A FACULDADE DE FARMÁCIA
O principal motivo para fazer o vestibular para Farmácia foi o de ter gostado da cadeira de Bioquímica no curso de Nutrição. Fiz o vestibular na UFRGS em janeiro de 1982, aos 25 anos de idade, não sabendo bem onde este trem iria parar. Classifiquei-me em 63º lugar. Saí no listão de 09/11/1982.
A Faculdade de Farmácia da UFRGS |
Naquela época, estava no último semestre do curso de Nutrição e consegui aproveitar várias disciplinas deste curso. Estava acostumada a passar sem maiores esforços, mas o curso de Farmácia não era assim tão fácil. As químicas abrangiam um conteúdo extenso, e aprendi que estudar o conteúdo somente das anotações não me levaria a nada. Era preciso pesquisar em vários livros. Foi assim que segui tropeçando. Acontecia também de estudar muito o conteúdo e, na prova, este estudo provava não ter sido suficiente. Ficava triste por ter estudado, e não conseguir alcançar a média exigida.
Mas nem tudo dava errado... Gosto de me lembrar da cadeira de Botânica Aplicada à Farmácia (pena não ter guardado o material de aula), onde as práticas eram bem legais; das aulas práticas de Microbiologia, onde fazíamos culturas das bactérias e, depois, olhávamos as lâminas através do microscópio. Gostei muito da cadeira de Síntese Orgânica, em que a gente preparava amostras e levava depois para casa...
O curso de Farmácia, apesar dos pesares, foi um curso que me deu muito orgulho de pertencer a ele. Os meus colegas eram, na sua maioria, muito interessados, ao contrário do curso de Ciências Contábeis, os quais levavam o curso sem grandes emoções. Acho que me faltou uma base mais sólida, ou seja, mais conhecimento para desenvolver e acompanhar melhor o currículo do curso. Quando fiz vestibular para Contábeis, aprendi muito mais química no cursinho do que em todo o resto da vida escolar. O que me levou a desistir do curso foi o meu desempenho, as “viagens” intermináveis até o campus que me deixavam muito ansiosa, isso sem contar que, em certos semestres, tinha que estar na parada do ônibus, lá no mercado público, no máximo às 6h e 45 min, para poder chegar na hora. Havia também as aulas à tarde que me causaram transtornos por causa do trabalho, mais a necessidade de fazer um curso que me abrisse mais possibilidades de fazer concursos. Quantas vezes, quando vinha do campus, sentia uma sensação de estar fazendo algo inútil, embora não quisesse reconhecer que isto era verdade...
Depois de diversos trancamentos, abandonei heroicamente o curso. No 2º semestre de 1987, rodei nas cadeiras matriculadas por excesso de faltas. Não voltaria mais ao curso. As cadeiras conquistadas viraram créditos adicionais para enfeitar o meu histórico escolar. De certa forma, sinto saudades do campus, da Faculdade situada na Av. Ipiranga, do sonho que poderia ter dado de algum modo certo, mas não deu...
Foi assim que, depois de exatos 10 anos, em 1992, fiz vestibular para Ciências Contábeis, o qual durou mais 10 anos para ser concluído...
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