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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Família Göller 6ª Parte - Egon Göller (Sub-Ramo Jacob Göller Sobrinho)


EGON GÖLLER
  

Meu pai, Egon Göller, nasceu em 13/08/1921, às 20 horas, no município de Pareci Novo, sendo registrado na cidade de Harmonia. Seus pais chamavam-se Jacob Göller Sobrinho e Idalina Schmitz. Os avôs paternos eram José Göller e Elisabetha Strasser e os avôs maternos Jacob Schmitz e Catharina Schuster. Foram padrinhos de seu registro de nascimento Reinaldo Göller, seu tio, e Arminda Kieling, tendo como testemunhas Jacob Simon e João Estanislau Hartmann.


A Igreja de São José do Pareci Novo RS



O interior da Igreja de São José


O batismo ocorreu na então Capela de São José do Pareci na data de 21/08/1921. Os padrinhos foram o seu tio Reinaldo Göller e a senhora Arminda Kieling. Foi celebrante o padre José Hutter.


O pai de Egon, Jacob Göller Sobrinho, faleceu em 19/08/1928 de febre tifóide, após uma enchente do Rio Caí em Pareci Novo, quando Egon tinha apenas 7 anos de idade. Sua mãe Idalina assumiu a tarefa de criar os cinco filhos sobreviventes do casal.


OS IRMÃOS


Com os irmãos: Gerda (atrás), Ghisella (de pé), Flávio (frente à esquerda), Victor (no meio), Egon (à direita) - Pareci Novo RS - 1928-1929



1-João Edvino Göller (*08/07/1915 Pareci Novo RS/+30/08/1924 Pareci Novo RS);

2-Guido Raimundo Göller (*09/10/1917 Pareci Novo RS/+03/11/1917 Pareci Novo RS);

3-Flávio Albino Goeller (*20/03/1919 Pareci Novo RS/+12/09/1989 Porto Alegre RS);

4-Maria Gerda Göller (*16/09/1922 Pareci Novo RS/+23/05/2001 Porto Alegre RS);

5-Vítor Ernesto Göller (*1924/1925 Pareci Novo RS/+1994 Canoas RS);

6-Valesca Guisella Göller (*11/06/1927 Pareci Novo RS/+04/08/2012 São Leopoldo RS).



A INFÂNCIA


A Primeira Comunhão foi realizada na Igreja de São José do Pareci Novo, em 18/02/1935, aos 13 anos de idade. O celebrante foi o Padre Ângelo Haeser.



A Primeira Comunhão de Egon e da irmã Gerda - Pareci Novo RS - 18/02/1935


Egon teve uma infância com muitas dificuldades, pois a família, com a falta do pai, não pode contar com muitos recursos. Este fato marcou a sua memória de infância com lembranças não muito felizes, que o acompanharam por toda a vida. As privações o tornaram de certa forma reservado e preocupado com o futuro. Todos os seus irmãos já são falecidos. Quando eram crianças, tinham como animal de estimação um cãozinho chamado Thupy.

Egon estudou no Colégio São José de Pareci Novo, escola fundada pelos padres jesuítas em 1895. Chegou a ser coroinha em uma missa celebrada pelo famoso Padre Reus, quando este passou um tempo neste Colégio. Lembro-me de sua admiração para com este sacerdote. Na obra A História das Casas – Colégio São José – Pareci Novo RS, do Padre Inácio Spohr, pág. 94, consta: “24.02.1932 – Os juniores ajudaram a limpar a antiga “casa dos escravos”, para a vinda dos alunos da Escola Apostólica. O pequeno empregado da cozinha Pedro Schuster nos deixou e lhe sucedeu Egon Goeller.


Meu pai tinha 10 anos nesta época. Órfão de pai, Egon precisou trabalhar desde cedo. No Colégio São José, encontrou um modo de conciliar o trabalho, ou seja, o sustento da família, com a educação, requisito essencial ao seu futuro desenvolvimento. Na pág. 101, consta uma foto como esta abaixo, guardada por meu pai por longos anos. Na legenda da foto, lê-se: “Apostólicos do Colégio São José – 1933”. Egon ingressara na Escola Apostólica, na sua 2ª etapa, de 1932 a 1936, escola esta que preparava os candidatos para a Companhia de Jesus, a ordem religiosa dos jesuítas. No ano de 1932, havia na escola 46 apostólicos.


Egon Göller e o irmão Flávio Albino Göller entre os apostólicos do Colégio São José - Pareci Novo RS - 1933


Egon veio morar bem jovem com sua tia Leopoldina Göller Mayer (*13/10/1896 Pareci Novo RS/+07/04/1952 Porto Alegre RS) em Porto Alegre. Ela era casada com João Mayer (*12/06/1890 Piedade – São Leopoldo RS/+07/08/1952 Porto Alegre RS). Os tios administravam uma pensão na Avenida Alberto Bins, nº 467, endereço este que constava em seu Certificado de Reservista. Egon tinha instrução ginasial completa, tendo estudado no Colégio Anchieta, localizado na Rua Duque de Caxias naquela época.



O antigo Ginásio Anchieta que se situava na Rua Duque de Caxias - Porto Alegre RS


Começou a trabalhar cedo. Em sua Carteira de Trabalho, o primeiro emprego foi na Cia. Metzler Ltda., localizada na Rua Doutor Flores, nº 108, uma empresa jornalística, como aprendiz de encadernador. Trabalhou lá quando tinha entre 15 e 16 anos de idade, no período de 01/06/1937 a 31/08/1937.



Aos 15 anos - Porto Alegre RS - 1937


Em seguida, trabalhou dos 16 aos 23 anos no Banco Pfeiffer S. A. que, em 01/10/1942, passou a se chamar Banco Industrial e Comercial do Sul S. A., localizado na Rua 7 de Setembro, nº 1.070. Trabalhou neste Banco, como aprendiz, no período de 01/09/1937 a 28/02/1945.


Naquela época, serviu ao Exército no Programa de Tiro de Guerra, o qual se desenrolava aos finais de semana, permitido para aqueles que trabalhavam. Passou a ser reservista do Exército, anteriormente chamado de Ministério da Guerra, da 3ª região, em 31/01/1941, aos 19 anos de idade, conforme seu Certificado de Reservista de 2ª Categoria (a 1ª Categoria era reservada àqueles que serviam durante 12 meses). Estava registrado na 8ª C.R.


No Tiro de Guerra - Porto Alegre RS

Após, trabalhou na Associação Comercial de Porto Alegre, uma associação de classe, localizada na Avenida Júlio de Castilhos, nº 120, como auxiliar de contabilidade, no período de 01/03/1945 a 11/02/1946, ou seja, entre os 23 e os 24 anos de idade.


Foi no dia 25/03/1945 que conheceu a sua futura mulher Philomena Abarno Giuseppe (*16/11/1925 Alegrete RS/+10/02/1996 Porto Alegre RS), minha mãe, com quem se casaria anos mais tarde. O casal foi ao Cinema Carlos Gomes neste dia. Ele tinha 23 anos e ela 19 anos de idade.


No período de 15/02/1946 a 19/09/1947, quando tinha entre 24 e 26 anos, foi trabalhar no Banco do Distrito Federal S. A., localizado na Rua General Câmara, nº 238, na função de escriturário.


No dia 05/08/1947, foi pela primeira vez a Alegrete, cidade natal da namorada. Na data de 13/08/1947, noivou com Philomena em Alegrete, indo depois, em 10/09/1947, pela segunda vez visitá-la.



O casamento em 26/02/1949 - Alegrete RS


Egon iniciou seu trabalho no Banco Agrícola Mercantil S. A., localizado na Rua Sete de Setembro, nº 1.077, em 29/09/1947, com 26 anos de idade, na função de escriturário. Em 01/11/1947, foi transferido para a filial de Carazinho como contador prático. Depois, casou-se em 26/02/1949, às 18 horas, sendo que a cerimônia civil e religiosa foi na casa da noiva em Alegrete. Casou-se aos 27 anos com Philomena que tinha 23 anos naquela época.


No dia 28/02/1949, viajaram até a cidade de Uruguaiana, juntamente com a sua tia Leopoldina. Acredita-se que esta tivesse parentes nesta cidade. Já em 05/03/1949, o casal dirigiu-se para Carazinho, onde foram morar. Primeiramente, foram morar no Hotel Liberal e, após, num apartamento alugado.



A CHEGADA DOS FILHOS


No dia 12/08/1949, foram a Alegrete a chamado do pai de Philomena, Rocco di Giuseppe (*23/03/1875 Anzi – Potenza - Itália) que estava muito doente. Este veio a falecer no dia 31/08/1949 às 19 horas. Por um tempo, a esposa ficou por lá com a mãe Alfonsina Abarno Giuseppe (*01/01/1890 Alegrete RS/+13/12/1953 Porto Alegre RS) e Eulália Rodrigues (*12/10/1905 Alegrete RS/+26/07/1954 Porto Alegre RS), sua irmã de criação. Em Alegrete vivia seu cunhado, Francisco Abarno Di Giuseppe (*23/05/1906 Alegrete RS/+07/09/1977 Alegrete RS) com a família. Egon foi finalmente buscá-las em 15/11/1949.


Philomena já estava grávida neste ano e, aos 24 anos de idade, deu à luz a uma menina, Eneida Göller, em 30/12/1949, às 17 horas e 30 minutos. Porém, ela estava no 8º mês de gestação e a filha veio a falecer cerca de 6 horas depois, às 23 horas, no Hospital de Caridade de Carazinho.


Carazinho RS - 1983


Segundo o registro em sua Carteira de Trabalho, Egon foi transferido para a filial de Ijuí em maio de 1950. Já nas anotações de Philomena, foram lá morar em 10/03/1950. Ficando grávida novamente, deu à luz ao filho Roque no dia 22/12/1950, aos 25 anos de idade, às 2 horas e 30 minutos, numa sexta-feira, na lua nova. O nome foi dado em homenagem ao avô Rocco.




Prédio do Banco Agrícola Mercantil na cidade de Ijuí RS - 1950


Em 10/04/1951, Egon foi transferido pelo Banco para Porto Alegre na função de subchefe de seção. A família foi morar, inicialmente, em duas peças de uma pensão, em frente à Santa Casa de Misericórdia, onde hoje se encontra o Edifício Annes Dias. No dia 01/12/1951, mudaram-se para um apartamento na Rua dos Andradas, nº 381, ap. 2, onde foi construído posteriormente o Edifício Haiti. Foi então que, no dia 13/12/1953, às 9 horas e 30 minutos, faleceu sua sogra Alfonsina, sendo enterrada no dia seguinte. Quatro meses e 15 dias depois, no dia 26/07/1954, às 9 horas e 45 minutos, falecia Eulália de um ataque cardíaco.


Minha mãe Philomena, minha avó Alfonsina, meu pai Egon e meu irmão - Porto Alegre RS - 1953


Tornaram a mudar-se em março de 1955 para uma pensão na Rua Bento Martins, nº 512, ocupando o quarto nº 3. Ficando grávida novamente, ganhou a terceira filha Lisete Göller, no dia 06/02/1956, às 4 horas e 45 minutos, numa segunda-feira, na lua quarto-minguante, aos 30 anos de idade. No dia 02/03/1956, fomos morar no apartamento da Rua Riachuelo, nº 917, no Edifício Burity, comprado em 14/02/1956.


No meu 1º Aniversário - Porto Alegre RS - 1957


Em 27/05/1967, houve a fusão dos Bancos Agrícola Mercantil S. A . e Moreira Salles S. A ., passando a se chamar União de Bancos S. A . No período de setembro de 1962 a 25/05/1968, exerceu a função de Chefe de Seção em lugar do titular. Em agosto de 1969, passou a ser Chefe de Departamento (acionistas).


No dia 20/03/1969, foi comprado o apartamento na Rua dos Andradas, nº 731, no Edifício Aldina. A mudança foi feita no dia 20/05/1969. Eu tinha 13 anos de idade.


No dia 10/03/1971, Egon requereu a sua aposentadoria por tempo de serviço, e desligou-se do Unibanco S. A. Neste ano, em fevereiro de 1971, nos meus 15 anos de idade, a data foi comemorada na Colônia de Férias de Tramandai, pertencente ao Banco. Durante o horário habitual do jantar no restaurante, foram feitas as homenagens a nós, e recebi flores com um cartão assinado pelos seus colegas. Dançamos uma valsa, ideia dada por eles, e estes disseram, na ocasião, que ele estava meio “enferrujado”.


Voltou a trabalhar na Macrobiótica S. A . Indústria, Comércio e Agricultura, localizada na Rua Voluntários da Pátria, nº 71, sala 12, na função de escriturário, no período de 02/05/1973 a 28/02/1975, por convite de seu amigo Liberato, mas com o tempo o trabalho deixou de ser atrativo.



Seu filho Roque casou-se com Elisabeth Maria Baum em 25/05/1973, vindo a divorciar-se no ano de 1983. Voltou a casar-se novamente com Ceni Dorvalina da Fonseca Göller em 03/12/1994.


Em 14/08/1982, formava-se sua filha Lisete, na Faculdade de Nutrição do IMEC. Neste dia, foram à sua formatura Egon, Philomena, o irmão Flávio e o cunhado Arlindo Wagner.
No dia 22/08/1984, nascia sua neta Fernanda Göller, motivo de orgulho para ele, assim como para a sua avó Philomena.


Natal de 1984 - Porto Alegre RS


A partir de 1988, a saúde de meu pai ficou comprometida, em razão do envelhecimento precoce, que atingiu principalmente o sistema nervoso central, além da hipertensão. Esta condição agravou-se com o decorrer dos anos. Ficando apenas no leito, teve pneumonia e foi internado no Hospital Beneficência Portuguesa, no Setor de Neurologia, vindo a falecer por AVC no dia 12/08/1993, à 1 hora e 30 minutos, com 71 anos de idade, na data anterior a do seu aniversário em que faria 72 anos.  Foi velado na Capela J do Cemitério da Irmandade São Miguel e Almas, e enterrado na Catacumba nº 10.270, Setor A1, onde também se encontram sepultadas a esposa Philomena, a sogra Alfonsina e a filha de criação desta, Eulália.




*13/08/1921 Pareci Novo RS/+12/08/1993 Porto Alegre RS


Este é um breve relato escrito no 8º ano de sua morte, em agosto de 2001, sendo revisado posteriormente. Egon foi uma pessoa reservada e honesta, tendo feito muitos amigos ao longo de sua existência. Tinha medo de arriscar-se em negócios, sendo ele precavido com seus bens, temendo que lhe faltassem os recursos ao final de sua vida. Se fôssemos considerar o início de sua jornada neste mundo, cheio de privações, em que pouco ou quase nada tinha, e o que conseguiu construir e deixar aos seus descendentes, ele provou que cumpriu bem a sua missão, pois pôde proporcionar um bom começo, um ponto de partida, para que seus filhos viessem a consolidar as suas próprias vidas.


Ao meu pai Egon Göller, presto esta singela homenagem!


Fonte: documentos diversos e anotações feitas por Philomena Giuseppe Göller.


Ver a continuação: Família Göller 7ª Parte - Genealogia 



2 comentários:

  1. Que bonito! Toda uma trajetória de vida resgatada e guardada para a memória da família e de tantos que o quiseram bem. Linda homenagem! Ele com certeza ia adorar! Beijos

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  2. Olá amiga! Li com muita atenção sobre teu pai Egon, e fiquei relembrando o período que convivi com voçês que foi curto mas muito intenso! Principalmente com tua mãe que sempre me apoiou em todos os momentos difíceis... saudades dos dois! Bem, ficou a amizade entre eu e tu... que bom!
    Um abraço carinhoso.
    Sonia Maria (Tramandaí)

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