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sábado, 18 de novembro de 2017

Família Rohr 3ª Parte - Imigrante Susanna Rohr Schmitz


ANNA MARIA SUSANNA ROHR (SUSANNA ROHR)

Anna Maria Susanna Rohr, minha tetravó (4ª avó), nasceu na data de 20/05/1799, na cidade de Klüsserath, sendo batizada na mesma data, na Igreja Católica desta cidade. Na época, Klüsserath localizava-se no Département de La Sarre, que pertencia à França; portanto, ao tempo do nascimento de Susanna, esta possuía cidadania francesa, mas, na época em que emigrou para o Brasil, era uma cidadã prussiana. Seus pais chamavam-se Michael Rohr e Maria Katharina Cremer. Sua religião era a católica.


Vista de Klüsserath – Foto: Site Oficial de Klüsserath


O CASAMENTO 



Susanna casou-se com Philipp Schmitz (*24/12/1797 Klüsserath, Renânia-Palatinado, Alemanha/+09/01/1853 Picada Feijão, Ivoti RS), meu tetravô (4º avô), filho de Johann Nepumucenus Schmitz e de Anna Maria Schmitz, na data de 14/02/1825, na Igreja Católica de Klüsserath. O casal teve sete filhos.


O registro de casamento de Susanna Rohr e Philipp Schmitz no livro da Igreja Católica de Klüsserath 



OS FILHOS (VER FAMÍLIA PHILIPP SCHMITZ)

I-Maria Schmitz (Maria Anna Schmitz) (*11/11/1825 Klüsserath, Renânia-Palatinado, Alemanha/+16/12/1864 Bom Princípio RS - Arquivo Público RS, Montenegro, Inventários, Órfãos e Ausentes, nº 145, Maço 7, Estante 138, Ano 1862; no inventário consta que faleceu em 17/12/1862 e, na sua lápide, consta que foi em 16/12/1864) casou-se em 29/08/1846 em Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 72 v), com Peter Schmitz (*18/05/1823 Klüsserath, Renânia-Palatinado, Alemanha /+09/09/1891 Bom Princípio RS), filho de Philipp Schmitz “o Grande” e de Maria Mergener. Há evidências de que o casal tenha residido entre os anos de 1846 e 1853, na Picada Feijão, localidade de Ivoti RS, que naquela época fazia parte do antigo núcleo colonial de Picada Café. A partir de 1854, o casal foi residir em Bom Princípio, naquela época chamada de Picada Rio Caí. Foram sepultados no Cemitério Católico de Bom Princípio RS. 
O casal teve pelo menos nove filhos: Pedro, Mathias, José, João Evangelista, Susanna, Carlos, Catharina, Felippe e Firmina;



O registro de batismo de Maria Schmitz no livro da Igreja Católica de Klüsserath


Antigo túmulo do casal Anna Maria Schmitz e José Schmitz - Bom Princípio RS


II-Peter Schmitz “Pedro” (*1827/1828/+17/05/1878 Bom Princípio RS – Arquivo Público RS, Montenegro, Inventários, Órfãos e Ausentes, nº 288, Maço 12, Estante 151, Ano 1878) casou-se, em 26/07/1847, São Leopoldo RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 88 v), com Margaretha Link (*1824 Alemanha/+27/07/1892 Bom Princípio RS), filha de Miguel Link e Philippina Vogt. Após o casamento, Peter residiu com a família em São Leopoldo. Posteriormente, este ramo dos Schmitz foi residir na cidade de Bom Princípio, que se chamava Picada Rio Caí, entre os anos de 1854 ou 1855. Margaretha faleceu de velhice e Peter de causa ignorada. O casal foi sepultado no Cemitério Católico Bom Princípio RS. Tiveram pelo menos seis filhos: Pedro Albino, Jacob, Susanna, José, Carlos e Jerônimo;


III-Mathias Schmitz (*18/07/1830 São Leopoldo RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 37 v/+04/02/1914 Picada Feijão - Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 5 v) casou-se na data de 06/06/1853, em Dois Irmãos RS, com Maria Schmaedecke (*04/04/1833 Picada Feijão - Ivoti RS/+19/07/1916 Picada Feijão – Ivoti RS), filha de Ernesto Schmaedecke e de Christina Kossmann. Mathias possuía em 1853 uma parte do Lote nº 2, Ala Leste, da antiga Picada Café, que veio a corresponder mais tarde à Picada Feijão ou Bohnenthal, atual localidade de Ivoti RS. Na data de 21/07/1853, vendeu parte das terras para Carlos Biehl, por 400 mil réis. Na data de 15/04/1861, comprou outra fração deste lote de Anton Junges, casado com Catharina Junges, e de Carlos Schmitz, seu irmão, pelo preço de 600 mil réis. Na data de 18/01/1868, comprou mais uma fração de Pedro Dorscheid, casado com Margarida Dorscheid, por 400 mil réis. O total final de sua propriedade correspondeu a 98.963 braças quadradas. Outra parte do mesmo lote pertenceu à irmã Ignês e ao seu cunhado José Schmitz (filho de Philipp Schmitz, o Grande). Estes venderam em 06/06/1864 a Carlos Biehl, pelo preço de 300 mil réis (Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, Códice 389). O lote de Mathias era vizinho ao de Johann Göller, seu cunhado, casado com a irmã Margarida Schmitz. O lote de Johann Göller era o de nº 2 B, na Ala Oeste. No Livro 1º de Memoriais da Ala Leste da Picada do Café (Códice C-385, Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul), consta a medição da área e as confrontações do terreno do Lote nº 2. No Livro 2º do Registro de Títulos, onde se inclui a Picada do Café, Mathias recebeu o Título de Propriedade na data de 01/12/1868, mas teve que pagar a posse em excesso de 2.963 braças quadradas, no valor de 2.963 réis, além de taxas e impostos (Códice C-363, Arquivo Histório do Rio Grande do Sul).

Mathias faleceu de uma grave moléstia, com a idade de 83 anos. Maria faleceu de velhice aos 82 anos de idade. O casal foi sepultado no Cemitério Católico de Picada Feijão – Ivoti RS (Linha Bohnenthal). Suas lápides não mais existem. O casal teve nove filhos: Carolina, Christina, Guilherme, Luiza, Maria Magdalena, Elisabeth, Catharina, Francisco e Amália;



O registro de batismo de Mathias Schmitz no livro da Igreja Católica de São Leopoldo


IV-Ignês (Agnes) Schmitz (*25/09/1832 São Leopoldo RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 171 v/+08/12/1907 Bom Princípio RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Bom Princípio, Livro nº 1, pág. 45 v) casou-se, na data de 30/08/1852, na Capela de São Miguel de Dois Irmãos RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 171 v), com José Schmitz (*1831 São Leopoldo RS/+30/11/1902 Bom Princípio RS), filho de Philipp Schmitz “o Grande” e de Maria Mergener. Na época do casamento, todos eram moradores da antiga Picada Café (correspondeu posteriormente a Picada Feijão ou Bohnenthal, localidade de Ivoti RS). O casal foi proprietário de parte do Lote nº 2, Leste, nesta localidade, os quais a venderam em 06/06/1864 a Carlos Biehl, pelo preço de 300 mil réis (Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, Códice 389). A maior parte deste terreno pertencia ao irmão Mathias Schmitz. O casal também era proprietário do Lote nº 5, Ala Leste, que herdaram de Philipp Schmitz, o Grande, vendendo a sua parte relativa no lote a Jacob Kehl na data de 23/11/1860, pela quantia de 250 mil réis. Philipp Schmitz, o Grande, sogro de Ignês, era Colono do Governo e recebeu dele as terras do Lote nº 5 da Ala Leste. Depois do falecimento de sua esposa, Philipp cedeu-as aos seus filhos e genros que, posteriormente, desfizeram-se delas através de venda a outros colonos.

Por volta de 1854 (antes de 1857), a família foi residir em Bom Princípio RS. Ignês faleceu de câncer aos 75 anos de idade. O casal foi sepultado no Cemitério Católico de Bom Princípio RS. Tiveram dez filhos: Jacob, Maria, Jorge, Thereza, Nicolau, Luiza, Luiz Gonzaga, Rosina, João Baptista e Catharina;


O registro de batismo de Ignês Schmitz no livro da Igreja Católica de São Leopoldo

V-Margaretha Schmitz (*30/04/1834 São Leopoldo RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 111/+19/07/1910 Pareci Novo RS), minha trisavó (3ª avó), casou-se em primeiras núpcias por volta de 1851, no Rio Grande do Sul, com Johann Göller (*29/12/1830 Dörrebach - Alemanha/+27/07/1882 Picada Feijão - Ivoti RS), meu trisavô (3º avô), filho de Jakob Göller e de Susanne Lunkenheimer. Johann e Margarida foram proprietários de parte da colônia de n. 4 na Ala Oeste, com 38.008 braças quadradas, a qual foi permutada com parte da colônia de n. 2, pertencente ao casal Felippe e Catharina Kraemer em 10/10/1860 (Códice C 389, Arquivo Histórico do RS). Posteriormente, adquiriram outra fração desta última colônia, com 38.186 braças quadradas, do casal Nicolau e Catharina Becker, na data de 24/08/1864, por 650.000 Réis (Códice C 389 Arquivo Histórico do RS). Resultaram onze filhos desta união: Pedro, Maria, Rosina, Margaretha, Johannes, José, meu bisavô, Elisabetha, Jacob, Mathias, Felippe e Luisa. Margaretha, tendo ficado viúva, casou-se em segundas núpcias, na data de 16/09/1884 em Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 29), com o viúvo Georg Strasser (*14/02/1836 Imsweiler - Alemanha/+29/11/1917 Pareci Novo RS), filho de Johann Georg Strasser e de Barbara Fernes. Os filhos de seus primeiros casamentos, José Göller e Elisabetha Strasser casaram-se em 11/10/1887 em Ivoti RS. Por volta de 1894, o casal Margaretha e Georg e familiares foram morar em Pareci Novo RS, provavelmente, no inicio, na localidade de Despique. O casal foi sepultado no Cemitério Municipal de Pareci Novo. No mesmo túmulo encontram-se: José Göller, filho de seu casamento com Johann, a nora Elisabetha Strasser, filha de Georg, e os netos José Willy Göller e Rosalina Göller;


O registro de batismo de Margaretha Schmitz no livro da Igreja Católica de São Leopoldo

O filho José Göller e a nora Elisabetha Strasser Göller, meus bisavós

VI-Carlos Schmitz (*03/07/1836 São Leopoldo RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 171 v/+12/12/1903 Santa Luiza, Bom Princípio RS (localidade atualmente de Carlos Barbosa RS) – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 37) casou-se na data de 03/03/1862 em Bom Princípio RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São José do Hortêncio, Livro nº 1, pág. 52), com Maria Theresa Arendt (*jun/1849 RS/+09/09/1875 Bom Princípio RS), filha de Jacob Arendt e de Catharina Luft. Carlos foi proprietário de parte do Lote n. 2, Leste, na antiga Picada Café, que veio a corresponder mais tarde à Picada Feijão ou Bohnenthal, localidade de Ivoti RS. Na data de 15/04/1861, vendeu sua fração do lote, juntamente com outro possuidor de outra parte do lote, chamado Anton Junges, casado com Catharina Junges, ao seu irmão Mathias Schmitz, pelo preço de 600 mil réis (Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, Códice 389). A partir desta, época foi residir em Bom Princípio RS. O casal teve pelo menos cinco filhos: Maria, Pedro, Henrique, Leonardo e Catharina. Carlos foi sepultado no Cemitério junto à Igreja de São João Nepomuceno, na antiga localidade de Bom Princípio, chamada Santa Luiza, e que atualmente pertence ao município de Carlos Barbosa RS. Maria Theresa foi sepultada no Cemitério Católico de Bom Princípio RS;


O registro de batismo de Carlos Schmitz no livro da Igreja Católica de São Leopoldo

VII-Catharina Schmitz (*1838/1839 Bom Princípio RS/+04/08/1875 Bela Vista – Bom Princípio RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Tupandi, Livro 1, pág. 2) casou-se na data de 12/07/1854 em São José do Hortêncio RS, com Jorge Junges (*30/06/1829 São José do Hortêncio RS/+05/08/1896 Bom Princípio RS), filho de Michael Junges e de Barbara Kolbus. Residiram em São José do Hortêncio. Por volta de 1860, a família foi residir em Bela Vista, localidade de Bom Princípio RS. Tiveram pelo menos onze filhos: Maria, Carlos João, João Baptista, Guilhelminna, Elisabetha, David, Rosina, Catharina, Barbara, Anna e José. O casal foi sepultado no Cemitério de Bela Vista do Caí – Bom Princípio RS (perto da Capela São Luiz).



A IMIGRAÇÃO


A Família Schmitz, composta por Philipp, Susanna e os filhos Maria Anna e Peter Jacob, chegou a São Leopoldo na data de 14/05/1829. Viajando no veleiro Helena e Maria, os Schmitz sofreram um quase naufrágio diante da costa inglesa, obrigando os seus passageiros a uma permanência de quase um ano em Falmouth, no sudoeste da Inglaterra, antes de prosseguirem viagem para o Brasil no navio James Laing. Do Rio de Janeiro para Porto Alegre, os Schmitz foram transportados pelo brigue-escuna Florinda, onde chegaram em 13/05/1829. Nesta mesma viagem, veio para o Brasil sua irmã Maria Anna Rohr, o esposo Matthias Feiten e o sobrinho Jacob. Todos eram católicos e viviam da agricultura.


O LOCAL DE RESIDÊNCIA


Construiu-se uma linha de tempo para melhor compreender os acontecimentos depois da vinda da família de Philipp Schmitz ao Rio Grande do Sul. Antes, porém, torna-se necessária uma observação com respeito ao segundo filho, Peter Schmitz, cuja data de nascimento não foi possível determinar. Há apenas suposições. O ano de nascimento constante em sua lápide tumular – 1827 – sugere que Peter possa ter nascido depois da saída de Klüsserath (segundo registrado na Igreja de Ensch os emigrantes saíram desta cidade e de Klüsserath em 11/11/1827) e antes da partida da Holanda, em 06/01/1828, pois não existe o seu registro de batismo em Klüsserath. Neste período, inclusive, ele pode ter nascido na Holanda. Se o ano da lápide estiver errado, Peter pode ter nascido em 1828, mas este não foi batizado em Falmouth, cidade onde os passageiros do Helena e Maria foram abrigados a partir de 15/01/1828. Há a possibilidade de Peter ter nascido na véspera da saída de Falmouth, rumo ao Rio de Janeiro, em 10/12/1828, quando talvez fosse muito tarde para batizá-lo, mas há também a probabilidade de ter nascido durante a viagem do navio James Laing. Por derradeiro, resta a alternativa de ter nascido no Rio de Janeiro e, lá mesmo, ter sido batizado. Como Peter não foi batizado no Rio Grande do Sul, a sua data de nascimento permanece até hoje um mistério.


A partir de 14/05/1829, os Schmitz viveram na Feitoria, em São Leopoldo RS. Os nascimentos de Mathias (*18/07/1830), Ignês (*25/09/1832), Margarida (*30/04/1834), Carlos (*03/07/1836) e, provavelmente Catharina (*1838/1839), ocorreram em São Leopoldo. Embora haja incertezas quanto ao itinerário de seus membros e à cronologia dos eventos, os fatos levam a crer que a família Schmitz migrou primeiramente para a Picada Bom Jardim (Ivoti), uma das três existentes a partir do ano de 1824. De lá, alcançaram a localidade de Bohnenthal (Picada Feijão), entre os anos de 1849 e 1850, onde adquiriram o lote de terras, que se encontra registrado no Códice 389 do Arquivo Histórico do RS. O mais provável é que Philipp Schmitz fosse um Colono do Governo e tenha recebido o Lote nº 2 da Ala Oeste da Picada Feijão, cuja ocupação começou antes mesmo do término da Revolução Farroupilha, em 1845, a partir da movimentação de imigrantes da Picada 48 (Ivoti RS), tornando-se uma das principais picadas da antiga Linha ou Picada do Café. Com o passar do tempo, o futuro município de Picada Café acabaria perdendo esta parte de seu território para o município de Ivoti. 


Na data de 29/08/1846, houve o casamento da filha mais velha de Philipp, Maria Schmitz, na Capela de Bom Jardim, Ivoti RS, com Peter Schmitz, filho de Philipp Schmitz (o Grande), referido nos livros como primo de seu pai, e que veio na mesma viagem desde a Alemanha, família esta que já residia em Picada Feijão. Na data de 26/07/1847, ocorreu o casamento do segundo filho de Philipp, Pedro Schmitz, com Margaretha Link, na Igreja Matriz de São Leopoldo, onde residiu com sua família até 1854 ou 1855.


Na listagem das famílias fundadoras da primeira Capela católica de Bohnenthal do ano de 1848, aparecem os nomes de Philipp Schmitz, Peter Schmitz e Joseph Schmitz (Anexo nº 13, Cem Anos de Germanidade no RS – 1824-1934). Estes são integrantes da família de Philipp Schmitz, o Grande ou Sênior. Não há referência nesta época de qualquer membro (mas Maria Schmitz estava casada com Peter Schmitz) da família de Philipp Schmitz, o Pequeno ou Júnior, nosso genearca. Pelos registros, concluímos que a família deste deve ter chegado à Picada Feijão após 1849 ou 1850, tendo Philipp falecido no ano de 1853. Ignês Schmitz casou-se com José ou Joseph Schmitz, filho de Philipp Schmitz, o Grande, na data de 30/08/1852, na Capela de São Miguel de Dois Irmãos RS. A irmã Catharina casou-se em 12/07/1854, fixando residência em São José do Hortêncio, onde o esposo Jorge Junges era natural e morador. No ano de 1860, a família desta foi residir em Bela Vista, uma localidade de Bom Princípio RS, que era chamada de Picada Rio Caí. Por volta de 1854 ou 1855, fizeram o mesmo: Maria e Peter Schmitz, Pedro Schmitz e Margaretha Link, Ignês e José Schmitz. Carlos Schmitz, após vender a sua parte no Lote nº 2, Leste, ao seu irmão Mathias, foi residir em Bom Princípio, onde se casou em 03/03/1862, com Maria Theresa Arendt. 


Na listagem de moradores de Bohnenthal ou Picada Feijão no ano de 1862, no livro acima citado, aparece apenas o nome de Mathias Schmitz, que se casou em 06/06/1853 na Igreja Matriz de Dois Irmãos RS. A irmã Margaretha, minha trisavó, estava casada com Johann Göller desde 1852, morador da mesma Picada, cujo nome figura na referida lista. Os demais irmãos já haviam partido. Ignês e José Schmitz se desfizeram de sua parte no lote, vendendo-a ao colono Carlos Biehl na data de 06/06/1864. O casal também era proprietário do Lote nº 5 da Ala Leste, que herdaram de Philipp Schmitz, o Grande, vendendo a sua parte relativa no lote a Jacob Kehl na data de 23/11/1860 (Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, Códice 389).


Segundo o livro “Cem Anos de Germanidade no RS – 1824-1934”, vinte daquelas famílias oriundas do navio Cäcilie (na verdade, Helena e Maria), foram residir em São José do Hortêncio, dentre elas a família Schmitz. 


Naqueles tempos havia a Fazenda Escadinhas, que se situava ao longo do Rio Caí, pertencente à família Moraes. O nome Escadinhas provém da forma das rochas do local, que lembram os degraus de uma escada. No início dos anos 1850, existia apenas a moradia de Moraes, o dono da fazenda, mas logo em seguida os colonos de São José do Hortêncio começaram a ocupar as terras da Fazenda Escadinhas entre os anos de 1860 e 1870.


O padre Arthur Rabuske, em sua obra Zwei Opfer des Cahy-Flusses in Südbrasilien, neste trecho afirma: “Do Passo Selbach e do Wilchen para cima, as terras eram da família Moraes. Ali foram compradas terras por colonos vindos de outras colônias, como os Weber, Junges, Fritzen e Schmitz, que vieram de Hortêncio...”


Nos livros é mencionado que os Schmitz se estabeleceram primeiramente na localidade de Escadinhas, ou Picada Rio Caí (que corresponde a Bela Vista, localidade de Bom Princípio), porém esta foi ocupada a partir de 1860. Por esta razão, a informação pode ser considerada válida, mas num segundo momento e apenas com uma parte da família de Philipp Schmitz. 


Os primeiros moradores de Bom Princípio, fundada em 1846, também foram colonos que vieram de São José do Hortêncio. Na relação de famílias do ano de 1854, aparece o nome da família Schmitz.


Os três casais Maria e Peter, Pedro e Margaretha, Ignês e José foram sepultados no Cemitério Católico de Bom Princípio. Carlos Schmitz construiu a sua família nesta mesma cidade, na antiga localidade de Santa Luiza (hoje faz parte de Carlos Barbosa RS), onde faleceu. Catharina Schmitz viveu em Bela Vista até a sua morte. Mathias Schmitz permaneceu em Picada Feijão, Ivoti RS, até o seu falecimento no ano de 1914. Margarida Schmitz residiu nesta localidade até aproximadamente o ano de 1894, quando se mudou definitivamente para Pareci Novo RS, onde faleceu.


A prima Bernardete Schmitz, residente na Alemanha, informou que, há muitos anos atrás, achou a lápide de Philipp em Picada Café, com os seguintes dizeres: Filiph Schmitz, geb (nascido) in Clissrad (estavava escrito como eles falavam, mas quer dizer Klüsserath), im Jahre 1798, gest. (falecido) den 9 Jan 1853. Na verdade, trata-se de Picada Feijão, que fazia parte naquela época da antiga Picada do Café.



O FALECIMENTO DE MARIA SUSANNA ROHR


Susanna Rohr faleceu em 11/01/1887, sendo sepultada em Bom Princípio (Cúria Metropolitana POA, Livro Óbitos, Bom Princípio, fl. 8 verso). Causa mortis: consumpção (definhamento lento e progressivo pela doença da tuberculose).



O Cemitério Católico de Bom Princípio RS - Foto: Genealogia RS

Ver a continuação: Família Rohr 4ª Parte - Genealogia




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