Mensagem

Os artigos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: GÖLLER, Lisete. [inclua o título da postagem], in Memorial do Tempo (https://memorialdotempo.blogspot.com), nos termos da Lei n.º 9.610/98.

Mostrando postagens com marcador Família Abarno - Histórias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Família Abarno - Histórias. Mostrar todas as postagens

domingo, 1 de outubro de 2023

Família Abarno - Histórias


O MÚSICO VICTOR PIETRO ABARNO


Victor Abarno com o popular chapéu-palheta – Início da Década de 1920


Victor Abarno (*01/01/1909 Alegrete RS/+20/08/1989 Porto Alegre RS) era filho de Victor Manoel Abarno e Doralina Pietro e neto do imigrante italiano Nicola Abarno e da alegretense Maria do Carmo Machado. Sua paixão pela música manifestou-se desde a juventude, tendo escolhido o violão como instrumento de manifestação de seu talento. O destino, anos mais tarde, o levou à perda da visão, mas esta limitação física não o afastou de seu amor à música, sabendo aplicar, com maestria, os conhecimentos do instrumento que já dominava. 


Victor Abarno – Década de 1930

Nos anos 1930, Victor Abarno fez parte do Conjunto Regional de Piratini, apelido de seu criador, radialista e músico Antônio Francisco Amabile (1906-1953). Este foi o fundador da Casa do Artista Rio-Grandense, inaugurada em 1949, no Bairro Glória, em Porto Alegre RS. Amabile e seu Regional tiveram o auge do sucesso entre a segunda metade da década de 1930 e a década 1940. Conjunto Regional é como se chamavam os grupos que interpretavam a música popular brasileira, especialmente o chorinho. 

Amabile criou o programa “Hora do Bicho”, no auditório da Rádio Difusora, que foi ao ar em 1937, sendo este um concurso para artistas principiantes. Quando o artista não correspondia ao esperado, este era ‘bombado’ e desclassificado. Na foto abaixo, vemos Victor Abarno, com seu violão, no canto esquerdo, ao lado dos demais integrantes do conjunto. No ano de 1944, devido ao grande sucesso do programa, este foi transferido para o Cinema Rex. 


Jornal Folha da Tarde, Porto Alegre, 04/10/1937, pg. 14.

O conjunto naquela época era composto por Antônio Amabile na flauta, “Carne Assada” no cavaquinho, Japonês, apelido de Victor Abarno, Dutra no segundo violão (mais tarde este saiu do grupo) e o pandeirista Mateus Nunes, o Caco Velho. Este último chamava-se Mateus Nunes, tendo recebido o apelido pela música “Caco Velho”, de Ary Barroso, que bem a interpretava. Além disso, foi parceiro de Antônio Amabile nas músicas “Carreteiro” e “Mãe Preta”, gravada pela portuguesa Amália Rodrigues, que mudou a letra e o nome para “Barco Negro”, vindo depois a ser o tema musical no filme “Os Amantes do Tejo”.

No ano de 1938, o Regional foi contratado pela Rádio Belgrano, de Buenos Aires, que mudou o nome para Conjunto Regional Brasileiro. A turnê durou 5 meses e, em junho de 1939, apresentou-se na Rádio Carve, de Montevidéu. Numa listagem de 1938, relativa ao buque General Alvear, navio de bandeira argentina, que partia do porto de Montevidéu, a pesquisadora encontrou os nomes dos artistas que figuravam no rol de passageiros. Na volta ao Brasil, Amabile continuou o seu trabalho na Difusora com o Regional, até a sua morte em 1953. Esta importante parte da história será contada mais adiante, através da transcrição de uma matéria veiculada na Revista do Globo. 

Victor Abarno continuou sua carreira de músico no Conjunto Regional. Ele havia se casado, em 03/07/1948, com Octacília Maria (Ceci) Dias de Farias (1907-1994). No ano seguinte, o casal teve o filho José Luiz Farias Abarno. O regional começou a se apresentar dentro da programação da Radio Farroupilha, especialmente no programa infantil “Clube do Guri”. Este programa era realizado ao vivo semanalmente, sendo comandado por Ary Rêgo (1918-2007), entre os anos de 1950 e 1966. Além do pianista, Ruy Silva, que tocava neste programa, o acompanhamento musical era realizado pelo Regional de Victor Abarno que utilizava os instrumentos cavaquinho, violão, violão tenor, flauta, pandeiro e bateria. Dentre os músicos que integravam o conjunto naquele tempo estavam o Victor, conhecido como "Japonês", Zico, Plauto Cruz, Zeno Ribeiro e Antoninho Maciel. Eles eram músicos conceituados e atuavam também em outros horários na rádio Farroupilha, mas não participavam de ensaios juntos. No dia do programa, eles eram orientados pelo pianista Ruy Silva. Como disse Ary Rego: "Esses aí (risada), era só dizer o tom pra eles, não precisava nem o Ruy tocar, era só dizer: é fá maior e eles ‘tavam’ tocando todos juntos (Ary Rego, com Dayse Rego p. 41).


A célebre foto de Elis Regina com o radialista Ary Rêgo, no programa “Clube do Guri”, que marcou época entre agosto de 1950 e julho de 1966; este ia ao ar pela Rádio Farroupilha, para a apresentação artística de crianças e adolescentes. Elis Regina teve seu começo neste programa, em 1957, aos 12 anos de idade. 


TRANSCRIÇÃO DA PUBLICAÇÃO DA REVISTA DO GLOBO DE 15/04/1961

Porto Alegre Musical (II)
Piratini, o da “Hora do Bicho”
Reportagem de Ney Fonseca

A vida artística de Antônio Amabile, mais conhecido por Piratini, iniciou-se mesmo em 1922, no 4º Distrito, quando entrou para o bloco carnavalesco “Passa Fome e Anda Gordo”. Nesta época, tinha apenas 15 anos e já trazia no sangue o micróbio da música. Mas ele não parou aí. De gênio irrequieto, Piratini queria chegar às alturas, que para ele representavam no rádio local. E o fez ingressando na Rádio Gaúcha, quando a mesma se situava nos altos dos Moinhos de Vento. Essa oportunidade abriu-lhe as portas da vida artística de Porto Alegre. Entrava na Gaúcha como contador de anedotas. E com certeza foi um dos pioneiros nessa especialidade, pois só muito tempo depois é que começaram a aparecer as anedotas radiofonizadas.


Além de compositor de sucesso, Piratini idealizou uma das grandes obras de caridade: a Casa do Artista Rio-Grandense.


Piratini era um homem dos sete instrumentos: além de atender a sua joalheria e os programas radiofônicos, tinha ainda tempo para jogar futebol com os colegas da Gaúcha.

Piratini na Gaúcha teve outra ideia: por que não transformar as anedotas em forma de esquetes? A ideia foi aprovada e Piratini começou a colocar ao seu lado outros artistas, amigos seus, que esperavam uma oportunidade. Veio Ema D’Ávila, Caco Velho e até o então famoso Paulo Coelho, transferiu-se com armas e bagagens para aquela rádio. Assim, aos poucos, o conjunto foi se completando.


Acima, outra fotografia do conjunto criado por Piratini (Victor Abarno com o violão 1º dir.).


A “Hora do Bicho” foi outra de suas ideias. Grandes artistas de hoje receberam bumbadas no palco, por ordem de Antônio Amabile.

Da mesma forma que sempre procurava inovações para apresentar no microfone, assim também trocava de emissora. Da Gaúcha foi para a Farroupilha de onde, por questão de um aumento não concedido, passou para a Rádio Difusora. Era, entretanto, um dos artistas mais bem pagos do rádio sulino, pois ganhava 200 cruzeiros por mês. Piratini tinha destas surpresas, um dia apareceu ante o diretor da emissora e pediu sua demissão: “Não é por nada – disse à guisa de explicação – é que estou pretendendo fazer uma tournée pela Argentina.” E de fato foi. Seguiu o caminho de outros artistas, que procuravam levar sua arte para fora do Rio Grande do Sul.


Nesta foto aparece Piratini cercado de elementos de seu conjunto e por Renê Bell, mãe da conhecida Estelita Bell, num esquete, tão à moda naquela época (Victor Abarno 4ª da esq. p/dir.). 



Acima, com o conjunto, entre outros, vê-se “Carne Assada”, Japonês (Victor Abarno 1º esq., sentado), Caco Velho e Suzana Ribeiro. Era um dos conjuntos de maior sucesso em Porto Alegre.


Ainda hoje o velho “Carne Assada”, companheiro em todas as horas de Antônio Amabile, recorda aquela festa de aniversário da Rádio Belgrano, de Buenos Aires. Durante a apresentação do conjunto de Piratini, quando o mesmo cantava um samba embolado, o locutor argentino, fazendo as vezes de cômico, começou a dar manivela nas costas de Piratini, como se este fosse um realejo. A plateia caiu no riso, o que não compreendeu Piratini, pensando que houvesse algo de anormal na música. Só um bom quarto de hora depois é que notou os movimentos do locutor. Mas não perdeu a presença de espírito, encaminhou-se para um boneco que se achava num canto do palco, agarrou-o no colo e passou a dançar, fazendo com que a plateia viesse abaixo de tantas gargalhadas e o locutor do programa se sentisse desprestigiado.


O Conjunto fez grande sucesso em Buenos Aires, quando se apresentou frente ao microfone da Rádio Belgrano, em 1938 (Victor Abarno 1º esq., sentado).


Outro fato interessante, nesta ocasião, ocorreu quando, ao entrar no palco, Piratini notou que uma das chaves de sua flauta estava quebrada, não servindo para mais nada. O único remédio foi colocar uma borracha no lugar e tocar assim mesmo. Para ele a maior surpresa foi que a flauta tocou melhor com esse conserto à última hora.

Longe de Porto Alegre, Antônio Amabile ficou cinco meses, apresentou-se com seu conjunto em Buenos Aires, Montevidéu e Assunção, ganhando aplausos e o cartaz que o acompanhou até sua morte.

Suas composições mais famosas, até hoje cantadas são: “Mãe Preta”, “Navio Negreiro” e “Amargo”. Outra é “Carreteiro”, que foi composta numa viagem, pelo interior do Rio Grande do Sul, entre Rio Pardo e Encruzilhada. Conta “Carne Assada” que Piratini sentiu-se inspirado quando viu uma tropa de gado que partia para o matadouro. Compôs a música, gravou-a na memória e na mesma ocasião, compôs “Navio Negreiro”.


Um de seus melhores amigos foi “Carne Assada”. Os dois fizeram de parceria várias músicas. “Carne Assada” vive ainda (1961).


Entretanto, Antônio Amabile ficou conhecido como o “Homem da Hora do Bicho”. Aos domingos não havia rádio, em casa de pobre ou de rico, que não sintonizasse o programa máximo de Porto Alegre. 

Piratini não ficou só nisso, idealizou e criou algo que ficará gravado para sempre, na história artística do Rio Grande do Sul: a Casa do Artista Rio-Grandense, fundada para abrigar os velhos artistas, para os quais a vida foi madrasta. A campanha para o erguimento desta Casa foi outra luta à parte na vida de Piratini. Perdeu horas de sono, sonhou milhares de vezes e, por fim, antes de sua morte, pôde ver seu idealismo concretizado. E até mesmo gente famosa, como o cômico mexicano Cantiflas, ajudou a construção da Casa do Artista.

Victor Pietro Abarno, depois de anos de trabalho como músico, aposentou-se. Faleceu em 20/08/1989, em Porto Alegre RS, sendo sepultado no Cemitério Municipal da Tristeza na Capital.



Fontes:
Anotações e fotos do acervo pessoal;
Apontamentos para uma história da música na era de ouro do rádio em Porto Alegre, de Luís Fernando Rabello Borges;
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira;
Porto Alegre: uma biografia musical, de Arthur de Faria;
Revista do Globo, edição de 15/04/1961.



segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Família Abarno - Histórias


Jorge da Silva Abarno, filho de Hector Domingos Abarno, neto de Francescoantonio Abarno e bisneto do imigrante Nicola Abarno, foi jogador do Guarani Futebol Clube de Alegrete RS. O time foi fundado em 1912, sendo extinto no ano de 1972, após a fusão com o time rival Flamengo. O Guarani Futebol Clube foi vice-campeão gaúcho nos anos de 1922 e 1931, sendo que neste último perdeu nas finais, para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.


Time do Guarani Futebol Clube – Tricampeão Juvenil – 1969 – (atrás) Adão, Germano, José Carlos, Turco, Toninho Becon, Lídio, Pão D’água e Zé Hamilton; (à frente) Zé Roberto, Paulo Renato, Antão, Paulo Coxa, Macaco e Jorge da Silva Abarno


Time do Guarani Futebol Clube – Janeiro/2016 – (atrás) Germano, Arnildo, Turco, Toninho Becon, Lídio, Pão D’água, Copo Sujo e o técnico Caturra; (à frente) Zé Roberto, Antão, Paulo Renato, Paulo Coxa, Macaco e Jorge da Silva Abarno

Fontes: Antonio Edson Becon Pereira, Paulo Renato Rodrigues, Marçal Alves Leite e Jorge da Silva Abarno.



quarta-feira, 25 de março de 2015

Família Abarno - Histórias

A antiga Pizzería Ariel, que pertenceu a Américo Abarno Camacho situava-se na Calle Uruguay, nº 886, Salto, Uruguai - Década de 1940. Foto: Acervo de Américo Abarno Espinoza






No dia 22/03/2015 faleceu, aos 74 anos, Néstor Abarno Mendéz (Cacho), filho do fundador da Pizzería Abarno, Don Américo Abarno Camacho, que deu continuidade à longa história familiar no ramo da gastronomia na cidade de Salto, Uruguai. Néstor era bisneto de Carlos Abarno (Carlo Abarno), nascido na cidade de San Fele, Itália.







Com suas palavras, o amigo Angel Frioni Longa comunica a partida de Néstor em sua página no Facebook, além de apresentar um texto de sua autoria, recordando os velhos e bons tempos da Pizzería Abarno, que foi publicado na página Reconstruyamos la Memoria de Los Salteños:


“QUIERO COMPARTIR UNA NOTICIA QUE LEÍ EN LOS DIARIOS DE SALTO- FALLECIÓ EL CACHO ABARNO - ¿QUIEN ERA EL CACHO? ERA UNO DE LOS MAGOS DE LA PIZZERÍA ABARNO - QUIZÁS QUIEN MÁS LO RECORDÓ FUE MI PALADAR - LOS ABARNO DEJARON RASTROS EN LA HISTORIA GASTRONÓMICA DE SALTO - PERSONALMENTE LO CONSIDERÉ UN BUEN TIPO - PARA EL RECUERDO DE LOS VETERANOS QUE GUSTAMOS AQUELLA PIZZA A CABALLO, GLORIA DE SUS VENTAS - LA MÁS DELICIOSA QUE PROBÉ - ESPERO QUE LOS VETERANOS SE ACUERDEN AQUELLAS COSAS BUENAS DE UN SALTO AL PASADO.”













LA PIZZERÍA ABARNO

Por Angel Frioni Longa
03/11/2005

Tengo alguna confusión con mis recuerdos, en cuanto cómo se desarrollaron los hechos. Es decir, la evocación que estoy haciendo de la pizzería es la de calles Brasil e Invernizzi esquina noreste.

No tengo la claridad necesaria y ubicación si este local fue de antes o después de la instalación en calle Uruguay, calculando que alguna neurona me este jugando alguna mala pasada, por falla en bujía o cable cortado. En fin, yo te cuento y tú después me la criticas.

Esa esquina que albergó el local de Ancap, por principios de los años 60 fueron las instalaciones de la pizzería de los Abarno, bajo la batuta del viejo y la colaboración del batallón que fue su descendencia.

Al que más recuerdo de los hijos, es al Macho-Macho, o alías Cacho, creo uno de mayores y “de confianza” en la fábrica, atención y otras yerbas. El carácter del Cacho, dicharachero, jodón, divertido, le decían la Mugre  porque todos lo conocieron.

El local  pequeño y está ubicado en una ochava  con mucho vidrio. Con el horno y el  mostrador adentro quedó poco lugar para los clientes. Para entonces ya tuvo una barra que noche a noche acompañó hasta pasada las 24h, dónde se quemaron las últimas pilas del día.

Mi juventud la hice a patacón por cuadra, pero más de una vez sintiendo las tripas pegar sus alaridos de hambre, ya sea de pasada, o la salida de un baile (a la cuadra están Chaná y Universitario), me acerqué al buen ambiente de los Abarno, sabiendo que siempre, pero siempre algún conocido o amigo pude encontrar.

La mercadería que ofreció: su plato principal, la pizza fue  la mejor del ambiente, y no a la pala como en la mayoría de pizzerías hoy te vende. La esponjosa, con una deliciosa salsa y varios aditivos,  engalanó el sabor. En los varios momentos que me llegan al consciente,  recuerdo mis encuentros con el Golo, primo del viejo, soltero para esos años y vecino del barrio. Encendido cliente de la pizza además de gustos afines, charlar con mi primo, el mejor que tuve, se me hizo tan placentero como la “manducada”.

De otros varios concurrentes el “Oso”, al que conocí por el contacto con “minas” del ambiente resultó  muy buen tipo,  trajinador de la noche,  una persona confiable y de buenas costumbres. 

La madrugada de los domingos o lunes a salida  de los bailes, que casi todos los fines de semana se organizaron en la zona, la “mersa” es mayor y más turbia. Seguro que muchos “mamado” de la ingestión en el salón del club, trajo casi siempre mucha “pesada” cambiando la tranquilidad de los otros días.

A veces un lío a trompadas y patadas con los borrachos a distancia prudente del local, motivó corridas, gritos, con saldos jodidos por los golpes  recibidos. Yo fui testigo de casos donde la gente “tiró a matar” con sus manos, ocasionando serias lesiones al adversario.

Pero estos tristes momentos no opacaron el brillo de los Abarno, que sentaron en esa esquina un mojón para varios trasnochadores, que buscamos aparte de llenar “la panza”, encontrar gente y  una buena  charla con risas y “chantadas”.

Por el local de calle Uruguay no tengo muchos recuerdos, ya que por la forma de atención más generalizada, concurrí en pocas ocasiones,  solamente en compañías formales o con mucha hambre me acercó al local.

De lo poco que recuerdo, que la calidad  la mercadería ofrecida fue muy buena. Conseguir una mesa en los fines de semana  cuestión hasta de suerte, ya que entre la ingesta y disfrutar del panorama, las sentaderas no quisieron levantar “el campamento”.

Decir Abarno es indicar las mejores pizzas de los años pasados. Una buena costumbre que lamentablemente no se prolongó en el tiempo.