Mensagem

Os artigos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: GÖLLER, Lisete. [inclua o título da postagem], in Memorial do Tempo (https://memorialdotempo.blogspot.com), nos termos da Lei n.º 9.610/98.

terça-feira, 31 de maio de 2016

A Genealogia dos Famosos - Vincent Van Gogh















Vincent Willem van Gogh (*30/03/1853 Zundert/+29/07/1890 Auvers-sur-Oise)


A ÁRVORE GENEALÓGICA DA FAMÍLIA VAN GOGH


Primeira Geração

1. David van Gogh nasceu em 1697. Ele faleceu em 1740. David casou-se com ?

Eles tiveram os seguintes filhos

+ 2 M i. Jan van Gogh nasceu em 1722 e faleceu em 1784.

3 M ii. Vincent van Gogh nasceu em 1720. Ele faleceu em 1802.


Segunda Geração

2. Jan van Gogh (David) nasceu em 1722. Ele faleceu em 1784. Jan casou-se com ?

Eles tiveram os seguintes filhos

+ 4 M i. Johannes van Gogh nasceu em 1763 e faleceu em 1840.


Terceira Geração

4. Johannes van Gogh (Jan, David) nasceu em 1763. Ele faleceu em 1840. Johannes casou-se com ?

Eles tiveram os seguintes filhos

+ 5 M i. Vincent van Gogh nasceu em 1789 e faleceu em 1874.


Quarta Geração

5. Vincent van Gogh (Johannes, Jan, David) nasceu em 1789. Ele faleceu em 1874. Vincent casou-se com Elisabeth Huberta Vrijdag. Elisabeth nasceu em 1790. Ela faleceu em 1857.


Vincent van Gogh

Eles tiveram os seguintes filhos

6 M i. Hendrik Vincent van Gogh nasceu em 1814. Ele faleceu em 1877.

+ 7 M ii. Johannes van Gogh nasceu em 1817 e faleceu em 1885.

8 M iii. Willem Daniel van Gogh nasceu em 1818. Ele faleceu em 1872.

9 M iv. Vincent van Gogh nasceu em 1820. Ele faleceu em 1888. Vincent casou-se com Cornelia Carbentus. Cornelia nasceu em 1829. Ela faleceu em 1913.

+ 10 M v. Theodorus van Gogh nasceu em 1822 e faleceu em 1885.

11 M vi. Cornelis Marinus van Gogh nasceu em 1824. Ele faleceu em 1908.

12 F vii. Maria Johanna van Gogh nasceu em 1831. Ela faleceu em 1911.


Quinta Geração

7. Johannes van Gogh (Vincent, Johannes, Jan, David) nasceu em 1817. Ele faleceu em 1885. Johannes casou-se com Willhelmina Bruins. Willhelmina nasceu em 1819. Ela faleceu em 1864.

Eles tiveram os seguintes filhos

13 M i. Hendrik Jacob Eerligh van Gogh nasceu em 1853. Ele faleceu em 1886.

14 M ii. Johannes van Gogh nasceu em 1854. Ele faleceu em 1913.

10. Theodorus van Gogh (Vincent, Johannes, Jan, David) nasceu em 1822. Ele faleceu em 1885. Theodorus casou-se com Anna Cornelia Carbentus, filha de Willem Carbentus e Anna Cornelia van der Gaag. Anna nasceu  em 1819. Ela faleceu em 1907.


Theodorus van Gogh
Anna Cornelia Carbentus















Eles tiveram os seguintes filhos

15 M i. Vicent van Gogh nasceu em 1852. Ele faleceu em 1852.



Túmulo de Vincent van Gogh


16 M ii. Vincent Willem van Gogh nasceu em 1853. Ele faleceu em 1890.


O pintor Vincent Willem van Gogh

17 F iii. Anna Cornelia van Gogh nasceu em 1855. Ela faleceu em 1930. Anna casou-se com Joan Marius van Houten. Joan nasceu  em 1850. Ele faleceu em 1945.


Anna Cornelia van Gogh

+ 18 M iv. Theo van Gogh nasceu em 1857 e faleceu em 1891.


Theo van Gogh

19 F v. Elisabeth Huberta van Gogh nasceu em 1859. Ela faleceu em 1936. Elisabeth casou-se com Jean Philippe Theodore du Quesne van Bruchem. Jean nasceu  em 1840. Ele faleceu em 1921.


Elisabeth Huberta van Gogh

20 F vi. Willemina Jacoba van Gogh nasceu em 1862. Ela faleceu em 1941.


Willemina Jacoba van Gogh

21 M vii. Cornelis Vincent van Gogh nasceu em 1867. Ele faleceu em 1900.


Cornelis Vincent van Gogh

Sexta Geração

18. Theo van Gogh (Theodorus, Vincent, Johannes, Jan, David) nasceu em 1857. Ele faleceu em 1891. Theo casou-se com Johanna Gezina Bonger. Johanna nasceu em 1862. Ela faleceu em 1925.

Eles tiveram os seguintes filhos

22 M i. Vincent Willem van Gogh nasceu em 1890. Ele faleceu em 1978.


VISITA À CASA DE VAN GOGH EM AUVERS-SUR-OISE - FRANÇA


A Pousada Ravoux - Auvers-sur-Oise - França

A Pousada Ravoux, conhecida como a casa de Vang Gogh, situa-se na cidade de Auvers-sur-Oise, a 30 km de distância de Paris. 


Retornando aos tempos de Van Gogh

Nela o pintor se hospedou no ano de 1890, ocupando um pequeno quarto do sótão, iluminado apenas pela luz de uma claraboia. Era o quarto nº 5, localizado no 2º andar, onde Van Gogh viveu os seus últimos dias. Ele faleceu em 29/07/1890, depois de ter atentado contra a própria vida. 


No quarto de Van Gogh vemos apenas uma cadeira – Foto: Museu Van Gogh (não é permitido fotografar)

Nesta pequena cidade, calma e acolhedora, Van Gogh pintou as suas últimas telas. Podemos ver algumas delas reproduzidas ao longo de um roteiro turístico, enquanto caminhamos pelos lugares reais, que foram retratados por ele durante a sua breve estada.  


A tela de Van Gogh retratou a Igreja de Nossa Senhora da Assunção


A cidade que o atraiu pela beleza bucólica e luz radiante foi também o seu último refúgio e derradeiro lugar de descanso...


Entrada principal do cemitério de Auvers-sur-Oise


Vista do Cemitério de Auvers-sur-Oise que possui vários túmulos de artistas da época de Van Gogh


Vista do Cemitério de Auvers-sur-Oise


As lápides de Van Gogh e de seu irmão Theo sobre túmulos cobertos por heras primam pela simplicidade e beleza


Lápide de Van Gogh

“A partir do momento em que nos esforcemos em viver sinceramente, tudo irá bem, mesmo que tenhamos inevitavelmente que passar por aflições sinceras e verdadeiras desilusões; cometeremos provavelmente também pesados erros e cumpriremos más ações, mas é verdade que é preferível ter o espírito ardente, por mais que tenhamos que cometer mais erros, do que ser mesquinho e demasiado prudente. É bom amar tanto quanto possamos, pois nisso consiste a verdadeira força, e aquele que ama muito realiza grandes coisas e é capaz, e o que se faz por amor está bem feito.” (Vincent van Gogh, Cartas a Theo).








Família Mossmann - Casas Antigas - Ramo Maria Josepha Mossmann Renner


MARIA JOSEPHA MOSSMANN E FELIPPE RENNER

SUB-RAMO ROSINA (ROSA) RENNER E ROBERT KARL RÖHSLER

SUB-RAMO LEOPOLDINA RENNER E GEORG FRIEDRICH


À esquerda, a casa de meia água de Leopoldina Renner Friedrich, na frente da qual a mesma está de pé e a mãe Maria Josepha Mossmann Renner encontra-se sentada. A casa da direita pertencia à Rosina (Rosa) Renner Röhsler e seu marido Robert Karl Röhsler (Roberto Carlos), dentista de profissão. Ele recebeu o registro da Secretaria da Saude do RS em 05/04/1900. A casa se situava na Rua Lima e Silva, nº 90, em Novo Hamburgo – Década de 1900 – Foto: Acervo de Julia Hennemann


domingo, 29 de maio de 2016

Família Kossmann - Casas Antigas

IMIGRANTE CHRISTINE KOSSMANN E ERNST SCHMAEDECKE - RAMO ELISABETHA SCHMAEDECKE E FRANZ TSCHIEDEL



A casa da família de Francisco Tschiedel e Emma Rizzo - Foto: Lisete Göller

A casa que pertenceu ao casal Francisco Tschiedel Filho e Emma Rizzo, conhecida posteriormente como Casa Godoy, situa-se na Av. Independência, nº 456, em Porto Alegre RS, sendo tombada como Patrimônio Histórico e Cultural da Capital gaúcha em 26/11/1996. Francisco Tschiedel era filho de Elisabetha Schmaedecke e Franz Tschiedel, e neto dos imigrantes Ernst Schmaedecke e Christine Kossmann.


Francisco Tschiedel Filho e Emma Rizzo

O palacete é um belíssimo exemplo da arquitetura art-nouveau, estilo que utilizava linhas ondulantes e assimétricas, contemplando elementos que invocam a natureza. O projeto foi executado pelo arquiteto alemão Hermann Otto Menschen, entre os anos de 1904 a 1907.  A área construída somava 720 m², sendo projetada em três pavimentos. 


No alto, um gradil contorna um pequeno terraço – Foto: Lisete Göller


Detalhes do estilo Art-Nouveau - Foto: Lisete Göller


Ao longo de quase um século, famílias importantes da sociedade habitaram ou frequentaram a casa situada na Av. Independência, a via preferida da burguesia em ascensão naquela época. O primeiro proprietário foi o comerciante Arno Bastian Meyer. Alguns detalhes práticos e modernos chamaram a atenção naquele começo do Século XX: o banheiro situava-se no andar térreo, e havia sido construído na parte interna da casa. Um monta-carga (uma espécie de elevador) levava a comida da cozinha para a sala de jantar...


Detalhe do frontão da porta da casa que pertenceu aos Tschiedel - Foto: Lisete Göller


Depois que o casal Meyer se separou, a casa foi alugada pela família Grecco, que era proprietária do Cinema Apollo, este situado na Av. Independência, nº 18 (onde atualmente existe um edifício garagem). 

No ano de 1926, a casa foi vendida ao comerciante Francisco Tschiedel, que providenciou algumas reformas, incluindo pinturas internas, a cargo do artista Ferdinand Schlatter, que as executou nas três salas do pavimento principal. Francisco era comerciante do ramo de tecidos e miudezas e, mais tarde, tornou-se proprietário de uma importante loja de bijuterias, roupas, calçados e adornos para senhoras. A Casa Tschiedel, teve como endereços a Rua dos Andradas nº 1.306 e nº 1.435 em Porto Alegre. Ele e sua esposa, Emma Rizzo, com seus filhos Flora, Hermindo, Bruno Roberto, Frederico Arnaldo, Arno, Olga e Elsa, viveram na casa por alguns anos. O filho Hermindo seguiu com os negócios da família.


À esquerda, no térreo, vê-se parcialmente a loja de tecidos Casa Tschiedel, localizada no nº 1.306 da Rua dos Andradas, esquina com a Rua Uruguai. Na outra esquina, situa-se o Edifício Herrmann, onde se estabeleceu o Hotel La Porta. O prédio onde existia a loja deixou de existir. No seu terreno, foi construído um prédio moderno. O Edifício Herrmann foi reformado e chegou aos nossos dias – Anos 1920 – Fonte: Jorge Silva - Foto Colorizada: Luiz Adams


Vitrine da Casa Tschiedel Modas - Centro Histórico de Porto Alegre, outono de 1949 (reprodução Porto História PH/Revista do Globo). A loja localizava-se na Rua da Praia, ou Rua dos Andradas, nº 1.435, em frente à Galeria Chaves. Era uma das lojas mais conceituadas da cidade de Porto Alegre durante a primeira metade do século XX. Foto: autor desconhecido


No ano de 1939, a casa foi vendida ao médico psiquiatra Jacintho Godoy (1886-1959), também poeta, político e teatrólogo, que instalou no térreo da casa o seu consultório. Francisco Tschiedel Filho, Emma e o filho Arno se mudaram em 1939 para um apartamento no edifício do Clube do Comércio, na Rua dos Andradas. Mais tarde, Arno mudou-se com a esposa, para uma casa que mandou construir na Rua Cel. Bordini, esquina com a Travessa Petrópolis. .  

O Dr. Godoy foi Diretor do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Além disso, idealizou o Manicômio Judiciário e fundou o Sanatório São José. A partir daí, a casa ficou conhecida como a Casa Godoy, sendo frequentada por figuras da sociedade e expoentes da cultura, da medicina e da política do Estado do Rio Grande do Sul. Jacintho teve quatro filhos. A filha Carlinda Godoy fez a venda à Prefeitura, após o tombamento. Na casa foram instaladas, a partir de 1998, a Coordenação da Memória Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e a Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural.


VISITA AO INTERIOR DA CASA GODOY


Durante a programação da 5ª Semana do Patrimônio, organizada pela Diretoria de Patrimônio e Memória, da Secretaria Municipal de Cultura, participei de uma visita guiada à Casa Godoy, na data de 14/08/2021, uma ótima oportunidade de conhecer o interior da casa, embora não fosse permitido fotografá-lo. Tive que guardar de memória o que fora visto, anotando depois as localizações e rabiscando pequenas plantas da casa. Quando comecei a postagem há alguns anos atrás, achava as descrições com base na Internet um tanto confusas, mas agora creio que posso melhorá-las nesta atualização de postagem.


Abre-se a porta do sobrado para a visitação – Foto: Lisete Göller


A casa Godoy possui três pavimentos: o térreo, o primeiro andar (ou segundo pavimento) e o sótão. Este último não nos foi permitido visitar, tendo em vista as condições precárias em que se encontra, para que seja possível uma visitação. Comecemos pela entrada. Ao abrir-se a porta, vemos em frente uma escada comprida que vai dar no primeiro andar e, à direita, a passagem para os cômodos do térreo. 


A escada que leva ao primeiro andar e, à direita, a passagem para os cômodos do andar térreo – Foto: Lisete Göller



Hall de entrada visto do alto da escada – Foto: Jacintho - Fonte: Internet 


Já de início, depois de descer um incômodo degrau, pois se encontra num plano inferior ao hall de entrada, entramos numa antessala, de onde vemos as salas do antigo consultório médico do Dr. Jacintho Godoy. Em épocas anteriores, estas salas serviriam como dormitórios.


Detalhe de uma das janelas do consultório no andar térreo - Foto: Lisete Göller


Seguindo-se em frente, através de um corredor, que segue em direção aos fundos da casa, além das salas à direita, no lado oposto destas, há um pequeno banheiro, decorado com azulejos importados, possivelmente para uso dos empregados e pacientes. Naquela época, os banheiros ficavam do lado de fora das casas, sendo esta uma das inovações da Casa Godoy. De volta ao corredor, adentramos num pátio interno, com plantas e algumas esculturas, que talvez tenham ou não relação com a casa original. À esquerda, encontra-se um painel de vitral com formas geométricas.



Painel de vitral no pátio interno do andar térreo – Foto: Jacintho – Fonte: Internet


Entrando-se novamente na área coberta da casa, o pequeno corredor leva, à direita, à porta de uma sala com ladrilhos hidráulicos, devendo esta ser a antiga copa. Do lado esquerdo, há uma passagem que vai dar na entrada do banheiro principal, possuindo este uma banheira e as demais peças sanitárias, com azulejos predominantemente na cor branca.


O banheiro principal com a banheira em destaque – Foto: Jacintho – Fonte: Internet


Voltando-se ao corredor, ao seu final, situa-se a ampla cozinha, exibindo no canto direito o monta-carga que, como já dito, trata-se de uma espécie de elevador para levar a louça e a comida à sala de jantar no andar de cima. No canto oposto, no mesmo lado, ficava o antigo fogão à lenha. Na parte esquerda da cozinha, logo na entrada, depois do corredor, vemos a escada que leva ao primeiro andar, sendo que, na parede, está fixado um engenhoso dispositivo elétrico, através do qual eram chamados os empregados para que fossem atender aos diferentes cômodos da casa.


Ao centro, vista da cozinha através do pátio dos fundos – Foto: Lisete Göller


A cozinha leva ao pátio dos fundos, que remete à existência no passado de um jardim arborizado muito bonito e acolhedor. Nesta parte, foi possível fotografar, o que torna mais fácil a descrição. A casa vista dos fundos, exibe suas mansardas, a ampla varanda e a escada de acesso ao primeiro andar, construídas em ferro, com seus detalhes arquitetônicos mais simples e despojados. 


Árvores e plantas derivadas do jardim original, que ainda por lá permanecem – Foto: Lisete Göller


Jardim interno da Casa Godoy – Foto: Lisete Göller


Vista da fachada dos fundos da casa, com as mansardas e a varanda existente no primeiro andar – Foto: Lisete Göller


Fachada dos fundos da casa – Foto: Lisete Göller


O antigo sobrado emoldurado pela árvore centenária – Foto: Lisete Göller


Ao fundo do pátio, há uma escadaria que vai dar no muro da casa vizinha. Algo interessante nos foi revelado: antigamente o terreno da casa ia até a que veio a ser a Av. Cristóvão Colombo, disse-nos a arquiteta que nos guiava. Foi obtido tal conhecimento, através de um pedido para construção de uma garagem no antigo final de terreno, num documento da Prefeitura.


O final do terreno na atualidade, na divisa com a propriedade vizinha – Foto: Lisete Göller


A escada do pátio nos leva ao primeiro andar. Neste, existe um avarandado com balaustrada de ferro trabalhado, através do qual vemos o antigo jardim de forma agradável.


A escada que leva ao primeiro andar – Foto: Lisete Göller


Detalhe da varanda com estrutura em ferro e o lustre original – Foto: Lisete Göller


Da varanda, adentramos na sala de jantar, com parte das paredes recobertas por madeiras de lei trabalhadas e com pintura decorativa executada pelo pintor alemão Karl Ferdinand Schlatter. Atualmente, esta pintura encontra-se muito desgastada pelo tempo. Na sala, há uma grande mesa, que nos deixa antever jantares sofisticados e muito animados. Num canto, vislumbramos a porta do monta-carga, também decorada. 


Detalhe da sala de jantar com as pinturas decorativas ainda em seu esplendor – Foto: Jacintho – Fonte: Internet


À esquerda vemos um cômodo separado do ambiente da sala de jantar por um arco, com janelas que dão para o pátio, decorado com pintura de motivos diferentes; creio que deva ser a saleta de música. 


A sala contígua à sala de jantar, vista dos fundos da casa – Foto: Lisete Göller


A sala de música vista de outro ângulo – Foto: Lisete Göller


A segunda janela da sala de música – Foto: Lisete Göller


Detalhe da decoração das paredes, num padrão diferente do da sala de jantar – Foto: Lisete Göller


Do outro lado, à direita, ao lado da porta externa da sala de jantar, vemos um jardim de inverno, que se abre para a varanda com portas envidraçadas; em seguida uma saleta de fumar, que se encontrava fechada, e, por fim, a escada interna que leva ao andar de baixo ou ao sótão. 


O pequeno jardim de inverno com portas envidraçadas – Foto: Jacintho – Fonte: Internet


Saindo-se da sala de jantar, seguimos por um corredor, que levam aos quartos. O quarto do casal conta com um banheiro suíte, decorado com azulejos coloridos, alguns decorados com uma paisagem holandesa típica, com seus moinhos e pôlderes.


Corredor que leva aos quartos principais da casa – Foto: Autoria Desconhecida – Fonte: Internet


Ao final do corredor, chegamos ao gabinete do Dr. Godoy. Uma mesa de trabalho ocupa o centro do cômodo e, à sua volta, vemos estantes com vários livros. Nesta parte, estamos de volta ao lado da frente da casa, que vai dar na Av. Independência. A janela tríplice do gabinete é a que vemos com persianas do lado de fora. 


A janela tríplice com as persianas abertas na fachada principal – Foto: Lisete Göller

Numa saleta anexa ao gabinete, há uma mesa redonda, estantes e quadros antigos. Nela há um recanto delimitado por balaustradas de madeira, em frente ao grande vitral que vemos na fachada. Estas duas salas, ou pelo menos uma delas, seriam as salas de visitas ao tempo dos Tschiedel. A sala usada como gabinete foi idealizada posteriormente pelo Dr. Godoy. As mesmas encontram-se revestidas por pintura mural, com os prejuízos causados pelo tempo.


O recanto que apresenta ao fundo o grande vitral que enfeita a fachada principal da casa – Foto: Jacintho – Fonte: Internet


Saindo-se da saleta e do gabinete, à esquerda, encontra-se a escada que leva ao hall de entrada da casa. A casa atualmente abriga a Diretoria de Patrimônio e Memória, da Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural e do Centro de Pesquisa Histórica. Ao final da visita, assistimos a um vídeo sobre o patrimônio tombado da cidade de Porto Alegre.



A FAMÍLIA TSCHIEDEL 


Os irmãos Franz, Bernard e Wenzel, que imigraram no Rio Grande do Sul, eram filhos de Franz Tschiedel (*1822 Bernsdorf, Boêmia) e Anna Bina (*1822 Proschwitz, Boêmia). Este casal teve ainda os filhos Caroline, Stephan e Johann. A cidade-natal paterna, Bernsdorf (nome germânico) corresponde a Bernartice, Distrito de Trutnov, Região de Hradec Králové, na República Tcheca. Esta cidade localizava-se na região histórica da Boêmia.


Kostel Nanebevzetí Panny Marie ou Igreja da Assunção em Bernartice - Fonte: Wikipedia – Foto: Petr1888


Segundo a listagem de imigrantes que partiram de Hamburgo, os irmãos Tschiedel residiam em Wetzwalde, designação germânica de uma antiga cidade da Boêmia, região esta que pertenceu à Áustria por três séculos, e que, atualmente, corresponde à aldeia de Václavice, em Hrádec nad Nisou, no distrito de Liberec, norte da Boêmia. 



Václavice, em Hrádec nad Nisou, no distrito de Liberec, na República Tcheca - Fonte: Wikipedia - Foto: M. Drobny


Franz Tschiedel, nascido em 01/11/1852, imigrou por volta de 1878, alguns anos antes da chegada de seus irmãos Bernard e Wenceslau ao Rio Grande do Sul, que vieram em 1884. Bernard partiu de Hamburgo aos 27 anos com o irmão Wenceslau (no alemão Wenzel), de 25 anos, rumo ao Rio de Janeiro, em 05/07/1884, no navio Argentina, um barco a vapor de bandeira alemã, comandado pelo Capitão Ch. Boje, sendo consignatário o senhor R. O. Lobedanz. Constou no registro que Bernard era Strumpfwirker (ou Strumpfweber, Strumpfstricker, Strumpfmacher), que significa um artesão que tece ou trabalha meias e outras peças de vestuário numa máquina ou cadeira de meias de fios de lã torcida, algodão, seda ou linho.  Wenceslau exercia a profissão de Economista (Fonte: Ancestry.de).


Franz Tschiedel e a esposa Elisabetha Schmaedecke

Franz casou-se em 06/08/1878 com Elisabetha Schmadecke (*17/03/1851 Ivoti RS), filha dos imigrantes Ernst Schmaedecke e Christina Kossmann, na localidade de Picada Feijão, situada em Ivoti. O casamento foi celebrado na Capela de São João Baptista nesta Picada, tendo como testemunhas Francisco Lanius e Johann Göller, trisavô da pesquisadora. No registro, constou a observação de que era morador da Colônia de Caxias, a qual começou a receber colonos a partir de 1875 (Cúria Porto Alegre, Ivoti, Livro Casamentos n. 1, fl. 16 v).

O nascimento do primeiro filho, Francisco Carlos Tschiedel, ocorreu 22/04/1879, na Picada Cará, localidade do município de Feliz, onde Franz e Elisabetha foram residir. Depois, vieram os filhos Paolina Catharina, Guilherme Ernesto, Emília e Josephina, nascidos provavelmente em São Pedro da Forqueta (Forqueta Baixa), atualmente pertencente ao município de Vale Real RS. 

Com a vinda dos irmãos para o Rio Grande do Sul no ano de 1884, a família se reuniu novamente. Porém, com o tempo, ocorreram novas mudanças.

Bernard Tschiedel, nascido em 1857, casou-se em 07/02/1885 com Maria Magdalena Schmitz, filha de Mathias Schmitz e Maria Schmaedecke, sobrinha da cunhada Elisabetha. O casamento foi celebrado na mesma Capela de São João Baptista na Picada Feijão. No registro consta que Bernard era morador de Santo Ignácio do Caí, antiga Picada Feliz, que atualmente corresponde ao município de Alto Feliz (Cúria Porto Alegre, Ivoti, Livro Casamentos n. 1, fl. 30). O casal teve pelo menos seis filhos: Guilhermina Carolina, Germano Francisco, Leopoldina, João Pedro, Otto e Anna Barbara.

Provavelmente em meados de 1885, Franz Tschiedel e o irmão Bernard Tschiedel compraram lotes na 17ª Légua da Colônia de Caxias, no Travessão Pedro Guedes, que fazia parte do núcleo Forqueta (o sobrenome aparece como Tschulde). Franz adquiriu o Lote nº 2, na sua totalidade, que abrangia uma área de 567.600 m², sendo este quitado em 1891. Não há evidências de que Franz tenha ido realmente morar no Travessão Pedro Guedes. Bernard era proprietário de metade do Lote nº 3, com 288.096 m², que foi quitado no mesmo ano. A outra metade pertencia ao colono Pedro Simon (Os Povoadores da Colônia Caxias, M. Gardelin & Rovílio Costa). A área do antigo Travessão Pedro Guedes atualmente faz parte do município de Vale Real RS. Na época do falecimento de Bernard, ocorrido em Vila Real no ano de 1902, este morava em Picada Cará, Feliz RS, com a família.


Localização do Lote nº 3 de Bernard Tschiedel (verde) e o de nº 2 de Franz Tschiedel (vermelho) no Travessão Pedro Guedes (laranja), pertencente ao núcleo Forqueta, da Colônia de Caxias (Fonte: Mapas de Otávio Boni Licht e Colaboradores, Inst. Informática da UFRGS).

O irmão Wenceslau Tschiedel, nascido em 02/02/1859, casou-se em 07/01/1886 com Katharina Emilia Schmaedecke, filha de Guilherme Schmaedecke e Anna Bokorny, prima da cunhada Maria Magdalena (esposa do irmão Bernard), e sobrinha da cunhada Elisabetha Schmaedecke Tschiedel (esposa do irmão Franz). O casamento foi realizado na Capela de Santos Reis, em Kronenthal, antigo nome do município de Vale Real (Cúria POA, Feliz, Igreja Santo Ignácio, Livro Casamentos nº 1, fl. 41 v). A família de Wenceslau fixou residência em Picada Cará, localidade do município de Feliz, onde tiveram seis filhos: Anna Clothilde, Felippina Guilhermina Elisabetha, Raymundo Wenceslao, Josephina Leopoldina, Maximiliano Mathias e Henrique Clodoaldo.

O registro de batismo da filha de Franz Tschiedel, Bertha Carolina, em 1886, revela que a família deste ramo dos Tschiedel vivia em Nova Palmira (atualmente é uma localidade de Caxias do Sul). A partir de 1888, quando nasceram os filhos Albino, Balduíno, Henrique e José Raymundo, a família residia em Arroio do Meio. Provavelmente depois de 1910, Franz, a esposa Elisabetha e os dez filhos foram morar em Porto Alegre, na Rua Dr. João Ignácio, nº 66, no Bairro Navegantes.

Franz faleceu em 31/12/1932, aos 80 anos de idade. A esposa Elisabetha Schmaedecke Tschiedel faleceu aos 66 anos, na data de 18/12/1917. Ambos estão sepultados no antigo Cemitério de São José, no Bairro Glória, Porto Alegre RS.

O irmão Wenzel faleceu em 31/12/1938 em Picada Cará RS e a esposa Catharina Emilia Schmaedecke Tschiedel faleceu em 15/06/1954 em São Sebastião do Caí RS. 

Bernard Tschiedel faleceu em 27/06/1902, vítima de afogamento, em Vila Real RS (antiga Kronenthal), onde foi sepultado. A viúva Maria Magdalena continuou residindo em Picada Cará, Feliz RS, com os seis filhos órfãos.


Ver postagem sobre lápides: 


Nota da Pesquisadora: houve um imigrante chamado Aloys Tschiedel (*05/10/1849 Neustadtl, Boêmia), filho de Aloys Franz Tschiedel e Anna Rösler, viúvo de Maria, agricultor, que veio ao Rio Grande do Sul com seus três filhos: Pauline (*1876), Marie (*1883) e Josef (*19/04/1885). Porém, nas pesquisas, há registros referentes a Aloys Tschiedel Filho (*05/10/1881), que não constava na lista de embarque na Alemanha.

A família partiu do porto de Hamburgo em 29/05/1889, no navio a vapor Buenos Aires, Capitão Leo K. Estes imigrantes vieram de Neustadtl, que é o nome germânico para a cidade tcheca chamada Nové Mestecko. Estabeleceram-se primeiramente no 2º Distrito de Ijuí RS, que se chamava Cadeado e, depois, Dr. Pestana, que se tornou o município de Augusto Pestana. O filho Josef Tschiedel, casado com Paulina Seidel, residiu no 9º Distrito de São Luiz Gonzaga RS, que, mais tarde, veio a se chamar Roque Gonzales. Tiveram pelo menos duas filhas: Olinda e Hilda. O filho Aloys Tschiedel casou-se com Anna Joana Finkler, com quem teve os filhos: Aloys Alfredo, Amanda, Helma, Hilga, Helmuth, Olga Rosalina e Adolfo, todos nascidos em Augusto Pestana RS.

Aloys, também chamado no Brasil de Aloísio, casou-se em segundas núpcias com Maria Müller, com quem teve os filhos: Máximo Ervino, Bertha Emília e Maria, estes nascidos em Santa Emília, Venâncio Aires RS. 

É possível que haja algum parentesco entre os eles e os nossos parentes Tschiedel.