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sábado, 12 de outubro de 2013

Café Esquina do Tempo




















O HOLOGRAMA

Imagens tridimensionais,
Compostas pelo reflexo da tua luz,
Dão ilusão ao movimento,
Feito caleidoscópicas lembranças.
Inesperadas cores se mobilizam,
Como se vidas pudessem ser produzidas,
A partir da interseção do objeto que é o Ser
Com o raio de trajetória precisa.
Só se pode assim ver
O que não se pode de outro modo tocar:
A luz que também é matéria,
Permanece inacessível por exceção particular.
Teu holograma será por fim
A criação
Da criação sensitiva,
E também a prova cabal e singular
Da tua comparação definitiva...



Lisete Göller - 1998

Foto: Desenho de Lisete Göller em Lápis Aquarela - 1998


Nota: o Musée de l’Holographie, situado em Paris, trouxe-me a inspiração para este poema. Lá são apresentadas desde reproduções de objetos simples, até estereogramas com temas diversos, dando a ilusão de movimento. Os hologramas são produzidos por meio de um raio laser que atinge o objeto, e forma as imagens tridimensionais dos reflexos de luz.

Transpondo essa ideia para o poema, quando manipulamos a imagem elaborada pela nossa mente de um ser que é importante para nós, e que pode não estar ao nosso lado, criamos essas ilusões que se projetam no tempo e no espaço. Damos vida a elas, como se esta pudesse ser verdadeira, e dela partilhamos por alguns breves momentos. Em outras palavras, projetamos no ser amado a nossa própria imagem que, por vezes, é tão diversa da realidade do outro que, após o decurso de um longo período de tempo, compreendemos que tudo não passava de uma ilusão. Idealizamos o nosso próprio holograma...



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