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Os artigos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: GÖLLER, Lisete. [inclua o título da postagem], in Memorial do Tempo (https://memorialdotempo.blogspot.com), nos termos da Lei n.º 9.610/98.

sábado, 30 de março de 2013

Memórias de Família I


AS LEMBRANÇAS DE MINHA MÃE

 

Minha mãe aos 6 anos de idade - 1932 Alegrete RS

Quero falar algo sobre a minha mãe e de algumas lembranças que tenho dela. Ela foi sempre muito dedicada a todos nós. Gostava de limpar a casa e manter as coisas em ordem. Quando passava cera e encerava o chão, o apartamento ficava em “estado de graça”. Parecia que tudo voltava ao seu início, isto é, àquela condição de “como deveria ser” um lar.


Era uma boa cozinheira e caprichava, quando havia convidados para o almoço ou jantar. Lembro-me do seu antigo livro de culinária Dona Benta. Naquela época, havia um programa de culinária na TV da Dona Mimi Moro, que nós gostávamos de assistir. Acho que não era tão brigona como eu sou, que fico furiosa quando as coisas ficam bagunçadas. Era mais tolerante com os filhos.



Minha mãe com o papagaio Louro - 1948 Alegrete RS


Ela sentia falta de ter uma profissão, um trabalho para que pudesse dispor de dinheiro para as suas necessidades. Meu pai não admitia que trabalhasse fora e deixasse os filhos sem assistência. Ela tinha muitos talentos. Sabia costurar. Fez até um curso de corte e costura. Fez muitas roupas para nós. Teve uma máquina de costura, daquelas pretas antigas de pedal, e depois outra máquina elétrica anos mais tarde. Nunca consegui lidar com aquilo. Não levo jeito para costurar com máquina. Houve um tempo em que ela trabalhou, por assim dizer, para uma lojinha na Rua Riachuelo, esquina com a Rua Caldas Júnior. Fazia roupas de crianças, como babeiros, camisas de pagão, etc., inclusive bordados. Para mim, fez vestidos, como aquela jardineira preta de feltro com aplicações de desenhos infantis e bordado com miçangas. Gostava muito desta roupa.


O casamento na cidade de Alegrete - 1949


Ela fez depois um curso de bordados, e fazia isto como ninguém. Lembro-me que ela tinha um “porta-linhas”, que confeccionou à máquina, onde eram colocadas ao comprido as meadas das Linhas Varicor. Bordava com miçangas, fios metálicos, linhas matizadas de seda, era um primor... Fez outro curso de bijuterias, e lembro-me de um colar de miçangas de várias voltas que fez para a sobrinha Alfonsina. Era da cor amarelo-âmbar. Era muito bonito. Às vezes, procuro estas casas que vendem bijuterias, para ver se encontro um parecido. Gostaria de tê-lo, pelo menos para ficar olhando para ele.


Festa de encerramento de um de seus cursos de artesanato  - 1983 Porto Alegre RS


Sabia fazer tricô. Fez blusas, casacos, mantas, xales e outras peças. Dela, ainda tenho os sapatinhos e gorros que fez para a Fernanda, quando esta ainda nem havia nascido. Tenho um sapatinho seu chamado de “Peter Pan”, com um pompom na ponta do pé. É um modelo que sabia fazer desde os seus tempos de mãe de primeira viagem. Fazia também crochê. Com ela aprendi os pontos básicos de tricô e de crochê. Fiz casacos e blusas, mas quando estava na adolescência. Ensinou-me também alguma coisa de bordado.



Depois, aprendeu a pintar em tecido, fez um curso de macramê e outro de bordado em talagarça. De macramê, fez bolsas e outras aplicações. As bolsas eram forradas e muito bem feitas. Certa feita, aprendeu um ofício: o de fazer empacotamento. Esperava poder trabalhar. Já tinha mais de 60 anos de idade. Mas não chegou a dar certo. Não sei se esqueci de mais algum curso...



Quando era menina, lembro-me de suas carteiras e bolsas sociais, dos leques, das luvas ¾, do colar de pérolas que o pai lhe deu de presente, do seu pó-de-arroz e do batom. Não usava outras maquiagens. Lembro dessas coisas que as meninas gostam de olhar e de usar e que pertencem às suas mães.



Festa de casamento: roupas e penteados dos Anos 60 - Porto Alegre RS


Ela gostava de contar as histórias de quando era menina, de falar do seu “papai” e da sua “mamãe”, como os chamava. Falava do gato “Mimi”, que uma vez fez sujeira e a irmã de criação esfregou o focinho dele na mesma, para que nunca mais fizesse aquilo. Teve também um cachorro, mas não me lembro do seu nome. Ela tinha muitas saudades da sua infância. Seu irmão tinha 19 anos a mais do que ela, e não teve um irmão com quem brincar. Gostava também de se lembrar de seus tempos do Colégio Ruy Barbosa, das suas amigas de internato no Colégio Nossa Senhora da Medianeira, amizades essas que cultivou até a sua morte.



Ela e o pai tiveram criações diferentes. O pai sofreu muitas privações, sobretudo em sua infância, o que fez dele uma pessoa um tanto reservada. Acho que posso dizer que ela se conformou com a situação de criar os filhos e não poder trabalhar fora. Acredito que seu amor por ele era verdadeiro, pois não o deixou desamparado, nem mesmo quando o pai ficou muito doente. A doença dele, na verdade, consumiu bons anos de sua saúde e de suas alegrias. Ficou muito triste quando ele morreu. Lembro-me de um sonho que ela teve, no qual a minha avó Idalina pediu-lhe que cuidasse dele até o fim. Isso aconteceu alguns anos antes do final inevitável. E ela cumpriu a sua missão.



Vestida de Papai Noel no Natal de 1987 - Porto Alegre RS


É uma pena nós ficarmos velhos e doentes. Isto vai “embaçando” o brilho que a vida antes nos proporcionava. Continua-se vivendo, mas as coisas vão perdendo o seu colorido. Nos últimos tempos, tinha seguidamente tonturas. A diabetes e a hipertensão contribuíram para o desenlace final, principalmente quando passou a usar insulina. Foi preciso usá-la, para poder operar a perna. Depois deste evento, embora tratada, a sua saúde entrou em crise e culminou com a sua morte.


Meus pais na cidade de Carazinho - 1950


Uma pessoa deve ser lembrada pelas coisas boas que realizou durante a sua passagem pela vida, pelo que eu definiria como sendo a sua marca registrada. Assim, ela nos deixou o seu legado através de seus atos, palavras, pensamentos e exemplos a serem seguidos, a fim de que fortalecêssemos as nossas qualidades e superássemos as nossas fraquezas.


(Texto escrito no ano de 2002)




quarta-feira, 27 de março de 2013

Família Machado 1ª Parte - Ancestrais e Descendentes











A ORIGEM DO SOBRENOME MACHADO

Segundo um artigo da Wikipédia, o primeiro a portar o sobrenome ‘Machado’ foi Martim Pires Machado (*1200/+?), o qual prestou uma homenagem à memória de seu avô Mem (ou Mendo) Moniz de Gandarei (ou de Candarei), 1º Senhor da Quinta e Honra de Gandarei, que rompeu com golpes de machado as Portas da cidade medieval de Santarém, que estava em poder dos mouros. A cidade foi conquistada pelo rei D. Afonso Henriques, na data de 15/03/1147. Mem Moniz é considerado um herói da história de Portugal, sendo filho de Moninho Viegas e Valida Trocozendas, tendo se casado com Cristina, com a qual teve os filhos: Moninho Mendes, Pedro Mendes de Gandarei, Nuno Mendes de Gandarei, Egas Mendes e Mor Mendes de Gandarei. O filho Pedro casou-se com Elvira Martins de Riba de Vizela, sendo estes os pais de Martim Pires Machado, alcaide e nobre medieval do Reino de Portugal.


Tomada de Santarém – Roque Gameiro, Quadros da História de Portugal, 1917 – Fonte: Wikipédia

Segundo relato de Rodrigo Trespach, existem famílias sem ligação com estes nobres lusitanos: “Nos Açores, viveu Mécia de Andrade Machado, filha de João de Lisboa Machado da família do concelho de Lanhoso, em Portugal. Do casamento de Mécia com Gonçalo Annes, descende Gaspar Dutra Machado, nascido na Ilha Terceira em 1597 e que, migrando para o Rio de Janeiro, deixou descendentes. Dos Açores, muitos Machado emigraram mais tarde para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, especialmente no século 18. No Rio de Janeiro, pelo menos 39 famílias Machado foram registradas entre séculos 16 e 18. O sobrenome também foi adotado por africanos e descendentes escravizados, entre os quais o capixaba Vicente Pereira Machado, que recebeu o sobrenome do dono da propriedade onde vivia”. Fonte do Site: sobrenomes.genera.com.br


O BRASÃO DO SOBRENOME MACHADO




Fonte: Heraldrysinstitute


OS MACHADO EM ALEGRETE RS 

A Família Machado, à qual pertence a ancestral Maria do Carmo Machado, minha bisavó, no presente estudo está apenas relacionada com a cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, Brasil. Maria do Carmo teve uma união estável com o imigrante italiano Nicola Abarno, meu bisavô.


A CIDADE DE ALEGRETE



Fonte: Wikipedia - Raphael Lorenzeto de Abreu


Parque Rui Ramos - Fonte: Site Turismo Alegrete


MARIA DO CARMO MACHADO

Maria do Carmo Machado, minha bisavó, nasceu entre os anos de 1857 e 1858, na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, Brasil. Ignoram-se os nomes de seus pais. Ela teve uma irmã chamada Carmen Machado, madrinha de casamento da filha Alfonsina, e outra irmã chamada Maria Antonia Machado (*1870/1871 Alegrete RS/+21/07/1896 Alegrete RS). Não foi possível descobrir os nomes dos pais das três irmãs.



A UNIÃO COM NICOLA ABARNO

Maria do Carmo Machado teve uma união estável com Nicola Abarno (*19/02/1842 San Fele, Província de Potenza, Itália/+15/05/1918 Alegrete RS, Brasil), meu bisavô, não este tendo se casado e nem vivido com ela, talvez por estar ainda legalmente casado com Angela Maria De Vigo, a qual veio a falecer no ano de 1897. Tiveram 5 filhos. Sabe-se muito pouco sobre Maria do Carmo, além da informação de que esta teria uma ascendência indígena, provavelmente Charrua, mesclada com ancestrais portugueses. Maria do Carmo, em certa ocasião, pediu ao Juiz que Nicola Abarno assumisse a criação de seus filhos Conrado e Manoel Victor, tendo voltado atrás e recuperado a guarda dos mesmos. Porém, no ano de 1888, requereu ao Juiz que seus filhos fossem entregues novamente ao pai Nicola Abarno. Este respondeu à intimação e, na data de 04/04/1888, pediu ao Juiz a tutela dos filhos menores, tendo em vista a impossibilidade material e moral da mãe de mantê-los junto a si. O Curador Geral não se opôs à solicitação. Assim sendo, Nicola Abarno foi nomeado tutor de Conrado e Manoel Victor (Arquivo Público do RS, Alegrete, Tutela, Órfãos e Ausentes, Nº 1.198, Maço 60, Estante 65, Ano 1888. Tutelados: Conrado e Vitor Manuel (consta Emanuel). Tutor: Nicola Abarno).


O casal teve ainda mais duas filhas, minha avó Alfonsina e Mathilde Abarno, que faleceu na infância. Nicola e Maria do Carmo tiveram quatro filhos na constância desta união. Constou no inventário de Nicola Abarno, em 1918: “VI – Que o de cujos, durante o seu primeiro estado de viuvez, houve com D. Maria do Carmo, mulher solteira, com quem não tinha impedimento para casar, os seguintes filhos naturais: Conrado Abarno, Victor Manoel e Alfonsina Abarno, atualmente casada com Roque Di Giuseppe, os quais estão legalmente reconhecidos.” Segue: “Filhos naturais reconhecidos: Conrado Abarno, solteiro, maior; Manoel Victor Abarno, casado, maior, Alfonsina Abarno Di Giuseppe, casada com Roque Di Giuseppe. VII - Que, ainda, todos os herdeiros residem nesta cidade, com exceção de Conrado Abarno, que é domiciliado em São Luiz Gonzaga e Manoel Victor Abarno na Colônia Erechim, neste Estado”. Entretanto, no decorrer das pesquisas, foi descoberto mais um filho de Nicola Abarno e Maria do Carmo Machado, chamado Euclydes Abarno, cujas informações serão descritas mais abaixo.


OS FILHOS (VER FAMÍLIA ABARNO)

I-Conrado Abarno (*19/03/1883 Alegrete RS; CRCPN Alegrete, Livro A–4, fl. 69 verso, nº 286/+05/05/1955 Porto Alegre RS) casou-se em primeiras núpcias com Honorina Ribeiro (*1890 RS/+21/04/1923 RS), filha de Domingos Ribeiro e Maria do Carmo Pinto, na data de 05/11/1906, na cidade de São Luiz Gonzaga RS (CRCPN São Luiz Gonzaga, Livro B–5, fl. 36/37, nº 37), tendo o casal três filhos: Antônio Ribeiro Abarno, Armando Ribeiro Abarno e Matilde Ribeiro Abarno. Casou-se em segundas núpcias com a viúva Ursulina Soares Trindade (Lica) (*03/04/1904 RS/+26/02/1983 Porto Alegre RS), filha de João Soares de Lima e de Ritta Soares da Trindade, na data de 25/11/1925, em Porto Alegre (CRCPN Porto Alegre, 1ª Zona, Livro B–62, fl. 155 verso, nº 717), tendo o casal dois filhos: Tupy Soares Abarno e Giovanni Soares Abarno. Conrado era Capitão do 28º Corpo Auxiliar da Brigada Militar, segundo informação de Alfonsina Juliani Giuseppe, servindo na cidade de São Luiz Gonzaga RS. Conrado faleceu aos 82 anos de idade (CRCPN Porto Alegre, 4ª Zona, Livro C–96, fl. 224, nº 74.070) e foi sepultado no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre, local onde também foi sepultada Ursulina (Setor B-3, nº 6.907).




Conrado Abarno


II-Manoel Victor Abarno (Victor Manoel Abarno - Nezinho) (*15/04/1885 Alegrete RS/+19/04/1966 Porto Alegre RS). O nome de batismo era Victor Manoel Abarno. No registro de batismo, consta que nasceu na data de 03/04/1886: "No dia vinte e quatro de junho de mil oitocentos e oitenta e seis, batizei solenemente a Victor Manoel, filho natural de Maria do Carmo, nasceu no dia três de abril de mil oitocentos e oitenta e seis; foram padrinhos Luiz (...) e Coralina da Conceição e para constar lavrei este termo que assinei. O Vigário Frederico Catani (Cúria de Uruguaiana, Livro Batismos Alegrete n. 18, fl. 10 v)”. Por ter sido registrado anos mais tarde, o pai Nicola Abarno cometeu um erro, quando forneceu ao Cartório a data de 15/04/1885 como sendo a de seu nascimento. Casou-se com Doralina Pietro (Chininha) (*20/05/1891 Alegrete RS/+30/10/1964 Porto Alegre RS), filha de Rosalino Pietro e de Rita Joaquina Barbosa, na data de 20/02/1908, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição Aparecida do Alegrete (Cúria de Uruguaiana, Livro Casamentos Alegrete 1880-1911, Livro 12, fl. 81). Casaram-se no civil na mesma data. (CRCPN Alegrete, Livro B - 3; fl. 159, n. 14). Na época do casamento, Manoel Victor era militar. O casal teve um único filho chamado Victor Pietro Abarno. Manoel Victor era portuário aposentado, tendo ficado cego. Veio morar com a família em Porto Alegre antes do ano de 1949, residindo no Bairro Tristeza, na Rua Gen. Rondon n. 1.037. Faleceu por insuficiência cardíaca e arteriosclerose (CRCPN Porto Alegre, 5a. Zona, Livro C-13, fl. 42, n. 7.164), e foi sepultado no Cemitério da Vila Nova em Porto Alegre.



Victor Pietro Abarno


III-Alfonsina Abarno (*01/01/1890 Alegrete RS/+13/12/1953 Porto Alegre RS), minha avó, casou-se com o italiano Rocco Di Giuseppe (*23/03/1876 Anzi, Província de Potenza, Itália/+31/08/1949 Alegrete RS), meu avô, filho de Francesco Di Giuseppe e de Filomena De Fina, na data de 18/03/1905 em Alegrete RS. O casal teve dois filhos: Francisco Abarno Giuseppe e Alfonsina Abarno Giuseppe.



Alfonsina Abarno


IV-Mathilde Abarno (*1892 Alegrete RS/+06/10/1897), conforme o registro de óbito no Livro da Igreja, Mathilde faleceu de tuberculose pulmonar aos 4 anos de idade, sendo sepultada no dia seguinte no Cemitério Municipal de Alegrete (Cúria de Uruguaiana, Livro Óbitos Alegrete n. 7, fl. 50 v). No registro civil de óbito consta que o mesmo foi declarado por José de Lima e atestado pelo Dr. Honorino de Oliveira (CRCPN Alegrete, Livro C - 4; fl. 13 v, n. 90);


V-Euclydes Abarno (*1893 Alegrete RS/+Antes de 1973 RS), Sapateiro de profissão, era casado com Placidina Souto (*1893 RS/+17/02/1950 Carazinho RS). Tiveram seis filhos, nascidos na cidade de Carazinho RS: Ruy Abarno, Oreosil Abarno, Victor Abarno, Nelson Abarno, Donosor Abarno e Jovani Abarno.



O FALECIMENTO DE MARIA DO CARMO MACHADO
 
Maria do Carmo faleceu os 38 anos de idade, na data de 21/07/1896 (CRCPN Alegrete, Livro C - 3; fl. 193, n. 56), na cidade de Alegrete, sendo sepultada no dia seguinte no Cemitério Municipal de Alegrete. O registro do Livro de Óbitos da Igreja refere que Maria do Carmo era de tez indiática, não menciona o estado civil, nem o nome dos pais, por serem provavelmente falecidos à época. Segundo contava a filha Alfonsina, minha avó, a sua mãe havia morrido de tuberculose quando era ainda criança. Alfonsina teria ajudado a mãe durante a doença, sendo que as pessoas comentavam sobre o perigo de que a menina pudesse vir a contrair a doença (Cúria de Uruguaiana, Livro Óbitos Alegrete nº 7, fl. 47 v).



Registro de Maria do Carmo no Livro de Óbitos da Igreja de Alegrete

Ver a continuação: Família Machado 2ª Parte - Genealogia


sábado, 23 de março de 2013

A Vida é uma Viagem de Trem




A VIDA É UMA VIAGEM DE TREM

(Autor: desconhecido. Publicado no Jornal Bem Estar)









Dia desses, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada. Interessante, porque a nossa vida é como uma viagem de trem, cheia de embarques de desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques...











Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que acreditamos que farão conosco a viagem até o fim: nossos pais. Não é verdade, infelizmente, em alguma estação eles desembarcaram, deixando-nos órfãos de seus carinhos, sua proteção, seu amor e afeto. Mas isso não impede que, durante a viagem, embarquem pessoas interessantes que virão a ser especiais para nós: nossos irmãos, amigos e amores.












Muitas pessoas tomam esse trem a passeio. Outras fazem a viagem experimentando somente tristezas. E no trem há, também, outras que passam de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas. Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe.













Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso. Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos o nosso vagão e chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.











Essa viagem é assim, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. Sabemos que esse trem jamais volta. Façam essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter o bom relacionamento com todos, procurando aquilo que cada um tem de melhor, lembrando sempre que, em algum momento do trajeto, poderão fraquejar e, provavelmente, precisamos entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes e, certamente, alguém nos entenderá.











O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos. E fico pensando se, quando eu descer desse trem, sentirei saudades? Sim. Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me de amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido. Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem que não tinham quando embarcaram.









E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, eu colaborei para que essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa. Agora, nesse momento, o trem diminui a sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha expectativa aumenta à medida que o trem vai diminuindo a sua velocidade. Quem entrará? Quem sairá?











Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem não só como a representação da morte, mas também como término de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar.











Fico feliz em perceber que certas pessoas têm como nós, a capacidade de reconstruir para recomeçar. Isso é sinal de garra e de luta: é saber viver, é tirar o melhor de “todos os passageiros”.













Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem e, por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza, o vagão é o mesmo...










Acervo pessoal de fotos das cidades: Bento Gonçalves, Carazinho, Carlos Barbosa, Garibaldi, Montenegro, Rio Pardo e São Leopoldo. Foto no trem: a amiga Sônia Maria Folchini.


Autorizada a publicação pelo Jornal Bem Estar.




Five Hundred Miles (500 Milhas) é uma canção folk americana, composta por Hedy West em 1961, que ficou famosa na interpretação do trio Peter, Paul and Mary. A música é um lamento de um viajante de trem que está longe de casa, sem dinheiro e com vergonha de voltar... O vídeo foi realizado por Demeter DS, com música do conjunto The Hooters, uma banda de rock da Filadélfia.



quarta-feira, 20 de março de 2013

Café Esquina do Tempo






A VIDA ARTÍSTICA DE VÍCTOR PIETRO ABARNO
















Victor Abarno fez parte do Regional Piratini, um conjunto que se apresentava dentro da antiga programação da Radio Farroupilha, como por exemplo, no Programa Infantil O Clube do Guri. Este programa era realizado semanalmente e era comandado por Ary Rego entre os anos de 1950 e 1966. O pianista Ruy Silva tocava no referido programa, com o acompanhamento musical realizado pelo Regional de Victor Abarno, que utilizava os seguintes instrumentos: cavaquinho, violão, violão tenor, flauta, pandeiro e bateria. Os músicos eram o Victor - também conhecido como “Japonês” -, Zico, Plauto Cruz, Zeno Ribeiro e Antoninho Maciel. Eles eram músicos conceituados na época, atuando também em outros horários na rádio Farroupilha, não participando dos ensaios propriamente ditos. No dia do programa, eles eram orientados pelo pianista Ruy Silva. Disse Ary Rego: “Esses aí (risada), era só dizer o tom pra eles, não precisava nem o Ruy tocar, era só dizer: é fá maior e eles ‘tavam’ tocando juntos...” (Ary Rego, com Dayse Rego pg. 41).

O Regional fazia parte do elenco de contratados da Rádio Farroupilha, na fase em que a Rádio pertencia aos Diários Associados de Assis Chateaubriand. O conjunto acompanhou a apresentação de artistas de renome nacional daquela época, como Elizeth Cardoso, Nelson Gonçalves, Emilinha Borba, Linda e Dircinha Batista. 



DEPOIMENTO
















“Quanto ao Japonês, gostei muito de ler o que escreveste sobre ele, porque me lembrou daquela época. Eu, com os meus 15, 16, ou 17 anos, conheci e vivenciei tudo o que relatas. Além de ouvir sempre o rádio (até hoje faço isto), eu frequentava o auditório da Rádio Farroupilha que ficava na Siqueira Campos, ou na Sete de Setembro, não me lembro, onde eram apresentados excelentes programas musicais, com cantores nossos e os famosos cantores da época do centro do país e que eram acompanhados, quase sempre, pelo Regional de Victor Abarno. Eles realmente eram ótimos músicos e o nosso primo era “o cabeça” do grupo. Tempos fantásticos: a gente andava no centro, tarde da noite, e nem se pensava em assaltos. Era o legítimo exercício do democrático "ir e vir". A Rádio Gaúcha também tinha um auditório, no Edifício União, que também era muito frequentado.” (Jorge da Silva Abarno, Porto Alegre, 26/05/2010).







domingo, 17 de março de 2013

Café Esquina do Tempo















HOMENAGEM AOS AMIGOS FRIDOLIN FEIL E EDUARD MEMMESHEIMER


Aproveito a oportunidade para prestar uma singela homenagem ao amigo Fridolin Feil, nascido e residente na cidade de Dörrebach e a Eduard Memmesheimer, seu genro, residente em Wallhausen com a esposa Ellen. Este último aprendeu o português com um brasileiro radicado na Alemanha.


Ich möchte aus gegebenem Anlass dem Freund Fridolin Feil, geboren und wohnhaft in Dörrebach, und Eduard Memmesheimer, dessen Schwiegersohn, wohnhaft in Wallhausen gemeinsam mit seiner Ehefrau Ellen, meine Anerkennung zum Ausdruck bringen. Eduard erlernte Portugiesisch mit einem in Deutschland ansässigen Brasilianer.


Ao lado do amigo Fridolin Feil - Março/2008 Gramado RS


Fridolin é um estudioso da genealogia de sua família e, por ter escrito um livro sobre a cidade, no qual constam integrantes da família Göller, eu entrei em contato com ele há alguns anos atrás, através de uma tradutora.

Fridolin befasst sich mit der Genealogie seiner Familie und, weil er ein Buch über die Stadt geschrieben hat, in dem Mitglieder der Familie Göller vorkommen, nahm ich vor einigen Jahren den Kontakt mit ihm durch eine Übersetzerin auf.


Presente de Fridolin: um exemplar da História de Dörrebach de sua autoria

Fridolin e Eduard estiveram aqui no Rio Grande do Sul no ano de 2008. Fizemos passeios pela serra gaúcha, além de um tour pela nossa Capital.

Fridolin und Eduard sind im Jahr 2008 in Rio Grande do Sul gewesen. Wir machten Ausflüge in die „Serra gaúcha“ sowie eine Fahrt durch unsere Hauptstadt.


Eduard Memmesheimer, eu e Fridolin Feil - Março/2008 Porto Alegre RS


Através dele, obtive muitas informações sobre a cidade de Dörrebach, sobre os Göller, os Lunkenheimer (sobrenome de minha tataravó), sobre a passagem dos Welter (tataravô e ascendentes) na cidade de Buch. Fridolin, inclusive, possui uma ascendente em linha direta de sobrenome Göller, mas não conseguiu fazer a conexão com o nosso ramo por faltarem os nomes dos pais. Por coincidência, sua segunda esposa (ele é viúvo), conservou o sobrenome Göller de seu finado marido.

Durch ihn erhielt ich viele Informationen über Dörrebach, die Göller, die Lunkenheimer (Familienname meiner Ururgroßmutter), den Aufenthalt der Welter (Ururgroßvater und Vorfahren) in Buch. Fridolin hat sogar eine direkte Vorfahrin mit Familienname Göller, aber die Verbindung zu unserer Familienlinie konnte jedoch nicht hergestellt werden, weil die Namen der Eltern fehlten. Zufälligerweise führt seine zweite Ehefrau (er ist verwitwet) den Familiennamen Göller ihres verstorbenen Ehemannes.


Passeio na cidade de Canela RS - Março/2008

 Agradeço-lhe, através desta postagem, por me ajudar a resgatar informações valiosas sobre a minha origem e, principalmente, por poder repassá-las aos meus familiares. Obrigada!
Um abraço,
Lisete

Ich bedanke mich bei ihm dafür, dass er mir geholfen hat, an wertvolle Informationen über meine Herkunft zu kommen, und vor allem, dass ich sie an meine Familienmitglieder weitergeben konnte. Dankeschön!
Liebe Grüße,
Lisete


Tradutora: Miriam Inês Wecker  



Fridolin e Eduard conheceram as tradições gaúchas - Março/2008 Porto Alegre RS


Eduard aprovou o nosso churrasco! Março/2008 Porto Alegre


Fridolin em Nova Petrópolis RS - Março/2008


Fridolin conheceu Bento Gonçalves RS - Março/2008


Nós em Garibaldi RS - Março/2008