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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Família Schwind - Livros de Endereços - Köln - Alemanha


Página Inicial do Kölner Adreß-Buch de 1855





















Não se sabe exatamente a cidade de origem dos nossos imigrantes Schwind, que chegaram ao Rio Grande do Sul no ano de 1859. O que ficou comprovado é que a filha do 2º casamento de Peter Jacob Schwind, Maria Catharina, nasceu na cidade de Köln ou Colônia, na Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha. Como tentativa de resgatar um pouco da provável trajetória dos Schwind nesta cidade, foi feita uma pesquisa, tomando-se por base antigos livros de endereços de Köln, existentes desde 1791, embora haja vários anos não digitalizados. O primeiro ano em que aparecem comerciantes Schwind é o de 1835. No período de 1835 a 1861, usado como amostragem, encontrou-se quatro comerciantes com o sobrenome Schwind: Peter (Fabricante de Fósforos), Johann (Padeiro), Carl Philipp (Fabricante de Tapetes) e Wilhelm (Fabricante de Tapetes), que, resumidamente, aparecem nos textos abaixo, com suas respectivas profissões, tipos de comércio e endereços. Acredita-se que haja a possibilidade de parentesco entre estes e os nossos imigrantes Schwind.


Endereços de comerciantes Schwind no Kölner Adreß-Buch de 1861

PETER SCHWIND

Endereço: unter Krahnenbäumen 93, Köln. Período: 1835 a 1845. Profissão: Spezereifrämer, unter Krahnenbäumen (Comerciante de Mercearia e/ou Especiarias).


Localização hipotética de unter Krahnenbäumen 93, na cidade de Köln - Fonte: Google Street Maps


Comercio de Especiarias  – Fonte: Internet

Período: 1846 a 1853. Profissão: Schwefelholzfabrikant (fabricante de fósforos).
Período: 1854 a 1856. Profissão: Zündhölzchenfabrickant (fabricante de fósforos, termo equivalente ao referido acima).
Período: 1857 a 1859. Profissão: Mehlhandel (comerciante de farinha).
Período: 1860 a 1861. Profissão: Schwefelholzfabrikant (fabricante de fósforos).



JOHANN SCHWIND

Endereço: Johannisstraβer 10, Köln. Período: 1841 a 1843. Profissão: Bäcker (padeiro).


Localização hipotética de Johannisstraβer 10, na cidade de Köln - Fonte: Google Street Maps


A profissão de padeiro atravessa os séculos da humanidade – Fonte: Internet


Endereço: Maximstraβer 66, Köln. 
Período: 1844 a 1849. Profissão: Bäcker (padeiro).


Endereço: ‘Spulmannsgasse‘ (Spielmannsgasse) 57, Köln. Obs.: o nome equivocado da rua foi criado no período francês pelo Reitor Walraff da Universidade de Colônia. Período: 1850 a 1851. Profissão: Tagl. (Taglöhner ou diarista?).


Localização hipotética de Spielmannsgasse 57, na cidade de Köln - Fonte: Google Street Maps


Endereço: Löwengasse 19, Köln. 
Período: 1852 a 1854. Profissão: Bäcker (padeiro).


Localização hipotética de Löwengasse 19, na cidade de Köln -Fonte: Google Street Maps


Endereço: Großer Griechenmarkt 115, Köln. 
Período: 1855 a 1861. Profissão: Bäcker (padeiro).


Localização hipotética de Großer Griechenmarkt 115, na cidade de Köln - Fonte: Google Street Maps



CARL PHILIPP SCHWIND

Endereço: Weidengasse 10, Köln. Período: 1854 a 1855. Profissão: Teppichweber (tecelão de tapetes).


Localização hipotética de Weidengasse 10, na cidade de Köln -Fonte: Google Street Maps


Tecelão de Tapetes – Fonte: Internet


Endereço: Gereonswall 49, Köln. Período: 1855 a 1861. Profissão: Teppichweber (tecelão de tapetes).


O endereço Gereonswall 49, na cidade de Köln, na atualidade - Fonte: Google Street Maps



WILHELM SCHWIND

Endereço: Antoniterstraße 5,  Köln. 
Ano: 1859. 
Profissão: Händler (negociante).


O endereço Antoniterstraße 5, na cidade de Köln, na atualidade - Fonte: Google Street Maps


Endereço: Entenpfuhl 94, Köln. Ano: 1860. Profissão: Teppichweber (tecelão de tapetes).


Localização hipotética de Entenpfuhl 94, na cidade de Köln - Fonte: Google Street Maps


Endereço: Eigelstein, 52, Köln. 
Ano: 1861. 
Profissão: Teppichweber (tecelão de tapetes).


O endereço Eigelstein, 52 (prédio da esq.), na cidade de Köln, na atualidade - Fonte: Google Street Maps







Família Schwind - 160 Anos da Imigração - 1859 - 2019


No ano de 2019, comemoramos os 160 Anos da chegada da Família Schwind, composta por Peter Jacob, Cristina Männchen, Elisabetha (filha do primeiro casamento com Elisabetha Müller), Maria Catharina e Maria, que emigraram da Alemanha para o Brasil, através de um porto e de um navio ainda não conhecidos, mas muito provavelmente tenham partido de Antuérpia, na Bélgica. Os Schwind chegaram à cidade portuária de Rio Grande, no Rio Grande do Sul e, após, à Capital Porto Alegre, em 16/06/1859, no vapor nacional Continentista, inicialmente com destino à antiga Colônia Santa Maria da Soledade, possivelmente direcionados ao Distrito de Barcellos, atual São Vendelino RS. Mais tarde, partiram desta colônia para a antiga Picada Feliz, onde hoje se localiza o município de Alto Feliz.

Como esta pesquisadora não poderia deixar de exprimir de alguma forma a satisfação em relembrar a chegada de nossos imigrantes há 16 décadas, sabedora das dificuldades em reunir os relativamente poucos descendentes dispersos pelo nosso Estado, quiçá pelos outros Estados brasileiros, nasceu a idéia de participar de algumas atividades de cunho artístico, social e religioso na cidade de Porto Alegre, ao longo deste ano de 2019, buscando prestar uma singela homenagem à nossa família e ao nosso ancestral Peter Jacob Schwind.   



(1) Celebração religiosa na Igreja de Santo Antônio em Porto Alegre RS, sendo que a missa foi realizada em intenção das almas de nossos antepassados Schwind – 13/06/2019; (2) Exposição Sinfonia das Pedras, apresentando obras de escultores de sobrenomes de origem alemã, executadas em mármore, basalto, sodalita, granito e pedra sabão, realizada no antigo prédio dos Correios, na Praça da Alfândega em Porto Alegre – 08/08/2019; (3) Almoço de comemoração dos 160 Anos da chegada da Família Schwind ao Brasil – 19/04/2019; (4) Ópera Orfeu e Eurídice do compositor alemão Christoph Willibald Gluck (1714-1787), realizada no Teatro São Pedro, em Porto Alegre, com a participação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, do Coro Sinfônico da OSPA, da Companhia Municipal de Dança de Porto Alegre e das solistas Denise de Freitas, Carla Cottini e Raquel Fortes – 25/08/2019


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Família Saicek - Saiček - Estudos de Genealogia & História


Este é um breve estudo de Genealogia e História da Família Saicek. A família é possuidora de laços de parentesco com Maria Catharina Schwind, filha do segundo casamento de meu tetravô Peter Jacob Schwind. Ao longo das pesquisas, por vezes difíceis pela escassez de fontes e de contatos com prováveis descendentes, informações e fotos foram sendo coletadas ao longo do tempo, as quais permitiram a apresentação deste estudo.


OS IMIGRANTES SAICEK NO RIO GRANDE DO SUL

FRANZ SAICEK – SAIČEK

Nascido em Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca, na data de 12/09/1818, Franz Saicek saiu da cidade natal na Boêmia, com destino ao Brasil, aos 56 anos de idade, acompanhado da esposa Franziska Wünsch, com 55 anos, os filhos Therese, 30 anos, Franz, 28 anos, Emília, 20 anos e Fanny com 18 anos. A antiga Grünwald hoje faz parte da cidade de Gablonz an der Neisse, nome este em alemão, ou Jablonec nad Nisou, na língua tcheca. No passado, a região da Boêmia onde viviam era uma província do Império Áustro-Húngaro. 


Grünwald numa imagem do passado – Fonte: Site de Mestojablonec

A família partiu do porto de Hamburgo em 12/05/1876, no veleiro ‘Hinrich’, de bandeira alemã, através da Companhia de Navegação Johann Jacob Rahmann & Cranz, consignatário R. O. Lobedanz, comandado pelo Capitão J. A. Reinecke, embarcação esta que tinha como destino o Rio Grande do Sul. Acredita-se que a principal razão para a emigração foi a de ir ao encontro dos filhos Anton e Wenzel (Wenceslau), que já haviam deixado Grünwald, partindo do porto de Hamburgo, na data de 07/06/1873, no navio a vapor Santos, da Empresa de Navegação Hamburgo-América do Sul.


Registro de saída do porto de Hamburgo de Franz Saicek e sua família – Fonte: Ancestry.de

A família Saicek chegou a Porto Alegre, a Capital do Rio Grande do Sul, em 07/07/1876, de onde partiriam em 13/07/1876, com destino à Colônia de Nova Petrópolis, cuja chegada deveria ocorrer em 22/07/1876, mas o destino final dos Saicek sofreria uma mudança, fato este comprovado pelo documento de entrada de colonos em Nova Petrópolis, no qual consta que a família foi se estabelecer na Linha ou Picada Feliz, depois de haverem recebido os abonos respectivos por parte da Província. Os motivos exatos desta mudança não são conhecidos, mas as causas prováveis seriam o de irem para uma colônia mais perto da residência dos filhos, dado que o Travessão dos Boêmios era uma continuação da Picada Feliz, o de terem negociado a compra de um lote nesta colônia e o de residirem nesta colônia a família Schwind, à qual pertencia a futura esposa de Wenzel Saicek, Maria Catharina Schwind.

Alguns tempo depois, possivelmente em meados de 1877, a família Saicek passou a residir no Travessão ou Linha dos Boêmios, pertencente ao núcleo Forqueta, que era a 17ª Légua da antiga Colônia de Caxias, onde lá viviam os filhos Anton e Wenzel. No Lote nº 30 do Travessão dos Boêmios, moraram o casal Franz e Franziska, Anton, que, como já dito, havia chegado anteriormente, e Therese, ambos solteiros. Este lote possuía 795.915 m², cujo título provisório foi somente dado em 27/03/1884, sendo quitado em 1895 por Ferdinando Brambilla, o próximo proprietário. No livro Os Povoadores da Colônia Caxias, de Mário Gardelin e Rovílio Costa, não há referência sobre os filhos Franz Saicek e Emília. Os demais filhos, Wenzel e Fanny, haviam se casado, residindo em outros lotes. Os dados deste livro são baseados, na sua maior parte, no Censo ocorrido entre 1882 e 1884. No caso deste lote em particular, em que se confrontaram as idades declaradas de Anton e Therese, o Censo foi efetivado em 1883. Os Saicek viviam da agricultura e professavam a religião católica.

A Linha dos Boêmios atualmente pertence ao município de Farroupilha. Por sua vez, Farroupilha, que se chamava Nova Vicenza, foi distrito de Caxias do Sul, emancipando-se desta cidade na data de 11/12/1934. A Linha dos Boêmios é a localidade mais antiga de Farroupilha e foi colonizada a partir de 1872, por um grupo de imigrantes europeus, em sua maioria vinda da região da Boêmia, na atual República Tcheca. Atualmente é o 4º distrito deste município.


Localização da antiga Linha dos Boêmios com relação aos municípios de Farroupilha e Caxias do Sul - Fonte: Mapas de Colônias Alemãs e Italianas no Rio Grande do Sul – Otávio Boni Licht e Colaboradores, Instituto de Informática da UFRGS e Google Maps


A esposa de Franz, Franziska Wünsch Saicek, nascida por volta de 1821, em Grünwald, veio a falecer poucos anos depois, na data de 02/06/1879, na Linha dos Boêmios, sendo sepultada no Cemitério dos Boêmios, localizado na antiga Picada Feliz, território atualmente pertencente ao município de Farroupilha RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Feliz, Livro de Óbitos nº 1, fl. 3).

Franz Saicek e sua família mudaram-se anos depois, possivelmente em meados de 1891, ano da quitação dos lotes de Wenzel e de Carl Spintzyk, seu genro, para a região de Lajeado RS, falecendo de velhice na data de 09/10/1893. O patriarca foi encomendado e sepultado no Cemitério Católico da Picada Sampaio no dia 10/10/1893. Posteriormente, os seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério Evangélico (na parte separada, provavelmente por ser católico), da Linha Boa Esperança, que atualmente pertence ao município de Cruzeiro do Sul RS (Cúria Porto Alegre, Lajeado, Livro de Óbitos  nº 1, fls. 34 e verso, nº 47). 


Obituário de Franz Saicek – Fonte: Acervo Benno Lermen - Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS


Túmulo de Franz Saicek (*12/095/1818 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+09/10/1893 Picada Sampaio, Cruzeiro do Sul RS) – Cemitério Evangélico da Linha Boa Esperança - Foto: Lisete Göller


Lápide do túmulo de Franz Saicek com as inscrições de nascimento e morte – Foto: Lisete Göller


OS FILHOS DO CASAL FRANZ SAICEK E FRANZISKA WÜNSCH


1-Therese Saicek (*24/02/1842 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+06/01/1924 Porto Alegre RS) emigrou aos 30 anos de idade, com seus pais e irmãos. Residiu no Travessão dos Boêmios, no Lote nº 30 da antiga Colônia de Caxias, com os pais e o irmão Anton. Provavelmente após 1891, foi residir na cidade de Porto Alegre, com a irmã Fanny e o cunhado Carl Spintzyk, na Rua Almirante Barroso, nº 17. Faleceu às 15 horas, neste mesmo endereço, de marasmo (desnutrição proteico-calórica) senil, aos 81 anos de idade. Foi velada no mesmo local. Constou que seria sepultada em Porto Alegre, porém seus restos mortais atualmente se encontram no Cemitério Evangélico da Linha Boa Esperança (parte separada), em Cruzeiro do Sul RS. Solteira, sem filhos.


Obituário de Therese Saicek – Fonte: Acervo Benno Lermen - Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS


Túmulo onde está sepultada Therese Saiceck, no qual estão também sepultados a irmã Fanny Saicek e o cunhado Carl Spintzyk – Cemitério Evangélico da Linha Boa Esperança - Foto: Lisete Göller


2-Anton Saicek (*1843 (1) Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+27/08/1906 (2) Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) saiu da cidade de Grünwald, aos 29 anos de idade, com o irmão Wenceslau (Wenzel), este com 19 anos de idade, rumo ao porto de Hamburgo, partindo em 07/06/1873 no navio a vapor Santos, de bandeira alemã, pela Empresa de Navegação Hamburgo-América do Sul, consignatário R. O. Lobedanz, tendo por Capitão J. Helms, com destino ao Rio Grande do Sul (Fonte: Ancestry.de). 

Segundo o livro Os Povoadores da Colônia Caxias, Anton e seu irmão Wenzel chegaram a esta Colônia em 28/05/1873, tratando-se certamente de um equívoco, visto que os mesmos saíram da Alemanha na data de 07/06/1873. Provavelmente, o mês correto seja julho, ou até mesmo agosto de 1873. Assim sendo, os irmãos Saicek residiam neste ano no Lote nº 30, do Travessão dos Boêmios, que pertencia ao núcleo Forqueta, localizado na 17ª Légua da antiga Colônia de Caxias. Para chegarem nesta colônia, os imigrantes desembarcavam em São Sebastião do Caí, seguiam pela estrada passando pela Feliz, pelo Morro das Batatas e por Alto Feliz, rumo à Picada ou Travessão dos Boêmios.  Pelo fato de Wenzel ser menor de idade, contando com 19 anos na chegada ao Brasil, este deveria ter direito ao seu lote de terras apenas aos 21 anos de idade, no caso o Lote nº 22. O irmão Anton deve ter comprado este lote e, quando Wenzel atingiu a maioridade, tornou-se proprietário do mesmo. 

Em meados de 1877, os pais Franz e Franziska e a irmã Therese foram residir no Lote nº 30, tendo falecido a mãe em 02/06/1879. Por volta de 1891, o pai e a irmã se mudaram, juntamente com a família de seu irmão Wenzel para o município de Lajeado RS. Anton pode ter permanecido em seu lote na Linha dos Boêmios até 1895, vendendo-o, após, a Ferdinando Brambilla, que realizou a sua quitação para com o governo. Mas também pode ter vendido a ele anteriormente, em meados de 1891, a fim de acompanhar os familiares, que partiram para a região de Lajeado, cabendo ao comprador quitar o título posteriormente, o que foi feito no ano de 1895.

Anton Saicek faleceu de morte natural, às 7 horas, aos 60 anos de idade, em 27/08/1906, na Picada Boa Esperança, na época o 6º distrito de Lajeado e que, atualmente, corresponde ao município de Cruzeiro do Sul RS (CRCPN Lajeado, Livro Registro de Óbitos C-3, nº 86, fls. 146 verso e 147). Constou que seria sepultado no Cemitério Católico de Boa Esperança, mas seus restos mortais estão no Cemitério Evangélico (parte separada) da Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS. Solteiro e sem filhos.


Obituário de Anton Saicek – Fonte: Acervo Benno Lermen - Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS


Túmulo de Anton Saicek (*1846 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+27/08/1906 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) – Cemitério Evangélico da Linha Boa Esperança – Foto: Lisete Göller


Lápide do túmulo de Anton Saicek com as inscrições de nascimento e morte – Foto: Lisete Göller


3-Franz Saicek (*1847 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+30/05/1921 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) emigrou com 28 anos, com seus pais e irmãs. Faleceu de morte natural, às 16 horas, aos 74 anos de idade, em seu domicílio (CRCPN Lajeado, Livro Registro de Óbitos C-6, nº 69, fl. 53). Constou que seria sepultado no Cemitério Católico de Boa Esperança, mas seus restos mortais estão no Cemitério Evangélico (parte separada) da Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS. Solteiro e sem filhos. 


Obituário de Franz Saicek Filho – Fonte: Acervo Benno Lermen - Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS


Túmulo de Franz Saicek (*1847 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+30/05/1921 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) – Cemitério Evangélico da Linha Boa Esperança – Foto: Lisete Göller


Lápide do túmulo de Franz Saicek com as inscrições de nascimento e morte – Foto: Lisete Göller


4-Wenceslau (Wenzel) Saicek (*14/05/1854 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+21/10/1926 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) saiu da cidade de Grünwald, na Boêmia, aos 19 anos de idade, com o irmão Anton, partindo do porto de Hamburgo em 07/06/1873, no navio a vapor Santos, de bandeira alemã, sendo proprietária a Empresa de Navegação Hamburgo-América do Sul, consignatário o senhor R. O. Lobedanz, comandado pelo Capitão J. Helms, com destino ao Rio Grande do Sul.


Registro de saída do porto de Hamburgo de Wenceslau e Anton Saicek – Fonte: Ancestry.de


Poster de Hamburg Sudamerikanische Dampfschiffahrts Gesellschaft, proprietária do navio a vapor Santos, sendo este construído por Charles Mitchell & Co e lançado em 10/04/1869. Em 05/12/1871, fez a sua primeira viagem de Hamburgo para a América do Sul. No dia 04/09/1872 o vapor Santos inaugurou provisoriamente a linha de vapores transatlânticos entre Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e Hamburgo, sendo sucedido posteriormente por outros vapores, que rotineiramente faziam escala em Portugal. Os vapores levavam 26 dias desde Lisboa até Rio Grande (Fonte: Jornal O Constitucional (RS), Edição 166, Ano 1872). O vapor Santos foi vendido após 1873 para W. Zoder – Hamburg e renomeado como St. Pauli. Na data de 30/10/1877, encalhou em Lys e foi destruído (Fonte: Wrecksite)


Segundo Os Povoadores da Colônia Caxias, Wenzel e seu irmão Wenzel chegaram a esta Colônia em 28/05/1873, tratando-se certamente de um equívoco, visto que os mesmos saíram da Alemanha na data de 07/06/1873. Provavelmente, o mês correto seja julho ou agosto. Assim sendo, os irmãos Saicek, agricultores, residiam no ano de 1873, no Lote nº 30, do Travessão dos Boêmios, que pertencia ao núcleo Forqueta, localizado na 17ª Légua da antiga Colônia de Caxias. Como já dito, pelo fato de Wenzel ser menor de idade, contando com 19 anos na chegada ao Brasil, este deve ter tido direito ao seu lote de terras apenas aos 21 anos de idade, no caso o Lote nº 22. Este lote deve ter sido adquirido pelo irmão Anton, até que Wenzel chegasse à maioridade.

Nesta época, pela proximidade com a colônia de Picada Feliz, a qual os irmãos Saicek certamente frequentavam, Wenzel conheceu a futura esposa, Maria Catharina Schwind (*09/05/1856 Colônia, Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha/+27/02/1937 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS), filha de Peter Jacob Schwind e Christina Männche, moradores desta picada. O casamento ocorreu em 30/07/1877, às 11 h 30 min, na Capela de São Pedro, na antiga Picada Feliz. Esta capela que ali existia era a Capela de São Pedro da Forqueta. Na atualidade, é a Igreja de São Pedro, na Forqueta Baixa, situada na cidade de Vale Real RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Santo Ignácio da Feliz, Livro de Casamentos nº 1, fl. 1 verso). O casamento foi realizado pelo Vigário Bartholomeu Tiecher, tendo por testemunhas Julio Dresler e o pai do noivo. 


Wenzel Saicek
Maria Catharina Schwind






















Após o casamento religioso, o casal e a filha Guilhermina foram residir no Lote nº 22, do Travessão dos Boêmios, da antiga Colônia de Caxias. No livro Os Povoadores da Colônia Caxias, baseado no Censo de 1882-1884, consta o registro de Wenceslau com 30 anos, a esposa Wilhelminia, com 28 anos e a filha Catharina, com 8 anos. Os nomes da esposa e filha estão trocados evidentemente. Os dados são de 1884, coerentes com as idades dos integrantes da família. Este lote possuía 565.212 m², cujo título provisório foi dado em 27/03/1884, sendo quitado em 1891. Obs.: a grafia Seisckek é a que consta na listagem.


Possivelmente em meados de 1891, ano da quitação dos lotes de Wenzel e de Carl Spintzyk, seu cunhado, que seguiu com a esposa Fanny e a irmã Therese, para Porto Alegre, os Saicek, incluindo-se o pai viúvo e irmãos, mudaram-se para a região de Lajeado RS. Eles se estabeleceram na Linha Boa Esperança, que na época era o 6º distrito de Lajeado. Na atualidade, esta localidade pertence ao município de Cruzeiro do Sul RS.


Wenzel Saicek faleceu de morte natural, aos 72 anos, em sua residência na Linha Boa Esperança. Foi sepultado no Cemitério Evangélico (parte separada) da Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS (CRCPN Cruzeiro do Sul, Livro Registro de Óbitos C-1, nº 33, fls. 55 e verso).


Túmulo de Wenzel Saicek (*14/05/1854 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+21/10/1926 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) – Cemitério Evangélico da Linha Boa Esperança – Foto: Lisete Göller


Lápide do túmulo de Wenzel Saicek, com as inscrições de nascimento e morte – Foto: Lisete Göller


A esposa Maria Catharina Schwind faleceu em sua residência, aos 80 anos de idade, na data de 27/02/1937 (3). Foi sepultada no Cemitério Evangélico (parte separada) da Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS, ao lado do esposo Wenzel Saicek (CRCPN Cruzeiro do Sul, Livro Registro de Óbitos C-2, nº 10, fls. 70 verso e 71). 


Obituário de Maria Catharina Schwind – Fonte: Acervo Benno Lermen - Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS


Túmulo de Maria Catharina Schwind (*09/05/1856 Colônia, Renânia do Norte-Vestfália/+27/02/1937 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) – Cemitério Evangélico da Linha Boa Esperança – Foto: Lisete Göller


Lápide do túmulo de Maria Catharina Schwind, com as inscrições de nascimento e morte – Foto: Lisete Göller


O casal Wenzel e Maria Catharina teve apenas uma filha:

1-1-Guilhermina (Wilhelmina) Saicek (*24/11/1876 Alto Feliz RS/+11/03/1948 Cruzeiro do Sul RS) foi batizada na Igreja Matriz de Santo Ignácio, na antiga Picada Feliz. No registro de batismo, consta como filha natural, sendo por isso usado o sobrenome Schwind (Cúria Porto Alegre, São José do Hortêncio, Livro Batismos nº 3, fl. 217 v). Guilhermina casou-se com o comerciante Arthur Camillo Hoffmann (*09/03/1870 Wiesenthal, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+25/06/1959 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS), filho de David Johann Hoffmann e Caroline Seidel, na data de 07/12/1895 em Lajeado RS (CRCPN Lajeado, Livro Registro de Casamentos B-3, nº 65, fls. 12 e verso). O casal teve os filhos: Irma Malvina, Benno Francisco e Elsa Blondina. A família residia na Linha Boa Esperança, que pertenceu a Lajeado, mas atualmente faz parte do município de Cruzeiro do Sul RS. 


Guilhermina Saicek
Arthur Camillo Hoffmann






















Arthur Camillo Hoffmann tinha 6 anos, quando emigrou de Wiesenthal an der Neisse (Neiße) para o Brasil, com os pais David Johann e Caroline Seidel e o irmão Edmund, com 5 anos, além de Josef Hoffmann, possivelmente tio,  via porto de Hamburgo, na data de 19/05/1876, no navio Buenos Aires, com destino a São Francisco do Sul SC (Fonte: Staatsarchiv Hamburg Auswandererlisten). A família migrou para o Rio Grande do Sul em data indeterminada. O nome da cidade em alemão era Wiesenthal an der Neisse (Neiße); antes de 1883, se chamava Wiedenthal bei Gablonz e, entre 1883 e 1892, Wiesenthal bei Reichenberg. O nome tcheco atual é Lucany nad Nisou, localizada na região de Liberec, distrito de Jablonec nad Nisou (Fonte: List of historical German and Czech names for places in the Czech Republic – Wikipedia).


Vista de Lucany nad Nisou, localizada na região de Liberec, distrito de Jablonec nad Nisou – Foto: Internet


Registro de saída do porto de Hamburgo de Arthur Camillo Hoffmann – Fonte: Ancestry.de


O navio Buenos Aires, lançado em 18/10/1872, pela Hamburg Sud, Alemanha, viajava de Hamburgo para o Brasil, com capacidade para 30 passageiros na primeira classe, 200 passageiros nas demais classes e 56 tripulantes. Naufragou após colisão com a Ilha Rasa, no Rio de Janeiro, na data de 21/07/1890, quando estava carregado de mercadorias (Fonte: Site brasilmergulho.com)

Guilhermina faleceu aos 71 anos de idade e foi sepultada no Cemitério Evangélico (parte separada) da Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS (CRCPN Cruzeiro do Sul, Livro Registro de Óbitos C-11, nº 680, fls. 263 e verso). Arthur Camillo Hoffmann faleceu aos 89 anos de idade, em sua residência, na Linha Boa Esperança, sendo sepultado no mesmo local em que sua esposa foi sepultada (CRCPN Cruzeiro do Sul, Livro Registro de Óbitos C-5, nº 100, fl. 108).


Túmulo de Guilhermina Saicek Hoffmann e Arthur Camillo Hoffmann, no Cemitério Evangélico de Linha Esperança, Cruzeiro do Sul RS – Foto: Lisete Göller



5-Emilia Saicek (*1856 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+Rio Grande do Sul) emigrou aos 20 anos de idade, com seus pais e irmãos. Seu nome não constou no Censo realizado entre 1882-1884, quando a família residia na Linha dos Boêmios. Sem mais notícias.




6-Fanny Saicek (*30/08/1857 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+01/07/1933 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) emigrou aos 18 anos de idade. Casou-se, por volta de 1882, com Carl Spintzyk (*09/02/1852 Schlesien (Silésia), República Tcheca/+29/01/1926 Porto Alegre RS), filho de Alberto e Albertina Spintzyk. Residia com o esposo no Travessão ou Linha dos Boêmios, pertencente ao núcleo Forqueta, na 17ª Légua da antiga Colônia de Caxias. Segundo o Censo de 1882-1884, que consta no livro Os Povoadores da Colônia Caxias, Carl ou Carlos tinha 32 anos, era católico, casado e analfabeto, procedente do Império Alemão (sic), tendo chegado à colônia em 12/04/1882. Recebeu o título provisório em 27/03/1884 do Lote nº 27, possuindo meia colônia, com 280.215 m². Este lote foi quitado em 1891 por Hermann Dreschler (280.216 m²); em 1892, foi quitado por Carlos Hildebrand (140.108 m²) e, em 1893, por Julio Sachini (140.108 m²). Provavelmente após 1891, o casal foi residir na cidade de Porto Alegre, acompanhados da irmã de Fanny, Therese Saicek.

Segundo uma publicação no Jornal A Federação, na Edição de 11/06/1895, sobre o Serviço Eleitoral, referente à 4ª Seção do Município de Porto Alegre, Carlos Spintzyk exercia a profissão de torneiro (Fonte: Hemeroteca do Arquivo Nacional).

Carl Spintzyk faleceu aos 73 anos, de arteriosclerose, às 22 horas, em sua residência, na Rua Almirante Barroso, nº 17, em Porto Alegre RS. Foi sepultado inicialmente num dos cemitérios de Porto Alegre, mas seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério Evangélico de Boa Esperança (parte separada), em Cruzeiro do Sul RS 
(CRCPN Porto Alegre, 4a. Zona, Livro Registro de Óbitos C-125, nº 279, fl. 136 verso).

Pela idade avançada, tendo perdido a irmã Therese e o esposo Carl, Fanny Spintzyk provavelmente tenha voltado à Linha Boa Esperança, para viver com o irmão Wenzel e sua família. Porém, o seu registro de óbito não foi achado em Porto Alegre, Lajeado ou Cruzeiro do Sul. O obituário de Fanny, providenciado pela sobrinha Guilhermina Saicek e o esposo Arthur Hoffmann, residentes na mesma localidade, revela que Fanny faleceu aos 75 anos de idade, por doença cardíaca, sendo que nele não foram mencionados filhos, mas o fato não é conclusivo. No registro de óbito do esposo Carl, também não há menção de filhos. Fanny foi sepultada no Cemitério Evangélico (parte separada) da localidade de Linha Boa Esperança, em Cruzeiro do Sul RS, na mesma sepultura onde se encontram Therese, irmã de Fanny, e o esposo Carl Spintzyk. As datas de nascimento e morte destas três pessoas encontram-se na lápide do referido cemitério, o que foi de grande valia para a pesquisa.


Obituário de Fanny Saicek – Fonte: Acervo Benno Lermen - Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS


Túmulo de Fanny Saicek (*30/08/1857 Grünwald, Gablonz, Boêmia, República Tcheca/+01/07/1933 Linha Boa Esperança, Cruzeiro do Sul RS) e Carl Spintzyk (*09/02/1852 Schlesien (Silésia), República Tcheca/+29/01/1926 Porto Alegre RS) – Cemitério Evangélico da Linha Boa Esperança – Foto: Lisete Göller


Lápide do túmulo de Fanny Saicek e Carl Spintzyk, com as inscrições de nascimento e morte – Foto: Lisete Göller



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(1) pela idade que Anton possuía ao emigrar ao Brasil, teria nascido em 1843 ou 1844; como no Censo de 1882-1883, ele teria 40 anos de idade, enquanto que sua irmã Therese teria 41, nascida esta em 24/02/1842, o ano do recenseamento seria o de 1883, logo, Anton teria nascido em 1843; no registro de óbito consta que teria 63 anos de idade, o que levaria aos anos prováveis de nascimento de 1842 ou 1843; no seu obituário consta a idade de 63 anos, podendo ter nascido nestes mesmos anos. Apenas em sua lápide consta o ano de 1846. Por estas razões, concluiu-se que o ano provável de nascimento é o de 1843.

(2) na lápide de Anton Saicek, a data de óbito consta como sendo 28/08/1906, enquanto que no registro de seu óbito consta a data de falecimento em 27/08/1906. Provavelmente, a data que consta na lápide é a de seu sepultamento.

(3) na lápide de Maria Catharina Schwind consta 06/03/1937 como sendo a data de falecimento, porém no seu registro de óbito consta a data de 27/02/1937, prevalecendo a data deste registro.


Fontes de Pesquisa:


1-Acervo Benno Lermen - Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS
2-Entrada de Colonos em Nova Petrópolis – 1865 a 1878 – Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul – Códice C-050
3- Hemeroteca do Arquivo Nacional
4-Livros Eclesiásticos da Cúria Metropolitana de Porto Alegre
5-Livros dos Registros Civis do Site do Familysearch
6-Mapas de Colônias Alemãs e Italianas no Rio Grande do Sul – Otávio Boni Licht e Colaboradores, Instituto de Informática da UFRGS e Google Maps
7-Os Povoadores da Colônia Caxias, de Mário Gardelin e Rovílio Costa
8-Site do Ancestry.de
9-Site brasilmergulho.com
10-Site Wikipedia