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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Família Schuster 2ª Parte - Ramo Andreas Schuster


ANDREAS SCHUSTER


Andreas Schuster, meu tetravô (4º avô), filho de Adam Schuster e Anna Barbara Müller, nasceu em 07/08/1815 na localidade de Laibach, pertencente à cidade de Dörzbach, no Reino de Württemberg, atualmente Baden-Württemberg na Alemanha. Foi batizado na mesma data, na Igreja de Rengershausen, Mergentheim, Württemberg (Diocese de Rottenburg-Stuttgart, Registros da Igreja Católica, 1520-1975). Veio ao Brasil aos 12 anos de idade, com os pais Adam Schuster e Anna Barbara Müller, chegando a São Leopoldo em 17/04/1826, juntamente com seus irmãos Franz Anton, Maria Anna e Catharina. Era agricultor e de religião católica.


Vista da localidade de Laibach - Dörzbach - Baden-Württemberg - Alemanha - Fonte: Site de Dörzbach


O PRIMEIRO CASAMENTO

Andreas casou-se com Maria Anna Kossmann (*1819 Província Prussiana do Reno/+11/12/1856 Dois Irmãos RS), minha tetravó (4ª avó), aos 22 anos de idade, em 10/08/1836, na cidade de São Leopoldo RS, filha de Johann Peter Kossmann e Genoveva Rossbach (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 38 v). A cerimônia foi realizada pelo horário do meio-dia, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição de São Leopoldo. O casal teve 10 filhos. Maria Anna faleceu após o parto da filha Rosina Schuster (Arquivo Público do RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, N 173, M 6, E 71, Ano 1857, 1o. Cartório de São Leopoldo).



Registro do casamento de Andreas Schuster e de Maria Anna Kossmann no Livro da Igreja Católica de São Leopoldo

A primeira Capela de São Leopoldo, construída de pau a pique pelos imigrantes alemães no ano de 1828, a qual foi demolida em 1845, para a construção da nova Capela, que foi concluída em 1859 (desenho de um refugiado argentino chamado Juán María Gutiérrez em 1844)

O LOCAL DE RESIDÊNCIA

No registro de casamento do filho de Andreas, Pedro Schuster, consta que este teria nascido na Picada Verão (estima-se que teria nascido por volta de 1840), documento que comprova que Andreas havia residido por algum tempo nesta localidade, assim como o seu irmão Franz, em cujo inventário consta que este era proprietário de meio lote em Picada Verão. Entre 1847 e 1849, foi realizado um recenseamento dos moradores das antigas colônias de São Leopoldo, mandado fazer pelo Diretor da Colônia, Doutor Hildebrand. Neste recenseamento, entre 1848 e 1849, obtivemos a informação de que as famílias de Andreas e de Franz Anton moravam ao sul da então Picada Dois Irmãos, num local denominado Travessão. As duas famílias habitavam a colônia de nº 3 deste lugar. Estava ali radicado o filho Andreas, com 35 anos de idade, lavrador, com a esposa Maria Anna Kossmann (26 anos) e os filhos Carlos (Carl, com 10 anos), Pedro (8 anos), Ernesto (Ernst, com 4 anos), Huberto (Ruperti, com 3 anos) e Andreas (2 anos). Por volta de 1873, Andreas foi residir com sua família em Harmonia, cidade onde faleceu e foi sepultado.


Mapa dos antigos lotes do Travessão de Dois Irmãos: a família Schuster residia no Lote nº 3


Ao fundo, a área onde aproximadamente existia o Lote nº 3 do Travessão de Dois Irmãos


Andreas residia na Rua 25 de Julho, na cidade de Harmonia, onde permaneceu até o final da vida. A casa não mais existe, tendo permanecido no local os pequenos muros daquela época. 


Terreno onde existia a casa de Andreas Schuster na Rua 25 de Julho em Harmonia RS. Foto: Acervo de João Abreu Schuster

OS FILHOS:

I-Carlos Schuster (*16/06/1837 Dois Irmãos RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Leopoldo, Livro nº 1, pág. 10 v /+RS) casou-se com Philippina Petry (*22/10/1842 RS/+28/09/1904 Linha Roncador, Estrela RS), filha de Valentim Petry e Genoveva Wehling, na data de 28/01/1860, em Dois Irmãos RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 10 v). O casal teve 12 filhos: Jacob Alberto, Carolina Valentina, Carlos, Augusta, Maria Adelina, Thiago Reinoldo, Christiana Guilhermina, João, João Raimundo, Rosina Amália, Alfonso Gabriel e Felipe Balduino;

II-Pedro Schuster (*1840 Picada Verão – Sapiranga RS/+07/06/1889 Despique – Pareci Novo RS – Arquivo Público do RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, Montenegro, Nº 511, Maço 20, Estante 151, Ano 1889), meu trisavô (3º avô), casou-se com Barbara Welter (*14/05/1840 Costa da Serra RS/+09/11/1914 Despique – Pareci Novo RS), minha trisavó (3ª avó), filha de Johann Josef Welter e Catharina Mossmann, na data de 21/05/1861, em Dois Irmãos RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 14). O casal teve 11 filhos: 
Catharina, Carlos, Philippe, Carolina, Ernesto, Elisabetha, Maria, Guilherme, Albino, Anna Catharina e Pedro Aloysio. A filha Catharina Schuster era a mãe de Idalina Schmitz, que se casou com Jacob Göller Sobrinho, neto de Johann Göller, genearca da família Göller;


Emílio Guilherme Hilgert, neto de Pedro Schuster


III-Ernesto Schuster (*1844 Dois Irmãos RS/+30/11/1931 Harmonia RS) casou-se com Barbara Kalsing (*1847 RS/29/03/+29/03/1937 Harmonia RS), filha de Miguel Kalsing e Philippina Feyh, na data de 27/06/1865, em Dois Irmãos RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Dois Irmãos, Livro nº 2, pág. 6 v). O casal teve 13 filhos: Catharina, Christina, Jacob, Filipina, Miguel, Pedro, João Balduino, Gabriel Albino, Leopoldina, Maria, Chistiano Reinoldo, José Paulo e Felipe Aloysio;


Christiano Reinholdo Schuster, 11º filho de Ernesto Schuster

Túmulo de Felipe Aloysio Schuster em Harmonia RS (13º filho de Ernesto Schuster)

Família de Pedro Schuster, o 6º filho de Ernesto Schuster. Foto: Acervo de João Abreu Schuster - Antes de 1930

IV-Jacob Schuster (*28/03/1845 Dois Irmãos RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, São Leopoldo, Livro nº 2, pág. 143 v/+antes de 1849 Dois Irmãos RS);

V-Hubert (Roberto) Schuster (*1846 RS/+Antes 1933 RS) casou-se com Catharina Kuhn (*RS/Antes 1933 RS), filha de João Adam Kuhn e Maria Hentz, na data de 13/05/1867, em São José do Hortêncio RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São José do Hortêncio, Livro nº 2, pág. 20). O casal teve pelo menos 9 filhos: Barbara, Maria, Anna, Izabel, Nicolau, João, Albino, Jacob Salomão e Balbina;

VI-Andreas Schuster Filho (*02/12/1847 1847 RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, São Leopoldo, Livro nº 2, pág. 188/+24/10/1915 Harmonia RS) casou-se com Rosina Braun 
(*1854 RS/+09/03/1927 Linha Bonita Baixa RS), filha de Conrado Braun e Maria Josephina Lambert, na data de 22/05/1869, em Dois Irmãos RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Dois Irmãos, Livro nº 2, pág. 17). O casal teve 11 filhos: Catharina, João, Ernesto Sobrinho, Carlos Leopoldo, José, Maria Josephina, Catharina Mathilde, Catharina Idalina, Regina Carolina, Ana Apolonia e Elisabetha Maria Sibilla;


Lápide do túmulo de João Schuster, filho de Andreas Schuster Filho - Cemitério de Despique RS 

VII-Catharina Schuster (*06/06/1849 Dois Irmãos RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, São Leopoldo, Livro nº 2, pág. 248/+RS) casou-se com João Lauermann, filho de João Lauermann e Rosina Mossmann, na data de 23/02/1868, em Dois irmãos RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Dois Irmãos, Livro nº 2, pág. 13 v). O casal teve pelo menos 7 filhos: Elisabetha, Felippina, André, Guilherme, Catharina Leopoldina, Helena e Luiz;

VIII-Maria Schuster (*1852 Dois Irmãos RS/+Antes 1940 RS) casou-se com Pedro Albino Schmitz (*Ivoti RS/+07/03/1907 São Sebastião do Caí RS), filho de Peter Schmitz e Margaretha Link, na data de 30/06/1872, em Montenegro RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Montenegro, Livro nº 1, pág. 6 v). O casal teve 12 filhos: Andreas, Maria Magdalena Emília, Ana Veronica, Julio, Margarida Rosalina, Leopoldo, João Luiz, Frederico, Jacob Reinoldo, Marcolina, Anna e Pedrolina;

IX-Maria Isabel Schuster (*1854 Dois Irmãos RS/+RS) casou-se com João Kuhn, filho de João Adam Kuhn e Maria Hentz, na data de 25/02/1873, em Montenegro RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Montenegro, Livro nº 1, pág. 12). O casal teve pelo menos 2 filhos: Catharina Delphina e Maria;

X-Rosina Schuster (*11/12/1856 Costa da Serra – Novo HamburgoRS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, São Leopoldo, Livro nº 4, pág. 21/+23/10/1861 Dois Irmãos RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 3 v). A mãe, Maria Anna Kossmann, faleceu após o parto de Rosina, sendo esta sepultada no antigo cemitério da Piedade (Hamburgo Velho, hoje localidade de Novo Hamburgo RS). Rosina faleceu aos 4 anos de idade e foi sepultada no cemitério de 4 Colônias, na zona rural de Campo Bom RS. A região de Costa da Serra corresponde atualmente ao território de Novo Hamburgo RS.


A esposa Maria Anna faleceu no dia 11/12/1856 na Costa da Serra (Novo Hamburgo RS). A questão da data e do local de falecimento de Maria Anna Kossmann Chuster deve ser aqui analisada, com base nas provas documentais que existem. Seguem o registro de óbito da Igreja, o registro de batismo da última filha Rosina e um trecho do inventário de Maria Anna. O mais provável que tenha ocorrido é Maria Anna tivesse uma gravidez complicada ao seu termo, e que Andreas tenha procurado um centro que tivesse maiores recursos médicos para atendê-la. Por este motivo é que Rosina foi batizada na antiga colônia de Costa da Serra (Hamburgo Velho), enquanto que sua mãe foi sepultada na povoação da Piedade (atualmente Hamburgo Velho, localidade de Novo Hamburgo), no cemitério que existe junto à Igreja de Nossa Senhora da Piedade. As lápides de túmulos muito antigos não são mais encontradas neste cemitério.

Registro de óbito de Maria Anna Schuster na Igreja:

“Aos três (?) de dezembro de mil oitocentos e cinquenta e seis, faleceu Marianna Gossmann Schuster (Maria Anna Kossmann), casada que foi com André Schuster (Andreas Schuster), tinha de idade trinta e cinco anos, natural da Alemanha, faleceu de parto sem os sacramentos por não procurarem, foi por mim encomendada sua alma e seu corpo foi sepultado no cemitério da Povoação da Piedade e para constar fiz este assentamento. O Vig. Jozé da (ilegível)” (Cúria Porto Alegre, São Leopoldo, Livro Óbitos n. 1, fl. 95). Obs.: os registros desta parte do livro não seguem uma sequencia crescente de datas dentro do mês de dezembro, o que leva a crer que foram feitos posteriormente e as datas foram colocadas de memória, o que poderia levar ao erro na data de falecimento de Maria Anna.

Registro de batismo da filha Rosina Schuster na Igreja:

“Aos quatorze dias de dezembro, mil oitocentos e cinquenta e seis na Costa da Serra, distrito desta Matriz de Nossa Senhora da Conceição, da Vila de São Leopoldo, de minha licença o Rev. Irmão Padre Augostinho Lippinsky batizou solenemente a Rosina, nascida a onze deste mês e ano, filha legítima de André e Maria Anna Schuster. Foram padrinhos Martinho Bruxel e Rosina Koch. Todos são moradores da dita Costa. Para constar mandei fazer este Termo que assinei. Jozé de (ilegível).” Cúria Porto Alegre, São Leopoldo, Livro Batismos n. 4, fl. 21.



Mapa da antiga Costa da Serra (Novo Hamburgo), localização da Povoação da Piedade (Hamburgo Velho) e do Travessão de Dois Irmãos

Trecho do inventário de Maria Anna Kossmann Schuster:

“Diz André Schuster (Andreas Schuster) morador no Município desta Vila, que havendo falecido no dia onze de dezembro do ano próximo pretérito sua mulher de nome Marianna Gossmann Schuster (Maria Anna Kossmann Schuster), deixando os filhos menores constantes do verso desta...” (Arquivo Público do RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, Número 173, Maço 6, Estante 71, Ano 1857, 1o. Cartório de São Leopoldo).



Capa do processo de Inventário de Maria Anna Kossmann Schuster


O SEGUNDO CASAMENTO DE ANDREAS SCHUSTER

Na data de 19/01/1857, casou-se novamente com Appolonia Huppes, filha de Pedro e Margarida Huppes (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, São Leopoldo, Livro nº 2, pág. 22 v). O casal teve 5 filhos.


Registro do casamento de Andreas Schuster e de Appolonia Huppes no Livro da Igreja Católica de São Leopoldo

OS FILHOS DO SEGUNDO CASAMENTO

XI-Magdalena Schuster (*07/12/1857 Dois Irmãos RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 3/+RS) casou-se com José Eberts, na data de 05/09/1876, em Tupandi RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 12). O casal teve pelo menos 4 filhos: Pedro, Maria, João e Maria Rosina;

XII-Philippe Schuster (*07/04/1859 Dois Irmãos RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 12/+14/11/1958 Harmonia RS), casado com Philippina Lauermann (*1861 Alemanha/+08/07/1927 Harmonia RS), filha de João Lauermann e Philippina Kalsing, na data de 26/06/1880, em Tupandi RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 21 v). O casal teve 14 filhos: 
José, Maria Catharina, Appolonia, Pedro, Philomena, Miguel, Raymundo, Philippe Aloysio, Anna Maria, Josephina, Catharina Lidwina, Jacob Ignácio, Susanna Maria e Maria Christina; 


Philippe Aloysio Schuster, filho de Philippe Schuster



XIII-Maurisio (Mauricio) Schuster (*15/08/1862 Dois Irmãos RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 42/+RS). Sem mais notícias;



XIV-Luiza Schuster (*24/03/1864 Dois Irmãos RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, Dois Irmãos, Livro nº 2, pág. 7/+28/12/1864 Dois Irmãos RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 3 v);


XV-Apollonia Schuster (*07/08/1865 Dois Irmãos RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Nascimentos, Dois Irmãos, Livro nº 2, pág. 22/+RS) que se casou com Estevão Eberts, filho de Nicolau Eberts e Isabel Gilles, na data de 10/06/1884, em Tupandi RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 27 v) O casal teve pelo menos um filho chamado Reinaldo.


O FALECIMENTO DE ANDREAS SCHUSTER


Andreas Schuster, nas últimas décadas de sua vida, foi morar na cidade de Harmonia. Faleceu em 13/01/1890, aos 75 anos de idade, sendo enterrado primeiramente no antigo Cemitério Católico de Harmonia RS. Com o fechamento deste, que ficava junto à Igreja, todos os túmulos foram transferidos para o novo cemitério do Município. A lápide de Andreas não foi encontrada neste último cemitério, devendo ter sido sepultado num dos túmulos de algum de seus descendentes, durante a referida transferência. A antiga lápide existia, dado que a mesma é mencionada no livro Cemitérios das Colônias Alemãs no Rio Grande do Sul (Dullius & Petry).


Vista do atual Cemitério Católico de Harmonia


PEDRO SCHUSTER

Pedro Schuster, meu trisavô (3º avô), filho de Andreas Schuster e de Maria Anna Kossmann, nasceu por volta de 1840, na Picada Verão, atualmente uma localidade de Sapiranga RS. Seus avós paternos eram Adam Schuster e Anna Barbara Müller e os maternos Johann Peter Kossmann e Genoveva Rossbach. A informação sobre o local de nascimento consta em seu registro de casamento na Igreja. Não foi encontrado o registro de batismo.


Picada Verão - Sapiranga RS (Foto: Reserva da Família Lima)


O CASAMENTO

Casou-se na manhã do dia 21/05/1861, na Igreja de São Miguel de Dois Irmãos RS, com Barbara Welter (*14/05/1840 Costa da Serra (Hamburgo Velho RS) /+09/11/1914 Despique – Pareci Novo RS), minha trisavó (3ª avó), filha de Joseph Welter e Anna Catharina Mossmann (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Dois Irmãos, Livro nº 1, pág. 14). Foram testemunhas Andreas Schuster e João Welter. Celebrou o casamento o Vigário August Lipinski. O casal teve onze filhos.


Registro de casamento de Pedro Schuster e de Barbara Welter no Livro da Igreja Católica de Dois Irmãos

Assinatura de Barbara Welter Schuster

O interior da antiga Igreja Matriz de São Miguel de Dois Irmãos - 1880


O LOCAL DE RESIDÊNCIA

Na época do casamento, Pedro Schuster morava na cidade de Dois Irmãos RS, enquanto que Barbara Welter residia na Picada 48 Alta, localidade de Ivoti RS, no Lote nº 14 com sua mãe e irmãos. Após o casamento, cuja celebração ocorreu na data de 21/05/1861 em Dois Irmãos, o casal foi residir em Ivoti. Na escritura de venda do Lote nº 2B, da Ala Oeste da Picada Feijão, localidade de Ivoti, pela sogra Catharina Mossmann Welter, em 05/11/1867, constata-se que Pedro Schuster e Barbara Welter residiam nestas terras e continuariam nelas até o final de maio de 1868, a fim de colher as plantações que haviam realizado e as que ainda iriam fazer. Após este prazo, as terras seriam entregues ao novo proprietário Carlos Sänger. Entre os anos 1868 e 1869, a família foi residir em Tupandi RS, até pelo menos o ano de 1887 (ano do casamento da filha Elisabetha). 


A Igreja Matriz de Tupandi RS


Pedro Schuster havia comprado terras de Bello Rodigues Machado (de quem seria depois seu vizinho), com uma área de 118.000 braças², na localidade de Despique, naquela época pertencente ao Município de Montenegro, sendo que estas ficaram hipotecadas, até o pagamento total da dívida. Num documento datado de 15 de maio de 1889 (Arquivo Público RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, Montenegro, Nº 511, Maço 20, Estante 151, Ano 1889), Pedro Schuster e sua esposa acertaram a venda de parte de suas terras, que correspondia à área de 50 mil braças², a Felipe Heck, pela quantia de 2 contos e 500 mil réis. Esta quantia serviria para levantar a hipoteca, e saldar a dívida com Bello Rodrigues Machado. Pedro Schuster, que além de não saber ler e nem escrever, tinha um problema de visão, pedindo, então, a outra pessoa que assinasse o documento a seu rogo: “(...) por não saber ler nem escrever e mesmo impossibilitado pela falta de vista, pediu ao senhor Antônio Machado de Souza Filho, para que se digne a assinar a seu rogo (...)”. Ocorre que Pedro Schuster faleceu 23 dias depois, na data de 7 de junho de 1889, sendo então reclamada a devolução daquela quantia por parte de Felipe Heck, por não haver sido concretizado o negócio, pois havia a imposição de saldar a hipoteca, para que lhe fosse passada a escritura. Somente depois de entrar no inventário de Pedro Schuster é que Heck obteve a quantia de volta.

Documento de venda a Felipe Heck: “Pedro Schuster e sua mulher D. Barbara Schuster, senhores possuidores (além de outras terras) de meia colônia de cinquenta mil braças quadradas, sitas no Despique, município de São João do Monte Negro, contrataram a venda desta meia colônia ao Senhor Felippe Heck, pelo preço a quantia de dois contos, quinhentos mil réis. A referida quantia receberam pelo comprador por um especial favor, para poder pagar ao Senhor Bello Rodrigues Machado, de quem compraram a referida colônia. E ainda está hipotecada ao mesmo Senhor Machado e obrigam-se os vendedores a passar a escritura pública ao senhor Heck ou quem for apresentado pelo mesmo, logo que a quantia estiver paga ao Senhor Machado. E para (...) assinam o presente. E por não saber ler nem escrever e mesmo impossibilitado pela falta de vista, pediu ao Senhor Antônio Machado de Souza Filho, para que se digne a assinar a seu rogo, na presença das testemunhas indicadas, João Mariano Rodrigues e Laurindo Antonio de Mello. Despique, 15 de maio de 1889. Antônio Machado Souza (Filho), Barbara Schuster, João Mariano Rodrigues, Laurindo Antônio de Mello. Reconheço sobre a fé de meu cargo serem verdadeiras as quatro assinaturas supra. Eu Manuel Rodrigues Machado Filho, escrivão de Paz, da Paróquia da Harmonia”.



Área rural de Despique - Pareci Novo RS

Bens constantes do inventário. Móveis: 1 mesa de jantar, 2 bancos, 1 relógio americano, 4 cadeiras, 4 camas, 2 caixas de madeira, 1 máquina de costura, 1 carreta de 4 rodas, 1 tacho de cobre, 1 panela de ferro grande e 4 pequenas, louça de cozinha. Animais: 4 bois, 1 vaca com cria e 1 sem cria, 3 novilhas, 1 touro, 3 cavalos e 20 porcos. Bens de raiz: 1 colônia de terras compradas de Bello Rodrigues Machado e sua mulher, com 118.000 braças² em Despique (naquela época pertencente a Montenegro), pela frente à leste com terras de Felício Luiz Veigas, pelos fundos a oeste com herdeiros de José Apolinário de Menezes, ao norte com o mesmo Veigas e ao sul com Bello Rodrigues Machado; uma casa de moradia e casinha pegada à mesma e um pequeno arvoredo, sendo a casa de madeira, paredes de tijolos, coberta de telhas em mau estado, com uma porta e quatro janelas; uma atafona, com galpão coberto de telhas, em mau estado de conservação. Dívidas passivas: “a herança deve a Felipe Heck a quantia de 2 contos e 500 mil réis, que o inventariado recebeu, para levantamento de uma hipoteca das terras acima por conta de terras que havia tratado vender, mas que não chegaram a efetuar a venda, como consta do documento passado pelo inventariado”. Dívidas com Miguel Henz, João Hartmann, João Simoni e Miguel Klein.


OS FILHOS:

I-Catharina Schuster (*30/07/1862 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Leopoldo, Livro nº 5, pág. 69/+15/11/1943 Pareci Novo RS), minha bisavó, casou-se com Jacob Schmitz (*20/10/1861 Tupandi RS/+18/10/1944 Pareci Novo RS), meu bisavô, filho de Nicolau Schmitz e Anna Maria Schmitz, na data de 30/01/1883 em Tupandi RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 25 v). Catharina e Jacob são os pais de Idalina Schmitz que posteriormente veio a se casar com Jacob Göller Sobrinho, neto de Johann Göller, genearca-imigrante da família Göller. Residiam em Pareci Novo RS. O casal teve 5 filhos: 
João, Emilia, Albino, Idalina e Pedro Raymundo;


Catharina Schuster

Jacob Schmitz

Assinaturas de Jacob Schmitz e Catharina Schuster Schmitz

II-Carlos Schuster Sobrinho (*21/06/1864 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São Leopoldo, Livro nº 6, pág. 10/+29/01/1920 Toropi, Julio de Castilhos RS) casado com Elisabetha Schaedler (*RS/+RS), filha de Sebastião Schaedler e Margarida Machry, na data de 05/05/1885, em Tupandi RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 30). Residiam em Harmonia RS. O casal teve 9 filhos: Afonso, Gertrudes Amália, Maria Balbina, Ernesto, Isabel Natália, Anna Catharina, Carolina Ottilia, Albino Ignacio e Aloysio Arthur;

Assinaturas de Carlos Schuster e Elisabetha Schaedler Schuster

III-Philippe Schuster Sobrinho (*17/03/1866 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Dois Irmãos, Livro nº 2, pág. 27/+Antes 1961 RS) casou-se com Anna Heck (*1869 São Bento RS/+15/06/1961 Montenegro RS), filha de Philippe Heck e Margarida Kuhn, na data de 09/02/1889, em Harmonia RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Harmonia, Livro nº 1, pág. 2 v). Residiram em Pareci Novo RS. O casal teve 12 filhos: Balduino, Maria Rosa, Marcolina, João Albano, Pedro Reinaldo, Guilherme, Elisabetha Malvina, Otilia, Maria Luiza, Maria Ilfrida, Frida Hilda e Celita;

Assinaturas de Philippe Schuster e Anna Heck Schuster

IV-Carolina Schuster (*15/01/1868 Ivoti RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Dois Irmãos, Livro nº 2, pág. 45/+08/08/1914 Tupandi RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Óbitos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 55 v) casada com Pedro Junges (*15/11/1865 Tupandi RS/+15/06/1948 Tupandi RS), filho de Johann Junges e Anna Bach, na data de 09/11/1886, em São Salvador – Tupandi RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 34 v). Faleceu aos 45 anos com hidropisia. Residiam em Tupandi RS. O casal teve 16 filhos: Reinoldo, Balduino, Leopoldo, José Albino, Aloysio, João Aloysio, Conrado Wilibaldo, Maria Barbara, Wendelino Walfredo, Jacó Alfredo, João Albino, Ana Luiza, Carolina, Pedro Affonso, Catharina Elídia e Germano José; 

Assinaturas de Peter Junges e Carolina Schuster Junges

V-Ernesto Schuster (*13/01/1870 Tupandi RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São José do Hortêncio, Livro nº 3, pág. 73/+23/04/1934 Tapera RS) casou-se com Maria Marx (*30/07/1873 Linha Julio de Castilhos, Salvador do Sul RS/+Após 1912 RS), filha de João Marx e Maria Stein, na data de 21/01/1893, em Harmonia RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Harmonia, Livro nº 1, pág. 8). Residiam em Não-Me-Toque RS. O casal teve 10 filhos: Pedro Aloysio, José Antonio, Carlos Oswaldo, Nicolau Fridolino, João Ernesto, Maria Balbina, Avelino Rodolfo Martim, Anna Irma e Alfredo Arthur e Celamira Barbara. Ernesto casou-se em segundas núpcias com Emília Hessel (*25/08/1881 RS/+RS), filha de Theodoro e Maria Hessel, tendo 7 filhos deste casamento: Elzira Emília, Jacob Aloísio, Selvina Florida, Rosalina, Paulo Pedro, Pedro Kanisius e João Antônio. Residiam em Tapera RS;

Assinatura de Ernesto Schuster

VI-Elisabetha Schuster (*28/09/1871 Tupandi RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, São José do Hortêncio, Livro nº 3, pág. 120/+13/02/1930 Despique – Pareci Novo RS) casou-se com João Hilgert (*19/05/1868 RS/+03/06/1939 Despique – Pareci Novo RS), filho de Francisco Hilgert e Elisabetha Kuhn, na data de 09/08/1887 em Tupandi RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 36 v). A família residia em Despique, localidade de Pareci Novo RS. O casal teve pelo menos 9 filhos: Catharina, João Leopoldo, Pedro Carlos, Helena Malvina, Reinoldo Felippe, Emilio Guilherme, Maria Carolina, Aloysio Helmuth e Anna Maria;


Túmulos de Elisabetha Schuster Hilgert e de João Hilgert - Despique, Pareci Novo RS

Assinaturas de João Hilgert e Elisabetha Schuster Hilgert

VII-Maria Amália Schuster (*31/03/1875 Tupandi RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 15/+27/05/1924 Montenegro RS) casada com Pedro Antonio Ely (*17/12/1870 RS/+20/02/1927 Garibaldi RS), filho de Jacob Ely e Maria Anna Kray, na data de 24/01/1893, em Harmonia RS (Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Casamentos, Harmonia, Livro nº 1, pág. 8). O casal teve 7 filhos: Osvino Waldemar, Jacob Alfredo, Carlos Arthur, Álvaro, Maria Elma, Rodolpho Miquini e Ilza Alzira. A família residiu em Santa Rita, localidade de Tupandi RS, Harmonia e Nova Prata. Pedro Antonio foi Suplente do Juiz Seccional Substituto em Garibaldi RS, foi nomeado e promovido para a Guarda Nacional, na Comarca de Caxias no 169º Regimento de Cavalaria, como Capitão Ajudante, e possuía a Sociedade Pedro Antonio Ely e Filhos para beneficiamento de madeiras;

Assinatura de Maria Schuster

VIII-Guilherme Schuster (*30/01/1877 Tupandi RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 49/+RS) casou-se com Perpetua Carolina Ferreira (*1880 RS/+RS), filha de Diogo Jacintho Ferreira e Carolina Maria Ferreira, na data de 08/10/1904, em Veranópolis RS (CRCPN Veranópolis, Livro Registros de Casamento B-4, fl. 186, nº 46). O casal teve pelo menos 5 filhos: João, Maria Ilza, Carolina Andresa, Maria Olga e Guilhermina;

IX-Albino Schuster (*31/03/1880 Tupandi RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 74/+
Antes 17/10/1916 São Pedro do Sul RS) casou-se com Rosina Belotti (*Garibaldi/+RS), filha de Carlos Belotti e Catharina Degani, na data de 18/04/1904, em Harmonia RS (Cúria Porto Alegre, Harmonia, Livro Casamentos nº 1, fl. 35 v). O casal teve 5 filhos: Rudolpho, Luiz, Malvina Sybilla, Elma Maria e Elza;

X-Anna Catharina Schuster (*06/01/1883 Tupandi RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Tupandi, Livro nº 1, pág. 99/+RS). casou-se em 03/07/1906, em São Sebastião do Caí RS, com Carlos Nicolau Hoffmann (*1879 RS/+RS), filho de Carlos Hoffmann e Maria Kruger (CRCPN São Sebastião do Caí, Livro Registro de Casamentos B-2, fl. 111 verso, nº 14). O casal teve pelo menos 4 filhos: Avelino Francisco, João Carlos, Pedro Honório e Antonio Lucio;

XI-Pedro Aloysio Schuster (*13/01/1886 Tupandi RS - Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Tupandi, Livro nº 2, pág. 29/+RS). casou-se com Isabella Eugênia Nonnenmacher (*RS/+RS), filha de Jacob Nonnenmacher e Anna Catharina Hans, na data de 26/11/1912, em Pareci Novo RS (Cúria Porto Alegre, Harmonia, Livro de Casamentos, nº 1, fl. 58). O casal teve pelo menos 2 filhos: Maria Iracema Justa e Aloysio Heriberto.


O FALECIMENTO DE PEDRO SCHUSTER

O falecimento de Pedro Schuster ocorreu em 07/06/1889, na localidade de Despique, em Harmonia RS, que na época era o 2º distrito de Montenegro (Arquivo Público RS, Inventários, Órfãos e Ausentes, Montenegro, Nº 511, Maço 20, Estante 151, Ano 1889). Atualmente, Despique pertence ao município de Pareci Novo RS. Não foi encontrado o seu registro de óbito. A data do falecimento consta apenas no seu inventário. No Cemitério Católico de Despique não foi encontrada a sua lápide. No local, há alguns túmulos com lápides que se perderam com o tempo. Possivelmente tenha ocorrido o mesmo com a sua lápide. A esposa Barbara foi sepultada em Despique, Pareci Novo RS.


O túmulo de Barbara Welter Schuster em Despique - Pareci Novo RS

Vista do Cemitério Católico de Despique - Pareci Novo RS


CATHARINA SCHUSTER

Catharina Schuster

Catharina Schuster, minha bisavó, nasceu em 30/07/1862, na cidade de Ivoti, anteriormente chamada de Picada Bom Jardim, filha de Pedro Schuster e Barbara Welter. Foi batizada na data de 03/08/1862, na Capela de São Pedro em Ivoti. Seus padrinhos de batismo foram Carlos Sänger e Catharina Welter (provavelmente a sua tia). Cúria Porto Alegre, São Leopoldo, Livro Batismos 5, fl. 69.


Registro do Batismo de Catharina Schuster no Livro da Igreja Católica de Ivoti


A antiga Igreja Matriz de São Pedro dos Apóstolos de Ivoti RS


O CASAMENTO

Catharina casou-se com Jacob Schmitz (*20/10/1861 Tupandi RS/+18/10/1944 Pareci Novo RS), meu bisavô, filho de Nicolau Schmitz e Anna Maria Schmitz, na data de 30/01/1883, às 9 horas da manhã, em Tupandi RS, antiga Picada São Salvador, na Igreja de São Salvador, no mesmo local e data do casamento do cunhado João Estevão com Barbara Gerstner. Foram padrinhos Antônio José Schaedler e Carlos Schuster (Cúria Porto Alegre, Tupandi, Livro Casamentos 1, fl. 25 verso). O casal fixou residência em Tupandi.


Registro de casamento de Catharina Schuster e de Jacob Schmitz no Livro da Igreja Católica de Tupandi

Jacob Schmitz

Com a morte do pai, Pedro Schuster, em 07/06/1889 em Despique RS, coube-lhe como herança um boi, uma novilha, um porco de cria e parte da colônia de terras na localidade de Despique, atualmente uma localidade de Pareci Novo RS. Não sabemos se a família chegou a morar posteriormente nestas terras. Por volta de 1892, fixaram residência na cidade de Harmonia RS, que é muito próxima de Despique, e onde nasceram os filhos Idalina (possivelmente, pois não foi encontrado o seu registro de batismo em Tupandi) e Pedro Raymundo. Provavelmente, a família Schmitz tenha ido morar em Pareci Novo RS após o ano de 1914. O casal teve 5 filhos.


OS FILHOS (VER FAMÍLIA SCHMITZ – JOHANN PETER)

I-João Schmitz Sobrinho (*01/03/1883 Tupandi RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Tupandi, Livro nº 2, pág. 1/+Antes 1962 RS) casou-se com Anna Machry (*1879 RS/+26/04/1962 Montenegro RS), em 11/06/1907, em Pareci Novo RS, filha de Antonio Machry e Margarida Feldens  (Cúria Porto Alegre, Harmonia, Livro Casamentos n. 1, fl. 42 v). Tiveram um filho chamado Pedro Ortvino;

II-Emília Schmitz (*08/09/1885 Tupandi RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Tupandi, Livro nº 2, pág. 26/+17/12/1965 Pareci Novo RS – Arquivo Público do RS - Pareci Novo, Livro Óbitos nº 4) casou-se com Alberto Machry (*07/07/1872 RS/+07/11/1955 Pareci Novo RS), fruticultor, em 21/11/1903, em Pareci Novo RS, filho de Antonio Machry e Margarida Feldens (Cúria Porto Alegre, Harmonia, Livro Casamentos n. 1, fl. 32). Estão sepultados no Cemitério Municipal de Pareci Novo. Não consta no livro de óbitos a causa mortis de Emília. Tiveram 6 filhos: Annita, Francisca Ondina, Aliza Irma, Ella Marcolina, Maria Zita e Zeno Antônio;

III-Albino Schmitz (*20/06/1888 Tupandi RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Tupandi, Livro 2, pág. 51/+05/04/1951 Pareci Novo RS – Arquivo Público RS, Pareci Novo, Óbitos Livro nº 3), agricultor, casado com Alicia Röse (*23/07/1897 Capela de Santana RS/+10/12/1963 Pareci Novo RS), em 26/09/1914, em Harmonia RS (CRCPN Harmonia, Livro B-2, fl. 175, nº 25), filha de Pedro Röse e Emiliana Klos. Casou-se aos 24 anos, no religioso, com Alicia Röse, no dia 01/08/1914, na casa do sogro Pedro Röse, dispensado que foram do impedimento pelo fato de Alicia ser protestante, em cerimônia realizada pelo Padre João Bruggmann, tendo como testemunhas Silfredo Ody e o cunhado Jacob Göller (Livro Casamentos Igreja de Harmonia, fl. 65 v). Albino faleceu de câncer. Estão sepultados no Cemitério Municipal de Pareci Novo. Tiveram pelo menos um filho chamado Silfredo Adolfo;

IV-Idalina Schmitz (*20/08/1892 Harmonia RS/+18/07/1970 Porto Alegre RS – CRCPN Porto Alegre, 3ª Zona, Livro C-72, fl. 32 v, nº 51.946), minha avó, casou-se com Jacob Göller Sobrinho (*25/07/1888 Picada Feijão - Ivoti RS/+19/08/1928 Pareci Novo RS), meu avô, alfaiate, em 26/09/1914, Harmonia RS (CRCPN Harmonia, Livro B-2, fl. 175, nº 26), filho de Johann Göller e de Margaretha Schmitz (outra família). Idalina faleceu por infarto do miocárdio e Jacob foi vítima de febre tifóide, após uma enchente em Pareci Novo RS. Estão sepultados no Cemitério Municipal de Pareci Novo. Tiveram sete filhos: João Edvino, Guido Raymundo, Flavio Albino, Egon, Maria Gerda, Victor Ernesto e Valesca Guisella;

V-Pedro Raymundo Schmitz (*05/06/1896 Harmonia RS – Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Batismos, Harmonia, Livro nº 1, pág. 44/+
21/04/1912 Pareci Novo RS - CRCPN Harmonia, Livro Registro de Óbitos C-2, fl. 25, nº 29). Faleceu com 15 anos de disenteria. Foi sepultado no Cemitério de Pareci Novo RS. 


A Família Schmitz (da esquerda para a direita e atrás): Albino, Jacob e João; (à frente) Catharina, Pedro Raymundo, Emília e Idalina – 1901/1902 Pareci Novo RS

O FALECIMENTO

Catharina Schuster faleceu em 15/11/1943, às 5 horas, em Pareci Novo RS, com hidropisia (provavelmente por doença cardíaca), aos 81 anos de idade, deixando Jacob Schmitz viúvo. Este veio a falecer quase um ano depois. Foi enterrada no Cemitério Municipal de Pareci Novo RS. Não foram encontradas as lápides do casal.


Vista do Cemitério Municipal de Pareci Novo RS


Ver a continuação: Família Schuster 3ª Parte - Genealogia




segunda-feira, 20 de maio de 2013

Café Esquina do Tempo














RELATO DE VIAGEM


O CANAL DA MANCHA, 184 ANOS DEPOIS...

 
Navegando pelas águas do Canal da Mancha


A Inglaterra estava incluída no nosso roteiro de viagem à Europa do ano de 2012. As recordações da viagem do ano anterior ainda estavam bem vivas em nossa memória, o que de certa forma contribuiu para que nos sentíssemos mais à vontade em terras inglesas. Saímos do porto de Calais, na França, num moderno ferryboat, atravessando por cerca de duas horas o famoso Canal da Mancha, até chegarmos ao porto de Dover na Inglaterra. 


No porto de Calais, preparando-nos para entrar no Ferryboat no Píer 9

Nesta etapa da viagem, pelo menos para mim, foi um momento importante para fazer uma reflexão. Os meus tetravós Philipp Schmitz, Susanna Rohr e a filha Maria, vindos de Klüsserath, na Alemanha, deixaram o porto de Texel, na Holanda juntamente com outros emigrantes, na data de 06/01/1828, a bordo do veleiro de três mastros Helena e Maria de bandeira holandesa. A quase trágica viagem encontra-se descrita em livros sobre os imigrantes alemães, embora a tradição oral tenha creditado ao navio o nome inverídico de Cecilia (Cäcilia). Antes de entrar no Mar do Norte, em direção ao Oceano Atlântico, ao chegar ao Canal da Mancha, sofreram uma forte tempestade hibernal em 12/01/1828, a qual teria durado 23 longas horas, nela perecendo 22 pessoas. Conta-se que o veleiro estava quase inclinado a ponto de afundar. Para se reerguer novamente, outro Philipp Schmitz, chamado de “O Grande”, que era famoso carpinteiro, teve a ideia de cortar os três mastros para poder equilibrar o navio. A decisão foi acertada, mas ficaram à deriva, sem direção, e tendo perdido a maior parte dos suprimentos.


O Canal da Mancha: ontem e hoje


Três dias se passaram, quando um navio inglês, o Plover Packet, os avistou e os rebocou para o porto inglês de Falmouth, onde permaneceram por quase um ano espera de uma solução. A Inglaterra providenciou o aluguel do veleiro inglês James Laing para conduzi-los ao Brasil. Assim, em 10/12/1828, onze meses depois, viajaram para o Brasil. Após dois meses de viagem, entraram no porto do Rio de Janeiro, na Armação da Praia Grande (atual Niterói) em 08/02/1829.


O mapa do Canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra

Os imigrantes saíram do Rio de Janeiro em 10/04/1829, no brigue-escuna Florinda, chegando a Porto Alegre em 13/05/1829. No dia seguinte, em 14/05/1829, chegaram a São Leopoldo. Anos mais tarde, nasceria a minha trisavó Margaretha, que se casou com Johann Göller, meu ancestral. Assim sendo, a visão do Canal da Mancha trouxe-me à tona esta história que, felizmente, teve um final feliz. Se assim não fosse, eu não estaria aqui para contá-la...


As impressionantes falésias do porto de Dover - Inglaterra


Fotos: arquivo pessoal da viagem de 2012. Figura do veleiro e o mapa foram tirados da Internet.