Mensagem

Os artigos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: GÖLLER, Lisete. [inclua o título da postagem], in Memorial do Tempo (https://memorialdotempo.blogspot.com), nos termos da Lei n.º 9.610/98.

terça-feira, 7 de março de 2017

Família Göller - Histórias I


A IGREJA SÃO JOSÉ E AS ANTIGAS ESCOLAS ST. JOSEFSCHULE E MARIENSCHULE


Na antiga Rua São Rafael, atual Av. Alberto Bins, a Igreja de São José (direita), a escola Marienschule (esquerda) e a escola St. Josefschule (no canto à direita) – Década de 1930


Os primeiros imigrantes alemães que se radicaram na cidade de Porto Alegre não dispunham de um templo próprio, por isso realizavam as devoções religiosas na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Mas havia muitos atritos com as Irmandades do Rosário e de São Benedito, por exemplo, com relação ao uso do órgão e ao horário dos ensaios do coral. Por este motivo, optaram pela criação de um novo núcleo religioso, que foi chamado de Comunidade de São José dos Alemães, e que foi estabelecida formalmente na data de 21 de janeiro de 1871.


A antiga Igreja do Rosário - Porto Alegre RS

No começo, a Comunidade realizava seus cultos numa casa alugada na Rua Marechal Floriano, que foi reformada pelo arquiteto Johann Grünewald (*24/05/1832 Königswinter, Alemanha/+1910 Porto Alegre RS), para se transformar numa capela. 

Neste texto de Achylles Porto Alegre, na obra História Popular de Porto Alegre, o autor revela o destino do prédio da antiga Igreja de São José, na Rua Mal. Floriano em Porto Alegre:

“Esta igreja, que foi situada à RUA DE BRAGANÇA (hoje Marechal Floriano), pouco abaixo da Rua da Ponte (atual Riachuelo) tem a sua história, que não deixa de ser interessante. Quando a conheci, era um teatrinho acanhado (TEATRO DOM PEDRO II), quase sem fundos. Naquela época, a cidade não tinha necessidade de um teatro de mais vastas dimensões. Porto Alegre teria, então, cerca de vinte mil almas. Não era a povoação que é hoje. O teatro que tínhamos condizia com o nosso adiantamento. Apesar, porém, das suas estreitas proporções, aí representaram artistas de real merecimento, como o Florindo, a Gabriela e muitos outros. Furtado Coelho, que foi, mais tarde, uma das glórias do teatro português, fez aí a sua estreia: aí a águia ensaiou os seus primeiros voos. 


A antiga Igreja de São José, na Rua Mal. Floriano Peixoto

Foto: Virgílio Calegari – IGREJA SÃO JOSÉ, Rua Marechal Floriano Peixoto, década de 1900 (reprodução de Porto História PH/Porto Alegre: biografia duma cidade).


Quando construíram o São Pedro, o TEATRINHO da rua de Bragança foi de todo abandonado. Por esse tempo, florescia a sociedade musical FIRMEZA E ESPERANÇA, que o adquiriu por compra. Todas as noites reunia-se aí um grupo de moços sérios e trabalhadores que nos momentos de ócio dedicavam ao estudo da música. Os rapazes de então eram diferentes dos de hoje. Não viviam à noite flanando pela Rua da Praia, a discutirem política às esquinas e à porta das lojas, com uma flor no peito do fraque, charuto à boca, com uns ares de importância e picareta enterrado até as orelhas. 

Em pouco tempo, a Firmeza e Esperança fez desaparecer o palco, os camarotes, a platéia, tudo finalmente que ali existia. O aspecto teatral sumiu-se, e ficou um salão nu, extenso, sem uma divisão de tijolo, sem um repartimento de tábuas, um salão apropriado a bailes. E como o salão era assim, o Mingote Cacique, que tinha a veleidade de julgar que ninguém dançava como ele, organizou aí uma sociedade bailante, a que deu o nome de CAMPESINA, não sei por que motivo. O que é fora de dúvida é que houve aí reuniões magníficas e de saudosas recordações. A gente dançava até o romper do dia e saía-se de lá pesaroso. Mais tarde, fundou-se aí também o PARTHENON “LITERÁRIO, uma associação de sonhadores que viviam a cantar como as cigarras, sem cuidarem nos dias tristes de inverno, que em breve lhes vinha bater à porta.” 

Com o passar dos anos, a Comunidade de São José veio a ser proprietária de um grande terreno na antiga Rua São Rafael, atual Av. Alberto Bins, nome este que foi adotado a partir de 1936. Nesta rua calma e perto do centro de Porto Alegre, foram construídos prédios com finalidades comunitárias, com ênfase nas escolas.


A Avenida Alberto Bins (à esquerda)


No ano de 1904 a Comunidade de São José fundou a Escola de São José - St. Josefschule - para meninos, onde trabalharam os Irmãos Maristas até o final de 1923, sendo substituídos pelos professores leigos que vieram da Renânia no ano seguinte. A escola veio a receber anos mais tarde a denominação de Roque Gonzales.


A Escola de São José fundada em 1904

Fundaram também a Escola de Maria - Marienschule - para meninas, no ano de 1914, onde atuaram as irmãs franciscanas alemãs de Nonnenwört, que já haviam trabalhado anteriormente no Colégio dos Anjos, que existia em Porto Alegre. Mais tarde, a escola recebeu a denominação de Nossa Senhora Medianeira, que deixou de existir posteriormente.


A Escola de Maria fundada em 1914

Desta forma, a Comunidade conseguiu dar continuidade ao ensino do alemão para as novas gerações, além de ofertar uma educação de alto nível através destas duas escolas. Na mesma rua, existia o prédio da Hilfsvereinschule, escola que foi fundada na data de 03/09/1895 pela Sociedade Alemã de Amparo Mútuo. Situava-se em frente à Igreja São José e às Escolas de São José e de Maria, onde hoje existe o Hotel Plaza São Rafael, inaugurado em 1973. Mais tarde veio a se transformar no Colégio Farroupilha.


O Colégio Farroupilha na Década de 1950

Quando a Comunidade de São José optou por erguer um templo maior, foi escolhida a a Rua São Rafael. A pedra fundamental da Igreja São José foi colocada no dia 31 de dezembro de 1922. A conclusão da igreja, em estilo de basílica, aconteceu no ano de 1924, antes das comemorações do Centenário da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul. O projeto da igreja teve como autor Joseph Lutzenberger, importante arquiteto e artista plástico de origem alemã, que se radicou no país.  Os altares de mármore foram confeccionados pelo escultor André Arjonas.


A torre da Igreja São José (à esquerda) aparece na foto da Avenida Otávio Rocha, quando o Zeppelin voou sobre Porto Alegre no ano de 1934


No livro Cem Anos de Germanidade no Rio Grande do Sul – 1824-1924, de Amstad, há outra informação interessante sobre este tema: as Irmãs do Coração de Maria, ordem religiosa com sede em Viena, possuíam uma casa para órfãos e uma escola para negros. A casa situava-se “ao lado da casa-mãe, junto à capela de São Rafael”.


A Igreja de São José na Avenida Alberto Bins


O interior da Igreja São José

Em meados dos Anos 1920, os bisavós José Göller e Elisabetha Strasser Göller saíram do município de Pareci Novo, para fixar residência em Porto Alegre, no endereço da antiga Rua São Rafael, nº 467, nos fundos da Igreja São José, que possui este número até a atualidade. Segundo informações obtidas, José administrava um pensionato masculino que era mantido pelas freiras. Este pensionato está relacionado com a Escola de São José. Na data de 07/09/1933, ocorreu o falecimento de minha bisavó neste mesmo endereço. No pensionato, residia João Mayer, filho de Carlos Mayer e Carlota Ermel, que veio a se casar com a filha de José, Leopoldina Göller, que residia anteriormente em Pareci Novo. O casamento foi realizado na data de 24/04/1937 neste município do interior do Rio Grande do Sul.


Meus bisavós José Göller e Elisabetha Strasser Göller

Com o decorrer do tempo, o bisavô José Göller deixou a administração do pensionato nas mãos do genro e da filha, voltando para o interior, a fim de morar com a família de sua filha Hilda em Parobé RS, até o seu falecimento em 09/06/1941 na mesma cidade. Leopoldina Göller Mayer hospedou no pensionato os sobrinhos Egon (meu pai), Flávio e Victor, quando estes vieram morar definitivamente em Porto Alegre.


Leopoldina Göller Mayer com o filho (à esquerda) e meu pai (à direita) na área externa do pensionato - 1936


Foto de meu pai (à esquerda) e um casal de amigos junto à fachada lateral do Pensionato e Colégio , por volta dos anos 1939-1940

Segundo relato de minha mãe, quando veio da cidade de Alegrete para estudar em Porto Alegre, na data de 05/03/1945, esta foi morar em regime de internato no Colégio Nossa Senhora Medianeira, o sucessor da Escola de Maria, onde ficou até o ano de 1946. Ela estudava no antigo Ginásio Ruy Barbosa, que funcionava na Rua dos Andradas até o ano citado. Depois, o Ginásio se mudou para a Av. Oswaldo Aranha, onde hoje está situado o Túnel da Conceição. O Ginásio Ruy Barbosa encerrou as suas atividades na década de 1970.


A minha mãe com as colegas do Ginásio Ruy Barbosa, estas ainda uniformizadas - Porto Alegre 1945

Naquela época, ela conheceu o meu pai, que residia no pensionato masculino da antiga Escola São José, que era administrado pelo seu avô. Com a proibição do uso da língua alemã durante a II Grande Guerra, a Sankt Josefschule e a Marienshcule, tiveram que trocar forçosamente as suas denominações. 


Foto de meu pai no pensionato, tendo ao fundo a fachada lateral da Igreja São José - 1939-1940

Na atualidade, o Colégio Unificado funciona no mesmo endereço da Igreja (Av. Alberto Bins, nº 467), nas dependências do antigo prédio da Escola São José (nos fundos e ao lado da Igreja). O prédio da Escola de Maria não existe mais há muitas décadas. A leitora Fátima Gimenez, que estudou no Colégio Nossa Senhora Medianeira até o ano de 1968, informa que este se situava onde existia o Centro de Eventos Plaza São Rafael e que, felizmente, foi conservada a grutinha com a imagem de um anjo e de Nossa Senhora.

Entre os anos 1970 e 1980, o prédio do Colégio Medianeira abrigou o Instituto São José, que oferecia ensino de 1º e 2º Graus. Depois da venda do Instituto, foi construído no local o Centro de Eventos do Plaza São Rafael, ocupado por vários anos. Atualmente (2023), no prédio funciona o Centro Clínico Gaúcho, situado no nº 509 da Av. Alberto Bins.


O Centro de Eventos Plaza São Rafael ocupa hoje o lugar do antigo prédio da Escola de Maria, que antecedeu o Colégio Nossa Senhora Medianeira - Foto: Plaza Hotéis


A grutinha de Nossa Senhora e o Anjo, ao lado da escadaria, que conduzia à entrada do Colégio Nossa Senhora Medianeira. Foto: Fátima Gimenez 


À esquerda, o prédio do Centro Clínico Gaúcho, que sucedeu o Centro de Eventos Plaza São Rafael – Foto: Google Street View


Fontes de Pesquisa

“Hundert Jahre Deutschtum in Rio Grande do Sul: 1824-1924” (Cem Anos de Germanidade no Rio Grande do Sul: 1824-1924), editado em 1924 pela Verband deutscher Vereine - Federação das Associações Alemãs, em Porto Alegre, pela Typographia do Centro e lançada em português pela Editora Unisinos de São Leopoldo, RS, 1999, 646 páginas, tradução do historiador Prof. Dr. Arthur Blasio Rambo. 

A Colonização Alemã e o Rio Grande do Sul, volumes I e II, Jean Roche. Ed. Globo, 1969. Pg. 25. 

Wikipedia 

Associação Beneficente Educacional 1858 - 150 Anos O Passar dos Tempos e a Educação - A Excelência na História do Colégio Farroupilha 

Fotos

Internet e Arquivo Pessoal



DEPOIMENTO DA LEITORA MARIA EDUARDA GONÇALVES DE MELO: 


Foto de Maria Eduarda com as colegas, tirada na escadaria do lado esquerdo da Igreja São José, que dava acesso ao Instituto Nossa Senhora Medianeira, com o Padre Olmiro Allgayer à frente e a Irmã Elisabeth Hilgert (de véu branco) à direita, a encarregada da Turma – Porto Alegre – Anos 1960

Sempre que relembro de minha infância e juventude, lamento o fato de não ter mais fotos do Instituto Nossa Senhora Medianeira, escola que frequentei quando criança, de 1959 até 1965, ou seja, do 3º ano primário, até completar o ginásio. Abro aqui um parêntese. Nos relatos que li no seu blog, verifiquei que nenhumas das ex-alunas do Instituto Medianeira mencionam um fato importante: o colégio, no curso primário, tinha, sim, o nome de Instituto Nossa Senhora Medianeira, mas o ginásio era denominado Escola Comercial Antonio Bard. Não sei se essas pessoas frequentaram somente o primário naquela escola, ou se esqueceram desse detalhe...


Atestado de Conclusão do Primário no Instituto Medianeira

De minha parte, tenho certeza do que estou dizendo. Tenho inclusive um Atestado de Conclusão do Curso Primário, fornecido pelo Instituto Nossa Senhora Medianeira, incluindo as notas, datado de 14 de dezembro de 1961, assinado pela Madre Maria José Fontoura, assim como o convite de formatura da Escola Comercial. Antonio Bard, que aconteceu dia 17 de dezembro de 1965. Detalhe: a referida escola, mesmo sendo de nível ginasial, que na época era de 4 anos, nos conferia o diploma de Auxiliar de Escritório, Datilografia e Estenografia. Isto está mencionado no convite para a Formatura, que guardo até hoje. Os paraninfos foram o Prof. Victor Pedro de Oliveira, identificado como sendo M. D. Inspetor Federal da E.C.A.B. e, como Paraninfo Religioso, o Pe. Olmiro Allgayer, S.J., religioso que durante anos nos acompanhou, sendo o capelão da Igreja São José.

Para teres uma ideia, na primeira série do ginásio, tínhamos uma matéria específica para afazeres domésticos, na verdade Economia Doméstica. Não eram aulas de culinária, ou algo semelhante, era muito mais voltada a conscientização do papel da mulher dentro de casa, de suas responsabilidades e da importância de tudo que lhes caberia fazer, organizar, ter responsabilidades com esposo, filhos. Tudo dito de forma muito tranquila, sem qualquer conotação com relacionamentos, sexo, nem nada disso, apenas enaltecendo o papel da mulher, dentro do lar e perante a sociedade. Menciono isto, para tentar explicar o quanto tudo era diferente dos tempos atuais, Assim compreendendo, pode-se bem imaginar o quanto um curso com bases comerciais como aquele, ensinando datilografia, estenografia e princípios básicos para auxiliares de escritório, era inovador, além de preparar futuras mulheres para o mercado de trabalho.

Foi no ginásio que aprendi o que era e como se confeccionavam slips, que eram os documentos contábeis preenchidos em todos os setores de qualquer empresa e que serviam de base para os registros na contabilidade. Atualmente, não se usam mais, claro, porque todos os dados são passados para o computador, organizados e finalizados na contabilidade, mas naquele tempo era assim que funcionava. Para você ter uma ideia do quanto era fundamental esse conhecimento, quando mais tarde fui fazer o curso técnico de contabilidade na escola noturna do Farroupilha, eu me salientava pelos conhecimentos adquiridos anteriormente, ou seja, já fora preparada antecipadamente para as atividades contábeis. 

Analise o quanto a Escola Antonio Bard era visionária para o futuro papel daquelas moças no mercado de trabalho. Penso, hoje analisando os fatos, que mesmo que a referida escola tenha sido criada por freiras, quem idealizou seu currículo deve ter sido alguém com o pensamento muito adiante de seu tempo. Afinal, mulheres preparadas para o lar, e obtendo tantos conhecimentos, que até então só interessariam aos homens...


Formatura do Ginásio na Escola Comercial Antonio Bard

A entrega dos diplomas aconteceu na sede da União Social São José, na Av. Alberto Bins, 467, ou seja, num salão que ficava nos fundos da Igreja, onde também existia o pensionato masculino, que lembro existir ali, mas não recordo se era exatamente em cima do salão da comunidade, onde aconteciam as cerimônias de formatura, bem como reuniões e outros eventos da escola, inclusive um concerto de um pianista famoso, que assisti, mas infelizmente não recordo o nome. No referido salão, havia um piano de propriedade da Comunidade Alemã. 

Da formatura de ginásio que mencionei, tenho as fotos, onde os paraninfos aparecem. Também no mesmo local, tenho uma foto da primeira audição de piano onde me apresentei, porque tive a oportunidade de estudar piano na mesma escola, por aproximadamente seis anos, como aluna da Professora Ione Rambo e da Irmã Clemência. Desta última guardo gratas recordações, porque essa irmã, muito atenciosa e cuidadosa comigo, sabendo que meus pais não tinham muitas posses, me auxiliava emprestando ou doando livros de música, para assim eu continuar meu aprendizado. E ainda mais, como eu não tinha piano em casa, ela também autorizava que eu permanecesse na escola, aguardando a liberação de um dos três pianos do local, para que eu pudesse treinar as peças que me eram repassadas em aula. Como esquecer tanto carinho? Impossível.


A primeira audição de piano de Maria Eduarda no Salão da Comunidade de São José

O nome dessa pequena escola de música mantida pelas irmãs no Medianeira era Instituto Musical Villa Lobos. Talvez não fosse exatamente reconhecida como escola, isto porque as avaliações para passarmos de nível de aprendizado eram feitas numa escola de música que ficava, se não estou enganada, próximo à Praça Otávio Rocha, mas não tenho certeza. Mas éramos avaliadas por professores dessa escola de música, e recebíamos as notas correspondentes, que nos habilitavam ou não a seguir o aprendizado de piano no Medianeira. Tenho os boletins de avaliação, com as notas, fornecidos pelo Instituto Musical Villa Lobos, onde o mesmo existia como Anexo ao Instituto Medianeira.

Em seguida a conclusão do ginásio, era minha intenção frequentar a Escola Técnica Farroupilha, que funcionava no prédio à direita da igreja São José, mas em princípio isto me pareceu impossível, porque era à noite. Mesmo eu morando com meus pais no Edifício Aspecir, que fica na Av. Alberto Bins, esquina com a Rua da Conceição, onde foi construída a elevada da Conceição, portanto a uma quadra e meia de distância da escola, estudar à noite, parecia inadequado para uma moça de 15 anos. Mesmo assim, depois de muita insistência, no ano seguinte consegui convencer meus pais que era o melhor e, finalmente consegui ingressar na referida escola e me formar em Técnica em Contabilidade.


Turma do 1º Ano do Curso de Técnico de Contabilidade da Escola Técnica Farroupilha - 1967

Da formatura, além do diploma, guardo o convite e fotos. Ao ler os nomes que constam no convite, lembro sempre com carinho dos professores, do diretor, do secretário, pessoas estas maravilhosas que a vida generosamente colocou em meu caminho, entre eles, o Prof. Edwin Bischoff, professor de Contabilidade, que, no ano seguinte, reencontrei quando fui trabalhar no Grupo Gerdau. Trabalhamos durante anos nesta Empresa. A celebração religiosa foi na igreja São José, às 9 h e 30 min do dia 13/12/1969, com a presença do um padre e um pastor. Foi a primeira vez em que eu assisti a uma cerimônia ecumênica, e achei emocionante, porque muitos de meus colegas não eram católicos e, assim, pudemos celebrar todos juntos.  Era um fato inovador para a época, e bem diferente do que acontecia nos tempos do Medianeira, onde éramos, por assim dizer, aconselhadas, a nem sequer olhar para o colégio em frente, justamente o Farroupilha, por não ser católico. A entrega dos certificados, aconteceu às 19 horas nas dependências do Colégio Farroupilha nas Três Figueiras, onde recebi o certificado pelas mãos de nosso paraninfo, Sr. Plínio Gilberto Kroeff, na época Presidente da Fiergs.


Formandos do Curso de Técnico de Contabilidade da Escola Técnica Farroupilha, onde vemos Maria Eduarda (1ª à direita) - 1969

O Antigo Colégio Farroupilha foi transferido em 1962 para a Rua Carlos Huber, 425, no Bairro Três Figueiras. Naquela ocasião, não sabíamos que aquele magnífico prédio da Alberto Bins seria demolido para a construção do Hotel Plaza. O colégio foi transferido, porém o curso técnico, que funcionava à noite, permaneceu ali na Comunidade São José. Eu entrei para a referida escola, em 1967, portanto, 5 anos depois. Não sei exatamente quando a escola passou a funcionar ali, acredito que tenha sido quando da transferência do colégio para as Três Figueiras. A dúvida é, se antes disso, funcionava no antigo Colégio em frente à igreja. Acredito que sim. O que se ouvia, tanto do diretor na época, prof. Walter Jakob Striebel, quanto do secretário Elvino, pessoas sempre muito acessíveis para dar qualquer informação, era que a escola ficara ali, porque os alunos daquele curso, por ser à noite, em sua maioria trabalhavam no centro, e seria praticamente impossível fazê-los irem até as Três Figueiras. Se o fizessem, a maioria desistiria do curso. e este não era este o objetivo.

Quanto à localização dos prédios. O nº 467 era o endereço oficial da Igreja São José, embora também tenha igual escadaria para a esquerda da entrada da Igreja, que dava acesso ao nº 509, endereço do Instituto Medianeira. A entrada pelo nº 467 dava igualmente acesso ao Colégio Roque Gonzales, de meninos. Vale salientar que este mesmo número oficialmente também seria para o tal pensionato masculino, bem como ao salão, que referi anteriormente, onde aconteciam diversos eventos, inclusive as formaturas do Medianeira e do Roque Gonzales. A entrada para o Roque Gonzales era feita através de uma escada, que dava acesso ao prédio. Nunca transitei por ali, porque era proibido para nós. O único contato que havia entre os alunos dos dois colégios era às sextas-feiras, quando todos eram levados para a missa, as meninas ocupavam os bancos do lado esquerdo e os meninos do lado direito, sem qualquer contato.

No nº 467, à direita da igreja S. José, ficava a Escola Técnica noturna do Colégio Farroupilha, onde fiz o Curso Técnico Contábil, que na ocasião nos habilitava a assinar nas empresas como contadores, balancetes, balanços, declarações de renda, enfim, tudo que representasse legalmente a contabilidade da empresa, o que foi substituído anos depois pelos formados nos cursos superiores de Ciências Contábeis. 

Mais tarde, quando frequentava a Escola Técnica Farroupilha, à noite, também o acesso era pela nº 467, só que entravamos por outra porta independente, mais ao fundo desse prédio da frente.  Para chegarmos até lá, havia uma elevação no terreno, a exemplo do que acontecia no Medianeira, por esse motivo havia a escada de acesso pela lateral do prédio, como dá para perceber na foto que publicaste do Medianeira, só que, pelo lado do Roque Gonzales, se visualizavam dois pátios, em níveis diferentes, com alguns degraus junto a Igreja, dando-lhes acesso.

Assim, os que desejassem entrar no prédio antigo que aparece na foto no blog identificada como Escola São José, fundada em 1904, subiam a tal pequena escada, aquela que menciono ser acesso à secretaria da igreja. Os que precisassem chegar à Escola Técnica Farroupilha, ou ao salão de eventos, ou o tal pensionato, teriam que passar pelos dois pátios, em desnível, usando a escadaria junto à igreja.

Quanto aos pensionatos, estes eram independentes. O das moças ficava dentro do prédio do Medianeira, acima dos quartos das irmãs, e o masculino, com certeza, nos fundos da Igreja, fazendo divisa com as salas de música. Só não tenho certeza do acesso para esse último pensionato, como disse, acredito que fosse na mesma área de acesso/entrada para o salão. Não sei.

Quanto à Escola Técnica Farroupilha, o acesso era lá no final do terreno, nos fundos da construção antiga do Roque Gonzales. Minha dúvida é se alguma das salas de aula ficava fora ou dentro desse prédio, porém isoladas deste. Lembro que a secretaria e biblioteca ficavam logo na entrada e depois dobrávamos à direita para chegarmos às salas de aula, que eram três, portanto, talvez fizessem parte do prédio da frente, sem que percebêssemos. 

Assim, o portão de acesso, nº 467, servia tanto como entrada para o Roque Gonzales, quanto para o Farroupilha, ou para o único salão, que, como lhe disse, era da comunidade da Igreja. Este salão era bem junto à Igreja, mas depois dela, e não faziam comunicação. A entrada para o pensionato, nunca cheguei a visualizar, acredito que também fosse nos fundos da igreja, e com entrada para a esquerda, porque a entrada para o salão era para a direita. Mas uma coisa é certa, as duas construções, que imagino fossem germinadas, ficavam na divisa do terreno. Não lembro, porque provavelmente não existia, qualquer janela que ficasse do lado esquerdo de quem estava no salão sentado, mas somente o palco, bem extenso, que provavelmente ficava com as costas para a divisa à direita.

A igreja foi construída na frente do terreno, mas com acesso para os dois lados. Do lado direito, foi construída a escola Roque Gonzales e, do lado esquerdo, o prédio do Medianeira, com a grutinha encostada nas paredes da igreja. As duas dependências, não tinham qualquer ligação, com certeza, a não ser passando-se por dentro da igreja ou pela rua e entrando no outro portão.

O Medianeira, em sua construção original, acolhia o dormitório das Irmãs, e, em cima, o pensionato das moças, Essa área era de acesso restrito. O mais próximo que chegávamos era subindo uma escadaria, que ficava no meio de um pátio coberto de uso da escola, e só a usávamos para ir à secretaria da escola, que ficava no primeiro andar. Se continuássemos a subir por ela, chegaríamos ao pensionato, mas isto era proibido, Neste prédio, ficavam as salas de aula do primário, por isso o pátio coberto para os recreios. Posteriormente foi construído um novo espaço, térreo, com duas salas, que eram de uso exclusivo para aulas curriculares do ginásio comercial. Outras matérias eram dadas nas salas mais antigas e as mais específicas, como datilografia e prática de escritório, eram em locais próximos da secretaria, no primeiro andar. 

As salas de música, com quatro pianos, ficavam entre as duas construções, porém, tem um detalhe, essas salas eram coladas a divisa do terreno, fazendo divisa à esquerda da construção antiga e à esquerda com o que eu acredito fosse a entrada do tal pensionato masculino, e/ou entrada para o salão de eventos. Sem qualquer acesso a eles.  Em seguida a essas salas de música, estavam as duas salas construídas para o ginásio. Tenho certeza disso, Tanto que essas duas salas de aula só tinham janelas e a porta de entrada e vistas para o pátio do recreio, à esquerda, porque à direita, ficavam os fundos da igreja, que não conseguíamos visualizar.


As Cotovias de São Francisco na escadaria da Igreja São José

Lembrei-me agora de um fato interessante, Não lembro exatamente o ano, mas sei que foi em razão da comemoração dos 60 anos de algum fato relacionado com a Comunidade em questão. Tenho que contar... A irmã M. Virgília Dorsan, nossa sempre ativa e também maestra do coral das meninas, as "Cotovias de São Francisco" de quem orgulhosamente também participei por muitos anos, resolveu nos ensinar uma canção em alemão, para que apresentássemos na referida data.  Com a maior dificuldade, é claro, tentamos memorizar as palavras em alemão e, acredite, conseguimos. Não lembro mais a letra da música, mas lembro com clareza da melodia, cantarolo até hoje, quando me lembro do fato. Só sei que o estribilho, diz (atenção vou escrever como se diz, por favor desculpe-me, se for alguma coisa inconveniente): ‘Fidera lá lá, fidera lá lá fidera lá lá lá lá...’ Lembro que nos disseram que era uma canção muito conhecida dos imigrantes alemães... Ah, foi um sucesso, não sei se pela execução, ou por nossa coragem em executá-la...


As Cotovias de São Francisco no Coro da Igreja São José

Moro desde 1999 na grande Florianópolis SC.  Anos depois, voltei a Porto Alegre e, com muitas saudades, retornei à Av. Alberto Bins, de onde meus pais haviam se mudado em 1971 e, com tristeza, verifiquei não existirem mais as tão queridas Escolas. Felizmente, preservaram a grutinha, que tantas vezes parei para rezar antes de subir as escadas de acesso para o Medianeira. Durante a visita à Igreja São José, tive a felicidade de reencontrar um antigo amigo, muito querido, que serviu de inspiração, para que eu sonhasse aprender piano: o professor e organista da igreja, Antonio Darci von Frühauf. Ele foi, e creio que ainda o seja, o organista da Igreja São José. Isto desde os Anos 60. Na ocasião em que o reencontrei, ele estava comemorando os 45 Anos de organista da igreja. 



32 comentários:

  1. Entre 1967 e 1971, estudei no colégio Nossa Senhora Medianeira, escola de freiras para meninas. Nesse período, frequentei muito o prédio que deve ter sido o que você chama de Escola de Maria. Não era mais internato, mas as freiras moravam nele. Era antigo e cheio de escadarias. Havia um andar que era só frequentado pelas freiras, o qual ficavam os quartos delas e no qual não podíamos chegar. Na foto podemos ver que, pelas janelas diferentes, era o último andar. Quando o colégio para meninos, Roque Gonzalez (o que era o pensionato masculino), administrado por padres, se juntou com o Medianeira, eles formaram o Instituto Educacional São José. No lado Medianeira, era do jardim até a 4a. série. Do lado dos padres, era da 6a. à 8a. série. Uns quinze anos depois, o colégio fechou. Hoje, resta só o prédio dos padres. O colégio das freiras e da Escola de Maria, o complexo do Hotel Praza São Rafael demoliu. Vera Lima.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Vera Lúcia, gostei muito de ler o teu depoimento. A pesquisa histórica não foi muito fácil de encontrar. A Comunidade de São José não me deu nenhuma resposta às minhas indagações. O que tenho dúvida é saber onde se situava o prédio do Colégio Medianeira. Penso que a Igreja situava-se no meio dos dois Colégios. Creio que seria onde hoje existe, me parece, um prédio de estacionamento. O que me dizes? Se tiveres alguma foto deste tempo, poderias me enviar pelo e-mail do meu perfil no blog? Obrigada e um abraço para ti.

      Excluir
    2. uma pequena retificação srta Vera , estudei no curso roque gonzales de 1968 até 1972 e tinha o primario completo masculino , em 1972 ou 1973 medianeira e roque gonzales se fundiram e formaram o sao jose que estudei de 1973 até 1975 terminando os 8 anos do primeiro grau .

      Excluir
  2. Tenho muito orgulho de ter estudado no Colégio Nossa Senhora Medianeira até 1968.Afirmo que ficava localizado à esquerda da Igreja São José (olhando de frente pela Av. Alberto Bins),onde hoje situa-se o Centro de Eventos Plaza São Rafael. Graças à DEUS , mantiveram com respeito a grutinha com a imagem de um Anjo e de Nossa Senhora. Ainda lembro da saudosa e austera irmã Virgília e também da doce Irmã Teresinha. Os ensinamentos eram vários.Lá, as meninas aprendiam de tudo: - Canto orfeônico. piano, violão,bordado,datilografia,culinária alem das matérias oficiais das Escolas. Naquela época eu já demonstrava o desejo de ingressar na carreira artística e entoava ao microfone,a pedido das Irmãs,
    os Hinos Nacional e Riograndense nas ocasiões Festivas, para todas as meninas perfiladas no pátio da Escola. Quando gravei meu primeiro disco,fui buscar nesse passado de civismo a interpretação do Hino Riograndense,sendo assim a primeira artista a fazer esse registro,fato inédito em 1989,quando só era permitido executá-lo por Bandas Marciais,Corais e Orquestras em Solenidades.
    Voltando as lembranças:
    O uniforme era uma blusa branca,saia plissada azul-marinho, meias brancas com sapatinho preto e um cinto que variava as cores conforme a série ginasial. Primeira série cinto vermelho, segunda série cinto amarelo, terceira série cinto verde e o cobiçado cinto azul na quarta série.Atrás da Igreja,dividindo as duas Escolas,havia um grande salão onde eram realizadas singelas apresentações artísticas, reuniões,formaturas etc...
    Atualmente trabalho em Congressos interpretando os Hinos e toda vez que chego ao Plaza São Rafael olho com muito carinho para a grutinha e agradeço pelos belos ensinamentos que carrego até hoje, naquele memorável lugar de minha Porto Alegre.
    FATIMA GIMENEZ (Cantora Nativista)

    ResponderExcluir
  3. Olá, Fátima, que bom ler o teu depoimento. Agora sei realmente que o Colégio ficava no lado esquerdo da Igreja, onde hoje está o Centro de Eventos Plaza São Rafael. Agradeço a informação. Vou acrescentá-la ao texto. Muito sucesso na tua carreira. Um grande abraço.

    ResponderExcluir
  4. Lisete, meu nome é Maria Stephanou. Também estudei na escola, entre 1966 e 1971.
    Confirmo os depoimentos das colegas. Chamava-se Instituto Nossa Senhora Medianeira e era uma escola somente para meninas. Possuo fotos e boletins. Gostaria muito de saber qual era mesmo a congregação das irmãs. Sou muito grata pela formação que recebi. Um dia desses farei uma pesquisa maior. Restou mesmo a frutinha. meu jardim de infância nesta escola funcionava no subsolo da Igreja.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Maria Stephanou,foi minha mãe quem esteve no Instituto Nossa Senhora Medianeira, em regime de internato, na década de 1940. Pelo que pesquisei, a ordem era das Irmãs do Coração de Maria. Felicidades nesta tua futura pesquisa. Abraço.

      Excluir
  5. Estudei meu primário no Roque Gonzales, ali, no lado dos padres. Pequenos, olhávamos as meninas "do lado das freiras", na hora do recreio, por uma viela, atrás da igreja, e tinha uma portão com grades que separava um de outro lado. Sempre fechado e trancado. Muito tempo depois, tive aulas "do lado de lá". Lembro-me de alguns professores, eum deles, eu acho, era o prof Tubino (não tenho certeza do nome). Lembro de muitos outros também de algumas irmã, mas não lembro os nomes. Eu adorava me esgueirar por aqueles corredores e as imensas escadas de madeira. Uma vez cheguei escondido até onde ficavam as irmãs. Era tudo misterioso, cheio de passagens. Tudo sumiu.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tudo sumiu, mas as lembranças ficaram... Abraço.

      Excluir
    2. grande Alexandre ...fomos colegas e grandes amigos , o pessoal me chamava de caetano e tinhamos casa na mesma praia ( jardim atlantico ) , o professor que voce se refere era o Osvino Sparemberg ...rsrsrrs, tinhamos um colega que chama se Tubino

      Excluir
    3. Também estudei no colégio Roque Gonzales e depois da unificação no instituto educacional são José até a oitava série . Na época não tinha segundo grau , daí fui para o colégio Rosário.

      Excluir
  6. Incrível ler as histórias de vocês que relatam um tempo que parecia estar perdido no tempo e na internet.
    Já tinha pesquisado sobre a memória do Colégio Roque Gonzales e não encontrava muito material.
    Vocês citaram nomes que nem lembrava mais, da irmã Virgilia, a irmã Terezinha parece que dava aula de inglês, o prof Sabino (era furioso), prof. Delfino, tinha o professor de piano que tocava órgão na igreja.
    Muitas lembranças daquele portão atrás da igreja que nós do Roque podíamos ver as meninas do Medianeira no recreio.
    Depois de 71 juntaram os colégios. Lembro que tive aulas mistas.
    Ainda tenho foto das turmas na escada da igreja.
    Bom falar de um tempo que tínhamos segurança nas ruas. As vezes, matavamos aula e ficamos brincando pelo centro de Porto Alegre.
    Queria saber se alguém tem algum link do Coral do Roque Gonzales? Fiz parte do Coral e lembro que ganhamos muitos prêmios em festivais do Estado.
    Bom falar com todos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lisete, estudei no Medianeira e na Escola Comercial. Estava lá quando unificaram, o nome ficou Instituto Educacional São José. Nossos uniformes passaram a ser cinza com blusa rosa.

      Excluir
    2. Para a infelicidade dos meninos , nosso uniforme era da mesma cor e a camiseta de educação física tinha o huguinho sobrinho do pato Donald , rssssss

      Excluir
    3. Carlos Pique , estudamos na mesma época . Eu era do coral canarinhos do curso Roque Gonzales . Muitas apresentações . Acho que tu era colega do meu irmão carlos Alexandre Thalheimer . Do vergara e tantos outros . Eu era dos mais novos 1 ou 2 anos . Estudei com o Baiana, negão Júlio, paulo falcão , Álvaro Menezes (café ), entre outros . Tenho contato apenas do falcão . O Tubino estudava comigo mas não tenho contato . Também não achei nada além deste relato da lisete. Parabéns pela lembrança Lisete. Também tenho muitas fotos da época . Eu e o Felipe Dalanson éramos cantores solo de ave maria na igreja São José . Boa época foi aquela .

      Excluir
    4. Obrigada pela contribuição, Marcos Antônio. Abraço.

      Excluir
  7. A escola Roque Gonzales tinha em seu subterrâneo uma escadaria bloqueada que diziam, na época, levar ao Palácio Piratini. Se era verdade ou não ninguém sabe. As professoras do Medianeira eram um capítulo à parte. A Maria Elena Elias patrocinava as reuniões dançantes. Maria Terezinha ensinou-nos a ler rapidamente como ela gostava. E Maria Tereza fazia da Matemática a disciplina mais interessante. A Irmã Virgilia era a diretora que fazia cara de sisuda mais era um coração enorme. Nos protegia como filhas. Tentou nos ensinar o hino alemão para cantarmos quando chegasse a congregação da Alemanha. Como foi tudo muito em cima, ela nos orientou a fazer Nãnãnã quando não soubéssemos a letra. Já viu, né. O primeiro verso saiu, mas depois só deu nãnãnã. A Irmã Rosalva era mais brava. A Irmã Caixinha de Fósforo - chamada assim porque era pequenininha - era uma meiguice só. O professor Tubino era bravo mesmo. E o padre Olmiro tinha um irmão gêmeo idêntico, o padre Orlando. Se trocavam na condução da missa e ninguém notava.
    Tenho algumas fotos, os boletins, trabalhos e provas.
    Bons tempos!

    ResponderExcluir
  8. Muito legal! Ler estas lembranças faz a gente viajar no tempo, Vera Lúcia. Obrigada por compartilhar.

    ResponderExcluir
  9. Estudei no Instituto Educacional São José em 1982 no 3º ano do 2º grau. Procuro fotos do prédio que ficava ao lado esquerdo da Igreja, bem como todo tipo de registros da época. Agradeço pela pesquisa.

    ResponderExcluir
  10. Entrei no Roque em 1967 no primeiro ano primário, com o professor Lauro. Lembro de outros professores: Danilo, Mário, Osvino. Ficava o dia todo no colégio. Almoçava no salão. Um turno era aula normal e o outro era para fazer os temas. Participei do Coral. O regente se chamava Aloísio. Em 1971 unificaram o Roque e o Medianeira, que virou São José. Da época do Roque ainda lembro do nome de alguns colegas: Diemer, Germano, Felipe, Manoel, Tondo, Bastian, Belomé, Deraldo, Edson, Friederich, Godoi.

    ResponderExcluir
  11. Entrei no Roque em março de 1966. Meu primeiro professor foi o Lauro, no segundo ano o Prof. Mário, no terceiro e no quarto ano o Prof. Danilo e no quinto ano, o Prof. Olides José Cotica!!!!! Tive muitos colegas, entre eles o Carlos Alexandre Thalheimer, Alexandre Fiorin, Francisco Belomé, Jacques Freire Alves, Luiz Armando Abrantes, Flávio Costi, Flávio Dotti Cesa, Gilberto Brasil Filho, Flávio Noal Bergamin, e muitos outros!! Depois da unificação das escolas, tive como colegas, as meninas Rosangela Albano, Vera Helena Leão, Ieda Schoemer, Liana e Rosana Pfarrius, Vânia Torres, Maria Conceição Flach!!! Bons tempos!!!

    ResponderExcluir
  12. Muito grata por um pouco da história de Porto Alegre e minha família, sou bisneta do Antonio Bard. Meu nome é Simone Bard.

    ResponderExcluir
  13. Oiii, meu nome é MARIBEL, entrei no colégio Medianeira em 1970, peguei a transição para escola mista e sai em 1980.Reconheci muitos nomes citados e fiz uma viagem no tempo.Lembro que a clausura das freiras era um lugar misterioso e todos tinham curiosidade de conhecer.Lembro muito da irmã Virgília, irmã Rosalva, prof. Maria Helena, prof Batista, Antônio, Maria Cristina, Neusa, o prof Darci de canto, a minha primeira professora Terezinha. Me vi naquele uniforme de blusa rosa e saia cinza,kkk.Muito legal os relatos.

    ResponderExcluir
  14. Parabéns Lisete pela linda oesquisa e proporcionar o resgate de lindas memórias.

    ResponderExcluir
  15. Eu me chamo Rodrigo Consul. A melhor fase da minha vida foi na época em que eu estudei no Instuto de Educação São José. 1981 e 1982. Você tem fotos desta época da escola? Eu nunca me esqueci da maravilhosa grutinha.Paraɓéns pelo excelente trabalho de pesquisa histórica.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, não tenho fotos, pois não estudei neste Instituto. Minha mãe foi quem estudou no Instituto Medianeira, que já não existia. Abraço.

      Excluir
  16. Obrigado fiquei emocionado com a matéria

    ResponderExcluir
  17. Meu nome é Maria Conceição Andriótti e estudei no Instituto Medianeira, fazendo o 5o.ano primário em 1967 e depois o ginásio comercial, onde a escola já mudara o nome para Escola Comercial Antônio Bard.. na minha época a nossa Diretora era a Madre Nuncia Phillipsen, mas a Irmã Virgilia Dolsan era quem coordenava tudo...Quando escutávamos barulho das chaves que ela carregava na cintura, ficávamos bem quietas. Tinham a Irmã Elizabeth, Irmã Rosalva, a professora Noemia Dávila Leães uma alegretense da gema que nos ensinava portugues, professora Célia de Inglês, professora Odila de Francês, Professora Maria Hugo Velho de estenografia, enfim...quanta saudade desse tempo em que éramos tão felizes e nem sabíamos...sinto muita saudade de minhas colegas de ginásio...minha eterna gratidão a minha escola e professoras que me ensinaram tanto nesta vida...agradeço a você também querida Lisete Göller pela pesquisa que me trouxe Velhos tempos, belos dias...Grata, grata!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, Maria Conceição, pelas palavras carinhosas. Quantas lembranças tens desse tempo mágico em tua vida! Um grande abraço!

      Excluir