A ORIGEM DO SOBRENOME SCHUSTER
É um sobrenome de origem saxônica. Os saxões viviam no território que corresponde ao noroeste da Alemanha e ao leste da Holanda, mas não à área que hoje corresponde à da Saxônia. A alcunha de família surgiu na Idade Média, mais precisamente na região da Boêmia. Uma das referências mais antigas é a de Georg Schuster, que tem como registro o ano de 1340.
O SIGNIFICADO
O sobrenome Schuster é de origem ocupacional, derivado da atividade profissional do primeiro portador da linhagem. Schuster significa sapateiro em alemão.
O BRASÃO
O brasão dos Schuster é composto por um escudo de ouro, tendo como peça principal uma bota com espora de prata e três rosas heráldicas no seu interior. O ouro indica nobreza, riqueza, esplendor, glória, poder e força. Indica as virtudes de justiça, clemência e benignidade. A bota com uma espora de prata significa que o cavaleiro deve proceder ponderadamente na sua vida, com sagacidade, precisão e inteligência, e que o cavaleiro deve com o seu exemplo esporear e incitar o povo a viver honestamente e caminhar pela estrada direita dos bons costumes. As três rosas heráldicas que saem do interior da bota é um verdadeiro enigma que podem significar: a beleza, a honra imaculada, a pureza de sentimentos, a nobreza e o mérito reconhecido do homem, que descobriu através da fé que o “Mestre Supremo” sempre esteve e sempre estará no coração daquele que trilha o árduo caminho da verdade. O numero três significa a Santíssima Trindade.
AS ORIGENS
Adam Schuster, com sua terceira esposa Anna Barbara Müller e seus quatro filhos: Franz Anton, Andreas, Maria Anna e Catharina, partiram da cidade de Dörzbach, mais precisamente da localidade de Laibach da qual faz parte, rumo ao porto de Hamburgo. A cidade situava-se no antigo Reino de Württemberg, que atualmente faz parte de Baden-Württemberg na Alemanha. Há registros de que a família possuía um criado chamado Johann Michael Eberhardt da cidade de Dörzbach. Deste povoado, conforme mencionam os registros, vieram 18 pessoas no total. Eles tiveram, ainda, um segundo criado de sobrenome Krüger, que teria se envolvido num furto de joias do Monsenhor Miranda (Hunsche).
A CIDADE DE DÖRZBACH
O nome de Dörzbach foi mencionado pela primeira vez em 1230, num documentário de caça sob a denominação de Torzebach. Os túmulos e os achados antigos indicam que Dörzbach foi povoada há milênios pelos celtas. São atrações a capela de St. Wendel em pedra, entre a cidade e o riacho e, dentre os três castelos existentes nos limites da cidade, o mais famoso é o que pertenceu aos senhores Von Berlichingen, que ali chegaram em 1371, o qual foi comprado em 1601 pelos senhores Von Eyb, que deu o nome ao castelo há mais de 400 anos. Dörzbach é uma cidade vinícola.
LAIBACH
Laibach, cujo nome apareceu pela primeira vez no ano de 1307, é uma localidade de Dörzbach essencialmente rural, possuindo um lago natural e um parque muito apreciado para atividades de lazer e turismo. O Castelo de Laibach é uma das atrações da cidade.
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Laibach – Dörzbach – Baden-Württemberg – Alemanha – Imagem: Site de Dörzbach |
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Mapa de Dörzbach e da localidade de Laibach - Fonte: plz-suche. org |
O IMIGRANTE JOANNES ADAM SCHUSTER
Joannes Adam Schuster, meu pentavô (5º avô), filho de Joannes Schuster e Maria Barbara, nasceu por volta de 1760, provavelmente na localidade de Laibach onde residia, a qual faz parte do município de Dörzbach, no antigo Reino de Württemberg, atualmente Baden-Württemberg na Alemanha. Era agricultor e de religião católica. Adam é uma forma alemã de Adão. Este nome vem do hebraico Adham que significa “homem de terra vermelha”, como referência ao solo vermelho da Palestina, onde este nome foi criado.
O 1º CASAMENTO
Adam Schuster casou-se com Anna Maria Heindler (*10/06/1761 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+09/11/1800 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha), filha de Joannes Adam Heindler e Anna Maria Schmidt, na data de 30/11/1794, na Igreja de Rengershausen, Mergentheim, Württemberg (Diocese de Rottenburg-Stuttgart, Registros da Igreja Católica, 1520-1975). O casal teve 4 filhos.
OS FILHOS DO 1º CASAMENTO
I-Maria Anna Schuster (*11/07/1795 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+03/08/1795 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha);
II-Maria Jacobina Schuster I (*27/05/1797 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+06/04/1798 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha);
III-Maria Jacobina Schuster II (*31/12/1798 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha);
IV-Cornelius Schuster (*27/10/1800 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+14/11/1811 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha).
O 2º CASAMENTO
Casou-se em segundas núpcias com Anna Magdalena Mohr (*1762/1763 Marburg, Hesse, Alemanha/+23/05/1811 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha), filha de Sebastian Mohr e Eva, na data de 07/01/1801, na Igreja de Rengershausen, Mergentheim, Württemberg (Diocese de Rottenburg-Stuttgart, Registros da Igreja Católica, 1520-1975). O casal não teve filhos.
O 3º CASAMENTO
Adam Schuster casou-se com Anna Barbara Müller (*1785 Dörzbach – Baden-Würtemberg/+1847 Dois Irmãos RS), minha pentavó (5ª avó), filha de Joseph Müller e Anna Catharina Bauer, na data de 20/10/1811, na Igreja de Rengershausen, Mergentheim, Württemberg (Diocese de Rottenburg-Stuttgart, Registros da Igreja Católica, 1520-1975). O casal teve 5 filhos na Alemanha e um no Rio Grande do Sul.
OS FILHOS DO 3º CASAMENTO
V-Franz Anton Schuster (*22/12/1812 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+19/07/1846 Dois Irmãos – Travessão RS – Arquivo Público do RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, 1º Cartório, São Leopoldo, Nº 81, Maço 4, Estante 71, Ano 1853) casou-se com Barbara Sausen (*21/04/1821 Alemanha/+1896RS), filha de Peter Sausen e Anna Maria Goebel, na data de 11/01/1837, em São Leopoldo RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 41 v). Possuía colônias de terras na antiga Picada Dois Irmãos e na Picada Verão, esta pertence na atualidade ao município de Sapiranga RS. Franz foi atacado por uma cobra venenosa, a qual deixou em sua mordida um dente que ficou preso ao cano de sua bota. O veneno oriundo deste dente ficou roçando a perna, formando uma ferida e desenvolvendo uma grave intoxicação. O fato resultou na sua morte. O casal teve 4 filhos: João (Johann), Hubert, Ermina (Minna) e Henrique (Heinrich);
VI-Andreas Schuster (*07/08/1815 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+13/01/1890 Harmonia RS), meu tetravô (4º avô), casou-se com Maria Anna Kossmann (*1819 Província Prussiana do Reno/+11/12/1856 Costa da Serra (Novo Hamburgo RS), minha tetravó (4ª avó), na data de 10/08/1836, em São Leopoldo RS, filha de Johann Peter Kossmann e Genoveva Rosbach (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 38 v). Casou-se novamente com Appolonia Huppes, em 19/01/1857, em São Leopoldo, filha de Pedro e Margarida Huppes (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São Leopoldo, Livro nº 2, pág. 22 v). Residiu na localidade de Picada Verão (atualmente pertencente ao município de Sapiranga), na localidade de Travessão em Dois Irmãos e, por volta de 1873, foi residir em Harmonia com sua família. Foi enterrado no Cemitério antigo de Harmonia, porém, com a mudança de todos os túmulos para o novo cemitério, a sua lápide não foi conservada, devendo ter sido sepultado junto a algum de seus filhos ou descendentes. Andreas teve 10 filhos do casamento com Maria Anna Kossmann: Carlos, Pedro, meu trisavô (3º avô), Ernesto, Jacob, Hubert, Andreas Filho, Catharina, Maria, Maria Isabel e Rosina. Do casamento com Appolonia Huppes teve 5 filhos: Magdalena, Philippe, Maurisio, Luiza e Appolonia. Andreas é o avô de Catharina Schuster, que foi sogra de Jacob Göller Sobrinho, neto este de Johann Göller, genearca-imigrante da família Göller;
VII-Joseph Schuster (*15/09/1818 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+19/03/1819 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha);
VIII-Anna Maria Walburga (Maria Anna) Schuster (*01/05/1820 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+RS) casou-se com João Baltazar Severin (Sefferin) (*1806 Urmersbach, Renânia-Palatinado, Alemanha/+antes 1863 RS), filho de Stephan Severin e Anna Catharina Kossmann, em 28/10/1837, em Capela de Santana (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Capela de Santana, Livro nº 1, pág. 67). No recenseamento de 1849, feito pelo Diretor da Colônia de São Leopoldo, consta que sua família morava no chamado Campo Ocidental, que corresponde atualmente aos territórios dos municípios de Estância Velha e Portão. O casal teve pelo menos 8 filhos: Estevão, Anna, Magdalena, Mathias, Maria Guilhermina, Catharina, Elisabeth e João Pedro;
Luiza Frederica Zimmermann Mörschbächer, neta de Maria Anna Schuster Severin e filha de Maria Guilhermina Severin Zimmermann |
IX-Catharina Barbara Schuster (*23/03/1823 Laibach, Dörzbach, Baden–Württemberg, Alemanha/+03/09/1872 São José do Hortêncio RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Capela de Santana, Livro nº 1, pág. 68) casou-se com João José Fritsch (*26/12/1817 Alemanha/+RS), em 28/07/1838, filho de Cornélio Fritsch e Anna Catharina Fritsch, em Capela de Santana (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Capela de Santana, Livro nº 1, pág. 68). A família vivia em São José do Hortêncio. Tiveram pelo menos 6 filhos: Pedro, Maria, Jorge, Barbara, Daniel e Sofia;
X-Henrique Schuster (*26/03/1828 São Leopoldo RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 12 v/+ RS), sem mais notícias. É confundido com o imigrante Heinrich Schuster, imigrado em 1858, evangélico, que viveu em Lajeado RS, tendo diversos descendentes nesta região.
A VIAGEM PARA O BRASIL
Acredita-se que a Família Schuster tenha vindo ao Brasil no navio Caroline, pois este havia aportado no Rio de Janeiro, na mesma época em que os Schuster chegavam ao Rio Grande do Sul, saídos daquele mesmo porto. Assim sendo, os Schuster deixaram a Alemanha através do porto de Hamburgo, embarcaram com destino ao Brasil em 16/11/1825 no navio Caroline, com cerca de 200 passageiros. O navio Caroline fazia a sua terceira viagem com este objetivo. O capitão do navio chamava-se Jakob Von Der Wettern e o comandante de transporte Karl Seidler. Este navio transatlântico, como todos os navios empregados no início do século XIX para cruzarem o Oceano Atlântico, era um veleiro de três mastros. O navio chegou ao Rio de Janeiro em 26/02/1826.
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O antigo porto de Hamburgo |
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Veleiro semelhante ao Caroline |
Após alguns dias, a família Schuster embarcou na data de 23/03/1826, num barco costeiro, a sumaca de nome Argelino, rumo ao Rio Grande do Sul. Era uma pequena embarcação veleira de três mastros. O proprietário deste costeiro era Manuel José Pereira Graça e seu capitão chamava-se Victoriano José Pereira. Foram 193 pessoas, que nela embarcaram. A família Schuster chegou a São Leopoldo em 17/04/1826 (Códice 333, fl. 49, linhas 37 a 42). VER FAMÍLIA SCHUSTER – A VIAGEM DE NAVIO
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Representação de uma sumaca |
O LOCAL DE RESIDÊNCIA
Os primeiros anos da família Schuster, desde a chegada em 17/04/1826, foram passados em São Leopoldo RS, primeiramente se instalando na casa da Feitoria Velha.
A casa da Feitoria Velha em São Leopoldo, onde os imigrantes se instalavam logo após a chegada |
Mais tarde, a família Schuster se estabeleceu no Travessão de Dois Irmãos RS, no Lote nº 3. Os trechos na carta do imigrante Johann F. Friedrich, vizinho de Adam Schuster, que residia no Lote nº 5 no Travessão, descreve a vida na antiga colônia em 01/01/1832 (carta original extraída do livro dos 1000 anos de Mulfingen - 1980, pesquisado por Luis Alberto Friedrich, e a tradução foi feita por Mário Silfredo Klassmann em novembro/2002):
“...Depois da chegada a este país desconhecido, tivemos que ficar, por quatro meses, num lugar de encontro dos alemães chamado “Feitorim” (Feitoria) até recebermos a nossa propriedade. Recebi a minha terra na mata virgem, porque a terra livre já há muito tinha sido distribuída. A minha propriedade, contudo, fica apenas a meia hora de distância das terras da Província. Minha roça, igual a todos os alemães que habitam a grande floresta virgem, é toda coberta por mata, mas, apesar disso, fácil de nivelar e preparar para plantação. As árvores são derrubadas, a madeira seca pelo calor do sol é queimada, e logo se inicia a plantação. Minha propriedade, livre e incontestada, compreende 400 Morgen...” Obs1. do tradutor: em português morgo corresponde a 0,25 ha, ou seja, 50 por 50 metros. Obs.2 do tradutor: um morgo corresponde, assim como na Alemanha, a 160 varas (uma vara corresponde a uma braça ou 2,20 m). Assim, a propriedade do autor da carta era de 100 hectares.
“ ...O solo de mato é mais fértil e mais produtivo que o de campo e, nos primeiros 10 anos, não necessita de adubos nem correção. O milho (Welschkorn) e o feijão são os principais produtos, mas o centeio e o trigo produzem muito bem, além de batata inglesa duas vezes por ano, ervilha, lentilha, arroz e cana de açúcar, maçã e pêssegos. Quase todos os produtos agrícolas alemães se dão bem aqui, mas frutas de árvore como na Alemanha não se encontram aqui, a terra ainda não está preparada para elas. Com o vinho estão sendo feitas as primeiras tentativas. A criação de gado vacum é importante, dela se obtém manteiga e bastante dinheiro. Os porcos podem ser engordados excessivamente. A pecuária é o ramo principal da alimentação deste país. Desde que estou na minha colônia, 5 vacas e 5 terneiras além de terneiros e bois. No primeiro ano de estada aqui, nós recebemos, como qualquer outra família alemã, 8 vinténs por dia cada um, no segundo ano 4 vinténs por dia; 18 vinténs correspondem a um florim, 48 vinténs formam um Taler. Estes subsídios recebidos do Imperador nos foram de grande valia. Durante 10 anos estamos isentos de qualquer tributo e depois desse período os impostos representam muito pouco. Tranquilidade e paz é a nossa felicidade todo esse tempo. Trabalhar é obrigação de cada pessoa em qualquer lugar, se ela quiser ter sucesso honestamente. Todos os produtos da terra podem ser colocados facilmente e convertidos em dinheiro. Um clima saudável, ar puro, água limpa e saborosa temos aqui. Pelo Natal, temos o calor mais intenso, mas ele é bem tolerado; tudo verdeja e floresce durante o ano todo e duas colheitas (por ano) alegram os habitantes. Neve e gelo, como na Alemanha não temos aqui, pouco frio, às vezes geada noturna e muita chuva no inverno daqui nos meses de maio, junho, julho, agosto...”.
“... Adam Schuster, de Laibach, que é meu vizinho aqui, saúda muitíssimo seu irmão Michael Schuster em Mulfingen (município ao lado de Dörzbach)...”.
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No mapa da antiga Colônia de São Leopoldo, as localizações da Feitoria Velha (abaixo) e do Travessão (acima), na antiga Linha ou Picada Dois Irmãos |
Há dois documentos que comprovam a passagem dos Schuster pela Picada Verão (atualmente uma localidade de Sapiranga RS): o inventário de Franz Anton, falecido em 19/07/1846 no Travessão de Dois Irmãos, no qual consta que este possuía meio lote naquela localidade e o registro de casamento do filho de Andreas, Pedro Schuster, no qual consta que este teria nascido na Picada Verão.
Entre 1847 e 1849, foi realizado um recenseamento dos moradores das antigas colônias de São Leopoldo, mandado fazer pelo Diretor desta Colônia. Neste recenseamento, entre 1848 e 1849, obtivemos a informação de que as famílias dos filhos Andreas e Franz Anton moravam ao sul da então Picada Dois Irmãos, num local denominado de Travessão. As duas famílias habitavam a colônia de nº 3 deste lugar. Franz Anton já teria falecido, restando os filhos Johann (9 anos), Hubert (7 anos), Minna (ou Ermina, com 5 anos) e Henrique (3 anos), sua viúva Barbara Sausen (26 anos) a qual casou-se novamente com João Recktenwald (31 anos), lavrador, nascido em Oldenburg. Desta união nasceu a menina Barbara Recktenwald (1 ano).
Andreas, 35 anos, lavrador, vivia na outra metade do lote com a esposa Maria Anna Kossmann (26 anos), os filhos Carlos (Carl, com 10 anos), Pedro (8 anos), Ernesto (Ernst, com 4 anos), Huberto (Ruberti, com 3 anos) e Andreas (2 anos). Com estes dados, é dado quase como certo que o genearca-imigrante Adam Schuster, a esposa Anna Barbara Müller já seriam falecidos à época do recenseamento. Neste mesmo período, a filha destes imigrantes, Maria Anna Schuster, com 31 anos de idade, o marido João Baltazar Severin (42 anos), lavrador, e as filhas Anna (11 anos), Magdalena (9 anos), Maria (3 anos) e Catharina (6 meses) habitavam numa região chamada Campo Ocidental, que corresponde na atualidade aos territórios de Estância Velha e Portão. A outra filha de Adam, Catharina, casada com João José Fritsch, residia em São José do Hortêncio.
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Mapa do recenseamento de 1849 |
Pelos registros, Adam e Anna Barbara tiveram 6 filhos, sendo que do sexto, Henrique, nascido no Brasil em 26/03/1828, na cidade de São Leopoldo, não se tem notícias, não sendo verdadeira a afirmação que circula de que o mesmo tenha se tornado evangélico e se fixado com a família em Lajeado RS. Este Henrique Schuster é outro imigrante, vindo ao Brasil em 1858. Os descendentes de Franz Anton tomaram posteriormente os rumos de Santa Cruz do Sul, além de outras cidades. Andreas, com a primeira esposa Maria Anna Kossmann e os filhos, após residir em Picada Verão e Dois Irmãos, estabeleceu-se na cidade de Harmonia. Maria Anna Schuster, com o esposo João Baltazar Severin (Sefferin) e seus filhos, registraram sua passagem por Estância Velha. Catharina Schuster, casada com João José Fritsch, residia com a família em São José do Hortêncio.
O FALECIMENTO DE ADAM SCHUSTER
Adam Schuster faleceu antes de 04/03/1847, data em que houve a venda de parte do lote recebido como herança pelo falecimento do mesmo, pela filha Anna Maria Schuster e o genro João Severin, sendo compradora a viúva Barbara Schuster, que correspondia à ¼ da colônia de nº 3, da Picada Travessão, em Dois Irmãos (Arquivo Público do RS, São Leopoldo, Livro de Transmissões/Notas, 1º Tabelionato, nº 1, fls. 25 verso e 26). Assim sendo, estima-se que Adam Schuster tenha falecido no ano de 1847, em Dois Irmãos RS.
A viúva, Anna Barbara Müller Schuster faleceu no mesmo ano, entre as datas de 04/03/1847 e 01/07/1847, ou seja, entre a escrituração da venda do lote acima mencionada e de outra venda por parte da filha Catharina Schuster e do genro João Fritsch, de ¼ da colônia de nº 3, da Picada Travessão, para Andreas Schuster, irmão de Catharina, onde é mencionado que o vendedor João Fritsch recebera por herança do sogro e sogra, Adam Schuster e Barbara Müller (Arquivo Público do RS, São Leopoldo, Livro de Transmissões/Notas, 1º Tabelionato, nº 1, fls. 42 verso e 43). Então, Barbara Schuster faleceu realmente no ano de 1847, no referido período.
Ver a continuação: Família Schuster 2ª Parte – Ramo Andreas Schuster