Mensagem

Os artigos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: GÖLLER, Lisete. [inclua o título da postagem], in Memorial do Tempo (https://memorialdotempo.blogspot.com), nos termos da Lei n.º 9.610/98.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Família Göller 3ª Parte - Ramo Johann Göller


JOHANN GÖLLER
Assinatura de Johann Göller

Meu trisavô (3º avô), Johann Göller, nasceu em 29/12/1830, às 4 horas da manhã, em Dörrebach, distrito de Bad Kreuznach, Renânia-Palatinado, na Alemanha. Foi batizado em 31/12/1830 na Igreja Católica daquela cidade. Filho de Jakob Göller (*09/08/1786 Dörrebach/+27/10/1845 Dörrebach) e de Susanne Lunkenheimer (*25/07/1790 Dörrebach/+22/01/1860 Picada Holanda - Picada Café RS), seus avós paternos chamavam-se Mathias Göller e Anna Margaretha Müller e os maternos Nikolaus Lunkenheimer e Catharina Wilhelmi.



Interior da Igreja Católica de Dörrebach - Alemanha


O seu nome de nascimento e de batismo de Johann era Wilhelm, sendo que a data de nascimento obtida na certidão da Alemanha confere com a de sua pedra tumular, provando tratar-se da mesma pessoa. Por motivos ignorados, ele era chamado de Johann (João), e este último nome é o que aparece em todos os registros no Brasil. Não há probabilidade de que Johann tivesse um irmão gêmeo, pois o nosso contato em Dörrebach, Sr. Fridolin Feil, possui cópia de todos os registros da Igreja Católica daquele período. É possível que os pais tivessem lhe dado o nome do primeiro irmão, Johann Wilhelm, que faleceu aos 4 meses de idade. Era comum naquele tempo batizarem o filho com o mesmo nome de outro já falecido. Nas pesquisas, foi encontrado um registro em que “Guillelmo” Göller, forma adaptada de Wilhelm no português, foi padrinho (casado naquela época) de um dos filhos da irmã Anna Clara Göller. O mencionado registro foi o único documento conhecido em que aparece o seu verdadeiro nome em terras brasileiras.



Certidão de Nascimento de Johann Göller na Alemanha


Dörrebach - Renânia-Palatinado - Alemanha


A VIAGEM PARA O BRASIL


Sua mãe Susanne (Susanna, nos registros no Brasil), depois de ter ficado viúva de Jakob Göller, com os filhos Elisabeth, Anna Clara, Maria Anna e Johann, partiu de Dörrebach até Hamburgo. Deste porto, no dia 04/05/1847, a família Göller seguiu viagem ao Brasil, até o Porto de Rio Grande, no brigue-escuna Antonia. Após a chegada neste porto, embarcaram na barca a vapor chamada Porto-Alegrense, chegando a Porto Alegre em 19/07/1847. Johann tinha 17 anos de idade quando chegou ao Brasil.



O LOCAL DE RESIDÊNCIA


Johann Göller foi proprietário de ¼ da colônia de nº 4 na Ala Oeste da antiga Picada Café, com 38.008 braças quadradas, a qual foi permutada com a medida equivalente da colônia de nº 2 (parte B) na mesma Ala Oeste, pertencente ao casal Felippe e Catharina Kraemer em 10/10/1860 (Códice C 389 Arquivo Histórico do RS). Posteriormente, adquiriu outra parte desta última colônia, com 38.186 braças quadradas (1/4 da colônia), do casal Nicolau e Catharina Becker, em 24/08/1864, por 650.000 Réis (Códice C 389 Arquivo Histórico do RS). A medição das terras foi feita em 13/10/1863 (da aquisição por permuta) e a escritura definitiva da ½ colônia foi lavrada em 20/09/1869. Nela consta a medida de 76.194 braças quadradas, limitando-se ao norte com o a colônia de nº 2 C da Ala Oeste, a oeste com terras da então Linha Nova, ao sul com a colônia de nº 2 A e a leste com a colônia de nº 2 da Ala Leste (Códice C 363 Arquivo Histórico do RS).


Localização do Lote nº 2 B, Ala Oeste na Picada Feijão RS


A Picada Feijão (Vale dos Feijões ou Bohnenthal) - Ivoti RS


A Picada Café daqueles tempos não corresponde exatamente ao atual município de mesmo nome. Nos primórdios da nossa história, era a ponta da Colônia de São Leopoldo e um corredor de passagem para os Campos de Cima da Serra. Com o passar do tempo, foi dividida entre vários municípios como Dois Irmãos, Ivoti, São Sebastião do Caí e Nova Petrópolis. A antiga Picada ou Linha Café era dividida nos seguintes Lotes ou Prazos: do nº 1 ao nº 63 na Ala Oeste e do nº 1 ao nº 77 na Ala Leste. O atual Município de Picada Café conservou apenas as áreas correspondentes aos Lotes do nº 28 ao nº 61 na Ala Oeste e do nº 25 ao nº 76 na Ala Leste, mais os lotes de outras localidades que são os de nº 76 ao nº 85 na Ala Oeste e do nº 90 ao nº 105 na Ala Leste. Nos documentos, por exemplo, o lote de nº 2 B, que pertenceu a Johann Göller, aparece nos documentos como sendo situado na Picada Café, porém, posteriormente, o lote veio a integrar o território do atual Município de Ivoti (antigo Bom Jardim), na localidade de Picada Feijão ou Bohnenthal, ao lado da Picada 48. A antiga Picada Café possuía três picadas principais: Bohenthal, Schneiderstal e Holland. Bohnenthal foi o nome dado em atenção à família Bohnenberger à Picada Feijão, e começou a ser povoada já na Guerra dos Farrapos (1835-1845), a partir da Picada 48.


A Picada Holanda teve como pioneiro Jakob Jung, que se retirou mais para o norte da Picada Café, estabelecendo-se nela, e construindo ali o primeiro moinho. Mais tarde, outras famílias lhe seguiram, povoando a nova picada, de tal modo que construíram uma escola-capela no ano de 1853. A comunidade católica da igreja de Picada Holanda era formada pelas famílias-tronco: Jung, Anshau, Franz, Federhen, Hoffmann, Kaefer, Link, Reissdörfer, Schmid e Stein. Mais tarde, outras famílias vieram povoá-la.


Susanna Göller e as filhas, Elisabetha e Maria Anna, se estabeleceram com as suas respectivas famílias nas proximidades de Picada Holanda (permanece como localidade de Picada Café até hoje), onde vieram a falecer. Johann viveu com sua família na localidade de Picada Feijão por alguns anos até o seu falecimento.



O CASAMENTO COM MARGARIDA (MARGARETHA) SCHMITZ


Johann casou-se, provavelmente no ano de 1851, em Picada Feijão (Linha Bohnenthal), localidade da cidade de Ivoti RS, com Margarida Schmitz (*30/04/1834 São Leopoldo – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 111/+19/07/1910 Pareci Novo RS - 
CRCPN Harmonia, Livro Registro de Óbitos C-1, fl. 199 e  verso, nº 30), minha trisavó (3ª avó), filha de Philipp Schmitz e de Susanna Rohr. O casal teve onze filhos.


Capela de São João Baptista (atual) - Picada Feijão - Ivoti RS


Assinatura de Margaretha Schmitz Göller


A primeira capela de madeira de Picada Feijão foi fundada no ano de 1849, com a participação de 32 famílias: Abr. Sen. Bohnenbergher, Abr. Filho Bohnenbergher, Friedrich Bonhenbergher, Nikolaus Bohnenbergher, Johann Dill, Peter Dill, Peter Fell, Friedrich Fröhlich, Peter Fröhlich, Johann Göller, Peter Hans, Jakob Jung, Mathias Jung, Joseph Kaiser, Michael Kalsinger, Jakob Kehl, Philipp Krämer, Nikolaus I Kunzler, Nikolaus II Kunzler, Andreas Lanius, Mathias Lauermann, Peter Michel, Johann Peter, Nikolaus Petry, Jakob Seibel, Karl Senger, Ernst Schmädecke, Joseph Schmitz, Peter Schmitz, Philipp Schmitz, Philipp Weber e Johann Witz (Famílias Católicas de Bohnenthal - Cem Anos de Germanidade no Rio Grande do Sul – 1824-1924, Theodor Amstad, Ed. Unisinos, 1999, São Leopoldo). 



OS FILHOS



I-Pedro (Peter) Göller (*1852 Ivoti RS/+03/02/1907 Pareci Novo RS - CRCPN Harmonia, Livro Registro de Óbitos C-1, fl. 161 v e 162, nº 4), casado em 13/04/1874 RS com Maria Arendt (*29/06/1855 Ivoti RS/+27/05/1932 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 73, enterrada no Cemitério Católico de Ivoti), filha de Frederico Arendt e Maria Marx (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 8, na Capela de São João Baptista em Picada Feijão – Ivoti RS). Na lápide do túmulo de Maria consta erroneamente Köller. Pedro tendo deixado a sua família, estava em lugar incerto e não sabido pelos idos de 1905. O casal teve oito filhos: Anna Maria, Rosalina, Julianna, Luisa, Carolina, Elisabetha, Theolinda Maria e João;


Da esquerda para a direita, a bisneta Hedwig Braun Lauxen e os trinetos de Pedro Göller: Gladis, Marlene (ao fundo), Lauro e Luiz Vitor


II-Maria Göller (*06/02/1855 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São José do Hortêncio, Livro nº 1, pág. 31, batizada na Capela de São João Baptista em Picada Feijão/+20/09/1946 Picada Feijão - Ivoti RS – Arquivo Público, Óbitos, Ivoti, Tomo 2, pág. 169), casada em 28/01/1873 Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 5 ) com Jorge Marmitt (*20/03/1848 Dois Irmãos RS/+20/11/1907 Picada Feijão - Ivoti RS), filho de Miguel Marmitt e de Anna Maria Christina Meyerer. Seus padrinhos de batismo chamavam-se Maria Schabarum e Pedro Schmitz, que provavelmente tratava-se de seu tio materno. Faleceu aos 91 anos, de causa ignorada, sendo sepultada no Cemitério de Picada Feijão. Residia com a família, na Picada 48, em Ivoti. Segundo o seu inventário, possuíam terras nesta picada, com uma área correspondente a 37,3 hectares, com duas casas de moradia sobre as mesmas (Arquivo Público Estado RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, 1º Cartório, São Leopoldo, Nº 1.481, Maço 55, Estante 71, Ano 1908). O casal teve os filhos: Elisabetha, Jacob, José Leopoldo, Rosa Cecília e Anna Amélia;  

                                                                                                                               
  
Túmulo de Maria Göller Marmitt no Cemitério de Picada Feijão - Ivoti RS


III-Rosina Göller (*15/05/1857 Ivoti RS/+07/04/1915 Despique – Pareci Novo RS), casada em 30/01/1877 Ivoti RS com Jacob Fell (*29/07/1855 Ivoti RS/+20/10/1912 Despique – Pareci Novo RS), filho de Pedro Balduino Fell e Margarida Weber (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº. 1, pág. 13). Faleceu com 57 anos de idade. O casal teve os filhos: José, Albino, Pedo Balduíno e Jacob Vendelino;



Túmulos de Rosina Göller Fell e de Jacob Fell - Despique, Pareci Novo RS


IV-Margarida (Margaretha) Göller (*12/02/1860 Ivoti RS/+15/06/1900 Picada Feijão - Ivoti RS), casada em 11/05/1880 Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 21) com João (Johann) Jung (*27/04/1853 Ivoti RS/+26/09/1918 Nova Vila - Ivoti RS), filho de Mathias Jung e de Elisabeth Lauermann. Margarida faleceu aos 40 anos, sendo enterrada ao lado de seu pai Johann, na Picada Feijão, constando em seu túmulo a data de falecimento como sendo em 17/06/1900. No seu inventário consta que possuíam ¼ de colônia de terras no 3º distrito de São Leopoldo (Ivoti), divisando pela frente a leste com a Estrada Geral, fundos com a Linha Nova, ao sul com terras de Nonnemacher e ao norte com terras de Guilherme Jung, em cujo terreno estava edificada a casa. Possuíam 1 arado, 2 bois, 1 vaca, 2 cavalos, e 12 porcos (Arquivo Público Estado RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, 2º Cartório, São Leopoldo, Nº 185, Maço 6, Estante 72, Ano 1900). Obs.: na segunda visita feita à sepultura de Margarida, havia erodido a parte da lápide onde estavam inscritos os seus dados de nascimento e falecimento. Talvez seja esta pesquisadora que aqui escreve a única pessoa que tenha feito uma foto detalhada destas inscrições, antes da perda irreparável das mesmas. A lápide de João Jung, no mesmo cemitério, estava em péssimo estado. O casal teve os filhos: Josephina Elisabetha, Maria Guilhermina, Rosina, João e Maria Catharina; 


Túmulo de Margarida Göller Jung no Cemitério de Picada Feijão - Ivoti RS



V-Johannes Göller (*24/05/1862 Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 37/+17/11/1865 Ivoti RS), falecido aos 3 anos de idade, provavelmente de varíola. Está sepultado no Cemitério de Picada Feijão, em Ivoti RS;


Túmulo de Johannes Göller no Cemitério da Picada Feijão - Ivoti RS




VI-José Göller (*19/09/1863 Ivoti RS/+09/06/1941 Parobé RS), meu bisavô, casado em 11/10/1887 Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 36) com Elisabetha Strasser (*17/09/1866 Forromeco – Bom Princípio RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São José do Hortêncio, Livro nº 2, pg.84/+07/09/1933 Porto Alegre RS), minha bisavó, filha de Georg Strasser e Elisabetha Schwinn. Casaram-se às 10 horas da manhã, na Capela de São João Baptista em Ivoti (Picada Feijão ou Bohnenthal), com autorização especial do Bispo Diocesano, pelo Padre Guilherme Holtgreve, por delegação do vigário e perante as testemunhas Jacob Senger e Pedro Petry. Tal autorização provavelmente tenha sido necessária, porque seus pais viúvos (Georg Strasser de Elisabetha Schwinn e Margarida Schmitz de Johann Göller) haviam se casado. Ao mesmo tempo, casava-se o irmão de Elisabetha, José Strasser, com Elisabetha Nonnenmacher, sendo este viúvo de Florinda Taglieber (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 36). Faleceu aos 77 anos de idade, sendo sepultado em Pareci Novo RS. O casal teve os filhos: Jacob Sobrinho, meu avô, Rosalina, João Albino, Leopoldina, José Wily, Reinaldo, Ernesto Alfonso, Augusta e Hilda Regina; 





José Göller e Elisabetha Strasser Göller


VII-Elisabeth Göller (*27/01/1867 Picada Feijão - Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Dois Irmãos, Livro nº. 2, pág. 33 v/+15/08/1874 Picada Feijão - Ivoti RS) faleceu com 7 anos de idade, vítima de varíola, sendo enterrada no Cemitério de Picada Feijão (Cúria Metropolitana, Óbitos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 5). Não foi encontrada a sua lápide;



VIII-Jacob Göller (*26/06/1869 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 3/+16/01/1945 Alto da União Ijuí RS), agricultor, casado em 06/05/1890 Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 41) com Elisabetha Kehl (*13/11/1873 Picada Café RS/+24/08/1963 Alto da União Ijuí RS), filha de Jacob Kehl e Barbara Schmitz, irmã do cunhado de Margarida Schmitz, José Schmitz (esposo de Ignês Schmitz, com o mesmo sobrenome). Faleceu aos 76 anos de miocardite, sendo sepultado no Cemitério Alto da União em Ijuí RS (Arquivo Público, Óbitos, Ijuí, Tomo 11, pág. 15, nº 793, fl. 231 v, Livro C-17). O casal teve os filhos: Josephina, Augusto, Felippe Leopoldo, Mathias, Theolina Carolina, Reynaldo José e Maria Elisabetha;



Túmulo de Jacob Göller e Elisabetha Kehl Göller em Alto da União, Ijuí RS


IX-Mathias Göller (*29/09/1871 Picada Feijão - Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Ivoti, Livro nº 1/+30/08/1874 Picada Feijão - Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 5 v). Faleceu aos 3 anos de idade, vítima de varíola, sendo sepultado no Cemitério de Picada Feijão. Não foi encontrada a sua lápide;



X-Felippe Göller (*03/04/1874 Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 20/+28/07/1954 Despique - Pareci Novo RS), agricultor, casado em 10/05/1917 em Despique, Pareci Novo RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Harmonia, Livro nº 1, pág. 75 v) com Theresa Schneider (*24/04/1891 RS/+01/03/1967 Despique - Pareci Novo RS), filha de Adão Schneider e Barbara Rech. Faleceu com hidropisia aos 80 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério de Despique – Pareci Novo RS (CRCPN Montenegro, Livro Óbitos nº 2, fl. 118, nº 502). O casal teve os filhos: João, Leopoldo, Elisabetha, Luisa, Elitha e Ana;



Túmulo de Felippe Göller e Theresa Schneider Göller - Despique, Pareci Novo RS


XI-Luisa (Louise) Göller (*27/05/1877 Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Batismos, Livro nº 1, pág. 35/+09/09/1877 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Ivoti, Livro n 1, pág. 8), falecida aos 3 meses de idade e sepultada no Cemitério de Picada Feijão em Ivoti RS. Não foi encontrada a sua lápide.



Cemitério Católico de Picada Feijão, Ivoti RS


AS PROFISSÕES


Acredita-se que Johann Göller tenha se dedicado à agricultura uma boa parte de sua vida. Porém, descobriu-se, através de uma monografia constante dos Anais do VII Simpósio de História da Imigração e Colonização Alemãs no Rio Grande do Sul (São Leopoldo, pág. 179), a citação de seu nome, numa estatística efetuada no ano de 1858, como sendo professor particular (ou mestre de ensino) da rede de ensino fundamental da Província. Johann possuía 37 alunos e a sua escola situava-se na antiga colônia alemã de Costa da Serra (povoada desde 1826) que atualmente corresponde aos territórios das cidades de Campo Bom e Hamburgo Velho, sendo que esta última veio a se tornar um bairro da cidade de Novo Hamburgo. 
Já no ano de 1856, Hornmeier referia que o Morro de Hamburgo (Hamburgo Velho) era chamado pelos brasileiros de Costa da Serra, prevendo este que seria um futuro centro da Colônia de São Leopoldo (Cem Anos de Germanidade no Rio Grande do Sul – 1824-1924, Theodor Amstad, Ed. Unisinos, 1999, São Leopoldo).



As mensalidades eram pagas pelos pais dos alunos diretamente ao professor, os quais muitas vezes deixavam de pagá-las, criando dificuldades para a subsistência dos professores. Quando não eram pagas em moeda, os pais efetuavam o pagamento em produtos coloniais. Ensinava-se a leitura, a escrita, o cálculo elementar, o catecismo e os princípios básicos da religião. As aulas eram dadas em alemão, mas com o passar do tempo passou a ser obrigatório o ensino da língua portuguesa. O material resumia-se em um quadro-negro rústico, giz, lousa e estilete de ardósia para escrever. Johann foi professor durante o chamado segundo período das escolas comunitárias, período este em que houve uma melhoria considerável das instalações e das condições de trabalho dos professores. Em alguns locais, estava à disposição do mestre uma ou meia colônia com casa para a sua moradia e de seus familiares, além de terreno para a agricultura de subsistência. Naquela época, um professor recebia em média um mil réis por mês e por aluno como salário.



Localização da antiga Costa da Serra, atual Hamburgo Velho, que faz parte de Novo Hamburgo RS



As escolas criadas pelos colonos alemães eram mantidas com recursos próprios, sem o auxílio do Governo ou da Igreja. Tendo em vista o passado cultural dos imigrantes alemães, a escola era um meio importante para prevenir a ameaça de ruptura cultural para seus descendentes. A escola elementar não só visava a instrução, mas a educação das novas gerações para a moralidade e a religião. Salienta-se que as colônias alemãs providenciavam em primeiro lugar a escola e esta servia como templo até que se pudesse construí-lo, diferentemente das colônias italianas em que a igreja estava em primeiro lugar e o Estado é quem deveria providenciar a instalação da escola. O período escolar durava cerca de quatro anos e a freqüência era irregular, pois os pais precisavam dos filhos nas épocas de plantio e de colheita, além das dificuldades naturais da distância entre as casas dos alunos e a escola e das épocas de chuva em que estes deixavam de comparecer às aulas. A escola também funcionou como centro polarizador da vida comunitária das colônias alemãs, pois nela as pessoas se reuniam com diversas finalidades. Ressalta-se que a existência de atritos entre os professores católicos e protestantes resultou inicialmente num entrave à unificação das regras do ensino fundamental na Província.

A época em que Johann lecionou corresponde provavelmente ao intervalo de tempo entre o ano de seu casamento (em torno de 1852) e o ano de 1860. Neste último ano, ele já era dono de parte do Lote nº 4, Leste, em Bohnenthal ou Picada Feijão, sendo que, em 10/10/1860, efetuou a troca do referido lote pelo o de nº 2 B, oeste, vizinho ao lote do cunhado Mathias Schmitz. É possível também que Johann tenha passado algum tempo longe da família para prover-lhe o sustento, dado que a Costa da Serra estava a uma distância considerável de seu lar em Bohnenthal.

A antiga Costa da Serra era dividida em 62 lotes, cada qual, pelo menos no início, tinha 170 mil braças quadradas. Segundo Petry, era onde hoje se situa a cidade de Novo Hamburgo (Hamburgo Velho). Os lotes mais ao leste da Costa da Serra vieram a fazer parte do Município de Campo Bom, juntamente com os lotes de Quatro Colônias. No lote de nº 37, ainda são encontrados as lápides dos túmulos isolados do casal imigrante Kochenborger (capa do livro Cemitério das Colônias Alemãs no Rio Grande do Sul, de Dullius e Petry), com a ressalva de que este lote não poderia fazer parte do Travessão de Dois Irmãos, como afirmado pelos autores, pois o Travessão possuía apenas 16 lotes e era mais ao norte. Foram colegas professores de Johann: August Rudolf, Carl Gressler e Otto Buck. Gressler viveu em Hamburgo Velho.



O FALECIMENTO DE JOHANN GÖLLER


Johann Göller faleceu em 27/07/1882, aos 52 anos, às 3 horas, vitimado pela tuberculose. Foi sepultado, no dia seguinte, no cemitério de Picada Feijão (Bohnenthal), localidade de Ivoti RS (obs: o livro de óbitos da Cúria registra como Picada Café), junto à Capela de São João Baptista, originariamente construída em madeira e que foi reconstruída em tijolos em 1936 (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 15). Na data de sua morte, constavam no inventário os seus filhos vivos: Pedro, Maria, Rosina, Margaretha, José, Jacob e Felippe. Na sua lápide consta a seguinte inscrição: Frieden Ihrer Seele (Paz à sua Alma).


Túmulo de Johann Göller na Picada Feijão - Ivoti RS


Segundo o seu inventário, a família Göller possuía: 1/2 colônia de terras de lavoura sob nº 2 B, na Ala Oeste da antiga Picada do Café (corresponde à Picada Feijão – Ivoti RS), contendo 56 braças de frente e 1.400 braças mais ou menos de fundos, dividindo-se por um lado com terras de Carlos Senger e pelo outro lado com terras de Ernesto Schmedecke (Arquivo Público Estado RS, Inventários, 2º Cartório, São Leopoldo, Órfãos e Ausentes, Nº 133, Maço 5, Estante 72, Ano 1882). Edificadas sobre elas, duas casas de moradia, uma cozinha (as cozinhas eram construídas à parte para evitar incêndios) e um paiol. Dentre os pertences da família, havia uma carreta e ferramentas de lavoura. Possuíam os seguintes animais: uma junta de bois, um cavalo e cinco porcos.


O 2º CASAMENTO DE MARGARIDA SCHMITZ


Após o falecimento de Johann Göller, Margarida casou-se com Georg Strasser, viúvo de Elisabetha Schwind, em 16/09/1884, em Ivoti (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 29). Passaram a residir em Picada 48 Alta, vindo mais tarde a se estabelecer em Pareci Novo onde faleceram.



Ver a continuação: Família Göller 4ª Parte – Sub-Ramo Felippe Göller


Nenhum comentário:

Postar um comentário