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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Família Schuster - Militares


OS DESCENDENTES SCHUSTER NA GUERRA DO PARAGUAI


A GUERRA DO PARAGUAI


A Guerra do Paraguai, o mais longo conflito armado da América do Sul, teve início na data de 13/12/1864, quando o ditador paraguaio Solano López declarou guerra contra o Brasil. O conflito envolveu a chamada Tríplice Aliança, formada pelo Brasil, Argentina e Uruguai, que lutou contra aquele país, terminando somente com a morte de Solano López em 01/03/1870.


A Batalha do Avaí - Autor: Pedro Américo - Museu Nacional de Belas Artes

Há controvérsias em torno dos motivos que desencadearam esta guerra. Uma das razões seriam os planos de conquista do território brasileiro por parte do ditador paraguaio. Além disso, o Paraguai havia se manifestado contrário à invasão brasileira no Uruguai, e teria se antecipado a uma possível invasão do Império brasileiro em seu próprio território. Solano López apostava que o conflito não se estenderia por muito tempo, mas aconteceu o inverso. A guerra trouxe prejuízos ao próprio país, com a perda da maior parte de sua população, além das desastrosas consequências econômicas, sociais e políticas, que se refletem até a atualidade.


Oficial e Soldado da Guerra do Paraguai - Fonte: Wikipedia

Os irmãos Henrique Schuster (*20/12/1845 São Leopoldo RS/+02/08/1933 Santa Cruz do Sul RS) e Hubert Schuster (*28/08/1841 São Leopoldo RS/+11/06/1916 Santa Cruz do Sul RS), filhos de Franz Anton Schuster e Barbara Sausen, participaram da Guerra do Paraguai como soldados. Pela consulta à literatura sobre o assunto, eles fariam parte do 12º Corpo Provisório de Cavalaria da Guarda Nacional de São Leopoldo, composto por moradores desta colônia, que unidos ao 11º Corpo Provisório de Cavalaria da Guarda Nacional de Santana do Rio dos Sinos (atual Capela de Santana RS), formado por moradores desta povoação, foram incorporados ao 2º Corpo do Exército. O 11º e o 12º Corpos faziam parte das unidades paramilitares chamadas de Voluntários da Pátria, que se destinavam a reforçar os efetivos das forças militares do Exército Brasileiro. O 2º Corpo do Exército, comandado pelo Conde de Porto Alegre, o General Manuel Marques de Souza, participou de batalhas como a de Curuzu e Curupaiti.


Distintivo de Voluntário da Pátria usado no braço esquerdo do uniforme - Fonte: Wikipedia


Depois de seis anos de guerra, Caxias foi chamado para liderar o Exército Brasileiro, o qual reorganizou as tropas e venceu as últimas batalhas, até chegar à Capital Assunção no ano de 1869. A última batalha foi liderada pelo Conde D’Eu. No ano de 1870, a guerra chega ao seu final, quando foi morto Francisco Solano Lopez na Batalha de Cerro Corá.

Dos remanescentes dos nove corpos rio-grandenses que lutaram na Guerra do Paraguai, ou seja, 10% dos que haviam inicialmente partido, foi formado o 39º Batalhão de Voluntários da Pátria, que era composto por cerca de 400 homens, dos quais mais ou menos um terço era de origem alemã, sendo recebidos entusiasticamente em Porto Alegre ao meio-dia de 28/04/1870. Os militares esperavam ansiosamente a oportunidade de pedirem a baixa do serviço militar, para se unirem aos seus familiares, mas tiveram que esperar até o dia 6 de junho, até que viesse a papelada que ainda estava no Paraguai, sendo assim possível proceder ao cálculo de seus respectivos soldos.

Henrique Schuster recebeu o soldo honorário de acordo com o Decreto nº 1617, de 13/08/1907. Sobre Hubert (consta como Roberto) não há outras informações. (BECKER, 1968, p. 193)


DESERÇÃO

O ofício do Tenente-Coronel Antonio José da Rocha Junior, Comandante do 12º Corpo de Cavalaria de Guardas Nacionais, datado de 19/02/1866, o qual foi expedido do “Acampamento em marcha no Paço do Umbú”, contém a relação de 104 nomes dos Praças deste Corpo, que desertaram desde 02/07/1865 até 31/01/1866. Nela encontramos o nome de Ernesto Schuster (*1844 Dois Irmãos RS/+30/11/1931 Harmonia RS), com 22 anos de idade, filho de Andreas Schuster e Maria Anna Kossmann. A deserção seguramente possibilitou ao jovem Ernesto, que havia se casado há poucos meses, obter posteriormente uma numerosa descendência. O documento se encontra no Arquivo Histórico do Estado do Rio Grande do Sul. (BECKER, 1968, p. 179)


BIBLIOGRAFIA

PETRY, Leopoldo. São Leopoldo. São Leopoldo RS: Editora Rotermund, 1964.

BECKER, Klaus. Alemães e Descendentes – do Rio Grande do Sul – na Guerra do Paraguai. Canoas RS: Editora Hilgert & Filhos Ltda., 1968.

MOREIRA BENTO, Cláudio. Estrangeiros e Descendentes na História Militar do Rio Grande do Sul – 1635 a 1870. Porto Alegre RS: Editora A Nação e Instituto Estadual do Livro, 1976.

DONATO, Hernâni. Dicionário das Batalhas Brasileiras. São Paulo SP: Ibrasa, 1996.


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