A ORIGEM E O SIGNIFICADO DO SOBRENOME MARINO
O sobrenome Marino pode ter se originado de três maneiras: pode vir de um nome de um lugar ‘Marino’, presente principalmente no sul da Itália, isto é, a origem do sobrenome Marino pode derivar-se de um topônimo, que contém a palavra ‘Marino’; na segunda hipótese, Marino pode originar-se do nome latino Marinus, que significa o mar, ou do subseqüente nome medieval Marino, ou ainda, do nome Marius, ou seja, pode ter origem patronímica; na terceira hipótese, o sobrenome Marino, pode ser derivado do latim 'Marinus', que também pode significar 'o do mar', um marinheiro ou pescador, ou seja, pode derivar-se de uma profissão, portanto, sendo de origem ocupacional.
O sobrenome Marino é difundido por toda a Itália. Embora tenha se originado ao norte, este se espalhou principalmente ao sul, especialmente na Sicília e na Campânia, mais frequentemente encontrado nas áreas de Salerno e Nápoles. Durante a Idade Média, os pais frequentemente nomeavam seus filhos como santos na esperança de obter a graça e a proteção do santo invocado para a criança, por isso o nome Marino tornou-se popular devido à devoção a vários santos, incluindo São Marino que, segundo a tradição, fundou a primeira comunidade cristã no Monte Titano, montanha existente na República de San Marino.
Segundo o Nobiliario di Sicilia, os membros da família Marino são originários de Gênova, os quais ocuparam os cargos mais importantes da República. Ela se estabeleceu na Sicília no século XIII, tornando-se uma das mais ilustres do Reino de Frederico II da Suábia, por posses e famosos parentescos. A família Marino teve vários progenitores: Nicolò, Ruggero, Enrico, Umbertino, Giovanni, Costantino e Domenico. De acordo com o costume, os membros da família estavam a serviço do Soberano e da Igreja, ambos vestindo o hábito e a armadura. Pietro, em 1289, foi nomeado embaixador do rei da Sicília; Enrico e Ruggero, em 1300, participaram da grande batalha naval de Ponza; em 1374, Nicolò de Marino foi o castelão da fortaleza; Tiago II foi nomeado para a corte de Alfonso III de Aragão e Navarra e Filippo era o capitão da justiça em Catania em 1400.
AS GRAFIAS DO SOBRENOME
São variantes do sobrenome Marini, De Marino, De Marini, Mirin, De Marinis, Marinis, Marinetti, Marinazzo, Marinaccio e Marinelli.
Fontes: Origine dei Cognome; House of Names, Coat of Arms.
O BRASÃO
Descrição: leão rampante, coroado com ouro sobre 3 faixas onduladas de prata sobre azul. Este é o brasão da família Marino de Palermo, Sicília, usado aqui como ilustração.
Fonte: Heraldrys Institute.
A DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO SOBRENOME MARINO NA ITÁLIA
Segundo o site Cognomix.it, estima-se que na atualidade haja 13.417 famílias com este sobrenome na Itália, distribuídas pelas suas 20 regiões.
AS ORIGENS
A Família Marino que será aqui apresentada envolve dois ancestrais com o mesmo sobrenome, certamente com um parentesco entre si, mas que ainda não foi identificado, pelo fato de as informações sobre suas origens estarem fora do período de pesquisa, ou seja, são anteriores ao Registro Civil italiano. São eles: o pentavô Domenico Marino, casado com Angela Maria De Stefano, e a pentavó Anna Rosa Marino, casado com Francesco Antonio Palmieri. Estes são os ancestrais por via materna de Rocco Nicola Di Giuseppe, meu avô, que emigrou de Anzi para o Brasil no ano de 1900.
A Família Marino dos referidos ancestrais, no presente estudo está adstrita ao Comune de Anzi, Província de Potenza, na região da Basilicata. A pesquisa teve seu início no ano de 1809, quando começa o registro civil napoleônico. Assim sendo, a postagem ficará dividida em suas partes:
A partir de 1809, a primeira menção do nome de Domenico Marino foi feita no registro de casamento do filho Rocco Vincenzo Marino com Grazia Maria Palumbo, na data de 11/02/1812, na cidade de Anzi. Não sendo possível pesquisar os registros eclesiásticos anteriores ao referido ano, ficou impraticável determinar a data e o local do nascimento de Domenico, assim como aos dados relativos ao seu casamento com Angela Maria De Stefano, restando também presumível que o óbito do mesmo tenha ocorrido em Anzi.
A primeira menção do nome de Anna Rosa Marino foi feita no registro de óbito do filho Gerardo Palmieri, na data de 04/09/1828, na cidade de Anzi. Pelos motivos anteriormente expostos, não foi possível determinar os nomes de seus pais, a data e o local de nascimento, assim como as informações relativas ao seu casamento com Francesco Antonio Palmieri.
OS MARINO EM MONTEMURRO
Ao longo do estudo, que englobou o período de 1809 a 1865, foi possível observar que algumas pessoas residentes em Anzi, com sobrenome Marino, vieram das seguintes cidades: Abriola, Brindisi, Laurenzano e Montemurro. Esta última pareceu-me relevante, pois a mãe de Rocco Di Giuseppe, Filomena De Fina, minha bisavó, tem a origem de seus ancestrais no comune de Montemurro. A partir de uma busca pela Internet, foi encontrado o censo de Montemurro, chamado Censimento dei Fuochi (censo dos fogos ou incêndios), que foi elaborado no ano de 1522.
O termo incêndio indicava, desde a Idade Média até o início do Século XIX, a unidade unifamiliar sujeita a tributação, no qual era baseado o imposto chamado ‘focatico’. O sistema de incêndios foi baseado na relação entre a lareira e a unidade familiar. Essa analogia não era simplesmente metafórica, mas baseava-se na necessidade concreta de usar o fogo para aquecer e cozinhar alimentos, para os quais deveria ser destinado um espaço especial dentro da casa. A relação muito estreita entre a lareira, a unidade habitacional e a unidade familiar significava que o censo poderia ser realizado simplesmente contando-se as chaminés.
Do ponto de vista histórico, estes censos permitiam estimar a população de um determinado país ou vila com uma boa aproximação, considerando que um incêndio tinha de 4 a 6 componentes, estes definidos como ‘almas’. No entanto, deve-se ter em mente que o número de incêndios não incluíam todas as famílias de um feudo, vila ou universidade, mas apenas aquelas sujeitas à tributação e não aquelas que eram livres de privilégios ou por outras razões. O sistema de cálculo incluía inúmeras variáveis, sendo bem complexo, a ponto de exigir manuais específicos (Fonte: Wikipedia).
Ao senhor feudal ou feudatário de Montemurro era feito o pagamento do tributo pelos fuochi (aqueles que estavam sujeitos a ele), e que, multiplicados pelo número de componentes de cada fuoco, chegava-se ao número de habitantes. Em geral, o número de casas era o mesmo que o número dos fuochi (incêdios). Pela listagem, feita em 20/09/1522, o ‘fuoco’ relativo a Paulus Marinus, com esposa e 5 filhos, correspondia à casa de nº 247:
247) Paulus Marinus a. 35, Lisa ux. 25, Marinus 6, Rita 11, Valeria 9, Julia 3, Pisana 1;
Obs.: a. = anni; ux = uxorem é esposa em latim; Marinus = Marino em latim.
Paulus e Lisa, muito provavelmente, sejam os ancestrais mais longínquos da Família Marino aqui apresentada, sendo que esta era a única família com o sobrenome Marino, dentro da população de Montemurro no ano de 1522.
Parte integrante do Censimento dei Fuochi – 1522 de Montemurro, onde está assinalada a Família Marino – Fonte: geocities.com |
Panorama de Montemurro, Potenza, Basilicata – Crédito: Site montemurrosulweb |
Vista da cidade de Anzi, Potenza, Basilicata – Foto: Internet |
Ver a continuação: Família Marino 2ª Parte – Ancestrais e Descendentes
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