Cônego Albino Schmitz Juchem (*10/05/1892 Arroio do Meio RS/+30/04/1965 Venâncio Aires RS)
O Cônego Albino Juchem era filho de Carlos Juchem e Barbara Schmitz, neto de Nicolau Schmitz e Anna Maria Schmitz e bisneto de Johann Peter Schmitz e Elisabetha Dapper. Seus avós e bisavós foram imigrantes vindos de Sosberg, Renânia-Palatinado, Alemanha, que chegaram ao Brasil em 1854.
Ele e seu irmão gêmeo, o Cônego Reinaldo Juchem, têm a nos revelar uma surpreendente história, que vem desde a data de seus nascimentos. Em 10/05/1892, os pais Carlos Juchem e Barbara Schmitz tiveram gêmeos que, devido ao perigo de vida, foram batizados por Eva Deves Loch com água de socorro. Levados no dia seguinte ao oratório de La Vendelino, na paróquia de Lajeado, para suprimento das cerimônias do batismo, estes receberam os nomes de Albino e Reinaldo. Vinte e quatro anos mais tarde, no dia 25/04/1916, os gêmeos receberam juntos a ordenação sacerdotal e, mais tarde, foram nomeados cônegos.
O Cônego Albino foi pároco quase toda a sua vida sacerdotal em Venâncio Aires. Foi nomeado Padre Coadjutor no dia 20/01/1917, depois vigário da Paróquia em 20/01/1919, tendo abençoado o lançamento da pedra fundamental da nova igreja na data de 14/01/1929. A sua liderança foi fundamental para a construção da nova Igreja Matriz de São Sebastião Mártir, cujo projeto foi elaborado pelo arquiteto Simão Gramlich. Esta foi considerada a maior igreja em estilo neogótico da América Latina. Além do aspecto religioso, na condução da Paróquia de São Sebastião Mártir, o Cônego Albino contribuiu enormemente para o desenvolvimento do município, através de sua colaboração na fundação e desenvolvimento de entidades como o Hospital São Sebastião Mártir, o Colégio Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida, a Escola Estadual Cônego Albino Juchem, a maior escola do município, o Centro Promocional João XXIII e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
A Igreja Matriz de São Sebastião Mártir – Foto: Evandro in Blog Retratos do Meu Jardim |
No dia 27/04/2015, recebeu homenagens póstumas em Sessão Solene, por parte da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires. Neste mesmo ano, ocorreram diversas atividades que ressaltaram a vida e a obra do Cônego Albino Juchem, trabalho este que realizou durante 50 anos, sempre em prol da comunidade do município. Por sua vez, Venâncio Aires já havia retribuído a sua grandeza e generosidade, dando-lhe há muitos anos o título de cidadão venâncio-airense, através da Lei nº 548, de 29/04/1965.
O Cônego Albino Juchem passou seus últimos anos em companhia do irmão gêmeo, Cônego Reinaldo Juchem, em Venâncio Aires, até seu falecimento em 30/04/1965.
Junto à fachada da belíssima Igreja Matriz de São Sebastião Mártir, além do busto do sacerdote, inaugurado em 30 de abril de 1970, encontram-se duas placas em granito que homenageiam o sacerdote. Uma delas apresenta os seguintes dizeres: ‘Ao pioneiro da civilização Venancioairense Cônego ALBINO JUCHEM quedam-se respeitosos teus paroquianos plasmando na pedra sua homenagem de carinho e gratidão. V. Aires 30-04-70’ (2).
Placas que homenageiam o Cônego Albino Juchem diante da Igreja Matriz de São Sebastião Mártir – Foto: Evandro in Blog Retratos do Meu Jardim |
(1) Fonte: Blog da Família Juchem.
(2) Fonte: Blog Retratos do Meu Jardim - Autor: Evandro Santos.
Cônego Reinaldo Schmitz Juchem (*10/05/1892 Arroio do Meio RS/+Venâncio Aires RS)
O Cônego Reinaldo Juchem, sacerdote diocesano, irmão gêmeo do Cônego Albino Juchem, nascido em 10/05/1892, na Forqueta, em Arroio do Meio RS, foi ordenado padre em 25/04/1916. Exerceu o ministério na Igreja do Bom Fim (Porto Alegre), em 27/01/1917, depois em Bom Jardim (Ivoti), na data de 31/12/1917, em Montenegro, em 03/05/1919, após em Canoas, em 26/02/1920 e, finalmente, em Estrela, onde recebeu o título honorífico de Cônego. Foi o nono pároco de Santo Antônio de Estrela, de 31/12/1937 a 06/01/1957, sendo esta a gestão mais longa conhecida.
O sacerdote exerceu um importante papel no desenvolvimento das comunidades onde atuou. A antiga Igreja de São Luiz Gonzaga de Canoas, inaugurada em 21/06/1898, estava em péssimas condições de conservação, tendo as duas torres sido condenadas a serem demolidas sob o risco de ruir. No ano de 1924, o vigário Padre Reinaldo Juchem, com a colaboração das senhoras canoenses e porto-alegrenses, decidiram pela construção de um novo templo. Foi adquirido o terreno na Praça da Bandeira e começada a construção da igreja, através de recursos angariados com muita dificuldade, apoiados pela comunidade. Na Páscoa de 1931, foi realizada a primeira missa, mesmo sem ter sido concluída. A finalização foi possível com o correr dos anos, tendi sido reformada em 1978.
A partir da ideia que partilhava com o Padre Jerônimo Braun, capelão do Hospital de Estrela, de que era importante a formação de professores e lideranças rurais através de uma Escola Normal Rural, objetivando fixar o homem no campo e impedir o êxodo rural, a mesma foi viabilizada em 1955, através da contribuição destes sacerdotes e dos integrantes de uma comissão formada por lideranças estrelenses, sendo inaugurada em 15/03/1959 pela Arquidiocese de Porto Alegre a Escola Normal Rural Estrela da Manhã, mantida pela Mitra Arquidiocesana, em convênio com o governo estadual.
Escola Normal Rural Estrela da Manhã – Foto: Memorial da Aepan - ONG |
Numa homenagem da Câmara de Vereadores da cidade de Estrela, o Cônego Reinaldo Juchen – tornou-se nome de rua, situada no Bairro da Auxiliadora, de acordo com a Lei nº 1.627, de 28/12/1979.
O Cônego Reinaldo passou seus últimos anos em companhia do irmão gêmeo Albino em Venâncio Aires, onde ambos faleceram. Ele morava num dos quartos do Hospital São Sebastião Mártir, onde era Capelão.
Fontes: Estrela Ontem e Hoje - Autor: José Alfredo Schierholt - 2002; informações de Solange Hamester Johann.