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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Tempo de Prosa & Poesia - Fernando Pessoa
















Fernando Pessoa (1888-1935) 


APOSTILA

“... Aproveitar o tempo!...
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou
      de ser!
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por
     brisas,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O regato casual das chuvas que vão acabando,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto
    não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E oscila, no mesmo movimento que o da terra,
E estremece, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino.”

(Heterônimo Álvaro de Campos)


No Café A Brasileira - Lisboa - Portugal


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