Quanto à localização dos prédios. O nº 467 era o endereço oficial da Igreja São José, embora também tenha igual escadaria para a esquerda da entrada da Igreja, que dava acesso ao nº 509, endereço do Instituto Medianeira. A entrada pelo nº 467 dava igualmente acesso ao Colégio Roque Gonzales, de meninos. Vale salientar que este mesmo número oficialmente também seria para o tal pensionato masculino, bem como ao salão, que referi anteriormente, onde aconteciam diversos eventos, inclusive as formaturas do Medianeira e do Roque Gonzales. A entrada para o Roque Gonzales era feita através de uma escada, que dava acesso ao prédio. Nunca transitei por ali, porque era proibido para nós. O único contato que havia entre os alunos dos dois colégios era às sextas-feiras, quando todos eram levados para a missa, as meninas ocupavam os bancos do lado esquerdo e os meninos do lado direito, sem qualquer contato.
No nº 467, à direita da igreja S. José, ficava a Escola Técnica noturna do Colégio Farroupilha, onde fiz o Curso Técnico Contábil, que na ocasião nos habilitava a assinar nas empresas como contadores, balancetes, balanços, declarações de renda, enfim, tudo que representasse legalmente a contabilidade da empresa, o que foi substituído anos depois pelos formados nos cursos superiores de Ciências Contábeis.
Mais tarde, quando frequentava a Escola Técnica Farroupilha, à noite, também o acesso era pela nº 467, só que entravamos por outra porta independente, mais ao fundo desse prédio da frente. Para chegarmos até lá, havia uma elevação no terreno, a exemplo do que acontecia no Medianeira, por esse motivo havia a escada de acesso pela lateral do prédio, como dá para perceber na foto que publicaste do Medianeira, só que, pelo lado do Roque Gonzales, se visualizavam dois pátios, em níveis diferentes, com alguns degraus junto a Igreja, dando-lhes acesso.
Assim, os que desejassem entrar no prédio antigo que aparece na foto no blog identificada como Escola São José, fundada em 1904, subiam a tal pequena escada, aquela que menciono ser acesso à secretaria da igreja. Os que precisassem chegar à Escola Técnica Farroupilha, ou ao salão de eventos, ou o tal pensionato, teriam que passar pelos dois pátios, em desnível, usando a escadaria junto à igreja.
Quanto aos pensionatos, estes eram independentes. O das moças ficava dentro do prédio do Medianeira, acima dos quartos das irmãs, e o masculino, com certeza, nos fundos da Igreja, fazendo divisa com as salas de música. Só não tenho certeza do acesso para esse último pensionato, como disse, acredito que fosse na mesma área de acesso/entrada para o salão. Não sei.
Quanto à Escola Técnica Farroupilha, o acesso era lá no final do terreno, nos fundos da construção antiga do Roque Gonzales. Minha dúvida é se alguma das salas de aula ficava fora ou dentro desse prédio, porém isoladas deste. Lembro que a secretaria e biblioteca ficavam logo na entrada e depois dobrávamos à direita para chegarmos às salas de aula, que eram três, portanto, talvez fizessem parte do prédio da frente, sem que percebêssemos.
Assim, o portão de acesso, nº 467, servia tanto como entrada para o Roque Gonzales, quanto para o Farroupilha, ou para o único salão, que, como lhe disse, era da comunidade da Igreja. Este salão era bem junto à Igreja, mas depois dela, e não faziam comunicação. A entrada para o pensionato, nunca cheguei a visualizar, acredito que também fosse nos fundos da igreja, e com entrada para a esquerda, porque a entrada para o salão era para a direita. Mas uma coisa é certa, as duas construções, que imagino fossem germinadas, ficavam na divisa do terreno. Não lembro, porque provavelmente não existia, qualquer janela que ficasse do lado esquerdo de quem estava no salão sentado, mas somente o palco, bem extenso, que provavelmente ficava com as costas para a divisa à direita.
A igreja foi construída na frente do terreno, mas com acesso para os dois lados. Do lado direito, foi construída a escola Roque Gonzales e, do lado esquerdo, o prédio do Medianeira, com a grutinha encostada nas paredes da igreja. As duas dependências, não tinham qualquer ligação, com certeza, a não ser passando-se por dentro da igreja ou pela rua e entrando no outro portão.
O Medianeira, em sua construção original, acolhia o dormitório das Irmãs, e, em cima, o pensionato das moças, Essa área era de acesso restrito. O mais próximo que chegávamos era subindo uma escadaria, que ficava no meio de um pátio coberto de uso da escola, e só a usávamos para ir à secretaria da escola, que ficava no primeiro andar. Se continuássemos a subir por ela, chegaríamos ao pensionato, mas isto era proibido, Neste prédio, ficavam as salas de aula do primário, por isso o pátio coberto para os recreios. Posteriormente foi construído um novo espaço, térreo, com duas salas, que eram de uso exclusivo para aulas curriculares do ginásio comercial. Outras matérias eram dadas nas salas mais antigas e as mais específicas, como datilografia e prática de escritório, eram em locais próximos da secretaria, no primeiro andar.
As salas de música, com quatro pianos, ficavam entre as duas construções, porém, tem um detalhe, essas salas eram coladas a divisa do terreno, fazendo divisa à esquerda da construção antiga e à esquerda com o que eu acredito fosse a entrada do tal pensionato masculino, e/ou entrada para o salão de eventos. Sem qualquer acesso a eles. Em seguida a essas salas de música, estavam as duas salas construídas para o ginásio. Tenho certeza disso, Tanto que essas duas salas de aula só tinham janelas e a porta de entrada e vistas para o pátio do recreio, à esquerda, porque à direita, ficavam os fundos da igreja, que não conseguíamos visualizar.
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As Cotovias de São Francisco na escadaria da Igreja São José |
Lembrei-me agora de um fato interessante, Não lembro exatamente o ano, mas sei que foi em razão da comemoração dos 60 anos de algum fato relacionado com a Comunidade em questão. Tenho que contar... A irmã M. Virgília Dorsan, nossa sempre ativa e também maestra do coral das meninas, as "Cotovias de São Francisco" de quem orgulhosamente também participei por muitos anos, resolveu nos ensinar uma canção em alemão, para que apresentássemos na referida data. Com a maior dificuldade, é claro, tentamos memorizar as palavras em alemão e, acredite, conseguimos. Não lembro mais a letra da música, mas lembro com clareza da melodia, cantarolo até hoje, quando me lembro do fato. Só sei que o estribilho, diz (atenção vou escrever como se diz, por favor desculpe-me, se for alguma coisa inconveniente): ‘Fidera lá lá, fidera lá lá fidera lá lá lá lá...’ Lembro que nos disseram que era uma canção muito conhecida dos imigrantes alemães... Ah, foi um sucesso, não sei se pela execução, ou por nossa coragem em executá-la...
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As Cotovias de São Francisco no Coro da Igreja São José |
Moro desde 1999 na grande Florianópolis SC. Anos depois, voltei a Porto Alegre e, com muitas saudades, retornei à Av. Alberto Bins, de onde meus pais haviam se mudado em 1971 e, com tristeza, verifiquei não existirem mais as tão queridas Escolas. Felizmente, preservaram a grutinha, que tantas vezes parei para rezar antes de subir as escadas de acesso para o Medianeira. Durante a visita à Igreja São José, tive a felicidade de reencontrar um antigo amigo, muito querido, que serviu de inspiração, para que eu sonhasse aprender piano: o professor e organista da igreja, Antonio Darci von Frühauf. Ele foi, e creio que ainda o seja, o organista da Igreja São José. Isto desde os Anos 60. Na ocasião em que o reencontrei, ele estava comemorando os 45 Anos de organista da igreja.