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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Família Strasser - 160 Anos da Imigração - 1859 - 2019


No ano de 2019, comemoramos os 160 Anos da chegada do ancestral Georg Strasser, o qual chegou a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, cerca de dois meses depois de sua irmã Barbara Strasser, acompanhada de seus familiares. Ambos teriam vindo provavelmente na escuna Galene, comandado pelo capitão Pieper, que partiu em 30/10/1858 do porto de Antuérpia, com destino ao Rio Grande do Sul, possivelmente fazendo escala estratégica no Rio de Janeiro ou outro Estado brasileiro. De lá, neste navio, ou talvez já num barco costeiro, chegaram ao porto de Rio Grande, seguindo após no vapor Commercio, no caso de Barbara, e/ou Continentista, no caso de Georg Strasser (na listagem constam os nomes dos dois vapores, restando por isso a dúvida), chegados a Porto Alegre, em 30/12/1858 e 08/02/1859, respectivamente.

Como esta pesquisadora não poderia deixar de exprimir de alguma forma a satisfação em relembrar a chegada de nosso imigrante há 16 décadas, sabedora das dificuldades em reunir os relativamente poucos descendentes dispersos pelo nosso Estado, quiçá pelos outros Estados brasileiros, nasceu a idéia de participar de algumas atividades de cunho artístico, social e religioso na cidade de Porto Alegre, ao longo deste ano de 2019, buscando prestar uma singela homenagem ao nosso ancestral Georg Strasser.   


(1) Almoço de comemoração dos 160 Anos da chegada do imigrante Georg Strasser ao Rio Grande do Sul – 06/02/2019; (2) Celebração religiosa na Igreja de São José em Porto Alegre, frequentada pelos meus bisavós José Göller e Elisabetha Strasser, filha do imigrante Georg Strasser, casal que, entre os Anos 1920 e 1930, administrava um pensionato que teve certa relação com a antiga Escola de São José ou Josefschule, edificada junto a este templo – 27/06/2019; (3) Concerto da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, com apresentação do Coro Sinfônico e solo da cantora lírica Mere Oliveira, tendo no programa músicas dos compositores alemães Beethoven e Brahms – 18/05/2019; (4) Peça teatral Expresso Paraíso, do autor de origem germânica, o austríaco Thomas Köck, dirigida por Maurício Casiraghi, encenada pelo grupo de teatro Ato Cia. Cênica, sendo apresentada no auditório do Goethe Institut de Porto Alegre – 09/06/2019; (5) Exposição Ficções de um Jardim: Fotografia e Literatura, da artista Andréa Brächer, sobrenome de origem alemã, realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul – 29/05/2019


quarta-feira, 26 de junho de 2019

Família Eisengräber 1ª Parte - Ancestrais e Descendentes












A ORIGEM E O SIGNIFICADO DO SOBRENOME EISENGRÄBER OU EISENGRAEBER (ANCESTRAIS DA FAMÍLIA STRASSER)


A palavra Eisen em alemão significa ‘ferro’, a qual entra na composição de diversos sobrenomes, como Eisenbach, Eisenberg, etc. No caso de Eisengräber, indica a atividade profissional para ‘ísengraber’, no médio alemão, que significa gravador de moedas (1),  ou seja, é um sobrenome de origem ocupacional exercida pelo primeiro indivíduo, que o transmitiu aos seus descendentes.  Assim como os demais sobrenomes de origem ocupacional, é preciso entender que, no passado, havia ancestrais em diversas regiões, que praticavam a mesma atividade, mas isto não implicava necessariamente na existência de laços de sangue entre todos os portadores deste sobrenome. Outra possibilidade de significado é o da língua frísia como ‘garras de ferro’, falada nos Países Baixos, em partes da Alemanha e na Dinamarca. O sobrenome, portanto, é de origem germânica. Cita-se como exemplo o nome de Christian Ludwig Eisengräber (1779). Na heráldica, o brasão remete aos cavaleiros de famílias nobres.

(1) http://www.deutsche-nachnamen.de/


O BRASÃO DO SOBRENOME EISENGRÄBER




FRANZISKA EISENGRÄBER
                                                 
Franziska Eisengräber, minha pentavó (5ª avó), nasceu na Alemanha em data ignorada, provavelmente nas proximidades de Westhofen, na Renânia-Palatinado. Os nomes de seus pais são ignorados até o momento.


Westhofen – Renânia-Palatinado – Alemanha – Fonte: Site Haus Emmao


O CASAMENTO COM JACOB STRASSER


Franziska casou-se com Jacob Strasser (*Alemanha/+Alemanha), meu pentavô (5º avô), de ancestrais ainda não conhecidos, na data de 25/07/1780, na Igreja Católica de Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha. Eles tiveram pelo menos seis filhos.


Altar da Igreja Católica de Westhofen – Fonte: sankt-jakobus-kirche.de


OS FILHOS (VER FAMÍLIA STRASSER)


I-Eva Strasser (*27/03/1871 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha), gêmea de Anna Maria Strasser;

II-Anna Maria Strasser (*27/03/1871 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Antes de 1790 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha), gêmea de Eva Strasser;

III-Johann Georg Strasser (*13/09/1782 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Antes de 1878 Alemanha), meu tetravô (4º avô), casou-se na Igreja Católica de Imsweiller, Renânia-Palatinado, Alemanha, na época pertencente ao Reino da Baviera, na data de 23/06/1830, com Barbara Fernes (*02/06/1812 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha/+Antes de 1878 Alemanha), minha tetravó (4ª avó), filha de Martin e Catharina Fernes. São os pais dos imigrantes Georg Strasser, meu trisavô (3º avô), e Barbara Strasser;

IV-Agnes Elisabetha Strasser (*07/07/1785 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha);

V-Andreas Strasser (*28/07/1787 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha);

VI-Anna Maria Strasser (*07/05/1790 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha) casou-se com Johannes Heinrich Fernes (*10/09/1782 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha), filho de Johannes Nicolaus Fernes e Barbara Jacobi, na Igreja Católica de Imsweiller, Renânia-Palatinado, Alemanha. O casal teve pelo menos três filhos: Barbara Fernes (*28/03/1828 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha), Friderica Fernes (*02/12/1834 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha) e Adam Fernes (*22/03/1838 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha).


O FALECIMENTO DE FRANZISKA EISENGRÄBER


Ignora-se a data e o local de falecimento de Franziska, assim como os de seu esposo Jacob Strasser, mas possivelmente tenham ocorrido na cidade de Westhofen.


Ver a continuação: Famíia Eisengräber 2ª Parte - Genealogia




Família Eisengräber 2ª Parte - Genealogia


(Antepassados da Família Strasser)

Segue abaixo a árvore genealógica da família no formato PDF, desde os ancestrais mais antigos conhecidos, que pode ser acessada através do link do Google Drive.




Clicar no link abaixo, para visualizar a árvore genealógica da família:
Última atualização: 16/05/2021
https://drive.google.com/file/d/1yhjGgzAlUYC-Tqa1Zw7HmnruH0BJ6TEG/view?usp=sharing


sábado, 22 de junho de 2019

Família Strasser 1ª Parte - Ancestrais e Descendentes




A ORIGEM DO SOBRENOME STRASSER (STRAβER)


O sobrenome teve seu aparecimento na Idade Média, na Áustria, em Baden-Württemberg e na Baviera. Os primeiros membros do clã dos Strasser pertenceram à Ordem Militar dos Cavaleiros Teutônicos, que protegiam o sul do território germânico. Esta Ordem foi criada na Síria no século XII durante a 3ª Cruzada, por leigos e sacerdotes germânicos, para combater os muçulmanos. Após, a Ordem foi transferida para a Áustria, lutando contra os eslavos e, no século XIX, foi dissolvida por Napoleão Bonaparte.


O sobrenome é de origem toponímica, derivado do lugar onde viveram os seus antepassados. Estes teriam vindo de Strassberg, perto de Ulm (Baden-Württemberg), segundo um estudo. A palavra Strasser pode originar-se de strassen, uma palavra alemã que quer dizer rua ou estrada, mas pode ser também uma germanização da palavra eslovena străzar, que significa sentinela ou protetor.


Strassberg - Baden-Württemberg - Alemanha

Registrem-se os nomes de Justus Strasser no ano de 1139 e o de Edwald Strasser, falecido em 1197. Este último aprendeu as artes e as ciências, como a astronomia, astrologia e a alquimia e que viveu em Mergentheim, cidade quartel-general dos Cavaleiros Teutônicos em Baden-Württemberg.


Bad Mergentheim - Baden-Württemberg - Alemanha


A GRAFIA DO SOBRENOME STRASSER


Na Idade Média, poucas pessoas sabiam escrever e os documentos oficiais eram escritos na maioria das vezes baseados no som das palavras. A grafia também variava conforme a região e os diferentes dialetos. Variações: Stresser, Strassar, entre outras. A grafia alemã para o sobrenome é Straβer. A letra β (eszett) corresponde a “ss”, usada após vogais longas ou ditongos.



O BRASÃO


Um dos brasões que foi elaborado para uma das famílias deste sobrenome é composto por um escudo de campo azul que simboliza a lealdade, a beleza e a justiça. É a cor da purificação que tem o poder de desintegrar as energias negativas. A banda de ouro representa o cinturão que ornamenta o cavaleiro do ombro à cintura.






A CIDADE DE ORIGEM


A família do imigrante Georg Strasser veio de Imsweiler, cidade situada na região do Palatinado que, na época da imigração, pertencia ao Reino da Baviera, motivo pelo qual os Strasser eram cidadãos bávaros de nascimento. Atualmente, Imsweiler situa-se na Renânia-Palatinado, sendo uma localidade do distrito de Rockenhausen, em meio às montanhas, tendo em julho de 2004 apenas 629 habitantes, sobre uma superfície de 9,90 km2. O nome da cidade foi primeiramente mencionado como “Imziswilre”, no ano de 1112 DC. Vem do nome de um castelo, que se encontrava logo acima da antiga aldeia, e que pertencia ao Conde de Luxemburgo.




Vista aérea de Imsweiler - Renânia-Palatinado - Alemanha


A IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL E O RIO GRANDE DO SUL


Não foram encontrados documentos que comprovem a saída da Família Strasser da Alemanha e da chegada desta ao Brasil. É certo que, do porto de Hamburgo e de Bremen, os irmãos Georg e Barbara Strasser não partiram, sendo que esta última veio acompanhada de sua família. Resta a hipótese mais provável de que tenham saído pelo porto de Antuérpia, na Bélgica. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que os irmãos Georg e Barbara Strasser chegaram ao Rio Grande do Sul em momentos diferentes. Barbara Strasser, o marido Johann Georg Johann e o filho Georg Johann saíram do porto de Rio Grande, com destino à capital Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na data de 30/12/1858, no vapor Commercio, sendo que o destino final da família era a colônia de Santa Maria da Soledade, possivelmente no distrito de Barcellos (São Vendelino). O registro de chegada engloba outros familiares do esposo (Arquivo Histórico do RS, Códice C-234, Registro 3.008-3.015, fl. 86, nº 31-38). A saída de Georg Strasser do porto de Rio Grande até Porto Alegre ocorreu mais tarde, em 08/02/1859, na embarcação de mesmo nome ou no Continentista (no registro constam os nomes dos dois vapores), para o mesmo destino (Arquivo Histórico do RS, Código C-234, Registro 3.421, fl. 103, nº 68). Georg era solteiro e, talvez por este detalhe, este tenha sido obrigado a esperar uma das próximas levas para chegar a Porto Alegre, posto que, num barco costeiro, a capacidade de embarcar passageiros era mais reduzida. 


Listagem onde consta a chegada de Barbara Strasser e de seus familiares a Porto Alegre, nºs 31 a 35, em 30/12/1858 – Fonte: Códice C-234

Listagem onde consta a chegada de Barbara Strasser e de seus familiares a Porto Alegre, nºs 36 a 38, em 30/12/1858 – Fonte: Códice C-234

Listagem onde consta a chegada de meu trisavô Georg Strasser a Porto Alegre, nº 68, em 08/02/1859 – Fonte: Códice C-234

Um estudo feito por esta pesquisadora tomou por base o Relatório dos Presidentes das Províncias Brasileiras, Império 1830 a 1889, Ano 1859, Edição nº 2, onde consta a publicação de um demonstrativo contábil referente ao ano de 1858, feito no Consulado-Geral do Brasil em Hamburgo, datado em 29/08/1859, pelo Presidente da Província do Rio Grande do Sul. O documento foi obtido através do site da Hemeroteca do Arquivo Nacional, situada no Rio de Janeiro. Por um cálculo aproximado do tempo de chegada ao Brasil, o último navio de 1858, exibido pelo documento citado acima, foi o Galene, que, na data de 30 de outubro de 1858, constou nas colunas:


DEVE: Pago a H. Serigters d’Antuerpia, por subvenção paga aos colonos expedidos no navio – Galene – capitão Pieper, a saber 47 adultos a rs. 80$, (sub-total) 3:760$000, 19 menores a rs. 65$, (sub-total) 1:235$000, (total) 4:995$000. Uma letra de rs. 160$ por 2 colonos de menos expedidos no navio Galene – d’Antuerpia (officio de 30 de novembro) (total) 160$000.

HAVER: Meu saque desta data para saldar a operação do navio – Galene – d’Antuerpia – segundo meu officio de 3 de novembro de 1858 (total) 4:995$000.


Nota 1: uma possível saída do porto de Hamburgo para este navio não existiu, pois na listagem de todos os navios saídos de Hamburgo para o Rio Grande do Sul, elaborada por Manfred Lewalter, que fez a transcrição das listas de passageiros deste porto no ano de 1858, onde constam 26 navios saídos para o Brasil, o Galene não se encontra. O mesmo ocorre com o Sauser, um navio de Bremen, que consta no demonstrativo contábil, mas não está na listagem de Lewalter, do que se depreende que este último tenha partido mesmo de Bremen. Os demais navios constantes no documento contábil saíram do porto de Hamburgo, corroborados pelo excelente trabalho de pesquisa de Lewalter. É possível que o Galene tenha feito escala no Rio de Janeiro ou em outro Estado, antes de vir ao Rio Grande do Sul. 

Nota 2: No registro de chegada de cada um dos irmãos Strasser, não consta o nome do navio em que vieram ao Brasil, por lapso das autoridades. Os imigrantes que chegaram ao porto de Rio Grande, anteriormente à leva de Barbara Strasser, vieram no navio Nordnes (ou Nordneas). Há duas listagens no Códice C-234 para os colonos deste navio, que perfazem o total de 171 passageiros (sendo 1 falecido, somando, portanto, 172 passageiros). Não há possibilidade de que Barbara e sua família tenham vindo neste navio, porque, conforme consta no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, Edição nº 7, com data de 07/01/1859, lê-se: “Tinha chegado ao Rio Grande, procedente de Antuérpia, o brigue 'Nordnas', com 170 colonos, que seguiram para Porto Alegre. Referiu o capitão desse navio ter encontrado boiando à flor das águas ao sul do cabo de Santa Marta vários cadáveres, que não pode reconhecer” (Fonte: Hemeroteca do Arquivo Nacional). O número de passageiros, arredondado para 170, para fins de informação jornalística, revela que a leva que trouxe Barbara e sua família (76 passageiros) não pode estar somada aos passageiros deste referido navio. 

Nota 3: As listagens de imigrantes tendo como porto de origem Antuérpia foram quase que totalmente incineradas por falta de espaço e de condições de arquivamento. Por sua vez, as listagens nos portos de destino não eram disponibilizadas pelos navios vindos de Antuérpia. Para aqueles que desejam obter maiores informações, escrevam para o State Archives in Antwerp-Beveren: rijksarchief.antwerpen-beveren@arch.be 

Nota 4: O navio citado como ‘Nordnes’ pode se tratar do navio Nordens Dronnin, nome que quer dizer ‘Rainha da Noite’. Trata-se de um Clipper (veleiro), com 1.084 toneladas, que foi construído em 1855 em Medford, Massachusetts, EUA, por Hayden & Cudworth, tendo como proprietários Køhler & Co. (por volta de 1870). O Nordens fazia transporte de imigrantes para a América, conforme informação de um site norueguês. Fontes: sites norwayheritage.com; ovaering.no.


O velerio Nordens Dronnin – Autor: desconhecido – Crédito da foto: © O. Væring


Assim sendo, meu ancestral Georg Strasser chegou ao Rio Grande do Sul, cerca de dois meses depois de sua irmã Barbara Strasser, acompanhada de seus familiares. Ambos teriam vindo na escuna Galene, comandado pelo capitão Pieper, que partiu em 30/10/1858 do porto de Antuérpia, com destino ao Rio Grande do Sul, possivelmente fazendo escala estratégica no Rio de Janeiro ou outro Estado brasileiro. De lá, neste navio, ou talvez num barco costeiro brasileiro se considerarmos a hipótese de existir um destes ainda não revelado, chegaram ao porto de Rio Grande, seguindo após no vapor Commercio, no caso de Barbara, e/ou Continentista, no caso de Georg Strasser, (na listagem constam os nomes dos dois vapores, restando por isso a dúvida), chegados a Porto Alegre, em 30/12/1858 e 08/02/1859, respectivamente.


UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A COLÔNIA DE SANTA MARIA DA SOLEDADE


No dia seis de fevereiro de 1855, o vice-cônsul francês Conde Montravel obteve a concessão do Governo Imperial de uma área com 16 léguas, situada na região do Arroio Forromeco, que é um afluente do Rio Caí, tendo o prazo de cinco anos para colonizá-la. Enfrentando dificuldades financeiras, Montravel instituiu uma empresa colonizadora, juntamente com três sócios, Dr. Israel Soares de Barcelos, Dr. Dionísio de Oliveira Silveiro e João Coelho Barreto, sendo a área denominada Colônia Santa Maria da Soledade, que foi dividida entre eles, e que veio a formar os seguintes distritos: o Distrito Montravel (ou Santa Clara ou Santa Maria) tinha 72 lotes e era a sede da colônia; o Distrito Coelho tinha 84 lotes, cuja sede era o núcleo de Santo Antonio Abade do Forromeco, no Alto Forromeco; o Distrito Barcellos tinha a sede em São Vendelino, e o Distrito Silveiro ficava mais ao sul. Na atualidade, os municípios de São Vendelino e de Barão (Linha General Neto) e uma parte ao sul de Carlos Barbosa (Santa Clara, Santa Luíza e Santo Antônio do Forromeco) comporiam a colônia fundada por Montravel. Há registros de que, no ano de 1859, havia 1.240 pessoas, totalizando 263 famílias estabelecidas na Colônia Santa Maria da Soledade.

A falta de estradas para o transporte de mercadorias, os ataques de índios, a topografia acidentada para estabelecer a lavoura foram algumas das dificuldades enfrentadas pelos colonizadores, não permitindo o desenvolvimento econômico da colônia. Devido a estas dificuldades financeiras, no ano de 1873, o Governo Imperial rescindiu o convênio com a empresa colonizadora, sendo a colônia foi incorporada ao Império. Em 18 de janeiro de 1877, pelo decreto nº. 6.480, a Colônia Santa Maria da Soledade foi emancipada do regime colonial. Neste mesmo ano, o Distrito Barcellos passou a se chamar São Vendelino.


JACOB STRASSER (AVÔ DO IMIGRANTE GEORG STRASSER)


Jacob Strasser, meu pentavô (5º avô), nasceu na Alemanha, em data e local ainda desconhecidos. Ignoram-se os nomes de seus pais. Era de religião católica.


O CASAMENTO COM FRANCISCA EINSENGRÄBER (EISENGRAEBER)


Jacob Strasser casou-se com Francisca Einsengräber (*Alemanha/+Alemanha), minha pentavó (5ª avó), de ancestrais ainda não conhecidos, na data de 25/07/1780, na Igreja Católica de Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha.


Westhofen – Marktplatz – Fachwerkhäuser – Foto: Rudolf Stricker – Fonte: Wikipedia


OS FILHOS


I-Eva Strasser (*27/03/1871 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha), gêmea de Anna Maria Strasser;


II-Anna Maria Strasser (*27/03/1871 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha), gêmea de Eva Strasser;


III-Johann Georg Strasser (*13/09/1782 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Antes de 1878 Alemanha), meu tetravô (4º avô), casou-se na Igreja Católica de Imsweiller, Renânia-Palatinado, Alemanha, na época pertencente ao Reino da Baviera, na data de 23/06/1830, com Barbara Fernes (*02/06/1812 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha/+Antes de 1878 Alemanha), minha tetravó (4ª avó), filha de Martin e Catharina Fernes;


IV-Agnes Elisabetha Strasser (*07/07/1785 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha);


V-Andreas Strasser (*28/07/1787 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha);


VI-Anna Maria Strasser (*07/05/1790 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha)/+Alemanha) casou-se com Johannes Heinrich Fernes (*10/09/1782 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha), filho de Johannes Nicolaus Fernes e Barbara Jacobi, na Igreja Católica de Imsweiller, Renânia-Palatinado, Alemanha. O casal teve pelo menos três filhos: Barbara Fernes (*28/03/1828 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha), Friderica Fernes (*02/12/1834 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha) e Adam Fernes (*22/03/1838 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha).


O FALECIMENTO DE JACOB STRASSER


Ignora-se a data e o local de falecimento de Jacob Strasser, assim como o de sua esposa Francisca Einsengräber, mas possivelmente tenham ocorrido na cidade de Westhofen.



JOHANN GEORG STRASSER (PAI DO IMIGRANTE GEORG STRASSER)


Johann Georg Strasser, meu tetravô (4º avô), nasceu em 13/09/1782, na cidade de Westhofen, que na atualidade faz parte do Estado alemão da Renânia-Palatinado.


Imsweiler - Renânia-Palatinado - Alemanha


O CASAMENTO COM BARBARA FERNES


Johann Georg casou-se com Barbara Fernes (*02/06/1812 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha/+Antes 1878 Alemanha), minha tetravó (4ª avó), filha de Martin e Catharina Fernes, na data de 23/06/1830, na Igreja Católica de Imsweiler.



A Igreja Católica de St. Peter in Ketten de Imsweiler


OS FILHOS


I-Catharina Margaretha Strasser (*05/01/1831 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha/+Alemanha) foi batizada no dia 06/01/1831, na Igreja Católica de Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha. Sem mais notícias;


II-Barbara Strasser (*25/04/1832 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha/+26/04/1909 São Sebastião do Caí RS) foi batizada no mesmo dia de seu nascimento na Igreja Católica de Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha. Casou-se com Johann Georg Johann (bat. 28/10/1832 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha/+25/12/1905 São Sebastião do Caí RS), filho de Michael Johann e de Rosina Bach, em 12/05/1857, em Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha. Obs.: no batismo do filho João Felippe Johann, constou que Johann Georg teria nascido no Condado de Hesse-Darmstadt (Landgrafschaft Hessen-Darmstadt).


A Igreja Católica de Westhofen

Do porto de Rio Grande RS, a família de Barbara seguiu até a Capital Porto Alegre, onde chegaram na data de 30/12/1858, no vapor Commercio, com destino à colônia de Santa Maria da Soledade, possivelmente no distrito de Barcellos (São Vendelino). Registro: “Joham (sic), Joh Georg, 17-21, cas.; Barbara, 0-21, cas.; Georg, menor de 2 anos. Michael, 51-60, cas.; Elisabeth, 31-40, cas.; Gertrude, 8-14; Conrado, 0-6; Wilhelm GRAF, 17-21; al.; chegada de Rio Grande neste porto: 30/12/1858, emb.: Commercio (vapor); destino: Santa Maria da Soledade. Reg. 3008-3015, fl. 86, nº 31-38” (Fonte: Povoadores do Rio Grande do Sul - 1857-1863, Arquivo Histórico do RS - Códice C-234). Michael provavelmente seja o pai de Johann Georg, acompanhado da segunda esposa e dos filhos deste casamento. Sobre o filho menor de 2 anos, Georg, este nasceu em Westhof, sendo o primogênito. Residentes em Bom Princípio, em Santa Terezinha do Forromeco em 1859, residentes em Campo Bom em 1862 e residentes na Fazenda Morretes (ou Moretão) em 1872, na antiga freguesia de Sant'Anna, que veio a se chamar Capela de Santana, Rio Grande do Sul, Brasil. Após, residiram em São Sebastião do Caí RS. Tiveram onze filhos:


1-Georg Johann (*09/04/1857 Westhofen, Renânia-Palatinado, Alemanha/+Antes 1907 RS). Na data da abertura do inventário do pai Jorge Johann, em 16/10/1907, seu nome não foi mencionado. Faleceu anteriormente a esta data. Sem mais notícias;


2-Pedro Johann (*28/10/1858 Alto Mar, Vlissingen, Holanda/+Antes de 1907 RS) nasceu durante a viagem ao Brasil, na época em que o navio navegava pelo Mar do Norte, perto de Vlissingen, na Holanda. Foi batizado em 10/02/1859, na capela do Forromeco (Santa Terezinha do Forromeco, Bom Princípio RS). Padrinhos: Pedro Scheidt e Eva Loch (Cúria Porto Alegre, São José do Hortêncio, Livro Batismos nº 1, fl. 64 verso). Seu nome não consta no Códice C-234. Na data da abertura do inventário do pai Jorge Johann, em 16/10/1907, seu nome não foi mencionado. Faleceu anteriormente a esta data. Sem mais notícias;



Vlissingen - Holanda


3-Carlos Johann (João) (*26/02/1862 Campo Bom, RS/+Antes 1907 São Sebastião do Caí RS) batizado em 01/06/1862 (Cúria Porto Alegre, Dois Irmãos, Livro Batismos nº 1, fl. 38). Na data da abertura do inventário do pai Jorge Johann, em 16/10/1907, seu nome não foi mencionado, mas sim o de sua viúva. Faleceu anteriormente a esta data. Casou-se com Guilhermina de Moraes, citada no inventário;
  

4-Jorge Wenceslau Johann (*Capela de Santana RS/+RS) casou-se com Catharina Funck (*São José do Hortêncio RS/+RS), filha de Paulo Funck e de Elisa Saar, em 28/11/1899, na Igreja Matriz de São José do Hortêncio. Testemunhas: Lino Augusto Johann e José Funk. Consta que era morador de São Sebastião do Caí, Rio Grande do Sul, Brasil (Cúria Porto Alegre, São José do Hortêncio, Livro Casamentos nº 3). Foi inventariante de seu pai Jorge Johann no ano de 1907. Teve pelo menos 4 filhos: Barbara, Bertha Tereza, Balbina Jorgina e Balduino Leopoldo;


5-Luiz Johann (*1868/1869 RS/+RS) casou-se com Emilia Plentz (*1876/1877 São Sebastião do Caí RS/+RS), filha de Henrique e Hortência Plentz, na data de 18/02/1893 (CRCPN São Sebastião do Caí, Livro Registro de Casamentos B-1, fl. 69 e verso, nº 4). Na época do inventário de seu pai Jorge Johann, residia nos subúrbios de São Sebastião do Caí RS. O casal teve pelo menos 3 filhos: Luiza, Adolpho e Theobaldo Wilibaldo;


6-Elisabetha Johann (*20/10/1872 Capela de Santana RS/+RS) batizada em 29/12/1872, no mesmo dia do irmão Jorge Wendelino. A data que consta no livro como sendo a de seu nascimento é 18/09/1872, quase um mês antes do nascimento de seu irmão Jorge Wendelino, tratando-se obviamente de um engano do padre que celebrou o batismo. Adotou-se a data do registro anterior ao seu, que pertence ao irmão, tido como gêmeo, como sendo a data de seu nascimento. Foram padrinhos a tia Elisabetha Schwind Strasser e Jorge Benz. Nesta época os pais residiam na Fazenda Morretes (ou Moretão), na antiga freguesia de Sant'Anna, que veio a se chamar Capela de Santana, Rio Grande do Sul, Brasil (Cúria Porto Alegre, Ivoti, Livro Batismos nº 1, fl. 16). Provavelmente trata-se de Elisa Johann, filha que constava no inventário do pai Jorge Johann, que, no ano de 1907, achava-se em lugar incerto e não-sabido. Casou-se com Adolfo Fabré, com o qual teve pelo menos um filho chamado Adolfo, falecido quando criança em São Sebastião do Caí RS;


7-Jorge Wendelino Johann (*20/10/1872 Capela de Santana RS/+Antes 1907 RS) batizado em 29/12/1872, no mesmo dia da irmã Elisabetha. Foram seus padrinhos o tio Jorge Strasser e Margarida (sobrenome ilegível, era viúva) (Cúria Porto Alegre, Ivoti, Livro Batismos nº1, fls. 15 verso e 16) casou-se com Ottilia Felippina Wurlitzer (*Porto Alegre RS/+RS), filha de Carlos Ludovico Ottão Wurlitzer e Catharina Elisabetha Müller, na data de 03/06/1890, em Ivoti RS. Na data da abertura do inventário do pai Jorge Johann, em 16/10/1907, seu nome não foi mencionado. Faleceu anteriormente a esta data;


8-João Felippe Johann (*RS/+RS) casou-se com Maria Felippina Wurlitzer, filha de Carlos Ludovico Ottão Wurlitzer e Catharina Elisabetha Müller, tendo pelo menos uma filha chamada Carolina Felippina Ottilia Johann, nascida em São Sebastião do Caí RS. Na época do inventário de seu pai Jorge Johann, residia nos subúrbios de São Sebastião do Caí RS;


9-Ursula Johann (*RS/+RS). Na época do inventário de seu pai Jorge Johann, residia nos subúrbios de São Sebastião do Caí RS. Sem mais notícias;


10-Lino Augusto Johann (*RS/+RS). Na época do inventário de seu pai Jorge Johann, residia nos subúrbios de São Sebastião do Caí RS. Sem mais notícias;


11-Gertrudes Johann (*São Sebastião do Caí RS/+RS) casou-se com Guilherme Arnecke (*Alemanha/+RS), filho de Henrique Arnecke e Christina Almenstädt, em 26/05/1891 em São Sebastião do Caí RS, onde após residiram. Guilherme era viúvo de Elisabetha Schneider (*18/10/1853 RS/+05/10/1890 Presidente Lucena RS), filha de Pedro Schneider e Margaretha Kehl, que tiveram pelo menos 2 filhas: Maria e Carolina. Com a esposa Gertrudes teve pelo menos 2 filhas: Tomasina e Bernardina Idalina;


Barbara Strasser faleceu às 15 horas em 26/04/1909, um dia após fazer 77 anos de idade (CRCPN São Sebastião do Caí, Livro Registro de Óbitos C-2, fl. 143 verso, nº 19). O óbito foi registrado pelo filho Jorge Wenceslau. Foi sepultada no Cemitério Público de São Sebastião do Caí. O esposo Johann Georg Johann faleceu aos 73 anos de idade. Foi sepultado no Cemitério Público de São Sebastião do Caí (Cúria POA, São Sebastião do Caí, Óbitos L1 e CRCPN São Sebastião do Caí, Livro Registro de Óbitos C-2, fl. 74, nº 68). Faleceu por congestão cerebral. Registrou o óbito o filho Jorge Wenceslau.

Bens do inventário: terreno dentro dos limites urbanos, com área de aproximadamente 12 hectares, dividindo pelo sul e leste com a estrada da Linha do Hortêncio, pelo norte com terras de João Carlos Diefenthaeler e, pelo oeste, com terras de Guilherme Maahs, até uma sanga que se acha perto da olaria; uma casa em mau estado; uma olaria coberta com telhas de barro, com forno e máquinas para fornear tijolos e telhas; uma mula velha; um cavalo velho; uma tira de terreno separada, com 48 metros, de frente à estrada e fundos até uma sanga, na divisa de Guilherme Maahs, em cujo terreno se achava uma casinha velha pertencente à herdeira Guilhermina de Moraes Johann. Por causa das dívidas, os bens foram a leilão, sendo o restante partilhado entre os herdeiros. Durante o curso do inventário ocorreu a morte de Barbara Strasser Johann, certidão que consta no processo (Arquivo Público do RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, N 819, M 26, E 111, Ano 1907, São Sebastião do Caí);
            


III-Catharina Strasser (*27/09/1833 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha/+Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha) foi batizada no mesmo dia de seu nascimento na Igreja Católica de Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha. Sem mais notícias;


IV-Georg Strasser (*14/02/1836 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha/+29/11/1917 Pareci Novo RS), meu trisavô (3º avô), foi batizado em 17/02/1836 na Igreja Católica de Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha. Casou-se em primeiras núpcias com Elisabetha Schwind (*1841/1842 Renânia do Norte - Vestfália, Alemanha/+05/04/1882 Picada 48, Ivoti, RS), minha trisavó (3ª avó), filha de Peter Jacob Schwind e de Elisabetha Müller, em 07/05/1861, na Igreja de São José do Hortêncio RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, São José do Hortêncio, Casamentos, Livro nº. 1, pág. 47), e com Margarida Schmitz, viúva de Johann Göller, em segundas núpcias, em 16/09/1884 Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Casamentos, Livro nº 1, pág. 29);


V-Katharina Strasser (*15/06/1838 Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha/+Alemanha) foi batizada no dia 17/06/1838 na Igreja Católica de Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha. Casou-se com Johann Schneider (*Kaiserslautern, Renânia-Palatinado, Alemanha/+Alemanha), em 02/05/1859, na Igreja Católica de Imsweiler, Renânia-Palatinado, Alemanha.



O FALECIMENTO DE JOHANN GEORG STRASSER


Ignora-se a data de falecimento de Johann Georg, mas teria ocorrido antes de 1878, ano de nascimento do neto Felippe Augusto Strasser, provavelmente na cidade de Imsweiler na Alemanha.




GEORG STRASSER



Assinatura de Georg Strasser


Georg Strasser, meu trisavô (3º avô) nasceu no dia 14/02/1836 na cidade de Imsweiler, no Palatinado, na época pertencente ao Reino da Baviera, filho de Johann Georg Strasser e de Barbara Fernes. Foi batizado em 17/02/1836 na Igreja Católica da mesma cidade (Family Search Batch Nº C989041). Esta cidade pertencia, na época da imigração de Georg, ao Reino da Baviera. Posteriormente, tornou-se uma cidade da região da Renânia-Palatinado na Alemanha.



O interior da Igreja de St. Peter in Ketten


O antigo prédio da Escola de Imsweiler de 1829


A chegada de Georg Strasser a Porto Alegre ocorreu na data de 08/02/1859, aos 22 anos de idade, através do porto de Rio Grande, rumo à antiga Colônia de Santa Maria da Soledade, possivelmente no Distrito de Barcellos (atual São Vendelino RS), na qual provavelmente nem tenha chegado a morar. Por volta de 1861, ele já residia na Picada Feliz, no Lote nº 27, da Ala Leste. A chegada ao Rio Grande do Sul deve ter sido nos mesmos moldes da Família Schwind (casou-se com Elisabetha Schwind), que veio no mesmo vapor Continentista, meses mais tarde, ao porto de Rio Grande: os imigrantes desta leva passaram pela cidade de Vitória no Espírito Santo, onde receberam a primeira ajuda financeira e ficaram por algum tempo. Depois, seguiram para Rio Grande e, por via pluvial, adentraram pela Lagoa dos Patos até a cidade de Porto do Alegre, onde eles receberam a segunda ajuda financeira. De Porto Alegre, seguiram viagem num barco menor pelo Rio Caí até o cais do porto da cidade de São Sebastião do Caí, onde receberam a última ajuda financeira.


Pela tradição oral, sabe-se que Georg Strasser tinha uma deformidade nos pés, o que de certa forma o afastava do convívio normal com a sociedade de sua terra natal. Não poderia ser aceito no serviço militar, por exemplo, nem mesmo encontrar uma esposa, sem que este problema gerasse dúvidas sobre a saúde da futura prole. Assim sendo, optou por começar uma vida nova num país diferente, trabalhando e formando uma família numa sociedade que o aceitasse independentemente de seu problema físico, o que de fato realmente aconteceu.



O CASAMENTO COM ELISABETHA SCHWIND


Georg Strasser casou-se em primeiras núpcias com Elisabetha Schwind (*1841/1842 Renânia do Norte - Vestfália/+05/04/1882 Picada 48 – Ivoti RS), minha trisavó (3ª avó), 
filha de Jacob Schwind e Elisabetha Müller, que residia no Forromeco, Bom Princípio RS. O casamento realizou-se na Igreja de São José do Hortêncio, na data de 07/05/1861, sendo a cerimônia realizada pelo padre coadjutor daquela freguesia João Sedlack. Foram testemunhas João Tresch e José Schuh. A cerimônia ocorreu pela manhã, não sendo determinada a hora exata (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São José do Hortêncio, Livro nº 1, pág. 47). O casal teve nove filhos.



A Igreja Católica de São José do Hortêncio


O registro de Casamento de Georg Strasser e Elisabetha Schwind na Igreja Católica


OS FILHOS


I-José Strasser (Joseph) (*30/05/1862 Alto Feliz RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, São José do Hortêncio, Batismos, Livro nº 1, pág. 99/+13/10/1930 Não-Me-Toque RS - Arquivo Público do RS, Não-Me-Toque, Óbitos, Tomo nº 1, pág. 109) casou-se com Florinda Taglieber (*1865/1866 RS/+24/03/1886 Picada 48 – Ivoti RS), filha de João Taglieber e de Florinda Koch, em primeiras núpcias, na data de 22/04/1885, em São José do Hortêncio RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, São José do Hortêncio, Casamentos, Livro nº 3, pág. 34 v), falecida após um parto laborioso. Casou-se com Elisabetha Nonnenmacher (*01/02/1866 RS/+28/04/1931 Não-Me-Toque RS), filha de João Miguel Nonnenmacher e de Susanna Jung, em segundas núpcias, na data de 11/10/1887, em Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Casamentos, Livro nº 1, pág. 36), 
com a qual teve nove filhos: Reynoldo, Catharina Adelina, Alfredo, Luiz Augusto, Maria Luiza, Sibylla Rosina, José Romualdo, Alma Leonida e Acelino. 
José Strasser faleceu às 10 h 30 min, aos 68 anos, causa mortis ilegível, provavelmente hidropisia (Arquivo Público do RS, Não-Me-Toque, Livro Óbitos n. 1, fl. 109). Conforme o registro, ele foi sepultado no Cemitério Público do Campo Esquerdo da Colônia do Alto Jacuí (Não-Me-Toque), que corresponde à localidade de Invernadinha;



II-Jorge (Georg) Strasser (*22/08/1864 São José do Hortêncio RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, São José do Hortêncio, Batismos, Livro nº. 2, pág. 36/+RS). Sem mais notícias;



III-Elisabetha Strasser (*17/09/1866 Forromeco – Bom Princípio RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, São José do Hortêncio, Batismos, Livro nº 2, pág. 83v/+07/09/1933 Porto Alegre RS - CRCPN Porto Alegre, 1a. Zona, Livro Óbitos n. 615, fl. 292, n. 11.830), minha bisavó, casou-se com José Göller (*19/09/1863 Picada Feijão -Ivoti RS/+09/06/1941 Parobé RS), meu bisavô, filho de Johann Göller e de Margaretha Schmitz, na data de 11/10/1887, em Picada Feijão - Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Casamentos, Livro nº 1, pág. 36) Faleceu aos 66 anos (declarado como 67 anos), às 11:50 de um ataque cardíaco, nos braços da filha Augusta, no endereço da pensão que mantinham na Rua S. Rafael 667, atual Av. Alberto Bins, em Porto Alegre. Declarou Júlio Beck e quem verificou o óbito foi o Dr. Jayme Domingues. Outra fonte: Arquivo Público do RS, Parobé, Livro de Óbitos n. 60, fl. 30. 
O casal teve 9 filhos: Jacob, Rosalina, João Albino, Leopoldina, José Willy, Reinaldo, Ernesto Alfonso, Augusta e Hilda Regina;



Meus bisavós Elisabetha Strasser Göller e José Göller


IV-Carlos João (Carl Johannes) Strasser (*05/11/1868 Forromeco, Bom Princípio RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, São José do Hortêncio, Batismos, Livro nº 3, pág. 39 v/+17/06/1938 Três Passos RS) casou-se com Catharina Gauer (*09/03/1875 Linha Nova RS/+RS), filha de João Nicolao Gauer e de Maria Winter, na data de 06/02/1892 São José do Hortêncio RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, São José do Hortêncio, Casamentos, Livro nº 3, pág. 52). Residiram em São Sebastião do Caí RS e em Três Passos RS. O casal teve 10 filhos: Carlos José, Henrique Wilibaldo, Raimundo, Carlos Augusto, Hilda, Carolina Sibilla, Jorge Otto, Idalina Leopoldina, Reinaldo Antonio e Alfredo Osvaldo;


V-Jacob Strasser (*28/03/1871 Picada 48 - Ivoti RS/+29/03/1873 Picada 48 – Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Óbitos, Livro nº 1, pág. 9). Causa mortis ilegível;


VI-Jorge (Georg)Strasser (*21/02/1874 Picada 48 - Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Batismos, Livro nº 1, pág. nº 19/+08/11/1893 São Sebastião do Caí RS). Faleceu de anemia na localidade de Vigia, São Sebastião do Caí RS. Foi sepultado no Cemitério de São José do Hortêncio (CRCPN São Sebastião do Caí, Livro Registro de Óbitos C-1, fl. 81, nº 33);


VII-Felippe Strasser (*14/03/1876 Picada 48 – Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Batismos, Livro nº 1, pág. 28/+25/05/1877 Picada 48 – Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Óbitos, Livro nº 1, pág. 7 v);


VIII-Felippe Augusto (August) Strasser (*14/08/1878 Picada 48 - Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Batismos, Livro nº 1, pág. 42 v/+26/08/1904 Pareci Novo RS - Arquivo Público do RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, Montenegro, Nº 972, Maço 34, Estante 138, Ano 1904) casou-se com Magdalena Augusta von Einsiedel (*
28/04/1881 Montenegro RS/+11/05/1971 Pareci Novo RS), filha de Augusto Detlev von Einsiedel e Anna Wollmann, em 08/05/1897, em São Sebastião do Caí RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, São Sebastião do Caí, Casamentos, Livro nº 1, pág. 89). Foi enterrado no Cemitério de Pareci Novo RS. Após sua morte, suas terras com 5.657 braças quadradas, com casa de material, cozinha à parte e galpão, além de móveis e utensílios foram arrematados em leilão para pagar uma dívida que tinha com seu pai Georg. Pedro Dillenburg foi o arrematador dos bens. O casal teve 3 filhas: Ottilia Bernardina, Adelina e Carolina Olentina;


IX-Margaretha Strasser (*19/04/1881 Picada 48 – Ivoti RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Batismos, Livro nº 1, pág. 60; batizada na Igreja de São Pedro dos Apóstolos em Ivoti/+
22/06/1951 Lajeado Azul, Tenente Portela RS). Casou-se com Affonso Gabriel Schuster (*17/10/1882 Tupandi RS/+26/12/1949 Lajeado Azul, Tenente Portela RS), filho de Carlos Schuster e Philippina Petry, na data de 09/09/1902, em Harmonia RS. Tiveram 6 filhos: Arlindo João, Belmira, Amélia, Arnaldo, Arzelina e Alzira.


O LOCAL DE RESIDÊNCIA


Conforme o registro católico de seu casamento com Elisabetha Schwind, os pais da noiva residiam no Forromeco, em Bom Princípio RS e Georg na antiga Picada Feliz, numa parte do Lote nº 27, localizado na Ala Leste, comprado de Catharina Maria Hendges. Catharina recebeu do governo o Lote ou Prazo de nº 27 da Ala Leste da Picada Feliz, com 82.425 braças quadradas, em 3 de fevereiro de 1850, onde se instalou, sendo a primeira possuidora deste Prazo. Ela vendeu parte deste lote, com 18.032 braças quadradas, a Georg Strasser em data ignorada. No dia 14/04/1868, Georg Strasser e a esposa Elisabetha Schwind Strasser venderam esta parte do lote a Mathias Krindges, pelo valor de 190 mil réis.



Localização do Lote n. 27 da Picada Feliz (atual cidade de Feliz RS)


Após o casamento, os noivos foram residir na Picada Feliz (cidade de Feliz RS), lá residindo entre os anos de 1861 e 1864. Após, foram residir em São José do Hortêncio no período de 1864 a 1866 e, em Santa Terezinha do Forromeco, localidade de Bom Princípio, no período de 1866 a 1871.


Entre os anos de 1871 e 1884, a família foi residir em Picada 48 (Picada das 48 Colônias), localidade do atual município de Ivoti RS. Nesta Picada, a família Strasser morou numa casa edificada sobre terras com 42.850 braças quadradas (20,7394 ha),
 no Lote nº 12. As terras se dividiam pela frente com a estrada que seguia para Picada Café, por um lado com terra de João Dullius, por outro lado com terras de João Kehl e, pelos fundos, com terras de Jacob Fell e de Jorge Marmitt.
 Consta do inventário de Elisabetha Schwind que a família possuía para as lides da lavoura uma carreta, uma máquina de debulhar milho, serras e ferramentas de roça, além de uma máquina de costura para a confecção de roupas. Possuíam os seguintes animais: um cavalo, duas bestas, duas vacas, duas novilhas e doze porcos.



A divisão dos lotes na antiga Picada 48


Georg foi padrinho do sobrinho Jorge Wendelino Johann (filho de Barbara Strasser), batizado em 29/12/1872, na Igreja Matriz de Ivoti (Cúria Porto Alegre, Ivoti, Livro Batismos nº1, fls. 15 verso e 16). Por sua vez, Elisabetha foi madrinha de batismo da sobrinha Elisabetha Johann em 29/12/1872, na Igreja Matriz de Ivoti, no mesmo dia em que foi batizado o irmão da afilhada, Jorge Wendelino, cujo padrinho, como já dito, foi Georg Strasser (Cúria Porto Alegre, Ivoti, Livro Batismos n. 1, fl. 16).


Elisabetha Schwind faleceu aos 40 anos, às 22 horas, com hidropisia em sua residência na Picada 48, Ivoti, Rio Grande do Sul, Brasil (Cúria Porto Alegre, Ivoti, Livro Óbitos n. 1, fl. 14 verso. Arquivo Público do RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, 1º. Cartório, N 754, M27, E71, Ano 1882, São Leopoldo). Foi sepultada no Cemitério Católico de Ivoti em 07/04/1882, provavelmente na parte deste cemitério, que se transformou posteriormente em estacionamento. Após a morte de Elisabetha, durante o inventário, foi apurado que a família possuía dívidas que, naquela época, constavam obrigatoriamente do mesmo, e que deveriam ser cobertas pelos bens do espólio. Desta forma, restaria apenas uma área irrisória de terras cultiváveis para a família a ser igualmente dividida. Tal situação difícil foi solucionada, quando os parentes se reuniram para pagar as dívidas, colocando a salvo os direitos de herança dos órfãos.



O registro de óbito de Elisabetha Schwind Strasser no Livro da Igreja Católica


O SEGUNDO CASAMENTO DE GEORG STRASSER


Após a viuvez, Georg Strasser casou-se em segundas núpcias com Margarida Schmitz, viúva de Johann Göller. O casamento realizou-se no dia 16/09/1884, em Ivoti RS, na Igreja Matriz de São Pedro dos Apóstolos, às 8 horas e 30 minutos, sendo a cerimônia realizada pelo padre Vigário André Eultgen. As testemunhas foram: João Stumpf e Guilherme Rübenich (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 29). Nesta época, o casal foi morar em Picada Feijão (vide nota abaixo).



A antiga Igreja de São Pedro dos Apóstolos de Ivoti RS


O registro de casamento de Georg Strasser e Margaretha Schmitz (viúva de Johann Göller) no Livro da Igreja Católica


Nota: a antiga Picada ou Linha Café era dividida nos seguintes Lotes ou Prazos: do nº 1 ao nº 63 na Ala Oeste e do nº 1 ao nº 77 na Ala Leste. O atual Município de Picada Café conservou as áreas correspondentes aos Lotes do nº 28 ao nº 61 na Ala Oeste e do nº 25 ao nº 76 na Ala Leste, mais os lotes que pertenceram a Dois Irmãos que são os de nº 76 ao nº 85 na Ala Oeste e do nº 90 ao nº 105 na Ala Leste. Nos documentos, por exemplo, o lote de nº 2 B, que pertenceu a Johann Göller, aparece como situado em Picada Café, porém posteriormente passou a pertencer à área do atual Município de Ivoti, mais precisamente na Picada Feijão ou Bohnenthal, que é contígua à Picada 48.


Georg Strasser peticionou ao juiz da Comarca de São Leopoldo a autorização para efetuar a permuta das terras compradas por ele e Margarida Schmitz de cinco dos sete filhos herdeiros de Johann Göller (maiores de idade), que eram seus enteados (28.000 braças quadradas do Lote nº 2, Ala Oeste, na Picada Feijão), pelas terras dos filhos de seu casamento com Elisabetha Schwind havidas em herança (21.250 braças quadradas na Picada 48). 
Afirmou que estas terras seriam mais produtivas e que teriam um maior valor no futuro, além de ser uma área maior, o que beneficiaria estes herdeiros. Tal escritura foi lavrada em 22 de agosto de 1885, no Cartório de Ivoti, naquela época denominada de Bom Jardim.


As terras de “Picada Café”, que correspondiam à Picada Feijão, localidade de Ivoti RS, tinham as seguintes divisas: pela frente pelo alinhamento desta picada, por um lado com as terras de Carlos Senger, por outro com terras pertencentes aos dois outros filhos de Johann Göller e pelos fundos com terras da Linha Nova. As terras de Picada 48 divisavam da seguinte forma: pela frente com a “estrada que segue para Picada Café”, por um lado com terras de João Dullius, por outro com terras de João Kehl e pelos fundos com terras de Jacob Fell e Jorge Marmitt. Este último era esposo da filha de Johann Göller, Maria Göller, que era uma dos cinco herdeiros das terras e aquele era esposo de Rosina Göller, na mesma situação. Esta última informação vem validar a tese de que a dita “Picada Café” e Picada 48 eram próximas e que, na verdade, tratava-se de Picada Feijão ou Bohnenthal.


Em 11/10/1887, em Ivoti, casaram-se os filhos de ambos, José Göller e Elisabetha Strasser. Tornaram-se, pois, pais e sogros de seus filhos ao mesmo tempo. Conforme relato de Vânia Goeller, oriundo de informações familiares, Georg Strasser era uma pessoa cativante e criativa, que gostava de contar histórias aos seus filhos e netos. Quando estes eram crianças, Georg os reunia para ouvir as suas interessantes histórias, conquistando-lhes a atenção durante horas a fio.



O FALECIMENTO DE GEORG STRASSER


Por volta de 1894, 
Georg foi morar com a família na cidade de Pareci Novo RS. Georg Strasser faleceu em 29/11/1917 em Pareci Novo RS (CRCPN Harmonia, Livro Registro de Óbitos C-2, fl. 94, nº 32), às 11 horas, na casa do genro José Göller, sendo sepultado no Cemitério Municipal desta cidade. No mesmo túmulo estão a segunda esposa Margaretha, o genro José Göller, a filha Elisabetha Strasser e os netos José Willy Göller e Rosalina Göller.



Túmulo de Georg Strasser e Margaretha Schmitz Strasser


Lápide do túmulo de Georg Strasser e Margaretha Strasser



ELISABETHA STRASSER


Elisabetha Strasser, minha bisavó, filha de Georg Strasser e Elisabetha Schwind, nasceu em 17/09/1866, no Forromeco, Bom Princípio RS (Cúria Porto Alegre, São José do Hortêncio, Livro Batismos n. 2, fl. 84). No livro de batismos, consta que nasceu no Forromeco e, no registro do casamento, consta ter nascido em Bom Princípio (Santa Terezinha do Forromeco). O registro de batismo estava manchado (o livro da Igreja está em mau estado), mas provavelmente tenha sido batizada em 13/12/1866. Os batismos nesta data foram todos realizados na casa da escola do Forromeco. Padrinhos: Jacob Selig e Elisabetha Schmitt.



Caligrafia de Georg Strasser assinando documento pela filha Elisabetha Strasser


A localidade de Santa Terezinha em Bom Princípio RS


A 1ª. Comunhão foi realizada na Igreja Católica de Ivoti RS (antiga Picada Bom Jardim), na data de 20/04/1879.



Lembrança da 1a. Comunhão de Elisabetha Strasser


O CASAMENTO


Elisabetha Strasser casou-se com José Göller (*19/09/1863 Picada Feijão - Ivoti RS/+09/06/1941 Parobé RS), meu bisavô, filho de Johann Göller e Margarida Schmitz, em 11/10/1887 Ivoti RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Ivoti, Casamentos, Livro nº 1, pág. 36).



Elisabetha Strasser Göller e José Göller (por volta de 1907-1908, aos 42 anos) - Pareci Novo RS


O registro de casamento de Elisabetha Strasser e José Göller no Livro da Igreja Católica


Casaram-se às 10 horas da manhã, na Capela de São João Batista da Picada Feijão ou Bohnenthal, com autorização especial do Bispo Diocesano, pelo Padre Guilherme Holtgreve, por delegação do vigário e perante as testemunhas Jacob Senger e Pedro Petry. Tal autorização provavelmente tenha sido necessária, porque os pais dos noivos (Georg Strasser viúvo de Elisabetha Schwinn e Margarida Schmitz viúva de Johann Göller) eram casados. Ao mesmo tempo, casava-se o irmão de Elisabetha, José Strasser, com Elisabetha Nonnenmacher, sendo este viúvo de Florinda Taglieber.



A Capela de São João Baptista de Picada Feijão - Ivoti RS


OS FILHOS (VER FAMÍLIA GÖLLER)


Filhos, noras e genros de Elisabetha Strasser e José Göller no matrimônio do filho Reinaldo Göller com Maria da Conceição Barcellos, com exceção de meu avô Jacob Göller Sobrinho, João Albino Göller e José Willy Göller, por serem falecidos e Ernesto Alfonso Göller, que residia no Rio de Janeiro - Porto Alegre RS, 18/05/1945. Foto: Acervo de Elinor Grage Wagner


I-Jacob Göller Sobrinho (*25/07/1888 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 121/+19/08/1928 Pareci Novo RS, sepultado no Cemitério Municipal de Pareci Novo RS), meu avô, casado com Idalina Schmitz (*20/08/1892 Harmonia RS/+18/07/1970 Porto Alegre RS – CRCPN, Porto Alegre, 3ª Zona, Livro Registro Óbitos C-72, fl. 32 v, nº 51.946, foi sepultada no Cemitério Municipal de Pareci Novo RS), minha avó, filha de Jacob Schmitz e de Catharina Schuster, na data de 26/09/1914 em Harmonia RS (CRCPN, Harmonia, Livro Registro Casamentos B-2, fl. 175 v, nº 26). Alfaiate, Jacob faleceu aos 40 anos teria sido vítima de tétano ou leptospirose, após uma enchente em Pareci Novo no ano de 1928. Teve sete filhos: João Edvino, Guido Raymundo, Flávio Albino, Egon, Maria Gerda, Victor Ernesto e Valesca Guisella;



Jacob Göller Sobrinho (meu avô)


II-Rosalina Göller (*19/09/1890 Ivoti RS – Cúria Metropolitana, Batismos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 140/+27/02/1976 Parobé RS). Foi batizada em 26/09/1890 na Capela de São João Baptista, na Picada Feijão, Ivoti RS, sendo seus padrinhos Georg Strasser e Rosina Göller. Faleceu aos 85 anos, e foi sepultada no túmulo de seus pais e avós no Cemitério Municipal de Pareci Novo RS. Solteira, não teve filhos. Tinha disritmia. Provocava situações constrangedoras, como espetar com alfinete as moças sentadas nos bailes, a fim de que se levantassem, quando os rapazes queriam tirá-las para dançar. Residiu em Porto Alegre com a irmã Augusta e o cunhado Germano nos anos 60. Depois, foi morar com a irmã Hilda em Parobé, onde ficou até falecer. Conforme relato do primo Ricardo Wagner: "Lembro-me de sua fisonomia. Tinha uma cara de bruxa e a famosa verruga no nariz... Aquele dia da visita marcou bastante, porque ela estava num quarto, sentada numa poltrona, escutando o jogo do "Inter", colorada fanática! Ela estava na casa de uma parente e era em Parobé.";


III-João Albino Göller (*08/01/1893 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Ivoti, Livro nº 1, pág. 158/+RS). Foi batizado em 11/01/1893 na Capela de São João Baptista, na Picada Feijão, Ivoti RS. Foram padrinhos João Strasser e Margarida Jung. Faleceu criança;


IV-Leopoldina Göller (*13/10/1895 Pareci Novo RS – Arquivo Público Estado RS, Nascimentos, Tomo 6, pág. 38/+07/04/1952 Porto Alegre RS – CRCPN, Porto Alegre, 4º Zona, Livro Registro Óbitos C-84, fl. 77 v, nº 64.318), casada com João Mayer (*12/06/1890 Piedade – Hamburgo Velho RS/+07/08/1952 Porto Alegre RS), filho de Carlos Mayer e Carlotta Ermel, em 24/04/1937, em Pareci Novo RS (Arquivo Público Estado RS, Casamentos, Tomo nº 1, pág. 143). João Mayer hospedava-se na pensão que José Göller possuía em Porto Alegre. João veio a se casar com Leopoldina. O casal ficou administrando o negócio com o falecimento de José. Além de ir trazendo os irmãos de Pareci Novo, hospedou os sobrinhos Egon, Flávio e Victor Göller, quando estes vieram morar em Porto Alegre. Residiu na Av. Protásio Alves, n. 2.426, em Porto Alegre RS. Leopoldina faleceu aos 56 anos, com câncer renal, sendo suas cinzas posteriormente depositadas no Jardim In Memoriam no Cemitério São José em Porto Alegre RS. No mesmo local encontra-se João Mayer, que era comerciante, falecido por doença cardíaca às 2:00, em sua residência (CRCPN Porto Alegre, 1a. Zona, Livro Registro de Óbitos C-85, fl. 211, n. 65.386). Tiveram dois filhos: Gido Arnaldo e Ito Vicente. Obs: O nome verdadeiro que lhe teriam dado era Maria Leopoldina Margarida Göller. O seu registro de nascimento no cartório foi feito tardiamente. Foi batizada em 07/10/1895, sendo padrinhos: Augusto Strasser e Maria Marx (Cúria Porto Alegre, São Sebastião do Caí, Livro Batismos n. 4, fl. 60 verso);


V-José Willy Göller (*22/08/1898 Pareci Novo RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Sebastião do Caí, Livro nº 5, pág. 37/+12/08/1928 Pareci Novo RS), casado com Alvina Göller (*06/08/1906 Nova Petrópolis RS/+19/12/1957 Porto Alegre RS). Foi batizado em 27/10/1898, na Igreja Matriz de São Sebastião do Caí. Na certidão de casamento, consta que teria nascido em Nova Petrópolis (CRCPN Nova Petrópolis). Possivelmente seu registro tenha sido feito tardiamente nesta cidade, em função de seu casamento. O registro de nascimento da irmã Leopoldina também foi feito tardiamente, porém em Pareci Novo. A partir do nascimento desta, os filhos de José Göller e de Elisabetha Strasser teriam todos nascidos em Pareci Novo RS. Faleceu da mesma doença do irmão Jacob, após a enchente de Pareci Novo, aos 30 anos de idade, e foi sepultado no túmulo de seus pais e avós no Cemitério Municipal de Pareci Novo RS. Teve uma única filha chamada Lotta, que teria pouco mais de 1 ano de idade por ocasião de seu óbito. Depois do falecimento do esposo José Willy, Alvina hospedou-se com a filha na casa da cunhada Augusta, alugando, após, uma casa na Rua Thomás Flores. Alvina residia na Rua Visconde de Rio Branco, em Porto Alegre RS. Faleceu de câncer na coluna vertebral, aos 51 anos. Foi sepultada no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre RS. Os serviços funerários foram evangélicos (CRCPN Porto Alegre, 1a. Zona, Livro Registro de Óbitos C-2, fl. 66 e verso, n. 772). Alvina foi madrinha de batismo de Ricardo Wagner. A filha Lotta Göller (*29/12/1927 Nova Petrópolis RS/+27/08/2012 Porto Alegre RS) casou-se com Ernesto Reynaldo Sperb (*23/07/1925 Gramado RS/+01/09/2013 Taquara RS, na data de 31/05/1958, em Porto Alegre RS. O casal teve os filhos: José Reinaldo Sperb (*28/10/1959 Porto Alegre RS), Paulo Ricardo Sperb (*07/04/1961 Porto Alegre RS) e Luis Roberto Sperb (*29/22/1965 Porto Alegre RS/+23/11/1997 Novo Hamburgo RS);


VI-Reinaldo Göller (*06/04/1901 Pareci Novo RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Sebastião do Caí, Livro nº 5, pág. 95/+18/06/1951 Porto Alegre RS – CRCPN, Porto Alegre, 4ª Zona, Livro Registro Óbitos C-80, fl. 280 v, nº 61.705), casado com Conceição Barcellos (*08/set/+Porto Alegre RS). Foi batizado em 12/08/1901, na Igreja Matriz de São Sebastião do Caí, sendo padrinhos: Balduíno Fell e Elisabetha Göller. O registro de casamento está no cartório da 5a. Zona, Porto Alegre RS. Era comerciante, teve um cassino em Tramandai RS, foi dono de uma serraria chamada Santa Cristina e de um depósito de lenha no mesmo local, na Rua Voluntários da Pátria n. 1.434, em Porto Alegre RS. Residiu na Rua Vasco Alves, n. 427, em Porto Alegre RS. Na madrugada de 03/05/1950, ocorreu um princípio de incêndio no depósito de lenha, o qual começou num caixote com gravetos e teria sido causado por um indivíduo morador de rua que estava no depósito àquela hora, provavelmente tentando cozinhar algo para comer. Reinaldo foi avisado por um conhecido que morava nos fundos do depósito, que percebeu a existência das chamas e fumaça, o qual, com a ajuda de outras pessoas, conseguiu chamar os bombeiros e até mesmo prender o tal indivíduo. Após o devido processo, a polícia concluiu que os prejuízos foram pequenos, talvez causado por um fósforo ou côto de cigarro e o mesmo foi arquivado. O indivíduo seria um débil mental que tentou apagar o incêncio com uma caneca d'água (Arquivo Público do RS, Processo-Crime n. 1.560, Comarca de Porto Alegre). Faleceu aos 50 anos de síncope cardíaca, na Rua dos Andradas, em frente ao prédio n. 1.659, às 17 horas (CRCPN Porto Alegre, 4a. Zona, Livro Registro de Óbitos C-80, fl. 280 verso, n. 61.705), sendo sepultado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Teve uma única filha chamada Elizabeth, também falecida. Os três estão sepultados no mesmo túmulo;


VII-Ernesto Alfonso Göller (*07/10/1904 Pareci Novo RS – CRCPN, Harmonia, Livro Registro Nascimentos A-5, fl. 19, nº 51/+1981 Rio de Janeiro RJ), foi casado com a portuguesa Olga Vianna. Morou em POA, foi residir na cidade do Rio de Janeiro, no Bairro da Penha, casando-se com Olga (*1910 Portugal/+02/11/1989 Rio de Janeiro RJ). Era bem alto e magro. Gostava de apostar nas corridas de cavalos, freqüentando os Grandes Prêmios Bento Gonçalves, quando tinha oportunidade. Trabalhava na empresa de bondes do Rio de Janeiro. Faleceu de câncer do estômago em 1981. Teve dois filhos: Ruy Goeller, que lhe deu os netos Carlyle e Claudio, e Terezinha Goeller, que lhe deu os netos Ronaldo, Elisabete e Kátia;


VIII-Augusta Göller (*02/03/1907 Pareci Novo RS – CRCPN, Harmonia, Livro Registro Nascimentos A-5, fl. 171 v, nº 28/+22/04/2000 Porto Alegre RS), nasceu às 23:00, na casa de seus pais, casou-se em 07/07/1923 em Pareci Novo RS, com Hermann Karl Besch Grage (Germano) (*9 jan 1907 RS/+24/06/1968 Porto Alegre RS), filho de Wilhelm Grage e Hermine Besch. Germano era Contador, pertenceu à Diretoria da Sogipa e tocava acordeão. Morreu num acidente de trânsito, quando foi projetado de seu carro. Augusta faleceu aos 93 anos e foi sepultada no Cemitério Evangélico de Porto Alegre, juntamente com o esposo. Teve três filhos: Nelly, Ellinor e Rudi;


IX-Hilda Göller (*30/07/1910 Pareci Novo RS/+07/04/1980 Parobé RS) casou-se com Enno Anílio Schuller (*14/10/1908 Ivoti RS/+20/03/1992 Parobé RS). Residia em Parobé RS. Enno tinha uma fábrica de móveis, após um Café e, depois, foi dono de uma fábrica de sabão. Este faleceu de velhice. Tiveram uma única filha chamada Linea (*02/08/1931 Estância Velha RS), que se casou com Luiz Mosmann (*06/06/1926 Taquara RS/+18/04/2000 Parobé RS), tendo três filhos: Laerte Luiz Mosmann, Liane Linea Mosmann e Linesio Mosmann.


Elisabetha Strasser foi madrinha de batismo do sobrinho Carlos Augusto Strasser em 01/01/1899, sendo padrinho Felippe Augusto, na Igreja Matriz de São Sebastião do Caí (Cúria Porto Alegre, Caí, Livro Batismos n. 5, fl. 41 verso). Foi madrinha de batismo da sobrinha Adelina Strasser em 20/07/1899, sendo padrinho Carlos João Strasser (Cúria Porto Alegre, Caí, Livro Batismos n. 5, fl. 52).



OS LOCAIS DE RESIDÊNCIA


Nos primeiros tempos de seu casamento, residiu com a família em Picada Feijão, Ivoti RS. A família de Elisabetha Strasser residia na Picada 48, Ivoti RS. Por volta de 1894, José e Elisabetha, os cunhados Felippe Göller e Rosina Göller, com as suas respectivas famílias, além da sogra e madrasta Margaretha e o pai Georg Strasser, vieram a se estabelecer na localidade de Despique. Naquela época, Despique era um distrito de Montenegro. Posteriormente, veio a se tornar distrito de Pareci Novo, este já emancipado. Felippe e Rosina residiram e faleceram em Despique. A família Strasser veio a residir em Pareci Novo, assim como José e sua família. O irmão de José, Jacob Göller, depois de residir em Vigia, São Sebastião do Caí RS, estabeleceu-se em Matiel, posteriormente em Campestre e, finalmente, em Alto da União, localidade de Ijuí RS. Quando residia em Pareci Novo, Elisabetha ajudava no sustento da família lavando roupas para os padres do Seminário deste Município. José Göller foi agricultor e tornou-se posteriormente comerciante.



Elisabetha Strasser Göller e José Göller em frente à casa de Pareci Novo RS - Anos 1920


A casa na cidade de Pareci Novo RS


José e Elisabetha foram residir em Porto Alegre, na Rua Alberto Bins, nº 467. Este número também correspondia ao da Igreja S. José, que foi concluída em 1924. Anteriormente ao referido ano, era uma capela situada na Rua Mal. Floriano. É provável que, na época da conclusão da igreja, a família tenha ido residir na Capital. Neste endereço, José teve uma pensão, na qual residia João Mayer que, posteriormente, veio a se casar com Leopoldina Göller que residia em Pareci Novo (Arquivo Público do RS, Habilitações de Casamentos - Pareci Novo). Obs.: o Colégio Unificado funciona no mesmo endereço da Igreja (Av. Alberto Bins, n. 467), no prédio antigo que existe aos fundos e ao lado do templo.


Os meus bisavós Elisabetha Strasser Göller e José Göller em Pareci Novo RS - Anos 30



O FALECIMENTO DE ELISABETHA STRASSER


Elisabetha Strasser. Faleceu na data de 07/09/1933, aos 66 anos (declarado como 67 anos), às 11h50min de um ataque cardíaco, nos braços da filha Augusta, no endereço da pensão que mantinham na Rua S. Rafael 667, que veio a se chamar Av. Alberto Bins. Declarou Júlio Beck, e quem verificou o óbito foi o Dr. Jayme Domingues (CRCPN Porto Alegre, 1a. Zona, Livro Óbitos n. 615, fl. 292, n. 11.830). Elisabetha foi sepultada no Cemitério Municipal de Pareci Novo RS, onde se encontram o pai Georg Strasser, a sogra e madrasta Margaretha Schmitz (viúva de Johann Göller), o esposo José Göller e os filhos José Willy Göller e Rosalina Göller.



Lápide do túmulo de Elisabetha Strasser Göller


Túmulo de Elisabetha Strasser Göller e José Göller, dos pais Georg Strasser e Margaretha Göller, além dos filhos José Willy Göller e Rosalina Göller


Ver a continuação: Família Strasser 2ª Parte - Genealogia