermidade e a felicidade em todo lugar e ir costurando a vida, um pouquinho de esperança em cada dia e muita coragem em cada ser humano.”