A ORIGEM DO SOBRENOME ABARNO
O sobrenome italiano Abarno é de origem patronímica, derivando-se do nome pessoal do portador original do nome. Acredita-se que o sobrenome deriva-se de “Barno”, uma variação do nome Barnaba, que se deriva do latim “Barnabas”, o qual finalmente se deriva do aramaico Bar’ nabia, composto dos elementos “bar”, significando filho e “nabia” significando consolação. O nome Barnaba espalhou-se por causa da devoção a São Barnabé que, de acordo com o Novo Testamento, originalmente tinha o nome de José e, mais tarde, foi dado a ele pelos apóstolos o nome de Barnabas, ou Barnabé, no português. Portanto, o sobrenome Abarno significa “o filho ou o descendente de Barno” e é resultado do acréscimo da letra inicial “a” que se uniu à palavra.
Nota: nos registros civis mais antigos de San Fele, a grafia aparece também como Abbarno.
O Brasão DO SOBRENOME ABARNO
AS ORIGENS
Os antepassados da família Abarno são oriundos da cidade de San Fele, Província de Potenza, na região italiana da Basilicata.
A CIDADE DE SAN FELE
San Fele teve seu início no ano de 969, não como uma cidade, mas como um castelo-fortaleza contra os Bizantinos. Foi-lhe dado o nome de San Fele, porque os primeiros construtores eram da cidade de Venosa (cidade da Província de Potenza) que foi erigida sob a proteção deste Santo. Do antigo castelo, existem apenas algumas ruínas. O criador e fundador do castelo foi Otto I da Saxônia. Após setenta anos da existência do castelo-fortaleza, surgiram as primeiras casas da aldeia, junto às suas muralhas. San Fele ergue-se sobre uma montanha a 937 m de altitude, entre os montes Castello e Torretta, na parte ocidental de Potenza, sendo um importante centro zootécnico, com grande potencial turístico.
Vista de San Fele |
Localização de San Fele na Província de Potenza |
Vídeo realizado por Alberto Nigro e colaboradores:
1881 - A EMIGRAÇÃO DE FRANCESCO ABARNO E DOS FILHOS VITOR (VITO) ABARNO E NICOLA ABARNO
A informação mais antiga de que se dispõe é a de que Vitor Abarno emigrou da Itália, chegando à América através do Rio da Prata no ano de 1874, estabelecendo-se na cidade de Salto, Uruguai. No ano de 1879, casou-se com a uruguaia Manuela Ygnacia Barbita Savia, filha de italianos, radicando-se, após o casamento, na cidade brasileira de Quarai RS. No ano de 1881, ele retornou à cidade-natal de San Fele, com a pretensão provavelmente de trazer a sua família para morar na América. Na listagem do relatório de saída da cidade de San Fele para a América do ano de 1881, constaram os nomes de Francesco Abarno e de quatro de seus seis filhos:
Nº 1 - Abarno Francesco fu Carlo a. 60, figli Feliciana 45, Maria Emanuela 40, Giuseppe 32 cgto Angela Maria Trotta di Giuseppe a. 22, Vito a. 36, C. da Verdesca.
Na verdade, todos estes membros da família Abarno não chegaram a emigrar, mas tão somente os que estão em negrito (recurso empregado no livro de onde foi retirado o registro, que neste texto está sublinhado). Este registro diz respeito ao trisavô Francesco Abarno, filho do falecido Carlo (a idade de Francesco conflita com outros documentos), a filha solteira Feliciana, que era costureira, falecida na data de 02/11/1882 em San Fele; Maria Emmannuela, freira, falecida em 10/12/1886 em San Fele; Giuseppe e a esposa Angela Maria Trotta (pai Giuseppe Trotta), casados em 05/02/1881, permaneceram em San Fele, onde tiveram doze filhos. Após o falecimento de Angela, Giuseppe casou-se novamente, falecendo este no ano de 1915 em San Fele. Vitor (Vito/Victor) era o filho de Francesco que morava na América (há também divergências com relação à sua idade). A Contrada da Verdesca ou Strada Verdesca ou Via Verdesca era o endereço onde os Abarno residiam. O grifo na relação (neste texto está sublinhado), conforme já explicado, corresponde aos emigrantes que realmente partiram: Francesco e Vito Abarno.
As listagens desta pesquisa foram obtidas do Site da Sociedade San Felese de New Jersey, EUA, a qual se baseou no livro do Professor Pietro Stia, nascido e residente em San Fele, intitulado “San Fele La Grande Emigrazione”, que trata dos impactos culturais e econômicos que a emigração causou à cidade na segunda metade do Século XIX, incluindo também listagens de emigrantes, as quais foram parcialmente utilizadas pela referida Sociedade. A pesquisadora entrou em contato com o Presidente desta Sociedade americana, Sr. Thomas Frascella, o qual prestou alguns esclarecimentos importantes. Por exemplo, era uma prática comum as pessoas emigrarem em busca de trabalho nas Américas, não necessariamente para migrar em definitivo. Assim, os sanfeleses emigravam, voltavam a San Fele e retornavam ao continente americano seguidamente. Por esta razão é que algumas pessoas aparecem várias vezes nos relatórios de saída. Conforme Frascella, tendo em mãos o livro do Prof. Stia: “No livro alguns nomes estão realçados, os nomes em cada entrada e, às vezes, um ou mais dos sobrenomes estão em negrito. No caso de Francesco Abarno, de 60 anos em 1881, seu nome está realçado como o de Vito, de 36 anos, que também está em negrito, indicando que estavam saindo ou saíram juntos, segundo os registros da cidade naquele ano. Só estes dois nomes daquela entrada estão em negrito”.
No mesmo relatório de saída de San Fele vemos:
Nº 4 - Abarno Nicola di Francesco cgto Angela Maria de Vico fu Nicola, figli Maria Antonia 10, Francescantonio 4, C. da Verdesca.
Na listagem do relatório de saída de emigrantes de 1887 vemos:
Nº 1 - Abarno Francesco fu Carlo a. 71 Bue Air 10 Feb.
Francesco Abarno (filho do falecido Carlo), com destino a Buenos Aires, partida prevista em 10/02/1887.
Nº 52 - de Vico Angela Maria fu Nicola a. 38 con figli Abarno Maria Nicola a. 14 e Francesco a. 10 Bue Air 8 Feb.
Angela Maria de Vico (filha do falecido Nicola), com os filhos (aqui há uma confusão, pois em lugar de Mariantonia é colocado o nome Maria Nicola), a filha com 14 anos e Francesco (Francescantonio) com 10 anos, com destino a Buenos Aires, com partida prevista em 08/02/1887. Obs.: na Itália, usa-se o sobrenome antes do nome, para designar uma pessoa.
Obs.: o grifo encontra-se no livro do Professor Stia, mas neste texto está sublinhado.
Complementa o Sr. Frascella: “A respeito da entrada de Vico, etc., Maria e Francesco estão realçados no livro, o que significa que eles estão de saída por si só ou com a pessoa principal”. Tendo em vista estes fatos, Francesco Abarno teria retornado a San Fele depois de 1881, provavelmente em 1886, partindo novamente para a América do Sul, desta vez acompanhado da nora e dos netos. Eles partiram de San Fele para Buenos Aires no navio Umberto I. Este navio chegava a fazer um percurso primeiramente de Nápoles a Gênova, de onde partia para a América, detalhe obtido pela análise de um acidente que aconteceu durante este percurso em outubro de 1887. Os emigrantes partiam de trem de San Fele para Nápoles.
A informação mais antiga de que se dispõe é a de que Vitor Abarno emigrou da Itália, chegando à América através do Rio da Prata no ano de 1874, estabelecendo-se na cidade de Salto, Uruguai. No ano de 1879, casou-se com a uruguaia Manuela Ygnacia Barbita Savia, filha de italianos, radicando-se, após o casamento, na cidade brasileira de Quarai RS. No ano de 1881, ele retornou à cidade-natal de San Fele, com a pretensão provavelmente de trazer a sua família para morar na América. Na listagem do relatório de saída da cidade de San Fele para a América do ano de 1881, constaram os nomes de Francesco Abarno e de quatro de seus seis filhos:
Nº 1 - Abarno Francesco fu Carlo a. 60, figli Feliciana 45, Maria Emanuela 40, Giuseppe 32 cgto Angela Maria Trotta di Giuseppe a. 22, Vito a. 36, C. da Verdesca.
Na verdade, todos estes membros da família Abarno não chegaram a emigrar, mas tão somente os que estão em negrito (recurso empregado no livro de onde foi retirado o registro, que neste texto está sublinhado). Este registro diz respeito ao trisavô Francesco Abarno, filho do falecido Carlo (a idade de Francesco conflita com outros documentos), a filha solteira Feliciana, que era costureira, falecida na data de 02/11/1882 em San Fele; Maria Emmannuela, freira, falecida em 10/12/1886 em San Fele; Giuseppe e a esposa Angela Maria Trotta (pai Giuseppe Trotta), casados em 05/02/1881, permaneceram em San Fele, onde tiveram doze filhos. Após o falecimento de Angela, Giuseppe casou-se novamente, falecendo este no ano de 1915 em San Fele. Vitor (Vito/Victor) era o filho de Francesco que morava na América (há também divergências com relação à sua idade). A Contrada da Verdesca ou Strada Verdesca ou Via Verdesca era o endereço onde os Abarno residiam. O grifo na relação (neste texto está sublinhado), conforme já explicado, corresponde aos emigrantes que realmente partiram: Francesco e Vito Abarno.
As listagens desta pesquisa foram obtidas do Site da Sociedade San Felese de New Jersey, EUA, a qual se baseou no livro do Professor Pietro Stia, nascido e residente em San Fele, intitulado “San Fele La Grande Emigrazione”, que trata dos impactos culturais e econômicos que a emigração causou à cidade na segunda metade do Século XIX, incluindo também listagens de emigrantes, as quais foram parcialmente utilizadas pela referida Sociedade. A pesquisadora entrou em contato com o Presidente desta Sociedade americana, Sr. Thomas Frascella, o qual prestou alguns esclarecimentos importantes. Por exemplo, era uma prática comum as pessoas emigrarem em busca de trabalho nas Américas, não necessariamente para migrar em definitivo. Assim, os sanfeleses emigravam, voltavam a San Fele e retornavam ao continente americano seguidamente. Por esta razão é que algumas pessoas aparecem várias vezes nos relatórios de saída. Conforme Frascella, tendo em mãos o livro do Prof. Stia: “No livro alguns nomes estão realçados, os nomes em cada entrada e, às vezes, um ou mais dos sobrenomes estão em negrito. No caso de Francesco Abarno, de 60 anos em 1881, seu nome está realçado como o de Vito, de 36 anos, que também está em negrito, indicando que estavam saindo ou saíram juntos, segundo os registros da cidade naquele ano. Só estes dois nomes daquela entrada estão em negrito”.
No mesmo relatório de saída de San Fele vemos:
Nº 4 - Abarno Nicola di Francesco cgto Angela Maria de Vico fu Nicola, figli Maria Antonia 10, Francescantonio 4, C. da Verdesca.
Nicola Abarno, filho de Francesco, casado com Angela Maria de Vico (pai falecido Nicola de Vico), com os dois filhos sobreviventes (as outras três filhas faleceram na infância) e residentes na Contrada da Verdesca. Continua o Sr. Frascella: “No caso de Nicola Abarno, ele é único em negrito naquela entrada, então eu afirmo que ele deixou os outros para trás”. Obs.: o nome que estava em negrito neste texto está sublinhado.
Nicola partiu sem a mulher e os filhos, juntamente com o pai Francesco e o irmão Vitor. Os três devem ter desembarcado no porto de Buenos Aires, pois os emigrantes normalmente entravam na América do Sul através do porto da capital argentina. Os registros de chegada de passageiros imigrantes pesquisados através de entidades especializadas abrangeram os anos de 1882 a 1960. Não foi encontrado até o momento o registro de chegada de Nicola Abarno, seu pai Francesco e o irmão Vitor, por não ter sido encontrada a listagem de 1881. Quanto ao Uruguai, consultado o Archivo General de la Nación, situado em Montevidéu, este declarou que somente possui uma base de dados sobre imigrantes entre os anos de 1840 a 1870. Informou, ainda, que no período de 1880 a 1900, houve um incêndio que destruiu praticamente toda a documentação migratória deste período.
Segundo relato de Leone Di Benedetto, genro de Nicola Abarno, este partiu para a América no ano de 1881 e, depois de residir no Uruguai, veio para o Rio Grande do Sul, onde exerceu a profissão de comerciante ambulante, fixando-se por último na cidade de Alegrete, na Rua Bento Manuel, esquina com a Rua Floriano Peixoto. Sua mulher e filhos ficaram esquecidos na Itália por muitos anos, contando estes apenas com o produto do trabalho de Angela Maria de Vico como meio de subsistência. Anos mais tarde, graças ao seu trabalho e ao auxílio de parentes, a família viajou para a América em 1887, a fim de procurar por aquele que os havia esquecido, e que já havia constituído uma família clandestina (Arquivo Público do RS, Ação de Sonegados, Nº 1921, Ano 1900, Alegrete, 24/08/1900).
Depois de chegarem à América, Nicola, o pai Francesco e o irmão Vitor foram para a cidade de Salto, Uruguai, onde a esposa deste último, grávida da segunda filha, Gavina Abarno, o esperava, ao lado da primeira filha, Angela Maria. Porém, Vitor possuía residência e negócios na cidade de Quarai no Rio Grande do Sul. Na certidão de nascimento da filha Gavina Abarno, cujo registro foi feito na data de 24/02/1882 pela sogra em Salto, Uruguai, esta afirma que o pai Vitor Abarno estava residindo na cidade de Quarai. Francesco e o filho Nicola acompanharam Vitor e sua família até esta cidade do Rio Grande do Sul, onde Nicola exerceu a profissão de comerciante ambulante. Em meados de 1882, Nicola radicou-se na cidade de Alegrete RS, estabelecendo a sua casa de negócios. Conforme o livro Gli Italiani Residenti in Salto, citado anteriormente, Vitor teria vindo morar em Salto neste mesmo ano. O pai Francesco provavelmente tenha acompanhado o filho neste retorno, antes de voltar à Itália em ano ignorado. No ano de 1887, trouxe à América a nora Angela Maria de Vico e os netos Maria Antonia e Francesco Antonio, filhos de Nicola Abarno.
1887 - A SEGUNDA EMIGRAÇÃO DE FRANCESCO ABARNO, A NORA ANGELA MARIA DE VICO ABARNO E OS NETOS MARIANTONIA E FRANCESCANTONIO ABARNO
Na listagem do relatório de saída de emigrantes de 1887 vemos:
Nº 1 - Abarno Francesco fu Carlo a. 71 Bue Air 10 Feb.
Francesco Abarno (filho do falecido Carlo), com destino a Buenos Aires, partida prevista em 10/02/1887.
Nº 52 - de Vico Angela Maria fu Nicola a. 38 con figli Abarno Maria Nicola a. 14 e Francesco a. 10 Bue Air 8 Feb.
Angela Maria de Vico (filha do falecido Nicola), com os filhos (aqui há uma confusão, pois em lugar de Mariantonia é colocado o nome Maria Nicola), a filha com 14 anos e Francesco (Francescantonio) com 10 anos, com destino a Buenos Aires, com partida prevista em 08/02/1887. Obs.: na Itália, usa-se o sobrenome antes do nome, para designar uma pessoa.
Obs.: o grifo encontra-se no livro do Professor Stia, mas neste texto está sublinhado.
Complementa o Sr. Frascella: “A respeito da entrada de Vico, etc., Maria e Francesco estão realçados no livro, o que significa que eles estão de saída por si só ou com a pessoa principal”. Tendo em vista estes fatos, Francesco Abarno teria retornado a San Fele depois de 1881, provavelmente em 1886, partindo novamente para a América do Sul, desta vez acompanhado da nora e dos netos. Eles partiram de San Fele para Buenos Aires no navio Umberto I. Este navio chegava a fazer um percurso primeiramente de Nápoles a Gênova, de onde partia para a América, detalhe obtido pela análise de um acidente que aconteceu durante este percurso em outubro de 1887. Os emigrantes partiam de trem de San Fele para Nápoles.
Centro de Estudios Migratorios Latinoamericanos – CEMLA – Buenos Aires, Argentina
Registro de chegada de Francesco Abarno (clicar na foto para melhor visualização):
Appelido y Nombre: Abarno, Francesco, Edad: 71, Estado Civil: V (viúvo), Professión: agricultor, Religión: Catolica, Nacionalidad: Italiana, Barco: Umberto I, Procedencia: Genova, Fecha de Arrivo/Puerto: 01/05/1887 – Buenos Aires, Nacido en: Desconocido.
Registro de chegada de Angela Mª de Vico e filhos (clicar na foto para melhor visualização):
Appelido y Nombre: De Vico, Angela, Edad: 38, Estado Civil: C (casada), Professión: Jornalero (trabalhadora), Religión: Catolica, Nacionalidad: Italiana, Barco: Umberto I, Procedencia: Genova, Fecha de Arrivo/Puerto: 01/05/1887 – Buenos Aires, Nacido en: Desconocido.
Appelido y Nombre: De Vico, Francesco, Edad: 10, Estado Civil: S (solteiro), Professión: Desconocida, Religión: Catolica, Nacionalidad: Italiana, Barco: Umberto I, Procedencia: Genova, Fecha de Arrivo/Puerto: 01/05/1887 – Buenos Aires, Nacido en: Desconocido.
Appelido y Nombre: De Vico, Maria, Edad: 14, Estado Civil: S (solteiro), Professión: Desconocida, Religión: Catolica, Nacionalidad: Italiana, Barco: Umberto I, Procedencia: Genova, Fecha de Arrivo/Puerto: 01/05/1887 – Buenos Aires, Nacido en: Desconocido.
Centro Altreitalie, Globus et Locus, Torino, Itália
Registro de chegada de Francesco Abarno (clicar na foto para melhor visualização):
Cognome: Abarno, Nome: Francesco, Età: 71, Sesso: M, Stato Civile: Vedovo, Professione: Agricultore, Religione: Cattolico, Porto: Genova, Nave: Umberto I, Data di Arrivo: 13/05/1887, Istruzione: Sa (sabe ler).
Registro de chegada de Angela Mª de Vico e filhos (clicar na foto para melhor visualização):
Cognome: De Vico, Nome: Angela, Età: 38, Sesso: F, Stato Civile: Sposata, Professione: "Jornalero", Religione: Cattolico, Porto: Genova, Nave: Umberto I, Data di Arrivo: 13/05/1887, Istruzione: Sa (sabe ler).
Cognome: De Vico, Nome: Maria, Età: 14, Sesso: F, Stato Civile: Nubile, Professione: “Sinprofesi”, Religione: Cattolico, Porto: Genova, Nave: Umberto I, Data di Arrivo: 13/05/1887, Istruzione: Non sa (não sabe ler).
Cognome: De Vico, Nome: Francesco, Età: 10, Sesso: M, Stato Civile: Celibe, Professione: - , Religione: Cattolico, Porto: Genova, Nave: Umberto I, Data di Arrivo: 13/05/1887, Istruzione: Non sa (não sabe ler).
Nota 1: as idades de Angela e Maria apresentam divergências. A profissão de Angela Maria (Jornalero) não foi traduzida para o italiano, permanecendo a palavra em castelhano, que significa trabalhador diarista. A profissão de Francesco foi descrita como agricultor, ao invés de ferreiro (fabbro ferraio), mas havia o fato de que os agricultores imigrantes gozavam de privilégios especiais.
Nota 2: as datas de chegada em Buenos Aires de cada Instituição diferem entre si: 01/05/1887 e 13/05/1887. A ampla base de dados do CEMLA, que é Argentina, parece-nos mais próxima da realidade, sendo, portanto, a primeira data a mais confiável. Como a viagem durava 22 dias, a família Abarno deve ter realmente partido de Gênova no final do mês de março de 1887.
Nota 3: Centro Altreitalie: para a Argentina há dados no período de 1882 a 1920. CEMLA: os dados abrangem o período de 1882 a 1960.
Nota 4: os imigrantes que residiram na fronteira do Rio Grande do Sul, pelo menos a maior parte, chegaram ao Brasil via Argentina. Ler a matéria do navio Umberto I de bandeira italiana que fazia este roteiro.
Após a chegada a Buenos Aires, onde devem ter ficado por algum tempo, Francesco Abarno, Angela Maria de Vico, Mariantonia Abarno e Francescantonio Abarno seguiram para a cidade de Salto, Uruguai, ao encontro de Vitor, que lá residia com a família. Em 03/10/1888, Francesco é referido como o pai adotivo de Mariantonia Abarno, no casamento desta com Leone Di Benedetto, declarando para este fim o seu consentimento. O matrimônio ocorreu na cidade de Salto. Na época do nascimento dos netos Carlos Abarno (*17/03/1893), Francisco Abarno (*22/05/1894) e Maria Luisa Abarno (*19/08/1896), Francesco estava residindo na Itália, conforme os registros de seus nascimentos. Ele voltaria para a América somente em 06/07/1898, no navio Perseo, que atracou no porto de Buenos Aires, ano este em que a nora Angela Maria e a segunda esposa, Vita Maria Vincenza Tauriello, já haviam falecido, a primeira em Quaraí e a segunda em San Fele. Francisco Abarno faleceu em 25/04/1900 na cidade de Alegrete RS.
Nota 2: as datas de chegada em Buenos Aires de cada Instituição diferem entre si: 01/05/1887 e 13/05/1887. A ampla base de dados do CEMLA, que é Argentina, parece-nos mais próxima da realidade, sendo, portanto, a primeira data a mais confiável. Como a viagem durava 22 dias, a família Abarno deve ter realmente partido de Gênova no final do mês de março de 1887.
Nota 3: Centro Altreitalie: para a Argentina há dados no período de 1882 a 1920. CEMLA: os dados abrangem o período de 1882 a 1960.
Nota 4: os imigrantes que residiram na fronteira do Rio Grande do Sul, pelo menos a maior parte, chegaram ao Brasil via Argentina. Ler a matéria do navio Umberto I de bandeira italiana que fazia este roteiro.
Após a chegada a Buenos Aires, onde devem ter ficado por algum tempo, Francesco Abarno, Angela Maria de Vico, Mariantonia Abarno e Francescantonio Abarno seguiram para a cidade de Salto, Uruguai, ao encontro de Vitor, que lá residia com a família. Em 03/10/1888, Francesco é referido como o pai adotivo de Mariantonia Abarno, no casamento desta com Leone Di Benedetto, declarando para este fim o seu consentimento. O matrimônio ocorreu na cidade de Salto. Na época do nascimento dos netos Carlos Abarno (*17/03/1893), Francisco Abarno (*22/05/1894) e Maria Luisa Abarno (*19/08/1896), Francesco estava residindo na Itália, conforme os registros de seus nascimentos. Ele voltaria para a América somente em 06/07/1898, no navio Perseo, que atracou no porto de Buenos Aires, ano este em que a nora Angela Maria e a segunda esposa, Vita Maria Vincenza Tauriello, já haviam falecido, a primeira em Quaraí e a segunda em San Fele. Francisco Abarno faleceu em 25/04/1900 na cidade de Alegrete RS.
Imigrantes recém-chegados a Buenos Aires (Foto: Coleção de Frank e Frances Carpenter) |
O NAVIO HUMBERTO I 1878 – 1917
Artigo publicado no jornal A Tribuna de Santos em 20/02/1992
O Umberto I é visto aqui atracado no porto de Livorno (Itália) por volta de 1898 |
A Societá Rocco Piaggio & Figli - fundada em Gênova (Itália), em 1870, pelo armador Rocco Piaggio - havia sido constituída para explorar uma linha de passageiros entre a Itália e a América do Sul, na época pioneira da emigração italiana para o Brasil e o Prata. O início modesto era condicionado pelos poucos recursos financeiros disponíveis e só permitia a entrada em serviço de um navio de linha. Era este o Ester, construído no Estaleiro de Briasco, em Sestri Ponente, no mesmo ano da fundação da companhia. Era um clipper de madeira de apenas 807 t.a.b., que inaugurou o serviço em outubro, saindo de Gênova para Nápoles, Rio de Janeiro, Montevidéu, Buenos Aires, Rosário e Assunção, fazendo a viagem com apenas seis nós por hora de velocidade e levando dois meses para realizar só a ida. Em 1880, rebatizado Pampa, o navio pioneiro foi destruído por um incêndio no porto de Santos. No entretempo, a Rocco Piaggio havia comprado outros navios de segunda mão e colocado os mesmos na linha sul-americana. Eram estes o Columbia, o Ester, o Maria e o L'Italia.
Novo navio - Em 1878, fora encomendado, aos estaleiros MacMillan, na Escócia, um navio que deveria permitir à companhia enfrentar a concorrência na rentável linha de emigrantes. No mesmo ano, no mês de agosto, foi lançado ao mar, batizado com o nome de Umberto I (numa homenagem ao rei italiano de então) e, no mês de dezembro iniciou a sua viagem inaugural, entre Gênova e Buenos Aires, com o casco branco e sob o comando do capitão Merlani. Com uma circular - datada de 1º de julho de 1872 e assinada pelo Sr. Bartolomé Bignone, italiano emigrado e proprietário de terras na Argentina - fazia-se um convite publicitário destinado àqueles que tinham a intenção de partir para a América do Sul. Esta circular era distribuída nas regiões italianas através do agente do Sr. Bignone, um tal Pellegrino Buscaglia, de Gênova, e dava uma ideia do pensamento existente na época em Buenos Aires em relação à imigração. Transcrevemos aqui alguns pontos desta circular:
O abaixo assinado, Bartolomé Bignone, encorajado pela absoluta falta de braços que se faz sentir na República Argentina, como também por um decreto-lei do governo argentino que protege o imigrante, e na consideração que uma nova era de paz e progresso é iniciada para esta república, estabeleceu um grande escritório, onde, ao chegarem, as famílias de imigrantes possam rapidamente encontrar trabalho nas províncias deste país. A falta de braços na agricultura é muito grande, sobretudo nas regiões onde a ferrovia estendeu a sua presença no interior do país. O clima é muito saudável e os terrenos, férteis. A colocação (dos colonos) é gratuita, assim como o são o transporte ferroviário ou de barco para aqueles que queiram de Buenos Aires prosseguir com destino a uma colônia no interior; tais pessoas devem, porém, imediatamente avisar nossa agente no momento da atracação de seus navios em Buenos Aires.
As vantagens mencionadas são dadas preferencialmente a:
1)aqueles que sejam agricultores não idosos e que possuam família;
2)aqueles que tenham uma profissão, como carpinteiro, ferreiro, operário de construção, operário de máquinas;
3)aqueles que possuam um certificado de boa conduta e de profissão emitido por autoridade local italiana;
4)aqueles que não tenham cumprido alguma pena de prisão.
Serão excluídos automaticamente os aleijados e os que não puderem trabalhar por razões médicas.
Antes da criação, na Itália, da agência oficial Comissariado Geral para a Emigração, era assim que vinham sendo recrutados aqueles que sonhavam com uma nova vida nas Américas, homens que embarcavam em navios como o Umberto I.
Na NGI - O Umberto I realizava a viagem Gênova - Rio de Janeiro - Santos-Montevidéu e Buenos Aires em 22 dias e, até 1885, data de sua incorporação à NGI, foram realizadas mais de 40 viagens redondas (ida e volta) na Rota de Ouro e Prata. Em julho de 1885, a companhia Rocco Piaggio foi absorvida pela Navigazione Generale Italiana, e o Umberto I, junto com outros quatro navios, passou para as cores preta e branca do novo armador, continuando, porém, a servir a linha para a América do Sul.
Em outubro de 1887, o Umberto I encalhou na costa tirrênica, quando em viagem de Nápoles a Gênova. Foi safado da incômoda situação alguns dias depois por rebocadores e conduzido em seguida até La Spezia, onde sofreu reparos aos danos. No verão de 1896, sob o comando do capitão Chiodo, o Umberto I realizou o que na época constituía uma verdadeira novidade no Mediterrâneo, ou seja, uma viagem-cruzeiro de luxo que o levou a diversos portos da Espanha, do Marrocos, da Tunísia e da Sicília. Dois anos antes, ele havia sido retirado da rota sul-americana e empregado na linha que ligava Gênova a Alexandria, no Egito, linha esta que havia sido concedida à NGI em 1893, junto com outras de importância média. Tais concessões faziam parte da reforma iniciada em 1891 pelo governo italiano, reforma destinada à melhoria das ligações marítimas entre o reino e outros países. O Umberto I permaneceu em serviço nessa rota mediterrânea até o ano de 1910, quando foi cedido pela NGI a outra empresa de navegação italiana, a Societá Nazionale di Servizi Maritimi (SNSM). Cabe notar que, além do Umberto I, nada menos do que outros 64 navios da NGI passaram ao mesmo tempo à propriedade da SNSM.
Cargueiro - A Societá Nazionale di Servizi Maritimi logo em seguida revendeu o Umberto I à empresa dos estaleiros Orlando, de Livorno, Itália, que procedeu à sua transformação em navio cargueiro. Quis o destino que nessa nova condição, e com o mesmo nome, o Umberto I voltasse a frequentar a velha rota para a América do Sul, desta vez levando em seu bojo mercadorias, ao invés de passageiros. A idade do navio, no momento de sua transformação em cargueiro, já era respeitável, 32 anos de mar! Durante a Primeira Guerra Mundial, de 1914 em diante, o ex-transatlântico, ex-mercante de carga, foi transformado em cruzador-auxiliar de escolta pela Marinha Italiana e é nessa condição de uso que o Umberto I encontrou o seu fim. No dia 14 de agosto de 1917, às 18h30, quando se encontrava ao largo da ilha de Gallinara, escoltando um comboio que se dirigia ao porto de Gênova, foi atacado e alvejado com o canhão de bordo pelo submarino UC-35. O disparo posterior de um torpedo fez com que o antigo navio desaparecesse imediatamente, com a perda de 26 homens de sua tripulação.
UMBERTO I
Outros nomes: nenhum
Bandeira: italiana
Armador: Societá Rocco Piaggio & Figli
País construtor: Grã-Bretanha
Estaleiro construtor: MacMillan (porto: Dumbarton)
Ano da viagem inaugural: 1878
Tonelagem de arqueação (t.a.b.): 2.822
Comprimento: 109 m
Boca (largura): 12 m
Velocidade média: 14 nós
Passageiros: 980
Classes: 1ª - 80, 2ª - 90, 3ª - 810
Ver a continuação: Família Abarno 2ª Parte – Ancestrais e Descendentes